EX-BLOG ENTREVISTA CESAR MAIA SOBRE DECISÕES ESTRATÉGICAS NA EUROPA EM 2014!

1. Ex-Blog: A Internacional Democrata de Centro -IDC- (que tem como base o PPE – Partido Popular Europeu que reúne os partidos de centro e centro-direita europeus e controla o Parlamento Europeu) reúne seu Diretório nessa quarta-feira (19). Você, como um dos vice-presidentes, se antecipou para reuniões preliminares. Quais os pontos estratégicos a serem decididos agora em 2014? Cesar Maia: Citaria 2. Em primeiro lugar a eleição de 25 de maio para o Parlamento Europeu. As pesquisas acusam um empate entre populares e socialistas. A vitória clara de um dos lados definirá o novo presidente da comissão europeia (hoje Durão Barroso), que tem importantes prerrogativas. E servirá para mostrar aprovação ou rejeição às medidas de austeridade recomendadas pelo PPE e pela União Europeia onde o PPE é majoritário.

2. Ex-Blog: E o segundo ponto estratégico? Cesar Maia: Esse é também extremamente delicado. Há uma onda separatista na Europa. Uma espécie de ‘deja vu’ do desenho europeu dos séculos 18 e 19. Há quatro plebiscitos/referendos para decidir sobre a separação de regiões de grande importância para seus países e que no passado foram países independentes. O que chama mais atenção é questão da Crimeia, cujo referendo de domingo (16), a anexação à Rússia obteve 95% dos votos, sendo forçado contra as decisões da União Europeia. O segundo é o plebiscito que decidirá no segundo semestre a independência da Escócia em relação ao Reino Unido. O terceiro é a questão da Catalunha que confronta partidos regionais e uma quase maioria da população, com o governo espanhol, que afirma ser inconstitucional. E o quarto que está sendo levantado agora com apoio e ênfase, é o plebiscito para a independência da Veneza, reconstituindo o estado do Veneto e separando da Itália.

3. Ex-Blog: São assuntos em discussão na IDC? Cesar Maia: Certamente, mas não em plenário, pela delicadeza dos temas, mas nas reuniões preliminares, nos bastidores e nos documentos que circulam. A posição da IDC é clara: contra essa onda separatista e pela mobilização em torno dos populares para a eleição europeia de 25 de maio.