1. ‘El Universal’, um dos jornais venezuelanos de tendência pró-oposição, foi vendido num negócio pouco claro, aumentando as preocupações acerca da independência da mídia no país. Na semana passada, seu comprador foi identificado como uma pequena empresa espanhola, de nome Epalisticia. O jornal ‘New York Times’ refere uma entrevista em que o atual diretor do ‘El Universal’, Elides Rojas, denunciava que os compradores estão “ligados a pessoas com relação de amizade com o Governo.”.
2. O jornal norte-americano recupera dados do Governo espanhol que mostram o primeiro registro da Epalisticia, como uma empresa de construção civil, em agosto de 2013. Ora, em outubro, a empresa procedeu a uma alteração do seu registro, declarando-se uma empresa “de investimento e administração dos meios de comunicação”, com enfoque na América Latina.
3. A venda deste jornal venezuelano de 105 anos foi anunciada este mês, tornando-o terceiro órgão de comunicação de grande dimensão a ser vendido, desde a morte de Hugo Chávez e a eleição de Nicolás Maduro. O Governo detém atualmente 10 canais de televisão e mais de 100 estações de rádio, o que reforça as críticas contra a falta de liberdade de expressão e da imprensa na Venezuela. Em 2014, a Venezuela ocupa o 116º lugar, em 180 lugares, na tabela elaborada anualmente pela organização Repórteres sem Fronteiras.
4. Outros dois órgãos de comunicação recentemente vendidos foram a estação de televisão Globovisión que, abertamente, tinha uma agenda pró-oposição, e a cadeia de jornais Cadena Capriles, detentora do ‘Ultimas Noticias’, um dos jornais diários mais lidos no país de Maduro. Após a venda (veja-se que, por exemplo, a Globovisión foi vendida em abril de 2013, apenas alguns dias após a eleição de Maduro), ambos se tornaram abertamente pró-governamentais, quer em termos de agenda, quer na forma como as notícias são elaboradas.