ELEIÇÕES 2014: MUDANÇAS NA CAMPANHA!

1. Há anos que a TV vem cumprindo um papel destacado nas eleições.  Por isso, os candidatos oferecem atrativos para somar partidos e, assim, tempo de TV. Em vários casos, governantes mal avaliados recriavam seus governos na TV e concluíam a campanha bem avaliados.

2. Em 2014 essa dinâmica vai sofrer alterações.  Por duas razões principais.  A primeira é que a audiência da TV aberta, que transmite os programas eleitorais e as inserções, vem caindo. E não só pelo tradicional “mute” dos que não querem ver esses programas. Mas por outras razões: cresce a audiência da TV Paga e cresce o uso da internet.

3. Mas há uma segunda razão. A rejeição à política e aos políticos cria um ambiente de abstenção e de anulação de voto.  E mais grave: de “desimportância” das eleições, que se pode verificar nas pesquisas pelas respostas sobre o interesse dos eleitores nessas eleições.

4. É provável que o aquecimento da campanha traga de volta o eleitor ao processo eleitoral.  Mas o caminho será invertido. Até aqui, o eleitor era colocado dentro do “circo eleitoral” através da TV. Ou seja: um processo de mobilização de cima para baixo. Com isso, os marqueteiros cumpriam papel relevante exaltado pela mídia.

5. O papel que os marqueteiros cumprirão nessa campanha, para continuar importante, exigirá uma adaptação às condições atuais. O retorno do eleitor ao processo eleitoral, se ocorrer, será feito de baixo para cima, das ruas para as urnas.  E poderá, ou não, sair das ruas, passar pelos estúdios, voltar às ruas e chegar às urnas.

6. Ou seja: a mobilização eleitoral horizontal -real e virtual- entre os eleitores e entre esses e os candidatos a deputado e suas equipes é que atrairá os eleitores ao processo eleitoral. Com isso, a campanha nas ruas também tem que mudar. O cabo eleitoral mecânico, de simples entrega de panfletos ou de balanço das bandeiras, perde importância.

7. Nas ruas, ganha importância o processo de abordagem, paciente respeitando o eleitor, seja dos candidatos, como de suas equipes.  A força de um argumento lógico e residual é que terá um impacto significativo.

8. E a TV terá que entrar nas ruas, abordar os leitores e atrai-los como se ela fosse um grupo direto de abordagem.  Isso é muito mais e muito diferente dos clássicos “testemunhais”. Nesse sentido joga um papel novo e forte, o que se chama nos EUA de marketing de grande semeadura, onde se faz a TV e a internet convergirem com o mesmo tema, mas cada uma com a sua linguagem.