13 de setembro de 2016

UMA FORMA DE ISENTAR DO PAGAMENTO DO ISS NO RIO VIA PORTO MARAVILHA! SERÁ POSSÍVEL?

1. O jornal O GLOBO, de 2 de setembro de 2016, publicou matéria sobre a nova tentativa da Prefeitura do Rio de ativar o Porto Maravilha incentivando projetos de habitação. Tudo bem. A Prefeitura do Rio diz que até recomprará parte das Cepacs, que estão com a Caixa Econômica Federal.

2. (Globo, 02) São os Cepacs que permitem aos empreendedores aumentarem o potencial construtivo e atingirem novos gabaritos. Sem eles, a edificação não pode exceder a área do terreno. E cabe à Caixa Econômica — detentora dos certificados, adquiridos por leilão em junho de 2011 — revendê-los. Disposta a estimular a ocupação residencial da região, a prefeitura resolveu recomprar lotes de títulos e oferecê-los, ela mesma, às empresas interessadas.

3. Como a compra de Cepacs está aberta aos interessados, se pode supor que seriam revendidos abaixo do preço comprado, dando um incentivo fiscal. (Globo, 02) O processo se encaixa no Plano de Habitação de Interesse Social, que prevê a construção de pelo menos dez mil unidades nesse segmento na Zona Portuária num prazo de dez anos. (Obs.: A contrapartida da Prefeitura para receber os recursos da CEF era aplicar proporcionalmente em Habitação popular, coisa que não foi feita até hoje, e daí a pressa de criar a expectativa de cumprimento do contrato).

4. Quando a CEF liberou os recursos para o Porto Maravilha e os leilões iniciais de Cepacs micaram, a própria CEF os recomprou. Hoje, só 9% do total foi colocado e assim mesmo grande parte em troca por área a ser construída, um risco em mercado para o FGTS, que dá lastro ao empréstimo da CEF ao Porto Maravilha.

5. E vem a surpresa. Diz a matéria no Globo (02): Mais uma possibilidade oferecida ao mercado será a permissão para que os empreendedores utilizem os Cepacs para quitar dívidas de ISS com o município. A autorização consta de um dos dois decretos do prefeito, publicados no Diário Oficial no mês passado, que tratam da negociação dos Cepacs. O primeiro lote de Cepacs — entre cinco mil e seis mil certificados — foi recomprado pela prefeitura em julho. O plano do município, segundo a Cdurp, é adquirir 800 mil títulos até junho de 2018.

6. Hoje, segundo balanço da CDURP, que administra o Porto Maravilha, existem 5.870.621 Cepacs estocados/micados. Dessa forma, o primeiro lote representa 0,1% do total, portanto, apenas um valor simbólico.

7. Mas o mais grave é a empresa poder trocar os Cepacs adquiridos para construção de habitações por dívida de ISS, dela ou de terceiros. Há 3 problemas: a) precisaria de aprovação por lei em cada troca. b) seria uma isenção do ISS correspondente, algo inusitado e grave. c) isenção do ISS significa reduzir 40% desse valor que seria constitucionalmente aplicado em Educação (25%) e Saúde (15%).

8. Aguardemos os desdobramentos.

12 de setembro de 2016

OITO ESTRATÉGIAS ELEITORAIS!

Thomas Holbrook: Pensamentos selecionados de seu livro: “As campanhas são importantes?”

1. Como o valor da informação diminui com o aumento do volume de informações, os eventos que acontecem no início do período de campanha têm um potencial maior de influenciar os eleitores do que os eventos que ocorrem na parte final. “Lei” do rendimento decrescente das informações.

2. A opinião básica sobre os candidatos não vai mudar na fase final.

3. Os partidos na campanha não são fonte de informação. A campanha é centrada no candidato.

4. O eleitor conservador é mais constante que o de esquerda.

5. Os últimos a decidir (indecisos) não tendem a votar no candidato do governo.

6. Regra básica: nunca pise em sua própria história.

7. Debate só tem importância em disputa muito acirrada.

8. Expectativa de quem vai ganhar pode influenciar indecisos na reta final.

* * *

DATAFOLHA/UOL (11): PERCEPÇÃO DOS ELEITORES DO RIO SOBRE PERFIL DOS CANDIDATOS A PREFEITO!

1. O que mais defenderá os ricos: Pedro Paulo (PMDB): 19%; Flávio Bolsonaro (PSC): 11%; Marcelo Crivella(PRB): 9% / O que faz mais promessas que não pode cumprir: Pedro Paulo (PMDB): 20%; Marcelo Crivella (PRB): 10%; Jandira Feghali (PCdoB): 6%; Flávio Bolsonaro (PSC): 5%

2. O mais inteligente: Marcelo Crivella (PRB): 27%;  Marcelo Freixo (PSOL): 10%;  Flávio Bolsonaro (PSC): 8%;  Jandira Feghali (PCdoB): 6%; Índio da Costa (PSD): 6%;  Pedro Paulo (PMDB): 5% / O mais indeciso: Pedro Paulo (PMDB): 9%;  Índio da Costa (PSD): 7%;  Marcelo Crivella (PRB): 6%;  Flávio Bolsonaro (PSC): 6%;  Jandira Feghali (PCdoB): 5%; Carlos Osorio (PSDB): 5%; Cyro Garcia (PSTU): 5%.

3. O mais realizador:  Marcelo Crivella (PRB): 29%;  Marcelo Freixo (PSOL): 6%;  Pedro Paulo (PMDB): 6%;  Jandira Feghali (PCdoB): 5%; / O mais moderno e inovador: Marcelo Crivella (PRB): 15%; Índio da Costa (PSD): 10%; Marcelo Freixo (PSOL): 9%; Pedro Paulo (PMDB): 9%;  Flávio Bolsonaro (PSC): 8%; Jandira Feghali (PCdoB): 5%.

4. O que mais defenderá os pobres:  Marcelo Crivella (PRB): 33%; Jandira (PCdoB): 10%; Marcelo Freixo (PSOL): 7% / O mais autoritário: Flávio Bolsonaro (PSC): 28%; Marcelo Crivella (PRB): 9%; Pedro Paulo (PMDB): 9%; Jandira Feghali (PCdoB): 5%   

5. A pesquisa quis saber dos eleitores ainda qual dos candidatos está se saindo melhor na propaganda eleitoral. Veja abaixo os resultados (estão listados apenas os candidatos que obtiveram mais de 5% das menções): Marcelo Crivella (PRB): 27%; Pedro Paulo (PMDB): 13%; Índio da Costa (PSD): 13%; Jandira Feghali (PCdoB): 10%; Flávio Bolsonaro (PSC): 6%; Marcelo Freixo (PSOL): 5%

09 de setembro de 2016

2008 a 2016: PREFEITURA DO RIO PERDEU 83.782 MATRÍCULAS EM EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL! AS MATRÍCULAS NA PRÉ-ESCOLA TAMBÉM DIMINUÍRAM! E IDEB CAI!

1. IDEB-Município do Rio caiu: 8º/9º séries. 2013: 4,4. 2015: 4,3. Em 2013 a desculpa foi a greve. E agora? Todos os alunos entraram no atual governo. A Meta MEC é de 5. A média para todo o país dos últimos anos do ensino fundamental foi de 4,5. Portanto, acima do município do Rio, que foi de 4,3.

2. Os dados oficiais do INEP mostram que em 2008 a Prefeitura do Rio tinha 562.602 alunas e alunos matriculados nas escolas de Educação Fundamental entre a primeira e a nona série.

3. O INEP mostra que em 2012 as matrículas em Educação Fundamental da Prefeitura do Rio haviam caído para 522.682, uma diminuição de 39.920 matrículas. Essa tendência teve continuidade.

4. A Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura do Rio já divulgou o número de matrículas em Educação Fundamental em 2016: agora são 478.820 matrículas. Uma queda de 43.862 matrículas em relação a 2012.

5. De ponta a ponta, entre 2008 e 2016 a redução de matrículas em Educação Fundamental na Prefeitura do Rio alcançou 83.782.

6. As escolas da Prefeitura do Rio, para voltarem a atingir o número de matrículas em Educação Fundamental que tinham em 2008, essas matrículas teriam que crescer +17,5%.

7. A proporção de matrículas das escolas privadas no Ensino Fundamental era de 37,9% em 2008. Em 2009 as matrículas nas escolas privadas subiram para 47,9%. Em 2016 as escolas privadas passaram a ter a maioria das matrículas na educação fundamental: 52,7%.

8. As matrículas na Pré-escola (4 até 6 anos) somavam 86.380 em 2008. Em 2016 as matrículas em Pré-escola haviam caído para 83.313.

08 de setembro de 2016

PRIMEIRA QUINZENA ELEITORAL PARA PREFEITO DO RIO! PARTE 3: CRIVELLA, OSÓRIO E MOLON! E QUESTÕES GERAIS!

1. MOLON.
Molon ainda não conseguiu fazer convergir sua capacidade com carisma. Abriu com os mesmos 2% que ainda tem. Sua aparição com Marina no RJTV-2 foi pífia. Seus comerciais reproduzem outro de Gabeira em 2008, só que agora com Eduardo Cunha. Mas a linha deles nada tem a ver com seus programas. E para piorar tudo, foi um senador da Rede (Randolfe) que, numa questão de ordem, provocou o fatiamento do impeachment e a manutenção dos direitos políticos de Dilma. Se senador Renan articulou com o fatiamento, foi Randolfe o operador do acordo.

2. OSÓRIO.
Osório, durante alguns dias, apareceu na TV falando em diagonal, usando uma forma que desapareceu há mais de 10 anos. Sua imagem na TV carece de definição, ficando um pouco nublada. A eloquência que o trouxe à política -primeiro como secretário da Prefeitura e depois do Estado- perdeu brilho. Durante dias, carregou na comunicação antipolítica e mais recentemente passou a olhar de frente para a câmera e bater forte com críticas à Prefeitura. Abriu com uns 4% e permanece assim.

3. CRIVELLA.
Curioso que Crivella, com os recursos audiovisuais que tem, apareça na TV com imagem insuficiente de definição e um tanto de cor “pastel”. No sábado a definição melhorou. Rapidamente adotou uma linha estratégica de vencedor, atuando na linha de frente como crítico da Prefeitura. A crítica à Saúde tropeçou num número errado de desvio de 1 bilhão de Reais para a Olimpíada. Limpou esse trecho de suas entradas na TV. Acertou em jogar com a contradição da comunicação do candidato do PMDB em mostrar unidades de saúde assépticas e sem fila e a realidade do que acham 70% dos eleitores. Também acertou em mostrar que em vez de construir prédios para a saúde e a educação, a Prefeitura deveria fazer funcionar o que está aí. E deu um exemplo forte: constrói-se outros prédios escolares mas o número de matrículas em ensino fundamental despencou 60 mil. As suas entradas no RJTV-2, que tem mais audiência que o programa eleitoral, deveriam ser melhor escolhidas, seja pelo cenário, seja pelos “papagaios de pirata” que o cercam como ocorre com os favoritos em todas as eleições. Mas isso desarruma a imagem, pois não pode controlar caras e bocas dos “papagaios de pirata”. Crivella antecipou as carreatas numa tática “cabralina” de candidato favorito, buscando a sustentação de seus patamares atuais. Abriu com quase 30% e assim se mantém. E se os demais não começarem a acertar nas suas comunicações, o deslizamento para baixo que teve em outras eleições não ocorrerá.

4. ALGUMAS QUESTÕES GERAIS:

A. Com a nova legislação eleitoral, as ruas estão despoluídas de propaganda política. Com menos recursos, até aqui a quantidade de panfleteiros e cabos eleitorais é mínima, comparada com outras eleições. Pode ser que os candidatos a prefeito e vereador estejam guardando recursos -escassos- para a reta final.

B. Com as ruas “vazias” de campanha eleitoral, nesta eleição, em vez de o eleitor ser alcançado, onde estiver, pela propaganda, tende a haver uma inversão. Ou seja, o eleitor, para decidir seu voto, irá atrás de seu candidato, acentuando a conversa coloquial como forma de construir a opinião eleitoral. Eleição do eleitor em direção ao candidato, mais que ao contrário.

C. Os futuros debates na TV tendem a reproduzir os dois de S.Paulo: esquecer Russomano e lutar pela segunda vaga. Ou seja, esquecer Crivella e lutar pela segunda vaga. Pode ser que a imprensa cumpra esse papel crítico em relação ao líder das pesquisas.

D. Alguns temas estão surpreendentemente fora da campanha eleitoral na TV, como a situação financeira crítica do Estado (que vai ressurgir em novembro) e os Servidores (talvez pela discussão da crise fiscal do governo federal). O tema golpe e as figuras de Lula e Dilma só servem para buscar esse voto, que corresponde a um subconjunto de 15% do eleitorado.

06 de setembro de 2016

PRIMEIRA QUINZENA ELEITORAL PARA PREFEITO DO RIO! PARTE 2: O SEGUNDO BLOCO!

1. Olhando as últimas pesquisas informadas pelas campanhas eleitorais, vemos que se formou um segundo grupo com Bolsonaro, Pedro Paulo e Indio. Bolsonaro, que vinha colado a Freixo, depois da queda de sua pressão no debate da BAND, perdeu uns 2 pontos. Saiu da campanha para se recuperar e evitar cobranças nas ruas.

2. Abriu forte com o tema segurança e armar a Guarda Municipal e fez uma interrupção após o debate na BAND. Suas inserções e programas na TV ficaram sem brilho, ou talvez sem recursos. Suas aparições no RJTV-2 da mesma forma. No último fim de semana voltou com seu pai, Jair Bolsonaro, a Copacabana e recomeçou sua campanha.

3. A comunicação de Pedro Paulo, com o maior tempo na TV e maiores recursos, optou por temas que possam sensibilizar as mulheres: clínica da família, educação infantil e escolas do amanhã e, com isso, amenizar a memória do noticiário sobre supostas agressões à sua primeira esposa. Cresceu 2 pontos e passou para o nível dos 8%.

4. Seus programas repetem os velhos clichês, falando dentro de um carro e conversando com usuários dos serviços de educação, saúde e área portuária. Na educação e na saúde enfrenta o que diz com o que a população sente. Entra numa clínicas da família sem nenhuma fila. Tudo asséptico. Fala de construção de escolas, mas o número de matrículas na educação fundamental teve sensível queda. Nos dois casos Crivella tem aproveitado para mostrar as contradições.

5. Pedro Paulo, treinado para mostrar expressões de tranquilidade e leves sorrisos sempre colado, passam artificialismo. Ele vai andando e conversando com seus interlocutores e carrega um permanente sorriso “Renata Vasconcelos”. Olimpíada entrou e saiu como tema. O prefeito Eduardo Paes, nas últimas entradas na TV, veio a ancorar Pedro Paulo, passando a sensação de que está correndo em seu socorro.

6. A comunicação de Indio da Costa (com uns 7%) apostou na fixação de sua imagem, com sua camisa Steve Jobs, repetindo que há 25 anos se prepara para ser prefeito e que se especializou em gestão pública.

7. Nos últimos 3 dias a comunicação de Indio da Costa resolveu usar uma metralhadora giratória e bateu forte em todos os demais candidatos. Numa eleição em 2 turnos, só se justifica esses tiros para todos os lados com a hipótese que com Crivella garantido, os apoios virão compulsoriamente. Será?

8. O que passou para os eleitores atentos foi um gesto desesperado de Indio de quem se acha numa situação fragilizada e muito difícil. Se não for assim, pelo menos parece. Melhor teria sido afirmar a imagem de gestor público, conforme a análise do GPP dos preditores de voto.

9. Supondo Crivella com 25%, Freixo/Jandira com 20%, Não Voto 20%, sobram 35% para os demais.  Hoje, os demais, incluindo Molon, somam 25%. E restam 10% flutuantes, que hoje fazem Crivella estar com 30% mas que podem descolar e ficar à disposição dos demais.

10. Supondo também que atravessando a fronteira dos 15% se estará no segundo turno, a luta entre todos tenderá a sangrar.

05 de setembro de 2016

PREFEITO DO RIO: PRIMEIRA QUINZENA ELEITORAL! PARTE 1: FREIXO E JANDIRA!

1. Depois de 15 dias, as pesquisas mostram Freixo no mesmo lugar, entre 10 e 11%. Jandira cresceu 2 pontos, chegando a 8%. Numa análise comparada entre candidatos a prefeito com o mesmo perfil político, em 2008 Gabeira chegou a 21% (incluindo brancos e nulos) e, em 2012, Freixo atingiu 23% (também incluindo brancos e nulos).

2. Em 2016, nas pesquisas até aqui, Freixo e Jandira somados alcançam quase 20%, muito próximo dos 21% de Gabeira e dos 23% de Freixo. Se agregarmos Molon, as pesquisas de 2016 e os resultados do voto mais à esquerda de 2008 e 2012 mostram um empate.

3. Suporemos que Molon não sairá do patamar que tem até aqui, o que repete sua votação para deputado federal. Sendo assim, o jogo será jogado entre Freixo e Jandira. Nesse caso, se um deles crescer, o outro cai, o que levaria ao voto útil ou estratégico, indo em direção ao candidato que teria mais chance de chegar ao segundo turno.

4. A campanha de Freixo, limitada pelo tempo na TV e por uma mobilização nas ruas aquém do que se imaginava, dependerá das aparições no RJTV-2 e nos debates na última semana. A chamada para as redes sociais e o jingle com Chico Buarque animam, mas não são suficientes.

5. As expressões do rosto de Freixo no RJTV-2 não denotam otimismo ou entusiasmo. A escolha dos cenários e dos temas para usar os 40 segundos reforçam aquelas expressões.

6. Jandira Feghali desenvolve uma campanha competente. Abriu como anticandidata. Afirmou-se focalizando Lula e, com isso, correndo atrás dos 15% dos votos que Lula tem no Rio. Se chegar a esses 15% estará no segundo turno (vide eleição de 1992 para prefeito). Mas, para isso, Freixo teria que cair uns 5 pontos, o que não é fácil, pois tem um voto duro acima disso.

7. Jandira fala muito bem. Escolheu os temas adequados (mulheres, jovens, ambulantes, saúde…) e assim fala para os de renda menor. É a única candidata que tem um jingle memorizador, que fala para o passinho de hoje e o zum zum de “ontem”. E ao fazer a defesa da mulher agredida, ataca Pedro Paulo, pela memória dos fatos.

8. Seus comerciais e programas na TV mostram uma ótima definição de imagem e um ótimo ritmo.  Sua capacidade em debates a ajuda nos auditórios e na TV na reta final de campanha. Seu teto estará definido pela força (voto duro) ou fragilidade de Freixo.

9. Nos últimos dias entrou em temas propositivos como passe livre no transporte público e saúde pública (clínicas da família), aproveitando o paradoxo do candidato do PMDB, entre o que diz e os fatos sentidos pela população que não distingue saúde federal, estadual ou municipal.

10. Será inevitável que na reta final da campanha Freixo e Jandira entrem forte na crítica recíproca.  Se não tiverem sucesso, o empate entre eles abrirá espaço para o crescimento dos demais candidatos.

* * *

MERKEL/CDU DERROTADOS NA POMERÂNIA OCIDENTAL PELO SPD E AFD (POPULISTAS DE DIREITA)!

1. Precisamente um ano depois de Angela Merkel ter aberto as portas aos refugiados e um ano antes das eleições a nível nacional, a CDU, o partido da chanceler, foi ultrapassado pelos populistas da Alternativa para a Alemanha (Afd) e ficou em terceiro lugar nas regionais hoje disputadas em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Este é o estado onde Merkel joga em casa, aquele pelo qual é eleita deputada desde 1990.

2. “É uma derrota com um enorme simbolismo. Por agora, Merkel, a participar na cimeira do G20 que decorre na China, observa tudo a uma distância segura. Mas, quando regressar, vai encontrar um ambiente difícil, com os críticos dentro do próprio partido a exigir que a CDU se desloque mais para a direita”, explica ao DN Thorsten Benner, politólogo e diretor do Instituto de Políticas Públicas Globais, com sede em Berlim.

3. As eleições foram ganhas pelos sociais-democratas do SPD, partido situado no centro-esquerda do espectro político, com 30% (menos cinco pontos do que em 2011). A Afd, que concorreu pela primeira vez em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, obteve perto de 22% dos votos e relegou a CDU (União Democrata Cristã) para terceiro lugar, com cerca de 20% (menos três pontos do que nas eleições anteriores).

4. Ainda assim, o mais provável é que o SPD volte a coligar-se com a CDU e continuem à frente dos destinos do estado, algo que acontece desde 2006. As duas forças políticas juntas deverão somar 40 dos 71 lugares da assembleia. “Este resultado é uma bofetada na cara de Merkel. Os eleitores disseram claramente que estão contra as desastrosas políticas de imigração que tem vindo a seguir”, afirmou Frauke Petry, um dos principais dirigentes da AfD, assim que foram conhecidas as primeiras projeções.

5. Curiosamente, segundo revela The Guardian, o Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental é o terceiro estado alemão que menos refugiados recebeu. Em 2015 foram registrados 23 mil pedidos de asilo, cerca de um quarto dos alocados aos estado de Hesse, que tem sensivelmente a mesma dimensão. Com 1,6 milhões de habitantes, apenas cerca de 3,7% da população do Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental não é de ascendência germânica.

02 de setembro de 2016

PÓS-IMPEACHMENT: A SUPERIORIDADE DO PARLAMENTARISMO!

1. O processo de impeachment de Dilma concluiu após quase um ano. Um ano de estrangulamento político da economia brasileira.  Um ano de afundamento ainda maior da imagem dos políticos.  E um ano de sofrimento e depressão da presidente Dilma Rousseff.

2. Os graves equívocos dos governos do PT, agravados com Dilma, geraram a maior crise brasileira de todos os tempos, política, econômica, social e moral. A imagem externa do Brasil desintegrou.

3. Quando as crises dos países se tornam multilaterais, ao mesmo tempo se torna sustentável e se aprofunda. O tempo e o custo de recuperação se ampliam muito e ampliam o custo social e suas sequelas.

4. Os regimes políticos devem incorporar flexibilidade institucional de forma a que minimizem o tempo e a profundidade da crise e assim minimizem o custo social da mesma. O presidencialismo é um sistema rígido. Mas os Estados Unidos souberam construir, em sua cultura política, momentos limites.

5. Um exemplo desses foi o caso Nixon. Uma crise onde o gabinete presidencial grampeou o partido adversário. O processo foi levado até o ponto em que seu prolongamento -possível- não teria volta e seria pago pelo país. Nesse momento, o presidente renunciou.

6. O processo de impeachment de Dilma se alargou desnecessariamente levando o país junto.  Tentaram comprar votos através de nomeações em todos os níveis. Realizaram todos os recursos possíveis no judiciário. Retardaram o quanto puderam, mesmo quando além das responsabilidades políticas, econômicas, sociais e morais, ficaram transparentes os chamados crimes de responsabilidade.

7. E então iniciou-se um processo de resistência tríplice: parlamentar, jurídico e político-social. Esse arrastou no tempo algo que tinha resultado pré-conhecido. Na Câmara de Deputados e no Senado 70% dos parlamentares tinham sua opinião formada já em março de 2016. Mas só 5 meses depois o julgamento culminou com Dilma e sua base política usando todas as chicanas e baixarias possíveis.

8. No parlamentarismo, uma crise semelhante que construiu uma rejeição parlamentar de 70%, prescindiria até da questão jurídica do crime de responsabilidade. Teria sido resolvida em março. O presidencialismo norte-americano, em sua maturidade política, no momento em que o processo não teria volta, teria sido resolvido por iniciativa do próprio presidente, como no caso Nixon.

9. Na América Latina, com um presidencialismo hiper-hegemônico, esse processo não tem fim -vide Venezuela- ou se alarga demasiadamente, impondo um enorme custo ao país e a seu povo. Foi o que aconteceu com o impeachment de Dilma. E o custo político atingiu o próprio PT, que sai desse processo em frangalhos.

10. Na medida em que o amadurecimento da cultura política no Brasil tem um prazo indefinido, talvez o processo Dilma tenha ensinado de forma suficiente e aberto as portas para o Parlamentarismo.

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EX-BLOG ANTECIPOU EM FEVEREIRO O VENCEDOR DA LICITAÇÃO DO RIO-ZOO! CONFIRMADO!

A. O Globo
Gente Boa – Cleo Guimarães
Quem vai cuidar do zoológico
A Cataratas do Iguaçu S.A venceu a licitação para administrar o Zoo do Rio por 35 anos. A empresa, também responsável pelo Parque de Fernando de Noronha, pagou R$ 4 milhões à prefeitura e deve repassar 10% do faturamento ao município, além de bancar uma reforma de R$ 60 milhões. O contrato será assinado nos próximo dia

B. Ex-Blog de 17/02/2016:

ZOOLÓGICO DO RIO: QUE LICITAÇÃO É ESSA?

1. A licitação (?!) do ZOOLÓGICO da Prefeitura do Rio está marcada para o dia 25/02 próximo.

2. Estranhamente, a prefeitura vem realizando investimentos que caberiam ao futuro concessionário. São reparos e obras no ZÔO com mais de 100 trabalhadores através da Comlurb, Parques e Jardins, SECONSERVA, SMAC…

3. Só a SMAC (Secretaria de Meio Ambiente) disponibilizou três empresas privadas, alegando operações compensatórias.

4. O valor desta verdadeira doação ao vencedor da licitação (dizem na rádio corredor que será a Cataratas ou controlada, que já tem outras no Rio) é desconhecido do Zoo e da Controladoria.

5. Talvez o TCM saiba. E o MP possa saber

* * *

PREFEITURA DO RIO VENDE IMÓVEIS UM MÊS ANTES DA ELEIÇÃO!

1. Trata-se de aviso de licitação da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público Privadas -SecPar.

Concorrência:
Objeto: Alienação do Imóvel Municipal localizado na Rua Marquesa de Santos s/nº, em Laranjeiras.
Valor: R$ 7 milhões e 700 mil reais

Conheça.

2. Desincorporação de terrenos da Rio-Urbe para vender.

PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO,
DECRETA:

Art. 1º Ficam desincorporados do patrimônio da RIOURBE os imóveis abaixo descritos, pelos valores contábeis registrados no último balanço patrimonial da empresa –31/12/2015, reduzindo-se os valores de seu capital social no respectivo quantitativo de ações:

1. imóvel caracterizado por área de 3.186,04 m², destinada a Praça, do PAL 42.840, registrado sob a matrícula nº 56.753, do 4º Serviço Registral de Imóveis do Rio de Janeiro

2. imóvel caracterizado por área de 1.843,90 m², destinada a Serviço Público, do PA 42.839, registrado sob a matrícula nº 99.046, do 4º Serviço Registral de Imóveis do Rio de Janeiro

3. imóvel caracterizado por área de 16.481,00 m², destinada a Praça, do PAA 5815, registrado sob a matrícula nº 193.196, do Registro de Imóveis do 9º Ofício do Rio de Janeiro

4. imóvel caracterizado por área de 3.850,50 m², do PAA 10.639 e PAL 41.945, registrado sob a matrícula 144.443, do 4º Serviço Registral de Imóveis do Rio de Janeiro

5. imóvel caracterizado por área de 3.820,00 m², do PAA 7.154 e PAL 21.660, registrado sob a matrícula 121.439, do 8º Serviço Registral de Imóveis do Rio de Janeiro

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016 –

EDUARDO PAES

01 de setembro de 2016

BRILHANTE DISCURSO DO SENADOR CAIADO, ONTEM, DEFENDENDO O IMPEACHMENT!

Tenho a certeza que o Brasil vai tirar algumas lições deste processo.

A primeira lição é que o presidente deve respeitar o orçamento. Não tratá-lo como peça de ficção ignorando prerrogativas do Congresso;

Que o presidente não deve avançar no dinheiro público para fazer populismo, demagogia e políticas irresponsáveis;

Que o presidente não deve avançar no dinheiro público para realizar esse populismo bolivariano promovido por Dilma e Lula;

Tiramos a lição de que o presidente não pode enganar, iludir uma população inteira realizando o maior estelionato eleitoral já visto.

Esta é, sim, uma sessão histórica. Sim, esta é uma sessão em vamos definir quem são os verdadeiros “canalhas” da política brasileira

Os “canalhas” da política brasileira são aqueles que assaltaram a Petrobras. Que se enriqueceram com dinheiro público;

“Canalhas” são aqueles que tomaram o dinheiro público para ganhar eleições. Que tiraram esse dinheiro da saúde e da educação;

“Canalhas” são aqueles que levaram o Brasil a uma situação crítica de desemprego e inflação ocultando a crise e acabando com a credibilidade do país.

Este é um momento de assepsia da política brasileira. Momento de tirar todo o tecido contaminado da política nacional;

É o momento do ressurgimento da esperança do cidadão com a política do país. Do resgate da moralidade de quem quer ver o dinheiro público respeitado;

O Brasil mandou o seu recado: todo político agora tem que ter responsabilidade com aquilo que se compromete na campanha eleitoral.

31 de agosto de 2016

PESQUISAS, PROPAGANDA ELEITORAL E VOTO! COMEÇOU A CAMPANHA NA TV!

1. As pesquisas recentes reiteraram as pesquisas anteriores sobre os principais problemas sentidos pelo Carioca. Por exemplo, o Datafolha de 23/08. Os principais problemas indicados pelos eleitores são: Saúde/ hospitais/ postos de saúde: 46% / Segurança/ violência/ criminalidade: 25% / Educação/ escolas/ creches: 8%

2. Em função disso, observando as inserções e os programas eleitorais na TV neste início de campanha eleitoral verificamos que os candidatos a prefeito, basicamente, seguem essas questões destacadas nas pesquisas.

3. A exceção é Jandira Feghali, que traz, em seus programas, inserções, e até no primeiro debate, a eleição para o plano nacional. Enfatiza a questão do impeachment defendendo Dilma e Lula. Lula é o destaque defendendo a candidatura de Jandira. A pesquisa Datafolha mostrou que 14% dos eleitores votariam com certeza em candidato a prefeito indicado por Lula. Jandira agrega a Lula gratuidade para estudantes no transporte público para chegar na fronteira dos 15%, mesmo numa campanha de anticandidata.

4. É provável que essa eleição reproduza 1992 em que o segundo candidato passe para o segundo turno com até 16% (incluindo os brancos e nulos). Portanto, o objetivo de ficar no entorno dos 15% deve atrair todos os candidatos do segundo bloco (excluindo Crivella).

5. Pedro Paulo tem enfatizado a questão da saúde pública. Mais da metade das clínicas da família que cita já existiam como postos de saúde da família, postos de saúde e centros municipais de saúde e, portanto, a atratividade do que diz deve ser menor do que imagina. Mas o intrigante é por que, depois de quase oito anos de governo, 46% da população destaca a saúde como o maior problema. Por que acreditaria agora em promessas nesse setor? Não vai esquecer das campanhas anteriores dos postos de saúde 24h e das UPAs.

6. A segurança pública/violência como segunda prioridade para 25% dos eleitores atrai a comunicação de Bolsonaro e Indio da Costa. Aqui também resta saber se o eleitor vai acreditar que a prefeitura, através da Guarda Municipal armada, teria condição de contribuir como polícia, ou se acha que é pura demagogia eleitoral.

7. Ou seja: destacar algo como prioridade entre os problemas que enfrenta não quer dizer que o eleitor veja o prefeito hoje como solução para esses problemas. E, com isso, pode não ser um condutor de voto.

8. Indio da Costa, fantasiado de Steve Jobs, tem enfatizado em seus programas sua própria imagem em plano fechado na TV. E sublinhado sua experiência de gestão nos governos que participou. Sua comunicação -por enquanto- não é funcional, mas personalística. Gera mais memória de sua imagem e seu nome ao eleitor, em relação aos demais, o que é verdade. Mas levará ao voto?

9. Crivella usou os primeiros programas eleitorais para apresentar sua biografia. Procura descolar-se da percepção de pastor evangélico e mostrar sua experiência e capacidade. E, com isso, dar sustentabilidade a sua folgada liderança nas pesquisas.

10. Osório ainda não conseguiu fixar sua imagem e seus compromissos. E trilhou no segundo programa o perigoso caminho da antipolítica enfatizando uma candidatura independente de partidos e políticos.

11. Os demais, com um tempo mínimo de TV, querem apenas gerar alguma memória. Exceção de Freixo, que usa seus segundos na TV para levar o eleitor às redes sociais e às ruas. Esse caminho re-atrairá seus leitores básicos, que são os jovens, e os de maior nível superior. Que fôlego potencial terá?

30 de agosto de 2016

IBOPE-DATAFOLHA: AS DUAS PRIMEIRAS PESQUISAS PARA PREFEITO DO RIO!

1. Com um intervalo de 4 dias desde o último fim de semana da Olimpíada, o IBOPE primeiro e o Datafolha em seguida entraram em campo para avaliar as intenções de voto para prefeito do Rio. Nos dois casos a proximidade da Olimpíada incorporou este fator.

2. Há muito tempo que não se via duas pesquisas de início da campanha eleitoral darem resultados tão parecidos. E não apenas nos números totais mas também nos cruzamentos. Esse pode ser um sinal de uma proporção alta de voto cristalizado.

3. As ruas estão limpas de cartazes no solo e de cartazes nos imóveis, criando uma sensação europeia de eleição. Ou seja: quem não sabe que se está em campanha eleitoral não saberá, pelo menos por enquanto.

4. Em ambas as pesquisas Crivella dispara entre os de menor nível de instrução e menor renda. Da mesma forma, Freixo mais que dobra suas intenções de voto entre os de maior renda e nível de instrução, acompanhado num patamar um pouco menor de Bolsonaro.

5. Entre os homens, Bolsonaro ocupa o segundo lugar, mas desaba entre as mulheres. Entre os jovens e de forma paralela, Freixo e Bolsonaro crescem. Esse crescimento ocorre mais entre os mais jovens mas se estende uma proporção um pouco menor até os 34 anos.

6. Crivella dispara (47%) entre os Evangélicos, mas não cai tanto entre os católicos 24%. Freixo cresce dobrando suas intenções de voto entre os “sem religião”. Entenda-se: não se trata de ateus, mas dos que não seguem nenhuma igreja mas acreditam em Deus. Aqui Freixo tem 22%.

7. Crivella mostrou habilidade ao estrear na cobertura do RJTV-2 visitando Dom Orani, cardeal católico, com direito à imagem e exposição e escolhendo a questão social como tema.

8. Os demais candidatos pouco oscilam entre os cruzamentos, sem pontos de alavancagem, por enquanto. Ainda é cedo para se prever o impacto do pré-desmaio de Bolsonaro nas suas intenções de voto pela contradição que pode provocar.

9. A TV entrou sexta-feira com tempo global menor e sem uma excessiva agregação a favor de um candidato. Tende a ser uma renhida eleição para o segundo lugar. Os cruzamentos mostram que, hoje, o potencial de crescimento de Freixo é maior em função de seu espalhamento e força indutora de seus focos.

10. Por exemplo. Caetano Veloso cantará o hino nacional na posse da ministra Carmem Lúcia, nova presidente do STF. E, ao mesmo tempo, no programa e nos comerciais do Freixo na TV, Caetano Veloso canta o jingle de Freixo. Isso no início da reta final da campanha.

29 de agosto de 2016

COMENTÁRIOS SOBRE O PRIMEIRO DEBATE PARA PREFEITO DO RIO NA TV BAND!

1. Jandira Feghali assumiu uma postura de anticandidata. Ofegante, destacou sua defesa de Dilma e repetiu a ladainha de golpistas àqueles cujos partidos votaram pelo impeachment. Marcou sua presença pela agressividade, especialmente contra Pedro Paulo do PMDB. Procurou colá-lo a Eduardo Cunha e voltou ao tema da agressão contra a mulher. Sua roupa estampada, não recomendada para debates em TV, mostrava a despreocupação com a avaliação da audiência. Cumpriu sua missão, que não era vencer a eleição.

2. Molon foi o que se saiu melhor. Focou bem a câmera se dirigindo ao eleitor. Fez críticas sistêmicas ao prefeito. Mostrou que o treino em plenário nesses dois anos lhe serviram muito. Faltou suavizar um pouco as feições quando fazia suas propostas. Ocupou bem o espaço de Freixo no debate. E mostrou-se como o mais preparado.

3. Indio da Costa tem usado camisas collants pretas desde os comerciais partidários dos últimos 2 semestres. Ele ou seu marqueteiro devem ter querido gerar uma semelhança com Steve Jobs. No final uma caricatura. Entrou no tema segurança e distribuiu tiros à Prefeitura/Pedro Paulo, Jandira/Dilma e Crivella. O tiro a Crivella é um erro tático, pois quem disputa a ida ao segundo turno e o mesmo eleitorado com ele são Osorio, Pedro Paulo e Bolsonaro.

4. Bolsonaro entrou no tema segurança na primeira pergunta. Prometeu transformar a Guarda Municipal numa subpolícia e armá-la. Na segunda pergunta mostrou insegurança. E depois passou mal, com queda de pressão, quase desmaiando. Essa imagem terminou sendo contraditória a seu discurso forte.

5. Pedro Paulo mostrou ter passado por uma imersão em mídia-training. Seu diretor/instrutor deve ter enfatizado um rosto de calma com leves sorrisos sustentáveis. Mas seus sorrisos foram artificiais e oscilaram entre cinismo e deboche. Errou ao oscilar seu olhar entre a quem respondia e a câmera e, com isso, não falou para o eleitor. Enfatizou BRT e VLT. Se fosse feito o que propôs, o Rio seria uma teia de aranha. Mostrou que seu treinamento para responder a ataques em relação à mulher não foi bem assimilado e seu rosto mostrou muito mais insegurança que a indignação-suave treinada. Ganhou medalha de ouro em lançamento de chutes/números.

6. Crivella –como líder folgado nas pesquisas- procurou sempre ganhar tempo. Frases suaves quase pastorais. Mostrou que sua equipe está bem informada sobre a prefeitura. Escolheu um caminho fácil de memorizar ao fazer críticas pontuais à administração e sempre carregando nas questões sociais. Se não ganhou, certamente não perdeu. Saiu como entrou.

7. Osório foi o que menos proveito tirou do debate. Não falou com a eloquência que tem em suas entrevistas, palestras e reuniões domiciliares. Ficou oscilando e confundindo os que assistiam por ter sido e não ser da prefeitura, por ter sido e não ser gestor olímpico…. Ao tratar do BRT mostrou isso claramente. Não conseguiu ser propositivo e nada do que disse gerou memória. Se disputava eleitor com Índio, saiu perdedor.

8. Todos procuraram mostrar conhecimento da prefeitura, citando números e porcentagens. A questão fiscal ficou à margem das promessas. Nenhum deles convenceu a respeito. Uma tabulação mostraria a intensidade dos chutes. Freixo não perdeu nada em não ter ido.

26 de agosto de 2016

“ATLETAS DEVEM TER MUITO CUIDADO COM A SÍNDROME-2014”!

Ex-Blog entrevista fisioterapeuta de uma das equipes olímpicas. A pedido, as letras LL o designarão.

1. Ex-Blog: O que você está chamando de Síndrome-2014?
LL: Passei a usar esta expressão após a Copa do Mundo de 2014. Nela, vários jogadores do Brasil, e talvez o atleta David Luiz tenha sido o maior exemplo, se excitavam de tal maneira que eram ao mesmo tempo jogadores e torcedores. O entusiasmo os levava às lágrimas antes mesmo do jogo começar. Durante os jogos, a qualquer jogada, desde a mais simples, ao chutar uma bola para a lateral, vibravam como se tivesse sido um gol.  

2. Ex-Blog: E como isso afetava o rendimento deles?
LL: De duas formas. Fisicamente, com perda adicional de peso desde a entrada em campo ao ouvir o hino nacional. Se um jogador de futebol perde, por exemplo, três kg num jogo, a excitação adicional, a Síndrome-2014, pode ocasionar a perda de até mais um kg. E emocionalmente, perdendo o foco, se integrando à torcida e transformando erros e gols do adversário em uma sensação de perda terminal e até de traição à pátria.

3. Ex-Blog: A Síndrome-2014 ocorre apenas em disputas coletivas como futebol, basquete e vôlei ou também em provas individuais?
LL: Depende da interação com a torcida. Em geral, mais nas disputas coletivas pelo entorno de torcedores nos estádios e arenas. Mas também nas individuais. Nas individuais o efeito é mais emocional. Dizer que um atleta individual (ginasta, tenista, nadador, lutador, corredor, saltador…) desenvolve um foco que se descola do barulho da torcida não é verdade. Ele é treinado mentalmente, além de fisicamente, o que os atletas nos esportes coletivos em geral não são. Mas ele ouve o entorno, mesmo durante a prova. Exemplo maior são os tenistas, que se desconcentram se no seu raio de visão ocorrer qualquer movimento. Eles exigem um silêncio completo para jogarem e um a imobilização da torcida. Nas Olimpíadas, o tenista Del Potro não sacava se não tivesse essa garantia. Caminhava para trás e esperava a disciplina da torcida. Bolt, na preparação para as partidas das provas, fazia um sinal da cruz para se concentrar e pedia absoluto silêncio nas saídas.

4. Ex-Blog: Poderia citar, na Olimpíada do Rio, exemplos de derrotas brasileiras em função da Síndrome-2014?
LL: Não gostaria de fazê-lo. Mas um exemplo foi tão flagrante que deveria ser usado na pedagogia de preparação dos atletas: o vôlei feminino de quadra. A TV fazia questão de dar closes bem fechados nas jogadoras brasileiras. Às vezes até quase só na boca aberta de um grito. Nesse exemplo fica claro que a perda de peso e o descontrole ocorreram progressivamente. A equipe, no primeiro set, era uma, muito superior às adversárias. A excitação as afetou fisicamente e com os sets seguintes, emocionalmente, na medida em que vinha a pré-expectativa de derrota.

5. Ex-Blog: É o caso do atleta de salto com vara francês que alegou ter perdido a medalha de ouro pelo barulho da torcida.
LL: Eu li no dia seguinte nos jornais e pedi para ver várias vezes o salto dele, desde a concentração para o antes da corrida para o salto. Vi e revi as feições dele. O que ele alegou (que o barulho, as vaias da torcida o prejudicaram) não foi verdade. Até poderiam ter sido. De fato, no salto do atleta brasileiro houve silêncio, mas muito mais pela expectativa da torcida. É um salto que mal chega a 3 segundos. Olhando as feições faciais do atleta francês, o que se vê, ao contrário da excitação, é uma espécie de desprezo pelo adversário e a certeza da vitória. Realmente houve um fator emocional, mas não o que ele afirmou e sim um certo relaxamento pela certeza da vitória. O atleta brasileiro, desde os primeiros saltos, vinha com seu técnico se exigindo mais, pedindo alturas maiores, ao contrário do francês que se sentia pré-ganhador. Quando no pódio, na entrega das medalhas, o francês chorou, isso ficou claro.

6. Ex-Blog. Que ensinamentos se pode tirar da Síndrome-2014?
LL: Nos esportes coletivos, nossos técnicos, de todos os esportes, deveriam fazer um estágio na liga americana de basquete, a NBA, especialmente no que eles chamam de playoffs. Nos EUA, numa cidade, em geral, só está presente e torcida da equipe dessa cidade. Até o telão em cima da quadra excita os seus e desestimula os adversários com imagens e sons. Os atletas vibram, o banco vibra, mas não há nenhuma superexcitação. Após uma cesta espetacular a favor ou uma reclamação aos juízes, o retorno ao estado de tranquilidade inicial é instantâneo. É só olhar na TV. Os pedidos de tempo pelos treinadores têm também este objetivo. Eles não excitam os jogadores. Mostram táticas num prancheta que cumpre a função de tranquilizar.

7. Ex-Blog: Ou seja, em função da Síndrome-2014 as equipes técnicas devem incluir o treinamento relativo ao autocontrole mostrando pedagogicamente as consequências físicas e mentais?
LL: Sim exatamente isso.  

25 de agosto de 2016

CICLOTIMIA POLÍTICA DE UM GRANDE EVENTO DE CARÁTER POPULAR! OLIMPÍADA-2016: UM CASO!

1. Um grande evento de impacto popular como os casos da Copa do Mundo e da Olimpíada tem sempre 3 fases. E em cada uma delas -governo e oposição- oscilam, ganham e perdem.

2. Na primeira -anterior ao evento- a oposição destaca os pontos negatives ou polêmicos. Questiona se os recursos aplicados no evento, que tem caráter lúdico e atende muito mais as pessoas de maior renda, não seriam melhor aplicados em direção aos mais pobres. Questiona se houve superfaturamento nos gastos. Questiona se houve privilegio na seleção de fornecedores, etc.

3. Na segunda fase, durante o evento (e supondo um impacto positivo), como foram os casos da Copa do Mundo e da Olimpíada, o governo exponencia sua comunicação, sua publicidade e a sinergia com os meios de comunicação que absorvem a audiência ampliada com patrocínios.

4. A terceira fase ocorre após o evento. Imediatamente, o governo procura alargar virtualmente o evento com fatos e declarações. A oposição retoma a crítica feita anterior ao evento. Quanto mais o tempo passa, mais forte é a comunicação da oposição. Quanto mais curto o tempo, mais favorável ao governo.

5. Mesmo a eventualidade de fatos e desvios graves levantados, as comprovações não ocorrerão em curto prazo, em função do tempo necessário às investigações e auditorias.

6. No caso da Olimpíada 2016, com eleições quase coladas ao grande evento, a vantagem do governo é aparentemente maior. Por que aparentemente? Paradoxalmente, quando maior o impacto e a excitação popular durante o evento, maior será o risco, porque o momento seguinte será depressivo. Nas palavras de Carlos Drummond de Andrade: “E agora José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora José?”

7. Essa sensação ocorrendo, o desafio da comunicação do governo será enorme. Lembre-se que esses eventos envolvem diretamente talvez 20% dos eleitores e entre estes os que gostam de esporte -por exemplo- mas não do governo. E há os que se sentiram prejudicados pelo trânsito, pela suspensão de serviços públicos, etc. A audiência das novelas praticamente não mudou, um sinal que a colagem do evento foi maior nos setores de maior renda.

8. Neste ano 2016 de Olimpíada e eleições, ter um termômetro colado no humor da opinião pública pós-evento é fundamental para todos, numa espécie de tracking (pesquisa diária). Fundamental para o governo e fundamental para a oposição.

* * *

ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE A PESQUISA IBOPE PARA PREFEITO DO RIO!

1. 54% dos eleitores não se interessam pela eleição municipal desse ano. 46% se interessam.

2. Crivella. Ponto forte das intenções de voto: Até a 4 série 46%. Ponto fraco: Nível Superior 14%.

3. Freixo. Ponto forte: 16 a 24 anos 22% e Nível Superior 18%. Ponto fraco: Até 4 serie: 1%.

4. Bolsonaro. Ponto forte: Homens 16% e Nível Superior 15%. Mulheres 6%.

5. Maiores porcentagens dos que acertaram o número dos candidatos. Crivella 14%. Pedro Paulo 14%. Freixo 8%.

6. Independente de em quem você vai votar, quem você acha que vai ganhar a eleição? Crivella 30%, Pedro Paulo 11%, Freixo 7%, Bolsonaro 7%.

24 de agosto de 2016

ELEIÇÃO PARA PREFEITO DO RIO: GOVERNO E OPOSIÇÃO!

1. Como ocorre sempre, independente do nível de popularidade ou impopularidade do prefeito em exercício, o candidato desse à reeleição de seu governo, será alvo dos candidatos da oposição. Ou seja, é melhor mudar ou continuar.

2. Nesse sentido, o desgaste sofrido pelo candidato do prefeito, Pedro Paulo, em função do caso com sua esposa amplamente divulgado, passou nos últimos dias por uma decisão jurídica. Tanto o procurador geral Janot como em seguida o Ministro Fux do STF entenderam que os fatos não caracterizavam a origem das agressões.

3. Do ponto de vista jurídico fortalece o argumento do candidato. Do ponto de vista político-eleitoral os desdobramentos serão mais complexos, pois dependerão do tipo de reação da opinião pública. Para a oposição os fatos não irão alterar seus argumentos. A intensidade da resultante de opinião só se conhecerá mais perto da eleição.

4. Outro elemento importante será o impacto da Olimpíada sobre a decisão de voto. Naturalmente, o candidato do prefeito maximizará a repercussão do evento sobre o voto, usando os programas de TV para capitalizar. Do outro lado, a oposição sublinhará as questões do gasto e a ausência de prioridade social numa cidade com tantas diferenças.

5. Outra vez, a força dos argumentos e da propaganda em campanha e de seus multiplicadores sobre a opinião das pessoas construirá a resultante eleitoral, coisa que só se poderá medir na segunda quinzena de setembro. É um jogo complexo porque as críticas não poderão passar como desinteresse pela cidade. E a publicidade correrá sempre o risco de passar como se o evento tivesse resolvido os problemas do Rio.

6. Um elemento novo surgiu com a última intenção de voto divulgada pelo instituto Paraná Pesquisa. No geral, reproduziu as demais pesquisas conhecidas antes da Olimpíada com Crivella acima dos 20%, Freixo acima dos 10%, Bolsonaro em seguida, e Feghali, Pedro Paulo, Osório e Molon com 5% ou menos.

7. A pergunta, aliás tradicional em pesquisas eleitorais, ao eleitor, que candidato independente de seu voto ele acha que ganhará a eleição, Crivella se mantém em seu patamar e a única mudança sensível é a intenção de voto no candidato do governo Pedro Paulo emparelhar com Freixo.

8. É um fenômeno comum o eleitor médio achar que o fator governo com que tem convivido nos últimos anos cria uma vantagem sobre os demais. Mas será a própria campanha que trará a resultante dos pontos negativos e positivos do governo e se vale a pena continuar ou se o tempo produziu o conhecido desgaste de material e é melhor mudar.

                                                    * * *

PESQUISA PARA PREFEITO DO RIO:  IBOPE OLÍMPICO!

1. Não poderia haver um pior período para se fazer uma pesquisa eleitoral no Rio do que no coração da Olimpíada. Especialmente nos bairros com equipamentos olímpicos e com uma ampla interação e mobilização dos moradores nestas áreas.

2. Foi exatamente nesse período que o IBOPE escolheu para fazer o campo de sua pesquisa. Ouviu 805 eleitores no último fim de semana olímpico e no dia seguinte -segunda- quando a Olimpíada atingia seu auge de excitação pública. Mesmo nos bairros -digamos- não olímpicos, a intensa cobertura das TVs terminou envolvendo os demais moradores.

3. Na pesquisa estimulada do IBOPE por intenção de voto, Crivella do PRB lidera com 27% das intenções de voto. Em seguida vem Freixo com 12% e Bolsonaro com 11%. No segundo grupo Jandira e Pedro Paulo estão empatamos com 6%, seguidos de Índio da Costa com 5%, Osório com 4% e Molon com 2%, etc. 25% não escolheram nenhum deles.

4. Comparando com pesquisas de final de junho -antes da vibração olímpica- e portanto 50 dias atrás, Crivella até cresce, mas levemente. Freixo e Bolsonaro ficam onde estavam. A oscilação dos demais candidatos também é quase nenhuma, talvez com exceção de Pedro Paulo -candidato do prefeito- que cresceu 2 pontos.

5. A avaliação do prefeito Eduardo Paes fica aquém do que se imaginava com a exposição que teve nesse período. Ótimo+Bom 27% e Ruim+Péssimo de 32% com um saldo negativo de menos 5%. O evento melhorou a avaliação dele, embora menos do que se imaginava. 50 dias atrás seu saldo negativo era de menos 10%.

6. O IBOPE perguntou sobre a rejeição aos candidatos. Crivella e Jandira com 35% e Pedro Paulo com 33% tem os piores resultados. Comparando com as intenções de voto, Crivella tem saldo negativo de menos 8%, Jandira de menos 29% e Pedro Paulo de menos 27%. Bolsonaro com 31% tem saldo negativo de menos 20%. Freixo com 25% de rejeição tem saldo negativo de menos 13%. Índio, Osório e Molon menos 16%.

7. Para se ter uma ideia, em S.Paulo o IBOPE mostra Russomano líder na pesquisa com saldo positivo de mais 9%. Haddad tem um saldo negativo de menos 43%. Marta de menos 18%. Erundina menos 16%. Doria menos 3%.

23 de agosto de 2016

INÍCIO DA CAMPANHA PARA PREFEITO DO RIO. PRIMEIRO CONFLITO POLÍTICO-JURÍDICO: ACESSO DOS CANDIDATOS AOS DEBATES NA TV!

1. Passada a Olimpíada, durante a qual as campanhas para prefeito ficaram ocultas, a campanha aberta teve início. Como ocorre sempre, os partidos -convidados pelo TRE- foram chamados para serem informados sobre as regras do jogo, ou seja, a interpretação que o TRE formaliza da legislação eleitoral aprovada após as eleições de 2014.

2. Pela nova legislação, só terão direito a participar dos debates pela TV os candidatos dos partidos com um mínimo de deputados federais. Isso não significa proibição. Essa só ocorreria se alguns candidatos não concordassem com a participação de um candidato de partido com um número menor de deputados.

3. Nas eleições anteriores, as emissoras de TV usavam como referência às pesquisas de opinião. Ou seja, um candidato com um mínimo de intenções de voto seria convidado a participar. Por esta regra, o deputado Marcelo Freixo, segundo nas pesquisas de intenção de voto, participaria.

4. No primeiro debate marcado, a emissora de TV usou um critério salomônico: na medida em que os demais concorrentes não se opusessem, todos os candidatos com sensibilidade nas pesquisas participariam. Mas, até de forma surpreendente, pelo menos três grandes partidos não concordaram com a participação de Freixo.

5. Do ponto de vista político, esta negativa é um erro por três razões. Primeiro porque sinaliza um certo temor a esgrimir argumentos com o candidato vetado. Segundo porque numa eleição em dois turnos é importante para os candidatos que têm potencial para ir ao segundo turno que o eleitor dos demais que não cheguem ao segundo turno não acumulem rejeição e eles.

6. Terceiro porque os candidatos que vetaram a participação de Freixo nos debates introduziram um tema contra eles que não estava na campanha. Serão instados sistematicamente a responder por que, pois criaram uma sensação de que não são democráticos.

7. Se a lei não é determinativa, ou seja, não cria um direito para os demais candidatos, ter passado a ser pela interveniência desses outros candidatos é um erro. Resta agora saber o impacto desses fatos sobre a opinião pública. De nada adiantará não tratarem do assunto porque os militantes da outra candidatura, os candidatos a vereador e o próprio candidato irão explorar. E, é claro, as redes sociais, onde a presença de Freixo tem gerado um multiplicador muito maior que dos demais.

8. Finalmente, no domingo, a Band ofereceu uma solução que amplia o debate para todos os 11 candidatos – inclusive os de partido sem representação na Câmara. A proposta foi aceita por todos os candidatos.

* * *

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DOS EUA: PESQUISA PEW RESEARCH CENTER!

Números e curiosidades da última pesquisa da conceituada Pew Research Center, realizada entre os dias 9 e 16 de agosto. Com os números é possível ver que o perfil dos eleitores de Trump é majoritariamente de brancos evangélicos sem ensino superior; e que as eleições deste ano está muito mais definida por “não deixar o outro vencer”.

Clinton 41%, Trump 37%, Johnson 10%, Stein 4%

Mulheres: Clinton 49%, Trump 30%
Homens: Clinton 33%, Trump 45%

Com pós-graduação: Clinton 59%, Trump 21%
Com graduação: Clinton 47%, Trump 34%

Eleitores de Trump:
Brancos sem graduação: Trump 51%, Clinton 26%
Brancos evangélicos: Trump 63%, Clinton 17%

Voto negativo:
Você diria que sua escolha é mais um voto PARA ___ ou CONTRA ___?

Entre aqueles que apoiam os Republicanos:
2016: Contra Clinton 53%, Para Trump 44%
2008: Contra Obama 35%, Para McCain 59%

Entre aqueles que apoiam os Democratas:
2016: Contra Trump 46%, Para Clinton 53%
2008: Contra McCain 25%, Para Obama 68%

Percepção do candidato:
% de eleitores que dizem que cada um seria um(a) ___ presidente se eleito(a).
Clinton: Ótima 11%, Boa 20%, Regular 22%, Ruim 12%, Péssima 33%
Trump: Ótimo 9%, Bom 18%, Regular 15%, Ruim 12%, Péssimo 43%

Visão do futuro, passado:
Comparada com 50 anos atrás, a vida para pessoas como você, na América, é…
Todos eleitores: Pior 47%, Melhor 36%, Mesma 13%
Eleitores de Clinton: Pior 19%, Melhor 59%, Mesma 18%
Eleitores de Trump: Pior 81%, Melhor 11%, Mesma 6%

O futuro da próxima geração de americanos será ___ comparado com a vida hoje.
Todos eleitores: Pior 49%, Melhor 24%, Mesmo 22%
Eleitores de Clinton: Pior 30%, Melhor 38%, Mesmo 28%
Eleitores de Trump: Pior 68%, Melhor 11%, Mesmo 15%

Essas duas respostas podem ter sofrido influência do perfil dos eleitores de Clinton, pois 24% de seus eleitores são negros e 10% hispânicos (contra 87% de eleitores brancos de Trump), e 28% de seus eleitores se encontram na menor faixa de renda (menos de USD 30 mil/ano), contra 40% que se encontram na classe média, de Trump.

Controle de segurança sobre americanos muçulmanos:
% de eleitores que dizem que como parte dos esforços do governo no combate ao terrorismo, muçulmanos vivendo nos EUA…
Todos eleitores: Não devem ser alvo de mais controle de segurança 64%, Devem ser alvo de mais controle de segurança 30%
Eleitores de Clinton: Não devem ser alvo de mais controle de segurança 82%, Devem ser alvo de mais controle de segurança 14%
Eleitores de Trump: Não devem ser alvo de mais controle de segurança 37%, Devem ser alvo de mais controle de segurança 57%

Economia e Governo:
Aumento do salário mínimo federal de USD 7,25/hora para USD 15/hora.
Todos Eleitores: Contra 46%, A favor 52%
Eleitores de Clinton: Contra 17%, A favor 82%
Eleitores de Trump: Contra 76%, A favor 21%

% de eleitores que dizem que…
Todos eleitores: O governo não tem como fazer mais para ajudar quem precisa 48%, O governo deve fazer mais para ajudar quem precisa 47%
Eleitores de Clinton: O governo não tem como fazer mais para ajudar quem precisa 25%, O governo deve fazer mais para ajudar quem precisa 72%
Eleitores de Trump: O governo não tem como fazer mais para ajudar quem precisa 71%, O governo deve fazer mais para ajudar quem precisa 21%

22 de agosto de 2016

OLIMPÍADA-2016! GESTÃO DAS COMPETIÇÕES UM SUCESSO! GESTÃO ESPORTIVA/COMPETITIVA DO COB UM FRACASSO!

1. Como este Ex-Blog já comentou antes, são 4 as razões que levam os países a disputar a sede da Olimpíada: a imagem global da cidade-sede; a capacidade de realizar o evento; o legado urbano; o legado esportivo. A profunda crise econômica-política-social-ética e os problemas de segurança pública afetaram o fator imagem, o que não é culpa dos organizadores do evento.

2. As transmissões de TV, seja a NBC emissora oficial, seja a excelente complementação da TV Globo/SporTV, exaltaram as belezas naturais do Rio e tiveram um sentido pedagógico. O legado urbano foi minimizado nas transmissões, na medida em que caberá ao tempo produzir os efeitos na percepção das pessoas.  Mais uma vez, desde a organização da ECO-RIO-92, a articulação entre o governo federal e a prefeitura do Rio mostrou a capacidade de promover grandes eventos.

3. Finalmente o legado esportivo. Há que dividi-lo em duas partes. A primeira é relativa ao caráter internacional da Olimpíada. Tanto na organização do COI, através do comitê local, da atratividade para as plateias, para os países, para as equipes, para grandes atletas, quanto em relação aos resultados, com novos recordes mundiais e olímpicos, qualidade da competição, da disciplina e das arbitragens, foi uma Olimpíada que nada deixou a dever às anteriores, desde o show de abertura ao de encerramento.

4. No entanto, o impacto esportivo interno sob gestão do COB fracassou. É compulsório que sempre o país-sede aumente consideravelmente o número de medalhas conquistadas. Além dos 7 anos entre a escolha do país-cidade sede, que permite uma preparação intensa de atletas selecionados, ainda existe a vantagem do clima, dos torcedores, do ambiente urbano conhecido, do tempo de preparação no local, etc.

5. O legado esportivo interno é a mudança do patamar de competitividade do país-sede candidato durante o evento e depois. Para isso, mesmo antes da escolha 7 anos antes, se inicia um processo de qualificação de atletas de alto rendimento. Para isso, o COI estimula que as cidades candidatas sejam sede de “olimpíada” regional, como os Jogos Pan-americanos, no caso do Rio de Janeiro em 2007. Cada vez que um/uma atleta de 19/20 anos subia ao pódio, e foram centenas, deve-se lembrar que quando o Rio foi escolhido para sede eles tinham 12/13 anos.

6. Um número usado como referência para a nova sede é o aumento das medalhas conquistadas em pelo menos 10. Esse passou a ser um objetivo, ou quase uma certeza em países com estrutura básica. A escolha de Atenas foi uma exceção porque guardou a simbologia da origem da Olimpíada, cem anos depois da primeira Olimpíada da era moderna, de modo a que se preparasse dada a complexidade arqueológica e urbana da cidade.

7. Desde que o sinal para Atenas foi dado em 1996, ano do Centenário, Grécia, em Atenas, obteve 8 medalhas, em 2000 cresceu para 13 medalhas e em 2004 quando foi sede, obteve 16 medalhas. Na medida que o trabalho esportivo não foi sustentável após a Olimpíada a Grécia retornou a um patamar mínimo, pré-olímpico.

8. China, em 2000, obteve 58 medalhas, em 2004, conquistou 63 medalhas, e quando foi sede em 2008, 100 medalhas potencializando os fatores favoráveis de localização. Superado este fator, a China manteve-se como potência olímpica entre os 5 principais países. Em 2016 alcançou 70 medalhas.

9. A Austrália, quando Sidney foi sede em 2000, cresceu para 58 medalhas. Agora em 2016 atingiu 29 medalhas. A Grã-Bretanha criou um forte programa de apoio à atletas de alto rendimento em 2000 quando atingiu apenas 28 medalhas. Quando foi sede em 2012 conquistou 65 medalhas e em 2016, manteve basicamente este patamar com 67 medalhas.

10. O Brasil, no Rio de Janeiro, após os Jogos Pan-americanos de 2007, obteve na Olimpíada de 2008 em Pequim 12 medalhas, sinalizando para sua futura condição de cidade sede. Em 2012 já cidade-sede ganhou 17 medalhas. Em seguida, os analistas do COB projetaram mais 10 medalhas em 2016 quando o Brasil conquistaria algo como 27 medalhas.

11. O resultado foi, nesse sentido, pífio: ficou no mesmo patamar alcançado em Londres, ou 19 medalhas. O grande objetivo do COB era estar no TOP 10. O Brasil ficou em 13º lugar. Com os recursos do COB, através da Lei Piva (244 milhões em 2015), dos patrocínios de empresas estatais, é inevitável responsabilizá-lo pelo fracasso esportivo. Caberia levantamento, auditoria ou mesmo uma comissão de controle apurar as razões desse fracasso numa olimpíada em seus país e numa cidade que sedia o próprio COB.

12. Abaixo, a meta de 25 medalhas para 2016 com as modalidades e os/as atletas correspondentes, projetados em junho de 2016, dentro da tendência de o país sede agregar em torno de 10 medalhas.

Nove medalhas de ouro
Alison e Bruno no vôlei de praia masculino
Larissa e Talita no vôlei de praia feminino
Futebol masculino
Arthur Zanetti nas argolas da ginástica artística
Mayra Aguiar no judô categoria até 78kg
Martine Grael e Kahena Kunze na vela categoria 49er FX
Bruno Soares e Marcelo Melo nas duplas masculinas do tênis
Vôlei de quadra masculino
Vôlei de quadra feminino

Oito medalhas de prata
Ágatha e Bárbara Seixas no vôlei de praia feminino
Robson Conceição no boxe categoria até 60kg
Erlon de Souza e Isaquias Queiróz na canoagem categoria C2 100m
Diego Hypólito no solo da ginástica artística
Alan do Carmo nos 10km da maratona aquática
Ana Marcela Cunha nos 10km da maratona aquática
Robert Scheidt na vela categoria Laser
Duplas mistas de tênis

Oito medalhas de bronze
Fabiana Murer no salto com vara
Rafael Silva no judô categoria acima de 100kg
Maria Suelen Altheman no judô categoria acima de 78kg
Érika Miranda no judô categoria até 52kg
Poliana Okimoto nos 10km da maratona aquática
Jorge Zarif na vela categoria Finn
Bruno Fratus nos 50m livre da natação
Aline Silva na luta olímpica categoria até 75kg

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MEDÍOCRE EVOLUÇÃO DO BRASIL NO QUADRO DE MEDALHAS COMO PAÍS-SEDE!

(Folha de S.Paulo, 22) 1. A evolução do Brasil no quadro de medalhas como país-sede dos Jogos Olímpicos é uma dos piores da história do evento. A delegação chegou ao fim da disputa com 19 pódios, apenas 12% a mais do que os 17 de Londres-2012, até então o recorde de medalhas do país em uma Olimpíada. Em média, sem contar Olimpíadas em que houve boicote, os países-sede acrescentam 13 medalhas à sua bagagem em casa.

2. O desempenho mais destacado foi o da China em 2008, saltando de 63 para 100 pódios. Em Moscou-1980, os então soviéticos foram de 125 para 195, mas não tiveram a concorrência dos Estados Unidos, que haviam decidido boicotar o evento. Nos Jogos do Rio, a Grã-Bretanha conseguiu alcançar uma façanha histórica. O país se tornou o primeiro a superar na Olimpíada seguinte a quantidade de medalhas obtida em casa.  Em Londres-2012, os britânicos, que conquistaram 47 medalhas em Pequim-2008, foram ao pódio 65 vezes. No evento encerrado neste domingo (21), esse número subiu para 67.

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BRASIL GASTOU EM ESPORTES R$ 7,2 BILHÕES EM 2015!

(Coluna do Ancelmo Góis – Globo, 21) A grana do esporte. O Brasil, que está longe de ser uma potência olímpica, não gasta pouco com esportes. Segundo dados da Secretaria do Tesouro, os governos federal, estaduais e municipais gastaram com “desporto e lazer” R$ 7,2 bilhões em 2015.

19 de agosto de 2016

A SITUAÇÃO DO MERCOSUL! ENTREVISTA AO ESTADO DE S. PAULO (13) DO ESPECIALISTA EM RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS FELIX PEÑA, QUE AJUDOU A REDIGIR OS ARTIGOS DO TRATADO DE ASSUNÇÃO!

Professor da Universidade Tres de Febrero, Peña estuda a ligação entre os dois maiores países do bloco, Brasil e Argentina, desde a década de 70, quando o temor de um conflito entre ambos plantou a semente do bloco regional. Em entrevista ao Estado, Peña sugere que os integrantes do Mercosul deveriam se indispor por temas mais importantes do que a presidência do bloco.

1) P- Por que o Mercosul chegou a este estágio? R- Para entender o Mercosul é preciso combinar dimensões política, econômica e legal. Sabíamos que começávamos como um mercado comum cuja meta era articular o sistema produtivo. // P- É a pior crise do bloco? R- Já houve outras. O fundamental é ter as regras do jogo claras e o Mercosul muitas vezes foi fraco nisso. Tendo isso em vista, vai se repetir de novo. // P- Qual é a saída? R- Quando se senta para negociar, se você é Brasil e eu sou Argentina, é óbvio que blefamos no começo. Por isso é preciso um terceiro, alguém que faça o que faz o diretor da Organização Mundial do Comércio, escute as partes e largue um papelzinho com uma posição intermediária. Não temos isso hoje e os presidentes e ministros ficam expostos.

2) P- A presidência do Mercosul ganhou importância repentina? R- Não existe a presidência do Mercosul. Alguém já ouviu falar em presidência da ONU? Existe o presidente da Assembleia. O que diz o Protocolo de Ouro Preto é: o Conselho de Ministros tem uma presidência que muda a cada seis meses, não diz que esse país é o presidente do Mercosul. A cada seis meses se passa a presidência do Conselho, que, para isso, precisa se reunir. // P- Brasil e Paraguai dizem que Caracas não cumpriu as normas. A Venezuela diz que a norma manda trocar a cada seis meses. Quem tem razão? R- Sempre na norma internacional há vazios, os espaços para a política. Eu recomendaria consultar o sistema de resolução de controvérsia, que pode levar um, dois ou três meses pra se manifestar. Quando há um conflito desse tipo não importa a preferência ideológica, ganhar tempo é um bom caminho. Não devemos colocar mais fogo nisso.

3)  P- Esse grupo pode avaliar o que fazer se Caracas não cumpriu as normas de adesão ao bloco? R- Se não cumpriu no prazo o processo de adaptação do ordenamento jurídico nacional, há um bom argumento contra. A resposta da Venezuela, ao questionar não ser o único a descumprir, também é interessante. A única maneira é perguntar aos que sabem. Escutemos os integrantes do órgão consultivo. // P- O Uruguai diz que está colocando o jurídico sobre o político ao defender a posse da Venezuela. Em relações internacionais, o importante é manter o equilíbrio. O problema não é a diferença de opinião, mas se existem formas de arbitragem. Precisamos impedir que a situação agrave problemas entre os países e dentro deles. Talvez isso explique a posição do Uruguai. Tudo indica que na Frente Ampla (coalizão governista de esquerda uruguaia) não haja 100% de acordo sobre o tema.

4)  P- A circunstância em que a Venezuela entrou no bloco tem a ver com a confusão atual? R- Provavelmente. A suspensão do Paraguai, em 2012, causou um ressentimento, uma lembrança da Guerra do Paraguai (Brasil, Argentina e Uruguai se uniram para punir Assunção). Por isso, a Venezuela fez há pouco uma referência à Tríplice Aliança, sabia que é um tema de impacto para os paraguaios. // P- A entrada da Venezuela mais ajudou ou atrapalhou? R- A situação interna se complicou e alguns dizem que há efeitos de contágio. Do ponto estritamente econômico, é um sócio atraente, um bom comprador e poderia produzir grãos como outro sul-americano. Há ainda o tema energia. Foi uma boa decisão incluir o país.

5)  P- O Mercosul resiste à entrada de países com perfil diferente? R- O Mercosul foi concebido como Mercado do Cone Sul. Deveria ser Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. Os chilenos não quiseram. Uma curiosidade é que um minuto antes de fecharmos o acordo, o Celso Amorim (ex-chanceler brasileiro) levantou o braço e propôs modificar um artigo e pediu para mudar o nome, tirar a palavra cone. Aceitamos. // P- O sr. quer dizer que o Brasil já imaginava incluir a Venezuela? P- Sim, era óbvio do ponto de vista brasileiro. Se formos fazer algo, que seja toda a América do Sul. // P- A Venezuela já presidiu o bloco por um ano. O que mudou? R- É preciso perguntar a quem argumenta isso. Tenho impressão que se criou um problema político complicado.

6)  P- O bloco corre risco de divisão? R- A adesão é voluntária, ninguém é obrigado a ficar no Mercosul, são nações soberanas. Isso vale para o Brexit ou para o Mercosul. Agora, se não quer sair ou não tem um plano B, senta e negocia. // P- O conceito dos grandes blocos está em discussão? R- No caso da União Europeia, a razão para a iniciativa britânica foi a guerra. No caso do Mercosul, havia um claro sinal de colisão. E existiam indícios claros de que os EUA entravam para negociar preferencialmente com países da América Latina. Portanto, era claro para Brasil e Argentina que em alguns setores era essencial acertar preferências entre nós.

7) P- Especialistas insistem que o Mercosul está travado. A figura que se imaginou no início segue válida, o trabalho por meio de acordos setoriais. Juntos, podemos sair ao mundo. Não há país que não queira negociar agricultura com Argentina e Brasil.

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TRUMP VOLTA A REFORÇAR O DISCURSO ANTI-ESTABLISHMENT!

(MS) 1. As nomeações de Stephen Bannon e Kellyanne Conway para chefe executivo e gerente de campanha, respectivamente, estão sendo apontadas pela mídia como uma desistência em dar um tom mais moderado a Trump, que pretendia o Partido Republicano e o chefe de campanha Paul Manafort, após quedas nas pesquisas nacionais e nos estados indecisos (Swing States ou Battleground states). Segundo analistas do Wall Street Journal, Washington Post, Real Clear Politics, Politico e USA Today, a tendência é a volta do discurso anti-establishment (contra as instituições oficiais) e um tom mais agressivo que fizeram sucesso durante as primárias.

2. Bannon é ligado à família Mercer, importante família conservadora e que se espera ser agora a principal doadora. As matérias apontam que o rebaixamento de Manafort é a “destruição da última ponte” que ligava Trump aos doadores republicanos mais tradicionais e, portanto, um novo caminho também com relação ao financiamento, já que Trump continua correndo atrás de Clinton na área.

3. Porém, as mudanças, principalmente o nome de Stephen Bannon, dono do site super conservador Breitbart News, têm gerado críticas mesmo de dentro do universo conservador. O site RedState, referência entre os sites conservadores, diz que “Trump julga o caráter e a competência das pessoas somente pelo quão boas elas são com ele. Se a pessoa o elogia, ela faz um ótimo trabalho”. “Se você conhece Bannon você sabe quão desesperada essa jogada é. Ou isso, ou ele já sabe que perdeu e quer recompensar aqueles que o ajudaram a chegar até aqui”.

4. Segundo Rick Tyler, ex-porta-voz da campanha de Ted Cruz, Stephen Bannon tem uma personalidade extremamente volátil e nunca trabalhou em campanhas.

18 de agosto de 2016

OLIMPÍADA, CIDADE, FAVELAS E ESPORTE!

(Entrevista de Cesar Maia, pela internet, a Bruno Vater)

BV- Na opinião do senhor, os jogos trouxeram algum benefício para a população de baixa renda?
R- Tomando como referência o PAN-2007, sim, como as Vilas Olímpicas, o foco no esporte para Pessoas com Deficiência, a atração de jovens de comunidades para os esportes, e não apenas para o futebol, e os esportes por mulheres, e não apenas o vôlei, a visão do esporte como um fator de inclusão, apoiando a associações, ONGs… As escolas municipais e professores de educação física se integraram, assim como iniciativas em comunidades. Nesse sentido, a cobertura da TV GLOBO cumpriu um papel muito mais importante no PAN-2007 que agora, onde se concentrou na mobilização e publicidade.

BV- O prefeito, Eduardo Paes, fala muito da transoeste e Transolimpica. O senhor considera isso um legado para a cidade? Considera que o transporte rodoviário é o caminho correto?
R-  Acho que os corredores de BRTs atravessando, estuprando bairros, como Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Penha, é o mesmo erro do trem suburbano de décadas atrás. O VLT no Centro, alterando os fluxos internos e cortando a Av. Rio Branco é outro erro.

BV- O que o senhor achou da derrubada da Perimetral? E da revitalização da Praça Mauá e criação do Boulevad Olímpico?
R- A revitalização da Praça Mauá certamente foi positiva. Era um projeto integrante do projeto Guggenheim no mesmo píer com o mesmo alcance urbano. A derrubada da perimetral era um objetivo de anos atrás. Mas se estava apenas articulada ao projeto do Porto Maravilha, foi precipitada em uns 20 anos. Vide a situação dos CEPACs, micados, e que nem 10% foram comprados e assim mesmo grande parte por troca por andares virtuais.

BV- O que o senhor acha das remoções para as obras das olimpíadas, como na construção do Parque Olímpico por exemplo?
R- Não entendi a razão da polêmica e fixação na Vila Autódromo, que não conflitava com o Parque Olímpico. Melhor teria sido uma urbanização do local. Terminou sendo uma ação de valorização imobiliária do entorno. E gerou uma ideia de gentrificação desnecessária.

BV- No geral, a Olimpíada vai deixar um legado positivo ou negativo para a cidade?
R- No vetor esportivo, positivo. No vetor imagem da cidade, negativo. No vetor urbano, positivo, embora num tempo bem maior. No vetor formação de atletas brasileiros para 2016, fracassou. O imediato pós-olimpíada será muito polêmico, pois a gestão não-esportiva do evento teve muitos problemas, irritando as pessoas que iam aos eventos e as que não iam. Não trará benefício político aos governantes, como também foi o caso da Copa do Mundo 2014.

 

17 de agosto de 2016

JOÃO HAVELANGE!

Resposta a Sergio Rangel da Folha de S. Paulo.

“A Diretoria do BFR não mudou nome do Estádio Olímpico João Havelange. Nomeou o Estádio de Futebol que passou a se chamar Nilton Santos. O projeto de lei mudando o nome do Estádio Olímpico João Havelange não foi aprovado na Câmara Municipal. Devemos ao Dr. João Havelange a revolução no Futebol brasileiro desde a primeira conquista da Copa do Mundo de 1958. O mundo todo deve ao Dr. João Havelange, a universalização do futebol mundial incluindo todos os continentes. Devemos ao Dr. João Havelange a ideia da Olimpíada no Rio. E depois a conquista da Olimpíada na votação no COI. A inclusão de Doha e sua retirada foi prevista por Havelange. E ele encerrou, em 2009, a defesa do Rio na escolha da cidade sede 2016 num discurso com uma frase que emocionou a todos e que foi aplaudido de pé: ‘Convido a todos vocês estarem no Rio em 2016 para a Olimpíada do Rio e para comemorar os meus 100 anos’.”

                                                    * * *

COM HAVELANGE, BRASIL VENCEU AS COPAS DE 1958, 1962 E 1970!

(Folha de S.Paulo, 17) Havelange é apontado como um dos artífices da escolha do Brasil para sede da Olimpíada. Havelange entrou no esporte pelas piscinas, disputando as Olimpíadas de 1936, como nadador, e 1952, no polo aquático. Tornou-se presidente da CBD, confederação que aglutinava vários esportes, incluindo o futebol. Sob sua administração, o Brasil venceu as Copas de 1958, 1962 e 1970.

2. A partir de 1970, começou a alimentar o sonho de presidir a Fifa. Venceu a eleição de 1974, graças a um acordo com o herdeiro da Adidas, segundo o livro “Invasion of Pitch”. A empresa se tornaria parceira da Fifa, status que mantém até hoje. A ISL se tornou a agência de marketing da entidade até falir em 2001.

3. Como presidente, expandiu as competições da Fifa. Aumentou a Copa de 16 para 24 e depois para 32 seleções, criou os Mundiais sub-20 e sub-17, a Copa das Confederações e o Mundial feminino.

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COMO FOI CONSTRUÍDA A OLIMPÍADA DE 2016 NO RIO!

Trechos da entrevista com Cesar Maia.

(Ex-Blog, 08/08/2016) 1. P- Como começou a campanha da Rio-2004? Quem a criou?
R- Após ser eleito em 1992, em março de 1993 fui procurado pelos srs. João Havelange e Roberto Marinho e os recebi no Palácio da Cidade. Afirmaram que superação da crise de longo prazo do Rio era ser sede de uma Olimpíada. Que eu deveria inscrever o Rio como cidade-candidata. Não seria escolhida a primeira vez, mas a terceira ou a quarta vez. Assim foi feito. Brasília era a cidade candidata à Olimpíada. O COB reuniu seu Conselho e o Rio assumiu o lugar de Brasília. E começou o processo das candidaturas do Rio.

P- O sr pode dar mais detalhes da reunião de Havelange e Marinho com o sr em 1993? Esse debate havia na campanha para prefeito? O pedido deles foi inspirado no sucesso de Barcelona?
R- Em todas as experiências anteriores inclusive Pré-Guerra. Na lógica de Marinho e Havelange as candidaturas sucessivas se reforçam e se ajustam. Todas são importantes por isso.

P- O Rio recebeu uma nota pior do que o Doha na primeira avaliação para 2016. Como se classificou e como superou as desconfianças?
R- Numa reunião no Palácio Guanabara, Havelange disse que a cúpula do COI estava muito preocupada com o poder “influenciador” dos países árabes-petroleiros. E que a imagem que ficaria era de cumplicidade. O argumento da Comissão no dia da escolha das finalistas em Atenas em junho de 2008, depois de lido o nome de Doha é que as áreas de Doha exigiriam descentralizar a Olimpíada, o que não seria possível. O Rio foi incluído no lugar de Doha e já partiu com equipamentos testados no PAN, com a presença dos presidentes das federações internacionais e do COI e com o projeto integrado na Barra pronto na área do autódromo, com 3 equipamentos já construídas e articulados pela Linha Amarela com o Estádio Olímpico para o atletismo, modalidade fundamental.

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JOÃO HAVELANGE; ESPORTISTA, POLÍTICO, DIPLOMATA, ADMINISTRADOR, LÍDER!

(Globo, 17) 1. Havelange era ovacionado na defesa da candidatura do Rio. E o Rio começava a garantir ali sua vitória sobre Madri, Chicago, Tóquio e as candidatas anteriormente eliminadas. É possível que alguns, no Congresso do COI em Copenhague, tenham se surpreendido com o discurso de Havelange. Mas certamente não estavam entre os surpresos os que tiveram contato com ele em seus mais de 70 anos de esporte, 51 deles como dirigente — e que combina em partes iguais as vocações de esportista, político, diplomata, administrador, líder. Mais do que o discurso em que resumiu sua fé no futuro, o prestígio pessoal foi decisivo. Em 2009, foi escolhido pelo GLOBO Personalidade do Ano, no Prêmio Faz Diferença.

2. O advogado que se tornou empresário vitorioso no ramo de transportes, com a Viação Cometa, já estava realizado quando trocou pelo papel de dirigente esportivo a carreira de ex-atleta, iniciada nas piscinas do Fluminense — competiu nas provas de natação na Olimpíada de 1936, em Berlim, e polo aquático em Helsique-1952; e ganhou medalha de prata com a equipe de polo aquático no Pan-Americano de 1955.

3. Foi como dirigente da natação que, em 1958, elegeu-se presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) — que, na época, acolhia diversas modalidades de esporte, tendo o futebol como carro-chefe. Dali, após três Copas do Mundo ganhas, lançou-se a uma missão tida como impossível: ser o primeiro não europeu a presidir a Fifa. Em 24 anos (1974-1998), até se retirar como presidente de honra, transformou o futebol numa instituição milionária. E universal. Mais do que sonhara o lendário Jules Rimet, o francês que criou a Copa do Mundo. A Fifa tem hoje 211 nações filiadas, 18 a mais que a ONU.

4. Apesar de amigo de Sílvio Pacheco, a quem sucedera em 1958, Havelange era visto com desconfiança no mundo do futebol. No momento em que o Brasil partia para mais uma Copa, traumatizado pelas derrotas de 1950 e 1954, um homem das piscinas à frente do futebol soava quase como uma heresia. O político e o diplomata deram-se as mãos. Ele se preocupou com a velha rivalidade Rio-São Paulo, tão prejudicial a outras seleções brasileiras. E entregou ao empresário paulista Paulo Machado de Carvalho o comando de uma delegação repleta de cariocas. E a um treinador paulista, Vicente Feola, a direção técnica de uma seleção com jogadores dos dois estados.

5. A seleção campeã se manteve para o bicampeonato em 1962 (só Feola não foi ao Chile, dando lugar, por motivos de saúde, a Aymoré Moreira). Em 1971, em congresso da Confederação Sul-Americana no Rio, os delegados foram unânimes ao indicá-lo para se candidatar à presidência da Fifa em 1974. Muita gente, sobretudo na Inglaterra de Sir Stanley Rous, achou graça na ousadia. — Preparei, com a ajuda de Abílio de Almeida e Carlos Alberto Pinheiro, programa de visita a 86 países. Estudamos as possibilidades de voto. Não tínhamos chance entre os europeus ocidentais, mas poderíamos conquistar a maioria nos países do bloco comunista, das Américas, da África, todos fora da influência da Inglaterra — contaria décadas depois.

6. Stanley Rous, presidente desde 1961, era candidato à reeleição. Para vencer por 62 votos contra 56, o diplomata teve de se unir ao político, sobretudo na conquista dos votos árabes e africanos. Uma vez eleito, para surpresa geral e indignação britânica, Havelange começou a trabalhar pela sede da Fifa que encontrou em Zurique. Era uma casa de dois andares. No térreo, a sala de reuniões, onde mal cabiam seis pessoas. Em cima, a residência de Helmut Kasser, secretário por mais de 20 anos e braço-direito de Rous nos últimos 13. Kasser vivia ali com a mulher, dois filhos, dois cães e um gato. No livrocaixa, o saldo da administração Rous: US$ 24 e muitas dívidas.

7. Contas no vermelho não impressionaram o brasileiro. Impressionou-o, sim, a pobreza da sede da mais importante entidade do futebol mundial, então comemorando seus 70 anos. Havelange avisou a Kasser: — O senhor vai sair daqui. Vamos lhe comprar a casa que o secretário-geral da Fifa merece. Com empréstimos em bancos suíços, não só a casa foi comprada. A nova sede, a Fifa House, foi inaugurada em 1979, no bairro de Hitzigweg. Em 1998, Havelange deixou a presidência, passando o comando a Joseph Blatter, seu secretário-geral, e tornou-se presidente de honra.