RAZÕES DE POPULARIDADE PRESIDENCIAL (BRASIL) E IMPOPULARIDADE (CHILE)!

1. A economia brasileira cresceu menos de 1% em 2012 e a inflação foi de quase 6%. A economia chilena cresceu 6% em 2012 e a inflação foi de 1,5%. A popularidade da presidenta do Brasil é de 56% e de Lula ainda maior. A do presidente do Chile é de 31%. A popularidade da ex-presidente Bachelet, 60%. Razões foram debatidas dentro do seminário promovido pela FAES/PP-Espanha em Santiago do Chile nos dias 10 e 11/01/2013.

2. “Programas não ganham eleições, nem dão popularidade. O fundamental é que o eleitor perceba que há um ‘Relato’, um ‘Projeto’ por trás dos fatos, que imprima esperança”. Uma vez, Brizola explicando a sua popularidade na época dizia que não é essa e aquela ações de governo que explicam a popularidade, mas a percepção pela população que se trata de um processo que vai continuar. Num seminário em 1996 onde se comparava Brizola e Montoro, um analista disse que se Montoro fizesse quase tudo num local, os moradores reclamavam do que não foi feito. E no caso do Brizola –quando fazia pouco em um local, os moradores o aplaudiam e diziam que ele faria o resto.

3. Popularidade é também sensação de proximidade, de identidade, de confiança e não só façanhas econômicas. Só um desastre econômico, uma tragédia econômica, seria mais forte.

4. No dia 10 de janeiro, nas grandes manifestações em Caracas pró-Chávez, uma jornalista do El País (ES) foi perguntando aos manifestantes, aleatoriamente, o que afinal Chávez tinha feito por essa pessoa. A grande maioria das respostas foi: Me deu uma Pátria. Explicar essa resposta como populismo é um equívoco. Há um “relato” por trás. Venezuela com toda a demagogia, inflação, com toda violência, com toda desintegração macro e microeconômica, não é mais percebida como subúrbio de Miami pela maioria das pessoas. Isso conta.

5. O Globo (13) apresentou uma pesquisa feita pela UFRJ sobre avaliação das pessoas sobre suas situações. Uma pergunta é a mais importante para se entender o que foi dito atrás. Pergunta-se como as pessoas se sentem em relação há 5 anos e como acha que estarão 5 anos na frente. O ideal seria fazer a comparação com a vida de seus pais no passado e de seus filhos no futuro.

6. Isso foi feito em pesquisas. Até 2006 a resposta da maioria é que na época de seus pais se vivia melhor e que seus filhos talvez vivam no futuro pior que eles. Isso mudou de 2006 para cá. Na pesquisa UFRJ 69% responderam que vivem melhor que há 5 anos e 80% que em 5 anos mais viverão melhor que hoje. Os números dos economistas não projetam isso em relação ao futuro, nesse prazo.

7. Relato, projeto, proximidade, identidade, confiança…, são elementos que não se traduzem em taxas de PIB, Juros ou Inflação. Exigem dos políticos e suas equipes uma análise que os economistas profissionais ainda não sabem fazer. A oposição tem um ano e meio ainda para isso. Depois…