ENSINA A POLITOLOGIA: QUEM DEFINE A –AGENDA- GANHA A ELEIÇÃO!

(Eliane Catanhêde – Folha de SP, 25) 1. As oposições parecem não perceber ou não dar bola, mas o governo e o PT estão ganhando a batalha mais importante a esta altura da eleição: são eles que determinam como vai ser a guerra. Aécio e Eduardo Campos vinham bem quando o debate (ou o “terreno”) era Petrobras, crise ética, crescimento baixo, inflação alta, o preço do tomate. Mas Dilma, que patinava, deu uma guinada e puxou tucanos e pessebistas para o campo social. Este é o forte do PT e de Lula e a única área que salva o discurso de Dilma.

2. Com a CPI da Petrobras no Senado enterrada e a CPI mista natimorta, lá se foram vários cartuchos da oposição. E os novos anúncios do governo –aumento do Bolsa Família, correção da tabela do IR, investimentos em saneamento básico– reforçaram a munição de Dilma. O anúncio do medo e dos fantasmas fez a liga. As menores faixas de renda querem Bolsas; as classes médias querem emprego, renda e status; as mais remuneradas querem privilégios; as ricas querem ficar mais ricas. E todas querem segurança etc. Mas há mensagens que perpassam todas elas.

3. Exemplo? A fofoca de que os tucanos privatizariam a Petrobras. Isso não atingia diretamente o interesse de quase nenhum eleitor e de nenhuma faixa de renda e de escolaridade, mas fez um corte transversal por todas. A campanha de Dilma planta agora o medo da “volta ao passado” e a “inclusão social versus medidas impopulares e elitistas”, para colher depois nos programas, nos debates e, claro, nos votos.