11 de outubro de 2016

RIO: SEGUNDO TURNO, COMUNICAÇĀO DOS CANDIDATOS E PREDITOR DE VOTOS !

1. Esse Ex-Blog comentou uns poucos meses atrás, sobre uma pesquisa do GPP relativa a preditores de votos nesse momento. A análise se faz através dos cruzamentos de várias perguntas, encabeçada pela intenção de voto.

2. Quase sempre os candidatos priorizam a sua comunicaçāo em base as respostas sobre os principals problemas da cidade/estado/país. Nas eleicoes municipais desse ano -e por todo o país- o principal problema destacado é a Saúde, seguido da Segurança e da Educaçāo.

3. No Rio o candidato Pedro Paulo martelou dia a dia Saúde (clínicas da familia), e Educação (escolas do amanhã). Da mesma forma os demais candidatos mesmo que em proporção menor.

4. No primeiro debate do segundo turno na Tv Band, Crivella e Freixo se revezaram ao tratar desses problemas destacados nas pesquisas. O erro não é tratar desses temas, mas como tratar. Um problema pode ser o mais importante mas pode não ser um preditor de votos em si.

5. Aquela pesquisa citada acima do GPP,deixou muito claro que o principal preditor de votos, destacadamente é a capacidade administrativa , a capacitance de gestão, do candidato. Qualquer exercício de reflexão sobre a atual conjuntura, nos conduziria a essa conclusão.

6. O que só eleitores sentem e veem sāo os desastres administrativos do governo federal e do governo do estado do Rio. Nesse sentido, a abordagem daqueles temas deveria vir precedida da capacidade administrativa, da capacidade de gestão dos candidatos.

7. Sāo essas condições que dão confiança que as propostas para Saúde, Segurança e Educação serão efetivamente realizadas. Vários nomes de futuros auxiliares ou inspiradores foram citados no debate da TV Band. Nem um só deles com referência mesmo indireta às áreas de finanças e administração.

8. Descolados do principal preditor de votos, as propostas exaltadas se transformam em promessas vazias. Nesta segunda-feira começaram os programas eleitorais e mais na frente outros debates na TV.

9. Aguarda-se com ansiedade a comunicaçāo de ambos candidatos e o eixo condutor de suas propostas e promessas, para se avaliar sve são promessas vãs, ou se levam em si como preliminar a capacidade de gestão para virem carregadas de confiança e credibilidade. 

10 de outubro de 2016

ELEIÇÕES PREFEITO DO RIO: DEBATE E TIC TAC!

A. IMAGENS DO DEBATE NA TV BAND!

a. Ambos com o mesmo uniforme: blazer  azul marinho e camisa azul mais clara.

b. Freixo fala rápido demais. Fala na TV deve ser pausada. Deveria assistir ao JN e aprender. Crivella com fala mais lenta comunica melhor.

c. Freixo acelera, trata de muitas coisas numa mesma resposta e dificulta a memória de quem ouve. Crivella responde o que quer e converge para dois pontos, o que ajuda a memória.

d. Freixo fala para o setor público. Crivella para o setor privado.

e. Freixo fala para seu público, seu eleitor do primeiro turno. Crivella abre o leque.

f. Freixo precisa aprender a dar um sorriso eventual.

g. Este debate serviu como treinamento para Freixo. Ele, ou sua assessoria, deveria revê-lo sobre os pontos acima.

B. TIC-TAC !

1. Dia 28 de outubro, dia do servidor público, é uma sexta-feira. Dia 30 é o segundo turno da eleição. Vem aí um feriadão. Em 2008, o feriadão anterior à eleição impactou a abstenção. Nesse mesmo dia há o debate da TV Globo.

2. No primeiro turno de 2016, esse debate ocorreu na quinta-feira. Os estudos nos EUA mostram que os efeitos do debate se diluem em 3 dias. Agora, o debate será numa sexta-feira. Os efeitos do debate ainda estarão presentes dois dias depois. Nos EUA o último debate é no limite 15 dias antes da eleição.

3. A soma dos votos brancos e nulos em 2016 foi de 18,26%. Na eleição de 2000 essa soma alcançou 8,4%. Em 2004, foram 7,09%. Em 2008, foram 12,75%. Em 2012 foram 13,51%. Antes de 2000 o voto era no papel: brancos e nulos somavam uns 30%. O eleitor se divertia escrevendo coisas no papel. Com a entrada do voto eletrônico o eleitor não sabia como anular o voto. Mas foi aprendendo a apertar a tecla do branco e a anular o voto com números inexistentes. E os brancos e nulos foram crescendo.

4. Agora, em 2016, nos votos totais a diferença entre Crivella e Freixo foi de 8 pontos. Se a soma de brancos e nulos no segundo turno voltasse ao nível de 2000, os brancos e nulos, que seriam reduzidos, superariam a diferença entre Crivella e Freixo. Com a eleição polarizada, os brancos e nulos podem diminuir. Sendo assim, um esforço dos candidatos no segundo turno seria atrair eleitores que votaram brancos e nulos para votarem neles. Um estudo dos votos por região eleitoral indicaria por onde começar.

5. Quinta-feira Crivella anunciou o nome de seu futuro secretário de saúde. Uma sinalização positiva para as OSs e para os eleitores empregados nelas. Na sexta-feira, no RJTV-2, Freixo amaciou o discurso. Ao lado do compromisso com o plano de cargos e salários dos servidores públicos da Saúde, amenizou os sinais para as OSs: não haverá demissão e a transição será lenta.

6. Datafolha, 05-06/10. Grande chance de mudar o voto: Crivella 19% e Freixo 8%. Não está totalmente decidido entre todos os eleitores. Dos eleitores de Crivella 5,72%. Dos eleitores de Freixo 3,24%.

7. Datafolha. Decidiram o voto na véspera e no dia da eleição. 16% dos que votaram em Crivella e 20% entre os eleitores de Freixo. Em todos os eleitores: 22%.

8. Datafolha. Intenção de Voto. Pontos máximos de Crivella: 52% entre os que têm até ensino fundamental e 49% entre os de renda até 2 salaries mínimos. / Freixo: 39% entre os de 16 a 24 anos e 43% entre os com renda acima de 10 salários mínimos.

07 de outubro de 2016

DATAFOLHA APRESENTA A PRIMEIRA PESQUISA: UMA ANÁLISE DINÂMICA!

1. O Datafolha divulgou a sua primeira pesquisa para o segundo turno no Rio de Janeiro: Crivella 44% e Freixo 27%. Sobre votos totais Crivella cresceu 100% sobre os 22% que teve no primeiro turno. Freixo teve 27%, crescendo 93% sobre os 14% DE votos que obteve no primeiro turno. Era um resultado inicial esperado.

2. Esses 17 pontos de frente –por coincidência- são os mesmos 17 pontos que Conde atingiu na primeira pesquisa Ibope no segundo turno na eleição de 2000. A diferença de tempo de TV no primeiro turno ajuda a explicar. Conde tinha 10 vezes o tempo de TV de Cesar Maia no primeiro turno. A mesma proporção que Crivella tinha sobre Freixo no primeiro turno, embora em tempos diferentes. Mas essa diferença proporcional carrega memória para o início do segundo turno.

3. Conforme este Ex-Blog avaliou ontem em uma análise espacial, os votos de Bolsonaro pela razões apresentadas, cairia no colo de Crivella. A migração dos votos de Jandira também era prevista embora em proporções muito pequenas já que Jandira obteve menos de 3%. A migração maior para Crivella dos eleitores de Pedro Paulo, corresponde a uma maior proporção dos votos na áreas de liderança de Crivella.

4. A aproximação maior dos eleitores de Indio a Crivella da mesma forma assim como a distância maior dos eleitores de Osório. Não é equivocado dizer que em boa medida o segundo turno começa tudo de novo. Mas depende dos candidatos.

5. Segunda-Feira começam os programas de TV. Freixo vai sair dos 11 segundos para 10 minutos. As inserções de Crivella e Freixo ocuparão por dia 35 minutos cada durante todo o dia.  Crivella além de ter tido um maior tempo que Freixo, ainda tem uma memória muito maior de outras eleições majoritárias em que participou e da capilaridade corporativo-religiosa.

6. Provavelmente o impacto dos 10 minutos de Freixo será maior que os de Crivella. As pesquisas de depois de 10 dias de TV deverão mostrar uma convergência na relação de intenções de voto embora com Crivella ainda na frente.  As diferenças tenderão a se aproximar na medida que o programa de Freixo, além de Chico Buarque, Caetano Veloso etc., que serão animadores e emocionadores dos eleitores, conseguir principalmente  reduzir a taxa de insegurança dos eleitores médios quanto aos discursos de Freixo e do PSOL nesses anos.

7.  Por outro lado Crivella dará continuidade a desreligiozação de sua hipotética condição potencial de prefeito. E se diferenciará das corporações como na escolha ontem de seu futuro secretário de saúde.

8.  Ontem este Ex-Blog quando fez uma análise espacial com o voto georreferenciado, mostrou que cada um deles terá que ampliar a mancha de seu apoio, a partir das fronteiras internas e externas de seu voto.  Ambos em direção a Zona Norte e Jacarepaguá.  Ambos deveriam se associar nos bairros de “cor cinza”, a lideranças políticas e sociais nos bairros em que sejam condutores de opinião. Crivella terá mais facilidade de fazer isso. Freixo deverá tentar essa expansão através do voto corporativo e ideológico, tarefa mais difícil. Melhor seria flexibilizar o discurso

9.   Freixo poderia lembrar e reler a Carta de Lula aos brasileiros e seguir por esse caminho com Carta aos Cariocas. As redes falam para tribos e são mais eficientes nas críticas.  E devem estar rigorosamente conectadas na comunicação do candidato que apoia para não produzir curto-circuito. Aqui o risco maior é de Freixo, com seus “fios desencapados”  atirando para todo lado.

10.  Portanto –olhando tantas eleições anteriores –aqui e em outras regiões e países- a passagem do primeiro para o segundo turno, é apenas um momentum de desdobramento do primeiro turno.  O jogo começa para valer-aqui entre nós- depois de 10 dias de TV.  Tarefa político-comunicacional.  E controle dos nervos e dos “amigos”. Só lá poderemos dizer se há favorito ou não.

SEGUNDO TURNO! AVALIAR OS RISCOS PARA O RIO!

(uol, 06) Terceiro mais votado, o vereador reeleito Cesar Maia afirmou ainda não ter se decidido sobre o candidato que apoiará. “Só vou pensar nisso na semana da eleição, depois de acompanhar os programas, os debates e as pesquisas. Vou avaliar os riscos que a cidade, o carioca e a prefeitura vão enfrentar com um e outro”, disse o ex-prefeito do Rio.

06 de outubro de 2016

FATOR ESPACIAL É O DECISIVO PARA EXPANSÃO DO VOTO!

1. Os institutos de pesquisa definem sua amostragem em base aos dados censitários básicos, ou seja, gênero, idade, nível de instrução, nível de renda. E agregam outros elementos na amostra, como religião, situação quanto ao emprego… E agregam um elemento fundamental: o ESPACIAL (bairro, cidade, estado, região…).

2. Nem todos os elementos têm igual peso como preditor de voto. Ou seja: em alguns a variação não altera substancialmente a proporção de voto para este ou aquele candidato. Dessa forma, os institutos devem destacar aqueles que têm um peso mais que proporcional na formação e predição do voto.

3. Desde fins do século 19  -bem antes das pesquisas eleitorais- que a microssociologia (Vide Gabriel Tarde, As leis da imitação. Em francês), que a proximidade ou seja o fator espacial é destacado como formador progressivo da opinião pública. Hoje, com todos os métodos sofisticados de aferição e simulação, se pode garantir que é o fator espacial que constrói a decisão de voto.

4. Por exemplo: a opinião de pessoas com diferentes níveis renda, de instrução ou gênero, etc., que vivem num mesmo local, tendem a ter opinião mais próxima que outras pessoas dos mesmos níveis de renda, instrução, gênero que vivem em bairros diferentes ou distantes.

5. Por esse fator espacial, após as eleições em municípios, estados, regiões e países, antes os institutos e agora diretamente os meios de comunicação georreferenciam o voto, aplicando cores distintas aos diversos candidatos. O que se vê é que um candidato concentra espacialmente as preferências e o outro ou outros da mesma forma.

6. Dessa forma, a propaganda numa campanha eleitoral deve buscar a expansão da preferência por um candidato expandindo a mancha georreferenciada.  O esforço de convencimento do eleitor longe de sua área de concentração espacial do voto, tem uma produtividade relativamente baixa.

7. O mais produtivo é intensificar a campanha onde há aquela concentração, e ampliar a decisão de voto, expandindo a mancha desde as suas fronteiras em direção aos demais espaços.

8. Terminado o primeiro turno, os dois candidatos no início do segundo turno devem ir atrás dos locais de votação dos que não passaram para o segundo turno, dentro da sua concentração ou mancha de voto. Por exemplo, Bolsonaro teve uma grande votação nas áreas militares e de residência de militares e policiais na Zona Oeste. Esse voto tende a cair no colo do Crivella porque agrega ao fator espacial os valores. Em menor intensidade –mas de forma importante- os demais candidatos.

9. Da mesma forma Freixo. Suas prioridades devem ser priorizar os locais dentro de sua mancha em que os que não passaram para o segundo turno tiveram suas votações. E buscar –por exemplo- a mancha de Osorio na Zona Sul, mesmo que ideologicamente as candidaturas sejam muito diferentes.

10. E depois –ambos- procurar expandir as suas fronteiras. No quadro georreferenciado simplificado abaixo isso significaria Crivella expandir suas fronteiras do azul e Freixo do amarelo. Com um georreferenciamento mais detalhado isso fica ainda mais claro e orientador da campanha.

11. Em 2000, o candidato Cesar Maia –em função das pesquisas, e orientado pelo GPP- expandiu suas fronteiras microlocais, tanto no primeiro como no segundo turno, com forte presença de suas equipes nesses pontos. Ultrapassou Benedita por 17 mil votos e depois venceu Conde por 70 mil votos. Ambos 2 dias antes da eleição estavam na frente de Cesar Maia.

12. Quando as manchas são espacialmente distantes, a expansão deve priorizar o sentido interno. Vale dizer: uma diferença muito grande e sólida forma como um bloqueio à penetração da opinião adversária.

13.  Quadro Georreferenciado Rio, para o segundo turno.

05 de outubro de 2016

PESQUISAS E RESULTADO ELEITORAL PARA PREFEITO DO RIO!

1. Durante toda a campanha eleitoral os institutos de pesquisa -Datafolha e Ibope- divulgaram os resultados de suas pesquisas pelos votos totais, ou seja, incluindo os brancos, nulos e os que não respondiam.

2. Na véspera da eleição e depois na boca de urna e na divulgação do resultado pelos TREs, apenas foram apresentados os votos válidos, excluindo os brancos e nulos.

3. Numa eleição com alta porcentagem de votos brancos e nulos, a diferença das porcentagens elevando os votos válidos não permite que se avalie se as pesquisas erraram ou acertaram, em quanto e em relação a quem. Incluamos os brancos e nulos no total e vejamos os resultados para prefeito do Rio.

4. Crivella. teve pelo TRE 22,71%. As pesquisas de ambos os institutos, já na segunda metade da campanha davam a Crivella algo como 30%. Portanto, observou-se um expressivo declínio de Crivella, aliás como em outras eleições. A queda foi proporcionalmente semelhante, só que Crivella vinha de um patamar muito maior e isso não criou nenhum risco de sua ida ao segundo turno.

5. Marcelo Freixo recebeu do TRE 14,92%. Durante toda a segunda metade da campanha, Freixo manteve-se com uns 10%. Dessa forma, Freixo cresceu uns 4 a 5 pontos nos últimos dias. Esse crescimento se explica pelo voto útil saindo de Jandira e indo para Freixo. Jandira vinha nas pesquisas na segunda metade da campanha com uns 7% a 8%. Mas os números do TRE lhe deram 2,73% sobre os votos totais. Assim se observa claramente um voto útil desde Jandira a favor de Freixo.

6. Pedro Paulo, na segunda metade da campanha vinha com uns 9% a 10%. Incluindo brancos e nulos, o TRE lhe deu 13,18%. Esse ganho veio especialmente da queda de Crivella.

7. Bolsonaro vinha na segunda metade da campanha com uns 8%. O TRE lhe deu 11,44%. Seu crescimento veio claramente da queda de Crivella nas áreas militares da Zona Oeste, onde Bolsonaro falou para o eleitor de seu pai.

8. Indio da Costa vinha na segunda metade da campanha com uns 7%. O TRE lhe deu 7,35%. Portanto, os sinais de crescimento dados nos últimos dias eram mais flutuações do eleitor buscando o destino final de seu voto.

9. Osorio atravessou a segunda metade da campanha eleitoral com uns 4 a 5%. O TRE lhe deu 7,05%. Esse crescimento veio desde Pedro Paulo, num duplo movimento de transferência desde Crivella para Pedro Paulo e deste para Osório, que cresceu fortemente nas zonas eleitorais da Zona Sul, de classe média superior.

10. Alessandro Molon ficou quase onde estava. Vinha com 2% e fechou com 1,17% no TRE. Aqui também um movimento a favor de Freixo.

11. Elas por elas, a única diferença que efetivamente o IBOPE e o Datafolha não identificaram em suas pesquisas foi a queda abrupta de Crivella. No entanto, os números do GPP, o instituto de tradicionalmente melhor amostragem na cidade do Rio de Janeiro, mantiveram Crivella entre 24% e 25% durante toda a campanha.

12. Esses 5 pontos de diferença do GPP em relação aos 30% de Crivella durante a campanha mereciam ser avaliados pelo IBOPE e Datafolha, inclusive pedindo emprestados os dados internos das pesquisas do GPP para identificar eventuais problemas em suas pesquisas naquelas regiões.

AUMENTO DE ABSTENÇÃO É, EM GRANDE MEDIDA, CADASTRO ANTIGO SEM RECADASTRAMENTO!

(Folha de S. Paulo, 04) 1. Apesar da taxa de abstenção em 17 das 26 capitais ter subido em relação às eleições de 2012, ela caiu nas cidades que realizaram o recadastramento biométrico obrigatório nos últimos quatro anos.  Isso sugere que o aumento no não-comparecimento pode ser influenciado também pela desatualização dos dados de eleitores. Segundo dados do TSE, a taxa de abstenção média nas capitais no primeiro turno foi de 16,7% em 2012 para 16,8% neste ano. Nas 12 cidades que fizeram o recadastramento recentemente, esse número caiu de 16,55% para 13,2%.

2. Por outro lado, se forem consideradas apenas as capitais que nunca fizeram o recadastramento –caso de São Paulo e Rio– as abstenções chegaram, em média, a 21,2%. Em 2012, esse número foi 18,5%. Isso pode ter acontecido porque eleitores que mudam de cidade e não se cadastram em um novo local, assim como mortes não reportadas, inflam os índices de abstenção. Nos locais onde houve o recadastramento recentemente, os dados dos eleitores estão mais atualizados e a ocorrência desses registros errados tende a ser menor.

04 de outubro de 2016

2016! EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA PREFEITURA DO RIO ATÉ AGOSTO!

Diário Oficial de Prefeitura de 30/09/2016

Comparação entre acumulado até agosto de 2016 e até agosto de 2015 (corrigido pelo IPCA)

1. Receita Tributária até agosto de 2016: R$ 6,864 bilhões. Queda real de (-4,6%).
2. IPTU até agosto de 2016: R$ 1,854,6 bilhão. Aumento real de +2,9%.
3. ISS até agosto de 2016: R$ 3,714 bilhão. Queda real de (-8,4%).
4. ITBI até agosto de 2016: R$ 358,5 milhões. Queda real de (-21,2%).
5. Dívida Ativa até agosto de 2016: R$ 209,4 milhões. Queda real de (-18,2%).
6. Operações de Crédito até agosto de 2016: R$ 1,386 bilhão. Aumento real de 9,5%.

Transferências:
1. FPM até agosto de 2016: R$ 138,1 milhões. Queda real de (-4,9%).
2. ICMS até agosto de 2016: R$ 1,211 bilhão.  Queda real de (-9,9%).
3. IPVA até agosto de 2016: R$ 584,3 milhões. Aumento real de +9,2%.

Despesas:
1. Pessoal e Encargos Sociais até agosto de 2016: R$ 9,074 bilhões. Aumento real de +3,8%.
2. Serviço da Dívida até agosto de 2016: R$ 492,8 milhões. Queda real de (-10,8%).
3. Investimentos até agosto de 2016: R$ 2,601 bilhões. Queda real de (-3,7%).
4. Aposentados até agosto de 2016: R$ 2,164 bilhões. Aumento real de +6,8%.
5. Pensionistas até agosto de 2016: R$ 388,6 milhões. Aumento real de +4,1%.

Resultado Primário até agosto de 2016. Déficit de (-R$ 1,162 bilhões). Aumento real do déficit primário: 134%.

Dívida Pública Consolidada em 30/06/2016: R$ 11,702 bilhões (já reduzida por força da lei federal de renegociação). Em 31/08/2016: R$ 12,768 bilhões. Aumento nominal de R$ 1,066 bilhão ou + 9,1%.

03 de outubro de 2016

ELEIÇÕES NO RIO RETRATAM A MUDANÇA DA LEGISLAÇÃO ELEITORAL!

1. Não poderia haver demonstração mais clara do impacto da mudança na lei eleitoral que o resultado das eleições na cidade do Rio de Janeiro. Antes disso, é importante sublinhar que ocorreu algo que todos previam. A crise política, econômica, social e moral que atravessa o país induziu ao Não Voto (abstenção + brancos + nulos). De cada 100 eleitores 24,28 não foram votar, restando 75,72. Destes 75,72, 18,26% anularam ou votaram em branco, restando 61,89. Portanto 38,11% dos eleitores inscritos não votaram.

2. Para comparar com as pesquisas pré-eleitorais, deve-se incluir na base dos votos os brancos e nulos. Dessa forma, Crivella obteve 23,4% dos votos totais, o que significa quase 7 pontos a menos que nas pesquisas pré-eleitorais. Freixo obteve 15,4% ou uns 3 pontos acima das pesquisas. Pedro Paulo 13,6% ou uns 2 pontos acima das pesquisas e Bolsonaro 11,8% ou uns 3 pontos acima das pesquisas. Os resultados de Indio e Osorio, abaixo das pesquisas pré-eleitorais, explicam o avanço de Pedro Paulo e Bolsonaro. A queda de Jandira explica a troca com Freixo. E a queda de Crivella é explicada pelo aumento dos votos brancos, nulos e abstenção prevista. Funcionou o voto útil para Freixo e para Pedro Paulo e Bolsonaro, só que nesses últimos dois casos o voto útil foi repartido, o que não foi suficiente para levá-los ao segundo turno.

3. Este Ex-Blog, em duas notas anteriores, lembrava que a mudança na legislação eleitoral –sem doações empresariais e sem propaganda na rua- inverteu o sentido de formação do voto para o legislativo, no caso para Vereador. De cima para baixo –de antes- com a massa de propaganda, passou a ser de baixo para cima, com o eleitor encontrando um novo cenário das ruas e construindo seu voto de forma mais reflexiva.

4. Com isso, a proporção do voto de opinião pública cresceu significativamente. O sistema atual restringiu muito a possibilidade de que os Vereadores fizessem campanha na cidade toda. Os três Vereadores mais votados tiveram esta representação de opinião pública. O quociente eleitoral de 59,4 mil votos foi atingido por 3 vereadores e por muito pouco por 4. Em 2012, uma só Vereadora atingiu o quociente, praticamente na mesma linha, ou seja X 1. Agora, em 2016, os três primeiros somados atingiram 4,5 vezes o quociente eleitoral.

5. O voto distrital distribuiu-se de forma diferente. Antes, ao voto em seus redutos eram agregados votos espalhados por força da propaganda massiva e dos recursos abundantes. Agora, os candidatos de concentração distrital afirmaram sua representação, mas com um patamar de votos menor, o que permitiu que a representação tipicamente distrital fosse ampliada.

6. Dessa forma, a nova legislação, se mantida, apontará no futuro para a adoção do voto em lista, do voto distrital ou do misto de ambos – ou voto distrital misto no modelo alemão.

7. Finalmente, o que também foi previsto em notas anteriores, ocorreu: um maior fatiamento da Câmara Municipal. Agora serão 19 partidos no legislativo da cidade do Rio de Janeiro. Se já ocorresse a proibição das coligações e a cláusula de barreira municipal, essa quantidade de partidos seria menor.

8. De qualquer forma, a resultante hoje é o empoderamento dos Vereadores e uma exigência muito maior de articulação política no legislativo e a eliminação do rolo compressor tão caro aos chefes de poder executivo (no caso, prefeitos).

                                                    * * *

ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE A ELEIÇÃO MUNICIPAL NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO!

1. O PMDB atraiu para sua legenda 18 vereadores um ano antes, sinalizando certeza de vitória. Tinha eleito 13 vereadores. Agora elegeu 10 vereadores.  Vários suplentes seriam eleitos em outra sigla coligada.

2. Os votos de legenda do PMDB e PSOL, primeiro e segundo em 2012, despencaram 2/3. Reflexo da nova lei eleitoral.

3. Freixo, em 2012, teve 28% dos votos válidos. Agora, 18%. Teve 23% dos votos totais. Agora, 15%.

4. O PCdoB, PPS, PSB, Rede, PV, todos de centro-esquerda/esquerda, não elegeram nem um vereador sequer.

5. Pela primeira vez o partido vencedor no primeiro turno –agora PRB- não puxou uma bancada significativa. Elegeu apenas 3 vereadores.

6. Reafirmada a máxima eleitoral de tantos anos: Quem ganha a eleição é o marqueteiro; quem perde é o candidato.

7. O processo orçamentário de 2017 já começou. Os vereadores do PSOL vão reapresentar as suas emendas dos anos anteriores que repetem sempre?

8. Nos seis meses desde o processo pré-eleitoral iniciado em abril, a prefeitura do Rio colocou à venda no Diário Oficial 13 imóveis. 1 – RUA CARLOS LEITE COSTA, S/Nº – BARRA DA TIJUCA. /2 – RUA DO RIACHUELO, Nº13 – LAPA/ 3 – AVENIDA MEM DE SÁ, Nº 25 – LAPA/ 4 – RUA REGENTE FEIJÓ, Nº62 – CENTRO/ 5 – RUA AMÉRICA, Nº 6 – SANTO CRISTO/ 6 – RUA REAL GRANDEZA, Nº382 – BOTAFOGO / 7 – RUA MARQUESA DE SANTOS, S/Nº – LARANJEIRAS/ 8 – RUA BENVINDO DE NOVAES, S/Nº – RECREIO DOS BANDEIRANTES / 9 –RUA DO LAVRADIO, Nº 169 e 171 – CENTRO / 10 – RUA MINISTRO RAUL FERNANDES, S/Nº – LOTE 04 – BOTAFOGO. / 11 – LARGO DOS LEÕES, nº 15 — BOTAFOGO. / 12 – AVENIDA SALVADOR ALLENDE. S/Nº-BARRA DA TIJUCA / 13 – AVENIDA OLOF PALME -S/Nº CAMORIM.

30 de setembro de 2016

2016!  NOVA LEI: AMPLA MUDANÇA NA CAMPANHA ELEITORAL!

1. A nova lei eleitoral que passou a valer na eleição municipal deste ano de 2016 produziu amplas e qualitativas mudanças no processo eleitoral.

2. Sem doações eleitorais, com enormes restrições à propaganda pública, com alterações na TV, especialmente nas campanhas dos vereadores, com redução do período eleitoral e da TV, com proibições de uso nos espaços públicos e privados, etc., o que se tem é outro tipo de eleição.

3. Com as ruas vazias de propaganda e de máquinas eleitorais, o ambiente é de uma eleição europeia. O eleitor vai às ruas sem ser acossado pela propaganda. Conversa muito mais. Se em seus contatos pessoais avalia um nome de um candidato, ele tem tempo para refletir, pois não é pressionado a cada metro pela propaganda de outros candidatos.

4. Com isso, ocorre uma inversão do processo de formação do voto, ou seja, da decisão do eleitor.   Antes, esse processo vinha de cima para baixo. Desde a propaganda massiva dos candidatos em direção, e sobre os eleitores, avassaladoramente.

5. Mas, agora, com as ruas sem a coreografia e a cenografia eleitorais, é o eleitor que procura o candidato, que procura a informação eleitoral. Nesse sentido, o processo de decisão do voto passa a se dar de baixo para cima.

6. A sensação que se tem é que a eleição é fria e que há desinteresse. Mas não é isso. Na verdade, o que ocorre é o contrário. A decisão de voto se dá no tempo do eleitor. Isso vale tanto para a eleição proporcional -deste ano, de vereador- como majoritária, deste ano, de prefeito.

7. Os institutos de pesquisa terão que se adaptar. A avalanche de pesquisas nesta última semana mostra isso. A estabilidade ou a volatilidade do voto terá que ser testada até o dia da eleição e se concretizará nas urnas. Isso -claro- vale também para a abstenção, brancos e nulos.

8. Finalmente, a tendência desse tipo de eleição será caminharmos para o voto distrital ou voto em lista, ou misto. Fazer campanha proporcional -vereador- nas maiores cidades, nas capitais, em toda a sua extensão, só para nomes conhecidos em grande parte da extensão da cidade, dos bairros. Ou seja, para poucos.

9. É essa característica que exigirá uma reforma eleitoral em direção ao voto distrital ou voto em lista ou misto. E outra característica: o descolamento parcial das candidaturas a vereador/deputado, das de prefeito/governador.

29 de setembro de 2016

OS DOIS DIAS DE SILÊNCIO E REFLEXÃO ELEITORAL PODEM ALTERAR RESULTADOS DAS PESQUISAS ANTERIORES! TÉCNICAS DE ABORDAGEM E NÃO DE PANFLETAGEM!

1. Em vários países, a lei eleitoral proíbe qualquer tipo de propaganda ou campanha três dias antes das eleições. Aqui mesmo, na América Latina, são os casos do Chile e do Peru, entre outros.

2. No Brasil, embora sem a abrangência da lei de vários países, nesta eleição de 2016, viveremos um processo semelhante. A lei brasileira, de 2015, ao proibir propaganda eleitoral nas ruas, construiu, de certa maneira, um cenário público de reflexão e silêncio eleitorais.

3. Com isso, coube às inserções e programas, através das TVs e das Rádios, ocupar quase plenamente os espaços públicos de propaganda eleitoral. Quinta-feira é o último dia de propaganda via TVs e Rádios, assim como último dia de debates nos meios de comunicação (que antes terminavam na sexta-feira).

4. Dessa forma, a partir desta sexta e deste sábado, teremos uma espécie de “lei” de fato, de silêncio e reflexão. O eleitor, em sua casa, será certamente impactado por esta nova situação. E no caso específico de 2016, esse impacto do silêncio e da reflexão será ainda maior pela proporção dos eleitores que afirmam que ainda poderiam mudar o seu voto.

5. Na Cidade do Rio de Janeiro essa proporção alcança 40%, segundo o Datafolha. Com a interrupção das inserções e programas nas TVs e nas Rádios, a sensação do eleitor é que esses 2 dias servirão para, mais que avaliar, decidir seu voto. No Rio, o candidato que lidera as pesquisas com 30% das intenções de voto, mesmo que seja afetado, não o será sobre a sua presença no segundo turno.

6. Mas para os demais candidatos embolados entre 5% e 10% das intenções de voto, esses dois dias de silêncio e reflexão, vis a vis a alta porcentagem dos que afirmam que ainda podem mudar o seu voto, podem afetar todos e cada um, mudando a escala de suas posições e impulsionando qualquer um deles para o segundo turno.

7. Aqueles que conseguiram, durante os 35 dias de Rádio e TV, fixar suas imagens e seus temas, a resistência a terem suas porcentagens em pesquisa abaladas pelo silêncio e reflexão é provavelmente menor. E maior probabilidade de, neste caso, terem suas candidaturas impulsionadas, desde o degrau que ocupam, seja ele qual for. Da mesma maneira, uma presença nas ruas de eleitores e militantes com pouca estridência e com muita conversa poderá produzir um impacto sobre as candidaturas.

8. A estridência nesses dois dias de silêncio provavelmente produzirá resultado contrário, irritando o eleitor. Nesse sentido, as panfletagens tendem a produzir pouco resultado. E muito trabalho para a Comlurb. Para colher bons resultados afirmando e/ou mudando a intenção de voto dos eleitores, trata-se muito mais de usar técnicas de abordagem com elegância, educação, civilidade e suavidade.

9. Existem equipes profissionais para isso, mas poucas e de alcance limitado. Os partidos deveriam ter treinado seus militantes diretamente, ou mesmo seus eleitores através de redes sociais fechadas para fazer isso com milhares de eleitores.

10. Os institutos deveriam se preparar para realizar pesquisas no sábado a tarde de forma a captar as mudanças que possam estar ocorrendo ou terem ocorrido.

28 de setembro de 2016

DATAFOLHA (26/09): ALGUNS NÚMEROS COMPARADOS ENTRE OS CANDIDATOS QUE DISPUTAM SEGUNDA VAGA PARA O SEGUNDO TURNO!

1. Votos Válidos (excluindo brancos, nulos e não sabe): Pedro Paulo 14%, Freixo 13%, Bolsonaro 10%, Jandira 9%, Indio e Osório 7%.

2. Sem Freixo, 23% de seus eleitores votariam em Jandira. Sem Jandira só 5% de seus eleitores votariam em Freixo. Paradoxalmente, a maior parte do voto útil potencial em Freixo deve vir de fora da esquerda.

3. No segundo turno contra Crivella: Indio 30%, Freixo 29%, Jandira 27%, Pedro Paulo 24%, Bolsonaro 22%. OBS.: Osório não foi incluído.

4. Pode mudar o voto. Eleitores de: Indio 51%, Jandira 45%, Pedro Paulo 40%, Osório 38%, Bolsonaro 35%, Freixo 34%.

5. Não vota de jeito nenhum em: Pedro Paulo 29%, Jandira 27%, Bolsonaro 21%, Indio 12%, Freixo 11%, Osório 11%.

* * *

NO AGOSTO OLÍMPICO, CRIMES CRESCEM MUITO, APESAR DAS POLÍCIAS, FORÇA NACIONAL, EXÉRCITO E TUDO MAIS!

Presença nas ruas das Policiais, da Força Nacional, do Exército e Seguranças em equipamentos, o que produziu foi sensação de segurança e não a segurança em si.

Dados Oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgados em 23/09/2016.

CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Homicídios Dolosos. 2016 agosto foram 100 / 2015 agosto foram 86 / crescimento de 16,2%.

Roubos a Transeuntes. 2016 agosto foram 3.670 / 2015 agosto foram 2.646 / crescimento 38,7%.

Roubos de Celulares. 2016 agosto foram 895 / 2015 agosto foram 631 / crescimento 41,8%.

Total de Roubos 2016 agosto foram 8.155 / 2015 agosto foram 6.100 / crescimento 33,6%.

Total de Furtos 2016 agosto foram 10.079 / 2015 agosto foram 7.536 / crescimento 33,7%.

Roubos em Ônibus. 2016 agosto foram 1204 / 2015 agosto foram 628 /Crescimento de 91,7%.

Roubo de Veículos. 2016 agosto foram 1269 / 2015 agosto foram 1099 / Crescimento de 15,5%

27 de setembro de 2016

CURIOSIDADES E TENDÊNCIAS DA ÚLTIMA PESQUISA DO IBOPE!

1. Na pesquisa ESPONTÂNEA, sem apresentar os nomes, Crivella cresceu de 20% para 22%. Freixo e Pedro Paulo se mantiveram no mesmo nível. Freixo 7% e Pedro Paulo 6%. Índio subiu de 2% para 4%. Bolsonaro desceu de 4% para 3%. Jandira manteve-se em 2%.

2. Comparando as porcentagens dos candidatos num hipotético segundo turno contra Crivella:  Freixo 22%, Indio 22%, Jandira 20%, Pedro Paulo 20% e Bolsonaro 18%.

3. Na Intenção de voto Crivella cresce de 31% para 35% acompanhando a mesma tendência da Espontânea. Nos votos válidos Crivella tem 43,2%. A entrada de Romário e de Wagner Montes apoiando Crivella sugere a esperança deste de vencer no primeiro turno. Essa esperança é reforçada pela sensação de que os votos brancos e nulos vão crescer.

4. A avaliação positiva (ótimo+bom) do prefeito Eduardo Paes caiu um ponto para 26% e a rejeição a seu candidato Pedro Paulo manteve-se em 36%. Mas a intenção de voto em Pedro Paulo subiu de 9% para 11%. Para sua curva continuar sendo ascendente haverá a necessidade de sua referência -Eduardo Paes- melhorar sua avaliação e a rejeição a Pedro Paulo diminuir. Eduardo Paes entrou nos comerciais da campanha. Pode ser que isso explique esses 2 pontos. Mas ainda não entrou nos programas que se mantiveram os mesmos e, basicamente, repetitivos.

5. No lado da Esquerda, ocorreu um movimento que pode ajudar Freixo. Esse se manteve no mesmo patamar tanto na espontânea, 7%, quanto na intenção de voto, 9%. A notícia boa para Freixo foi a queda de Jandira, invertendo a tendência anterior. Passou de 8% para 6%. É provável que isso tenha ocorrido pela entrada de Dilma e Lula em seus programas e comerciais. Se foi assim, o que deverá vir é o VOTO ÚTIL a favor de Freixo.

6. Bolsonaro caiu 2 pontos, uma tendência que veio do início da campanha. A campanha de Indio na TV mostra resultado. Sua curva ascendente prossegue passando agora de 6% para 8%. Desta forma não haverá outro caminho a Indio que disputar os votos com Pedro Paulo. A agressividade, que já foi alta no debate da TV Record, vai ser mantida ou crescer ainda mais no debate da TV Globo.

7. Finalmente, um fato importante que mostra o eleitor indeciso buscando seu candidato. O debate na TV Record teve uma audiência de 5%, alta para o horário e o tema.

* * *

DATAFOLHA DIVULGA PESQUISA REALIZADA ONTEM (26)!

1. Crivella 29%/ Pedro Paulo 11%/ Freixo 10%/ Jandira 7%/ Bolsonaro 7%/ Osorio 6%/ Indio 5%/ Molon 1%.

2. Assim como no Ibope, Pedro Paulo aparece em segundo e Freixo em terceiro, mas com diferença de apenas 1 ponto. Jandira também cai e Freixo abre 3 pontos sobre ela, estimulando o voto útil. A decisão de voto em Freixo é de 66% entre os que o marcaram na pesquisa, maior que os de Jandira, 54% (mais volátil), indica que –assim como no Ibope- poderá vir o voto útil em Freixo contra Jandira.

3. A diferença entre Ibope e Datafolha em relação a Crivella é muito grande (6 pontos) e não se explica. Talvez pela dificuldade de pesquisar no domingo com a chuva.

4. Na espontânea, também no Datafolha, Freixo está na frente de Pedro Paulo por um ponto: 7% x 6%.

5. Osorio, no Datafolha, cresceu para 6% em função de intenção de voto na Zona Sul/Classe Média do Rio e trocou com Indio. É provável que a diferença para o Ibope, realizado 2 dias antes, seja pela maior volatilidade do voto em Indio (51% podem mudar o voto).

26 de setembro de 2016

COMENTÁRIOS NO TWITTER SOBRE DATAFOLHA-RIO E OUTROS PONTOS!

1. Crescimento de 3 pontos de Crivella no Datafolha foi concentrado entre os evangélicos.

2. Rejeição deve ser comparada à rejeição a seu apoiador de maior visibilidade. Jandira prejudicada.

3. Pesquisas em série como as 3 do Datafolha e Ibope na ponta, a margem de erro quase coincide com a intenção de voto.

4. Média de 8% dos que não sabiam em quem votar nas 2 pesquisas quase dobrou para 15% na última.

5. Entre os mais jovens, Freixo tem 20%. Entre os mais velhos, Freixo tem 3%.

6. Maior intenção de votos de Indio da Costa é entre os espíritas, com 17%.

7. 40% dizem que ainda podem mudar seu voto. Indio da Costa o mais volátil.

23 de setembro de 2016

REDES SOCIAIS E AS ELEIÇÕES PARA PREFEITO DO RIO!

1. Quando a nova lei eleitoral foi aprovada em 2015, o deputado Freixo e sua equipe não se preocuparam com o pouco tempo de TV. Tinham a convicção que a propagação de sua candidatura pelas redes sociais teria um efeito virótico e que o pouco tempo de TV não o afetaria. Confundiram eleição para deputado em seu próprio universo, com uma eleição majoritária, espalhada.

2. Este Ex-Blog, há bastante tempo, vem chamando a atenção para as características gerais e em especial de corte político das redes sociais. As redes sociais são horizontais e desierarquizadas e empoderam o indivíduo e não partidos políticos. São muito mais contundentes e viróticas na crítica, na defesa do não, na denúncia.

3. Na esfera política isso produz dois efeitos. O primeiro é que as redes são eleitoralmente fechadas em seus próprios grupos, em suas próprias tribos. As opiniões circulam dentro de um mesmo globo e geram um entusiasmo centrípeto.

4. O segundo é que a horizontalidade das redes e o empoderamento dos indivíduos funcionam como micropartidos fechados e com baixo poder de contaminação.

5. Aqueles grupos ou tribos -o PSOL como exemplo- prescindem da TV numa campanha eleitoral apenas entre seus membros. Servem nas campanhas de deputados, por exemplo.  E assim não têm força de expansão. O PSOL descobriu isso nessa eleição de 2016. Em 2012, os votos que atraiu dobrando sua força eleitoral vieram dos que não queriam votar na reeleição do prefeito e que fizeram o voto útil.

6. Com isso, na eleição para Prefeito do Rio, em 2016, Freixo e sua equipe, mantendo a mesma lógica de antes, usando as redes sociais, estacionaram nesse patamar de mais ou menos 10%. Agora, lutam com todas as forças, próprias de uma campanha tradicional, e contam com os debates na TV para ultrapassar o bloco de todos os candidatos “empatados” em segundo lugar.

7. E se Freixo for para o segundo turno, entrará numa eleição completamente diferente da que contava e contou no primeiro turno: passará a ter 10 minutos de TV. E terá aprendido que será através da TV que poderá sair de seu nicho e se encontrar com eleitores dispersos e espalhados ideológica, política e socialmente.

* * *

REDES SOCIAIS ESTÃO FALANDO PARA ELAS MESMAS NESTA ELEIÇÃO!

(Vinicius Wu, Mestrando em Comunicação Social pela PUC/RJ e idealizador do Gabinete Digital, vencedor de prêmios do Banco Mundial e da ONU – Globo, 21)

1. Candidatos que apostam nas redes sociais para alcançar um número maior de eleitores estão enfrentando dificuldades para colher resultados. Está mais difícil falar para além de suas próprias redes. A mudança promovida pelo Facebook reforça a tendência à formação de “bolhas”, levando as campanhas a falarem para elas mesmas.

2. Essa realidade desafia não apenas as campanhas eleitorais, mas todos aqueles que vislumbram na internet uma possibilidade para a renovação da própria democracia.  As eleições de 2016 deixarão um importante aprendizado a respeito das estratégias de campanha em redes sociais e, ao que tudo indica, elas estão longe de ser a panaceia que tornará as disputas menos desiguais.

22 de setembro de 2016

DICAS PARA O FINAL DA CAMPANHA!

1. Não adianta nada espalhar a campanha. Concentre nos pontos e locais onde a probabilidade de seu voto é maior.

2. As bandeiras devem se posicionar de frente para o fluxo de carros e pessoas e movimentadas lentamente para se poder ler o nome e número do candidato.

3. Panflete com cartão tipo célula eleitoral, posicionando o nome do vereador e do prefeito na ordem que vão aparecer na tela de votação com vereador em cima. No verso, apenas um compromisso, sublinhando nome e número de quem imprimiu o cartão.

4. Você e seus apoiadores devem usar a praguinha na fila de votação e não se descolar dela na última semana.

5. Faça sua “pesquisa” na rua nos últimos dias. Seus grupos devem perguntar às pessoas se já têm candidato. A grande maioria dirá que não. Peça licença para fazer uma sugestão e entregue o cartão.

6. Seu som deve apenas falar o seu nome e número e repetir exaustivamente, sem agressividade.

7. Fazer minicarreatas em diversos pontos. Não atrapalhe o trânsito. O candidato só estará na minicarreata nos pontos de provável concentração do voto.

8. Alegria no rosto e otimismo nas palavras. Voto se pede com humildade e suavemente.

9. Nas feiras só deve entrar o candidato. Panfleteiros, bandeirantes e som só nas pontas de entrada/saída das feiras.

10. Nos últimos 3 dias faça sua campanha também nas ruas periféricas ao centro do bairro, com abordagem pessoal e tranquila.

11. No início da última semana o candidato deve reunir suas equipes por região e fazer um discurso curto de mobilização e entusiasmo a cada uma delas.

12. Quando alguém estiver panfletando, ao contatar alguém de seu partido fale palavras de entusiasmo. Os votos no mesmo número partidário vão somar-se a sua legenda que pode te eleger.

13. Dê valor a UM voto. A tendência nesta eleição é que alguns poucos mais votados se destaquem dos demais e estes vão disputar entre eles a eleição por pouquíssimos votos.

14. As redes sociais podem fazer a diferença, mas por poucos votos. As redes empoderam o indivíduo e assim espalham o voto.

15. Em 2012 a soma dos votos nulos, brancos e abstenção para vereador chegou a 30%. Agora, se for mais que isso, reduzirá a necessidade de votos para se entrar numa legenda. É bom para a grande maioria.

21 de setembro de 2016

SEGMENTANDO O IBOPE – PREFEITO DO RIO! ACIMA DE 5%!

1. Entre as mulheres: Crivella 34%, Freixo 9%, Jandira 9%, Pedro Paulo 7%, Indio 7%, Bolsonaro 6%.

2. Entre os jovens: Crivella 32%, Freixo 12%, Indio 11%, Bolsonaro 9%, Pedro Paulo 7%, Jandira 7%.

3. Entre os mais velhos: Crivella 30%, Pedro Paulo 10%, Jandira 10%, Bolsonaro 7%, Indio 7%.

4. Escolaridade: até 4 série do ens. fundamental: Crivella 43%, Jandira 13%, Pedro Paulo 11%, Indio 6%.

5. Escolaridade: Nível Superior: Crivella 20%, Freixo 19%, Bolsonaro 12%, Indio 9%, Pedro Paulo 7%, Osorio 6%.

6. Renda Familiar: até 1 SM: Crivella 44%, Jandira 12%, Pedro Paulo 6%, Indio 6%.

7. Renda Familiar: + de 5 SM:  Freixo 18%, Crivella 17%, Bolsonaro 14%, Pedro Paulo 10%, Indio 9%, Jandira 7%, Osorio 7%.

8. Independente de sua intenção de voto quem você acha que vai ganhar a eleição para Prefeito? Entre os Homens: Crivella 47%, Pedro Paulo 17%, Freixo 7% / Entre as Mulheres: Crivella 46%, Pedro Paulo 10%.

9. Avaliação do Prefeito Eduardo Paes. Ótimo+Bom x Ruim+Péssimo. 27% x 34% / Aprova 40%, Desaprova 56%.

10. O problema mais grave do Rio: Saúde 53%, Segurança Pública 17%, Transporte Coletivo 6%, Educação 6%…

20 de setembro de 2016

VOTO NA LEGENDA INFLUENCIA NÚMERO DE VEREADORES ELEITOS: O CASO DO RIO!

1. Sempre o número do votos na legenda partidária é mais ou menos proporcional à porcentagem de votos do candidato a prefeito desta legenda. E assim afeta a quantidade de vereadores eleitos por cada legenda.

2. Isso ocorre porque o eleitor, sendo muito mais atingido pela propaganda dos candidatos a prefeito que de vereador, tem o número de seu candidato a prefeito memorizado. Quando chega na cabine e a tela abre, muitos eleitores marcam equivocadamente, primeiro, o número de seu candidato a prefeito.

3. Mas a primeira tela é de vereador. Com isso, esses eleitores votam na legenda de vereador imaginando que estão votando no prefeito.  As maiores votações na legenda correspondem sempre aos números dos candidatos a prefeito mais votados.

4. Em 2012, por essa razão, o número 15 da legenda do PMDB, cujo candidato a prefeito venceu no primeiro turno, foi a mais votada com 160.396 votos. Para eleger um vereador eram necessários 60 mil votos. Com isso, a legenda 15 elegeu 3 vereadores incluindo a sobra. Ou, de outra forma, sem os votos de legenda perderia 2 a 3 vereadores.

5. O segundo candidato a prefeito mais votado foi o do PSOL. Assim, sua legenda recebeu 114.933 votos, elegendo 2 vereadores incluindo a sobra. O PSOL recebeu quase a mesma quantidade de votos nominais: 114.899. Elegeu 4 vereadores. A segunda maior bancada atrás do PMDB. Sem os votos de legenda perderia entre 1 e 2 vereadores.

6. Nos votos nominais (direto no vereador), o PSOL perdeu para o PMDB, para o DEM, para o PDT, para o PP, para o PSDB, e para o PT. Teria sido a sétima bancada e não a segunda em 2012.

7. O terceiro partido em 2012 com mais votos na legenda foi o PT com 20.846 o que representou 1/3 do necessário para uma legenda.

8. Agora, em 2016, o PRB, cujo candidato a prefeito lidera as pesquisas e provavelmente manterá este patamar dos 30% até a eleição, deverá eleger pela legenda 3 vereadores -ou quase- pelas razões expostas acima.

9. Supondo que o candidato que for ao segundo turno deverá se aproximar dos 15% e o poder de atração do candidato majoritário a seu número será menor pela dinâmica dessa eleição, no máximo sua legenda elegerá 1 vereador e alguma pequena sobra.

10. As demais legendas de prefeito contribuirão no máximo com 1/5 do necessário para a eleição de um vereador. Dessa forma, o PMDB e o PSOL, vitoriosos em 2012, elegerão menos 3 e 2 vereadores pelo menor voto de legenda.

11. Assim, seus votos nominais deverão suprir essa diferença nos votos de legenda. Um esforço eleitoral muito maior para seus candidatos a vereador.

19 de setembro de 2016

RIO:  PREFEITO DA CIDADE OU DA PREFEITURA?

1. As pessoas que moram na Cidade do Rio de Janeiro, não querem saber se os problemas que enfrentam são de responsabilidade municipal, estadual, federal ou privada. Em cada eleição as responsabilidades são cobradas dos candidatos ao posto que se candidatam seja prefeito, governador ou presidente.

2. Na eleição deste ano os postulantes são candidatos a Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro e não a Prefeito da Prefeitura. Nesse sentido, precisam abordar os temas de sua responsabilidade administrativa e também de sua responsabilidade política na condição de Prefeito da Cidade.

3. Há questões que se superpõem, como Saúde Pública, onde há responsabilidades concorrentes, compartilhadas além de suplementares. Já há promessa de ter clínicas por especialidades, abandonando a economia de escala e ampliando o custo e negando a integração municipal, estadual, federal. Há questões que, sendo de responsabilidade estadual, por exemplo, atingem tal amplitude que as responsabilidades suplementares se tornam concorrentes.

4. Por exemplo: Segurança Pública. Nos últimos cinco anos a violência externa às escolas -de responsabilidade estadual- entrou nas escolas produzindo agressões físicas e verbais entre alunos e desde alunos em direção as professoras.

5. Em alguns países desenvolvidos -como os Estados Unidos- tentou-se responder à violência nas escolas com policiais dentro das escolas. Foi um enorme fracasso. E mais grave: diluiu a autoridade dos professores. A solução nos Estados Unidos foi as escolas assumirem também essa responsabilidade e superar a violência desde a educação e não a violência com a violência, ou seja, com a presença policial dentro das escolas.

6. O saneamento é responsabilidade constitucional municipal. Mas por razões históricas essa responsabilidade, na cidade do Rio de Janeiro, passou a ser compartilhada, especialmente em nível micro-urbano. Recentemente o saneamento na Zona Oeste propriamente dita foi privatizado. Com isso, o saneamento das áreas mais pobres foi abandonado ou ficou para um “futuro”, na Zona Oeste estrito senso.

7. Hoje, sobre todas estas questões está a falência do Governo do Estado do Rio. Os candidatos a prefeito simplesmente ignoram as responsabilidades compartilhadas, concorrentes e suplementares. E quem paga a conta é o cidadão carioca.

8. Sem esgotar os temas, o desemprego que atinge 750 mil cariocas, majoritariamente os jovens. E candidatos a prefeito só conseguem enxergar emprego pela ótica das obras públicas. Esta pode ser importante, mas está longe de ser a única. A profissionalização, a educação, a saúde, etc., são componentes tão importantes quanto.

16 de setembro de 2016

MENSAGEM DE JAIME LERNER AOS CANDIDATOS A PREFEITO!

(Folha de S. Paulo, 08) 1. Candidatos a prefeito precisam lembrar que “mobilidade é colocar moradia perto do trabalho e que só rua bonita, vibrante faz as pessoas querem caminhar”, diz o arquiteto Jaime Lerner, 78, que governou Curitiba por três mandatos. “Ficamos construindo guetos para pobres nesse ‘Minha casa, minha vida, meu fim de mundo’, que depois custa uma fortuna levar infraestrutura tão longe, onde a dependência do carro é total”.

2. Com o registro de elogios de colegas de profissão de Oscar Niemeyer a Paulo Mendes da Rocha e João Filgueiras Lima, o Lelé, ele deixa transparecer certo ressentimento por suas ideias terem vingado primeiro no exterior que em cidades brasileiras, como os corredores de ônibus. O ex-prefeito, fora da política partidária há 14 anos, admite que Curitiba “deixou de inovar há pelo menos uns dez anos” e que o sistema de transportes “piorou muito”.

3. “Curitiba foi contra a corrente. Investimos em transporte público quando só se faziam obras viárias —o rodoviarismo até hoje manda no Brasil. As pessoas se curvam, se ajoelham para o ídolo de metal, que é o carro, o cigarro do futuro. Os corredores de ônibus levaram 40 anos para “pegar” no Brasil, só depois que Bogotá, Nova York e a China adotaram. Soluções simples, que não envolvem muito dinheiro, não fazem muito sucesso por aqui.”

4. “Inovar é começar. Melhor trabalhar rápido e mostrar resultados que gastar muito tempo com teorias. Fizemos o primeiro calçadão do Brasil em 72 horas. As pessoas tinham que ver e sentir o resultado, explicação nenhuma funcionaria como a demonstração na prática. Defendo obras rápidas e simples.”

5. “Morar mais perto do trabalho é o grande desafio da mobilidade. Ficamos gastando bilhões com o “Minha casa, minha vida, meu fim do mundo”. É um retrocesso. Continuamos a criar guetos distantes, que só são alcançados por carro. São Paulo tem 25 m² para um carro em casa, 25 m² para estacionar no trabalho. Se vocês têm 5 milhões de espaços para os carros paulistanos, vocês poderiam ter 2,5 milhões de moradias ou escritórios no lugar. A cidade nem precisaria ter periferia com essa troca.”

6. “O mercado imobiliário coloca nomes europeus em tudo quanto é edifício, mas faz o oposto da cidade europeia. Em Paris, você pode morar em um apartamento de 20 m², um antigo quarto de empregada adaptado, mas terá uma cidade linda para desfrutar. Aqui a gente tenta trazer a cidade para o prédio, o espaço de brincar, de comer, gourmet, tudo apertado com muro alto. Sobra pouco para uma cidade diversa além-muros. A rua tem que ser vibrante, viva, para as pessoas terem vontade de usar.”

7. “Prefeitos não devem se assustar com falta de dinheiro. Fizemos parques com tubos e postes de madeira que compramos das empresas de telefonia e energia e reciclamos. Dinheiro demais atrapalha. Disse pro [arquiteto] Richard Rogers quando visitou Curitiba, “talvez você não goste da arquitetura, mas vai gostar dos espaços públicos”. Prefiro a ecoarquitetura que a egoarquitetura.”

8. “Nossa grande campanha de reciclagem do lixo começou em 1989. Começamos pelas escolas, todas as crianças foram ensinadas a separar o lixo. Não achávamos que reciclagem era apenas para bairro rico. Toda favela no Brasil é em morro ou fundo de vale. Não tinha coleta, e esse lixo polui os córregos onde as crianças brincam. Decidimos comprar o lixo da população, trocando por vales transporte. É mais caro despoluir depois.”

9. “Gostei muito mais de ser prefeito que governador. Está mais perto do fazer, há resultados mais concretos. Como governador, você depende mais da política econômica do país e tive que sofrer o ajuste da primeira vez que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi implementada. Ser prefeito é sentir a sociedade antes. É ter equipes de artistas, de intelectuais, de gente que se adiante, não apenas fique reagindo. É ter senso de humor, as pessoas precisam querer trabalhar com você.”

10. “Até prefeitos sensíveis, com boas intenções, não conseguem ter equipes com a qualificação necessária porque precisam governar em coalizão. Aceitam indicados de outros partidos que não têm a menor ideia. Quando criamos o IPPUC [Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba], queríamos ter um corpo técnico cuidando do urbanismo, com continuidade. Poucas cidades do Brasil fizeram algo parecido.”

15 de setembro de 2016

IBOPE E DATAFOLHA PARA PREFEITO DO RIO! DIFERENÇA DE 5 DIAS!

1. Crivella permanece líder destacado na pesquisa para prefeito do Rio. Elas por elas, Crivella tem 30% das intenções de voto. Reforçando sua liderança, a rejeição a Crivella diminuiu.

2. No segundo bloco, Freixo mantém-se no mesmo patamar: 10% entre as 2 pesquisas, com rejeição decrescente. Pedro Paulo manteve-se entre 8% e 9%. Contra ele o fato de sua rejeição ter crescido.  Jandira manteve-se em 8%. No IBOPE, Bolsonaro manteve-se no patamar de 8% e no Datafolha uns dias antes havia caído.

3. Indio cresceu no IBOPE em relação ao Datafolha e, com 7%, embolou com os demais. Osório continua afastado do segundo bloco, ficando estacionado nos 4%. Molon, até surpreendentemente, se iguala a Ciro Garcia, na faixa de 2% e 1%.

4. Na intenção de voto espontânea, portanto sem apresentação dos nomes, Crivella também dispara, com 19%, o que já garantiria estar no segundo turno. Freixo com 7% e Pedro Paulo com 6% ficam próximos a suas intenções de voto induzidas. Bolsonaro, Jandira e Indio se afastam na espontânea com 4% e 3%. Osório mais abaixo, com 2%.

5. A avaliação do prefeito Eduardo Paes piorou. Manteve seus 27% de ótimo+bom. Mas o ruim+péssimo de Eduardo Paes cresceu para 34%. Com isso, seu saldo negativo passou a menos -7%.

6. A única coisa que se pode garantir hoje é que Crivella já está no segundo turno. O outro nome ainda não é possível falar em favorito para o segundo turno. A vantagem de Freixo é quanto a rejeição comparada em relação a Pedro Paulo e a avaliação negativa do prefeito Eduardo Paes.

* * *

IBOPE-PREFEITO DO RIO: SALDO ENTRE INTENÇÃO DE VOTO E REJEIÇÃO!

A intenção de voto (considerada positiva) – rejeição do candidato (considerada negativa).

1. Crivella 31% – 24% = +7% /. Freixo 9% – 18% = (-9%). / Pedro Paulo 9% – 36% = (-27%) / Jandira 8% – 35% = (-27%) / Bolsonaro 8% – 29% = (-21%) / Índio 7% – 22% = (-15%).

2. Em S. Paulo, Russomano tem um saldo positivo de 8%. Marta um saldo negativo de -7%. Doria um saldo negativo de -1%. Haddad um saldo negativo de -39%.

14 de setembro de 2016

MÍDIA AMPLIFICA O CURTO PRAZO E A POLÍTICA PRECISA DE PERSPECTIVA!

(Artigo de Cesar Maia em 13 de junho de 2005) 1. Uma leitura interessante para acompanhar a conjuntura política atual é o capítulo sete do livro “Pensar a comunicação”, do professor e sociólogo francês Dominique Wolton —- diretor do Laboratório de Comunicação e Política do Centro Nacional de Investigações Científicas da França (Ed. UnB). O título é sugestivo: “Triângulo infernal: jornalistas, políticos e opinião pública”. Wolton ensina que, hoje, a política tem uma estreita margem de manobra num mundo, ao mesmo tempo, burocratizado e globalizado.

2. O triângulo entre poder, comunicação e opinião teria mudado seu vértice superior: antes, o poder, e, agora, a mídia. Neste quadro, a mídia, por sua lógica, obrigaria os homens públicos (HP) a darem respostas rápidas a fatos que não podem ser respondidos com a velocidade que se exige. Isso geraria um clima de descrédito e a impressão de que os HPs nada têm a propor.

3. Com isso, vive-se numa contradição: a mídia é necessária para valorizar a ação dos HPs, mas a exposição da escassez de margem de manobra desgasta quem expõe. Então, produz-se um círculo vicioso: os comentaristas imaginam significações e estratégias, e questionam a capacidade de ação dos HPs. Estes correm à mídia para desmentir e afirmar. E assim por diante.

4. A pressão das informações desestabiliza os atores políticos. A predominância nestes de elementos simbólicos termina por prejudicar sua própria capacidade de ação. Produz-se um mal-estar, percebido pelo cidadão, que é a defasagem entre a rapidez da informação e a lentidão da ação. Esta situação termina por desestabilizar as expectativas dos próprios cidadãos.

5. Neste jogo, segundo Wolton, entra um outro fator consorte: as pesquisas, que intensificam esta desestabilização. Os HPs são cercados por “barômetros”, cotas de popularidade e são sedados por números. Sem condições de olhar a longo prazo, a agenda dos HPs visa a compensar os efeitos desfavoráveis destes “barômetros” por meio das mídias e aceita que estas sejam árbitro de suas relações com os cidadãos. O recurso passa a ser confiar cegamente nos especialistas em comunicação, que terminam por multiplicar as operações de mídia.

6. Wolton alerta que o capital político raramente é recuperado apenas por meio de operações de comunicação. Estando em um território que não é o seu, os HPs perdem a alteridade, que lhes é indispensável. Os atores políticos são sempre — ou quase sempre — os perdedores neste jogo de hipermidiatização. Curiosamente, segundo o autor, os jornalistas não reconhecem a inversão deste jogo a seu favor. Ele lembra que apenas o núcleo superior das mídias tem os instrumentos e as informações necessárias. E que a base — a ampla maioria — vive de julgamentos rápidos e… definitivos. Os fatos em que a cobertura se equivoca são rapidamente esquecidos e se passa com enorme rapidez de um fato a outro. E isso não é visto como defeito.

7. Segundo o professor Dominique Wolton, a nomenclatura dos jornalistas tem muito menos poder do que imagina em relação à grande maioria da sociedade, mas tem muito poder em relação às elites e aos HPs. Mesmo que esta parcela seja pequena, é ela que está perto do poder. Da mesma forma, o jogo das pesquisas, pois a onipresença delas acentua a cultura do instantâneo e reduz as distâncias, afetando a crítica. Tudo é imediato e cria a ilusão de transparência.

8. Mídia + pesquisas amplificam o curto prazo. E a política precisa de perspectiva. Ocorre uma falsa tecnocratização da percepção, através de pesquisas e indicadores, e isto afeta a dinâmica democrática. A opinião das elites se auto-intoxica neste processo. Quando há crises, a mídia as amplia pela repetição. Isso afeta a percepção sobre a capacidade e a autoridade dos HPs e a própria legitimidade política. E, se durar muito, pode desestabilizar os governos.

9. A mídia acentua o susto geral pela impaciência e dramatização das informações, que reforçam o enfraquecimento e a legitimidade dos HPs. A mídia, então, quer ser o mediador das crises, quer fazer o diálogo ao vivo. O sonho dos jornalistas é transformar os estúdios em locais das negociações. Negociar ao vivo sob o olhar de todos. É a mídia-diplomacia, a mídia-negociação que passa a idéia errônea de que os atores — de forma transparente — se entenderiam melhor ao vivo.

10. Finalmente, Wolton fala das portas de saída. Diz que os HPs devem diminuir a pressão do acontecimento, que pesa sobre ele pela mídia e pelas pesquisas. O papel deles não é gerir a comunicação, mas agir sobre a realidade. Os HPs devem recusar-se a correr de programa em programa explicando-se, precisam estar perto do cidadão, fazendo a comunicação de proximidade e apostando na inteligência crítica das pessoas.

11. O sociólogo conclui falando das três dificuldades da política hoje: 1) amplia-se a esfera da política e reduz-se a margem da ação; 2) aumenta a visibilidade da política, mas inverte-se a relação de forças com a mídia; 3) as pessoas são cada vez mais potencialmente aguerridas, mas não dispõem de meios para se expressar, elas são audiência. Wolton destaca, ainda, que não existe o mau jornalista e o bom político ou vice-versa. Eles formam — no sentido do capítulo citado — o que ele chama de casal satânico. E lembra: este jogo, quando questionado, é denunciado como restrições à liberdade de imprensa. Vale a pena ler.