PUBLICADO EM 31/03/2021 POR AVENTURAS NA HISTÓRIA/UOL.
Na publicação, o deputado explica “que não há alternativas fora da democracia”.
O dia 1º de abril de 1964 é marcado pelo episódio que resultaria em anos caóticos para o Brasil. Isso porque o golpe de Estado executado pelos militares derrubou o presidente João Goulart.
Como consequência, durante décadas, Atos Institucionais passaram a impedir a população de ser livre, sendo o mais implacável deles o Ato Institucional Número 5, que mergulhou o país em sua fase mais brutal. Tortura e perseguições eram rotina.
Anualmente, a data passou a ser lembrada não só para alertar as novas gerações, que pouco conhecem o período e são alvo de negacionismo histórico, mas também manter viva a trajetória de inúmeras pessoas que foram torturadas e mortas. Uma das homenagens foi feita por Rodrigo Maia, atual deputado federal pelo Rio de Janeiro.
Maia carrega em sua trajetória pessoal as consequências de um golpe político. Através de sua página oficial no Facebook, o político lembrou a história de seu pai, Cesar Maia, perseguido pelo período militar.
“Não é a primeira vez que falo da minha história. Sou filho de um brasileiro perseguido pela ditadura. Meu pai, Cesar Maia, exilou-se no Chile e lá conheceu a minha mãe, Dona Mariangeles. Eu e minha irmã Daniela, gêmeos, nascemos lá em 1970. Fomos registrados como brasileiros no consulado em Santiago”, disse o deputado no começo da publicação.
Em seguida ele explica que saiu do país em 1971, diante da ascensão do ditador Pinochet. “Meus pais conheceram a dor da separação forçada e o abuso da força da ditadura. Mostro a vocês essa imagem do relatório da Aeronáutica de 1974, onde aparece referência a mim no documento da ditadura. Nessa época, eu tinha 3 anos de idade”.
Conforme divulgado pelo portal Metropolis em 2019, Cesar englobova o movimento estudantil (estuava engenharia em Ouro Preto, Minas Gerais). Quando representou seus colegas de faculdade no XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), se tornou alvo dos militares. Assim, foi condenado a uma pena de seis meses de reclusão.
Na última parte da publicação, Rodrigo explica que o relato foi uma forma de alerta para que as pessoas não esqueçam das consequências de um período tão sombrio.
“Esse relato é para dizer o quanto meus pais sentiram na pele o terror da repressão e, ainda crianças, também fomos atingidos por esse horror chamado golpe militar, um período de dor em que muitos foram exilados, mortos, torturados. Precisamos lembrar dos 21 anos de ditadura para não esquecer que não há alternativas fora da democracia. #DitaduraNuncaMais”.