1. Dois fatos confrontaram ideologicamente os candidatos a deputado federal: a questão dos valores cristãos da família e da vida, e a comissão da verdade nos 50 anos do golpe de 1964. Venceu amplamente a visão conservadora. Jair Bolsonaro obteve 464.572 votos; Clarissa Garotinho obteve 335.061 votos e Eduardo Cunha, que diariamente publicou com grande destaque nos jornais suas posições sobre valores e que obteve 232.708 votos. Num total de 1.032.341 votos. Do outro lado, Chico Alencar obteve 195.964, Jean Willys 144.770 votos e Jandira Feghali 68.531 votos, num total de 409.265 votos, ou apenas 40% dos votos dos três candidatos de valores conservadores mais votados. Vale lembrar que, em S. Paulo, o Pastor Marcos Feliciano obteve agora 398.087 votos.
2. Na eleição presidencial, a soma da abstenção com votos brancos+nulos alcançou 29% em todo o Brasil. No Rio, a soma de abstenção+brancos+nulos foi de 34% para presidente, 37,6% para governador, 40,1% para deputado federal, 40% para deputado estadual e 45% para senador.
3. Deputados Federais de longa tradição não se elegeram, como Jorge Bittar e Edson Santos do PT e –por herança- Brizola Neto do PDT. O Partido Verde, de igual e longa tradição e até aqui uma grife no Rio, não elegeu nem um deputado federal e nem um deputado estadual. Graças a Marina Silva, a legenda mais votada para deputado federal foi a do PSB, com 120.686 votos.
4. O voto de protesto se repetiu este ano em S. Paulo com Tiririca, que obteve 1.016.796. Este ano chegou ao Rio, com Romário para senador, com 4.683.963 votos.
5. Dos 46 deputados federais eleitos apenas 6 são mulheres.
6. A maior expectativa frustrada foram os 87.003 votos de Alessandro Molon. Em 2010 havia obtido 129.515. Apesar da grande cobertura que teve seu trabalho no “marco civil da internet”, e da expectativa –ainda não descartada- que ascenderia em 2016 como candidato a prefeito da Capital, Molon viu sua votação cair 32,8%, talvez pelo efeito PT.
7. A eleição de 2014 no Rio abriu o leque de pré-candidatos a prefeito da Capital em 2016. Começando com Romário e seguindo com Marcelo Freixo, Clarissa Garotinho, Alessandro Molon, Leonardo Picciani, Pedro Paulo, Índio da Costa…, Bolsonaro tem dito que não pretende concorrer a prefeito da Capital. Lindbergh saiu muito agastado com o PT, que atribui a ele o fracasso eleitoral. PSDB e DEM, que tiveram candidatos em 2010, ainda não sinalizaram qualquer pretensão em 2016. De qualquer forma, é uma eleição que tende a ser pulverizada, ao contrário de 2012, na reeleição do prefeito Paes.