1. Os três últimos anos finais de governos estaduais no Estado do Rio mostram avaliações negativas de todos os três governadores: Marcello Alencar em 1998, Rosinha em 2006 e Sergio Cabral em 2014. Mas de longe Cabral é o que tem a pior avaliação. Vamos usar os dados do Datafolha para se ter uma série metodologicamente coerente e comparável.
2. Em 5 de janeiro de 1998 foi divulgada pesquisa com avaliação dos governadores. Naquele momento o governador Marcello Alencar havia caído 5 posições no ranking dos governadores e estava em último lugar entre os 12 avaliados. Isso o levou a desistir da reeleição. Os que consideravam seu governo Ótimo+Bom eram 23%. Sua avaliação Ruim+Péssimo havia subido para 25%. 47% marcaram Regular. O Saldo entre Ótimo+Bom e Ruim+Péssimo era de menos –2%.
3. Em 25 de maio de 2006 a avaliação da governadora Rosinha acusava 30% de Ótimo+Bom e 34% de Ruim+Péssimo. Regular 34%. Dessa forma, a rejeição medida da governadora Rosinha era 9 pontos maior que a de Marcello Alencar. O Saldo entre Ótimo+Bom e Ruim+Péssimo era de menos –4%.
4. Em 2 de dezembro de 2013 Cabral havia chegado na pior avaliação dos governadores no último ano de governo, desde sempre. 20% achavam seu governo Ótimo+Bom. 39% Ruim+Péssimo e Regular 38%. Isso lhe dá um Saldo negativo de menos –19%, muito maior que seus antecessores. Em março de 2014 o Ibope divulgou pesquisa onde sua avaliação era ainda pior. Tem 16% de Ótimo+Bom e 42% de Ruim+Péssimo. Ou seja, um Saldo negativo de menos –26%.
5. As avaliações de último ano de Marcello Alencar e Rosinha eram neutras em relação aos candidatos que apoiavam. Tanto é assim que Cabral venceu com folga em 2006, mas no segundo turno, abandonou Alckmin, que apoiara no primeiro turno e adotou Lula, favorito no segundo turno. E Marcello Alencar lançou seu vice –que partiu de 2% ou 3%- e que chegou aos 13% no primeiro turno (ou 16% em relação aos votos válidos), numa eleição polarizada de partida entre Garotinho e Cesar Maia.
6. Os 19% ou 26% de Saldo negativo de Cabral são mortais para seu vice-governador e candidato a governador. Analistas dizem que se ele desaparecer, talvez seu candidato possa tentar diferenciar-se. Mas se insistir em candidatura a Senador, será como um iceberg batendo de frente na candidatura de quem apoia. O tempo –ao contrário do que imagina- conspira contra ele, pois a oposição continuará batendo e agora o colando a Pezão e este e seu entorno não poderão -de público- fazer a defesa. E menos ainda fazê-lo na TV. Assim, sua avaliação, na melhor hipótese, ficará onde está.