Ao iniciar a demolição da Perimetral, o prefeito do Rio afirmou que os motoristas buscariam alternativas. Esse processo foi intensificado, chegando no final de semana ao fechamento da Av. Rodrigues Alves. Outra vez, em entrevistas, dirigentes municipais reforçaram a ideia que “os motoristas não só buscariam alternativas, como já estavam fazendo isso”.
É verdade. Mas faltou –seja por ignorância, seja para iludir a boa fé das pessoas- dizer que esse encontro de alternativas só amplia o universo dos descontentes. Criado um funil com a derrubada da Perimetral, os motoristas vão buscar alternativas.
No início, todos os que usavam aquele corredor se irritam. Com vários encontrando alternativa, aquele corredor passa a fluir melhor. Fluir melhor quer dizer: o tempo gasto atravessando aquele corredor aumenta, mas aumenta menos do que inicialmente, quando do primeiro bloqueio.
Os que encontraram alternativas passam a gastar nessas alternativas um tempo maior do que gastavam antes da demolição e bloqueios; e menor do que depois da demolição e bloqueios. Alegria para as autoridades que emplacam na imprensa o sucesso: corredor, agora, X dias depois do início da demolição, está fluindo melhor que no início. Ganham até capa de Jornais e destaque na TV e Rádios. Verdade ou Sofisma?
Mas os novos caminhos que vários encontraram –as alternativas-, além de levar mais tempo do que antes da demolição, ainda vão afetar aqueles que não passavam pelo corredor afetado. Ou seja, esses que nada tinham com isso, passam a gastar um tempo maior para atravessar seus caminhos de sempre.
São vasos comunicantes do tráfego. São multiplicadores dos descontentes. Se antes –por hipótese- 330 mil pessoas ficariam descontentes, agora –por hipótese- serão 1 milhão de pessoas. O fagueiro prefeito e seu elegante secretário – noviços em matéria de tráfego e trânsito-, campeões da excitação precoce, olham só para o seu foco: o corredor. Em breve saberão que pelo menos 3 vezes mais do que os diretamente incomodados foram afetados.
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