(Jorge Castro – Clarín, 09) 1. A raiz da mudança climática é a destruição da natureza pela economia industrial, especialmente desde o surgimento do motor de combustão interna, movido – sem custo econômico até 1973 (primeiro choque do petróleo) – pelo uso massivo de combustíveis fósseis.
2. A necessidade agora impõe uma nova direção. Nos últimos 10 anos, os EUA tiveram os nove anos mais quentes de sua história, e a temperatura média em julho e agosto no Centro-Oeste (Cinturão do Milho) é hoje dois graus célsius maior do que era em 1850.
3. A essência da bioeconomia é não se opor a natureza, mas adotar suas regras e tornar-se “ciência da vida”. Daí sua categoria central ser a sustentabilidade, a reprodução da vida. A agricultura avançada sustenta materialmente a bioeconomia. É a maneira que o capitalismo contemporâneo se apodera da agricultura e a transforma em uma melhoria produtiva da economia industrial, a ponto de absorvê-la e dar-lhe um novo significado.
4. Ao deixar para trás as três primeiras revoluções industriais, o capitalismo assume agora a lógica da vida. Fiel à sua natureza, aumenta ainda a produtividade biológica e faz com que a natureza torna-se capitalista e trabalhe mais, mais rápido e melhor. A “renda agrícola” era o lucro da terra no passado e agora se torna uma excepcional fonte de receitas decorrentes do conhecimento mais avançado, que é a biologia.
5. A transformação incessante do capitalismo faz com que sempre se reencontre com o seu ponto de partida.