1. O colunista Ilimar Franco divulgou uma nota onde Picciani, presidente do PMDB-RJ, garantiu que se Lindbergh for candidato ele apoiará o Aécio Neves. Bem, o Lindbergh é candidato e, portanto, ele apoiará o Aécio agora em 2014. Uns dias atrás ele procurou o Aécio e se declarou dissidente da campanha da Dilma por essas razões e que iria apoiá-lo.
2. Em 2002 o PMDB fez a chapa com Serra e a deputada Rita Camata foi sua vice. Picciani se declarou dissidente e junto com Zé Dirceu formalizaram em público essa dissidência no Hotel Glória, no Rio. Cabral, em 2006, apesar de o PMDB apoiar Alckmin, trocou de lado no segundo turno e se declarou a favor de Lula.
3. Nos dois casos –2002 e 2006- era apenas um oportunismo náutico. O vento soprava em outra direção e aprumaram as velas de seus barcos nessa nova direção.
4. Mas agora há que se avaliar a razão da dissidência, declarada por um político de grande experiência. O PMDB-RJ vai mal das pernas, indo a pique ao bater no iceberg Cabral. Seu candidato e vice de Cabral tem nenhuma chance, dada a colagem inevitável com Cabral. O PMDB-RJ colar em Aécio é tirar votos de Aécio.
5. Mas por que um político calejado como Picciani tomou essa decisão? Dilma não é favorita? Ele sabe que sua decisão poderá ter consequências com Dilma eleita, especialmente porque o PMDB não terá mais o governo do estado em 2015.
6. Vamos pensar bem. A probabilidade de Aécio se eleger no segundo turno é muito maior que a de Pezão ganhar a eleição no Rio. Fazer campanha sem expectativa de vitória é muito difícil para atrair o voto das expectativas de proximidade do poder. Nesse sentido, apoiar Aécio faz sentido, pois facilita fazer a campanha, levantando os galhardetes das probabilidades. Serve para os candidatos a deputado do PMDB.
7. Mas serve para Aécio? Quanto ganha? Quanto perde? Para onde soprará o vento pelo Estado do Rio? Bem, só saberemos em campanha. Para este Ex-Blog o adultério náutico trará prejuízos a Aécio.