1. Nenhum Estado tem dependência ou interação maior na eleição para Governador, com a eleição Presidencial, que o Estado do Rio. Comecemos pela eleição Presidencial. Para simplificar, deixemos de lado a alternativa Lula-Presidente, embora a cada dia mais “quente”.
2. Com Dilma candidata, será inevitável a candidatura de Eduardo Campos. Mesmo que este imagine que Dilma seja a favorita, terá que ser candidato para difundir, nacionalmente nos meios de comunicação e na campanha, seu nome e sua imagem. De outra forma, em 2018 sofrerá com as porcentagens nas pesquisas pré-eleitorais e, com isso, atrairá menos apoios.
3. O PV –claramente em seu programa nacional da semana passada- mostrou que tem candidato e que esse é Gabeira. Com isso, enfrenta as mágoas com o papelão que Marina fez com o PV e vai atrás de um eleitor que é potencialmente seu e que votou em Marina em 2010. Se Marina entrar sozinha em partido novo ou mesmo fundindo com micropartido existente e mudando o nome, a grife PV corre o risco de desmanchar. Marina, claro, é candidata.
4. Dessa forma, a eleição presidencial se abre com Dilma, Aécio, Eduardo Campos, Marina e Gabeira. Em primeiro lugar, certeza total de segundo turno. Em segundo, certeza de espalhamento dos votos. Em terceiro, necessidade maior de articulação regional.
5. No Estado do Rio, os candidatos a governador já são Lindbergh do PT, Pezão do PMDB e Garotinho do PR. Todos da base de Dilma, tendo que interagir com a campanha dela pelo efeito da vinculação eleitoral. Aécio terá que encontrar uma alternativa para que sua campanha não fique fracionada na TV dia sim, dia não, seja de seu partido, seja de coligado. Eduardo Campos terá que lançar um candidato da mesma forma, por seu partido ou por coligado.
6. E, finalmente, Gabeira e Marina, cujo eleitorado potencial mais expressivo está no Rio, da mesma forma terão candidatos a governador e provavelmente de suas mesmas siglas para capitalizar suas grifes na TV, todos os dias. Lula e Dilma não poderão ter um só candidato a governador entre os três de sua base. Terão que flutuar sem excessos entre os três.
7. Dessa forma, será uma eleição com absoluta certeza de segundo turno e com espalhamento, onde é provável que irão para o segundo turno os que estiverem entre 15% e 25% dos votos. Uma eleição sem favoritos, competitiva e atrativa, para seus militantes, para analistas e para a imprensa.