Li no Globo on-line que o Vereador Eliomar Coelho renunciou à CPI dos Ônibus. Enfim, o ideal seria que a CPI fosse realizada de uma forma consensual por esta Casa. Todos querem informações a respeito. Que a licitação incorpora um cartel é óbvio. Se, em São Paulo, a primeira etapa da preparação da licitação prevê para dez anos, na concessão das linhas de ônibus, o pagamento de quarenta bilhões de reais, aqui, vinte ou trinta anos, se não me falha a memória, esse valor seria de quanto? Cinquenta, sessenta bilhões de reais?! Mas, a licitação sabe que a técnica serve para muita coisa. Às vezes, para iludir também. Pela tal licitação, as empresas de ônibus não precisaram pagar um centavo pela concessão. O Governador Cabral fez a licitação de uma linha de ônibus de Nova Iguaçu para a Barra da Tijuca. Tem uns três ou quatro anos. Essa linha custou quatorze milhões de reais! As mil linhas da Cidade do Rio de Janeiro, nada!
Como eu disse, a técnica, muitas vezes, é feita para ocultar. Essa licitação afirmou um cartel. A licitação que eu fiz, copiando o modelo do Presidente Lula de licitação por tarifas, como fez em rodovias, que acabava com o cartel, suspensa na Justiça, cancelada pelo atual prefeito, em 2009. Esta licitação mantém o cartel, sem custo. O Prefeito Haddad está começando um processo de licitação e para dez anos ele estima em R$ 40 bilhões o custo da concessão para as empresas de ônibus. Aqui para trinta anos ele não cobra um centavo das empresas de ônibus. Isso é cartel, ou não é? Qual é o grau de moralidade que tem uma doação de R$ 50 bilhões para as empresas de ônibus? Qual é a taxa de moralidade disso? Erro de técnicos? Pode ser. Eu não acredito. Eu acredito que ali não tenha nenhum inocente, não tenha nenhum ingênuo e, se há cumplicidade, uma CPI como essa, ao questionar a desoneração no ato de concessão, se há cumplicidade, pelo amor de Deus, é fácil de comprovar!