AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES NA AMÉRICA LATINA EM 2014!

(Instituto João Goulart – Daniela Cambauva) 1. Em 25 de maio, as eleições acontecem na Colômbia.  Juan Manuel Santos, atual presidente, é candidato novamente pela coalizão Unidade Nacional. Ele é sucessor do último mandatário, Álvaro Uribe. Além dele, favorito nas pesquisas, outros quatro candidatos formalizaram candidatura.

2. As seguintes acontecerão apenas no segundo semestre, primeiro no Brasil, em 05 de outubro. Em 12 de outubro, a Bolívia escolherá seu presidente e o vice, mais 130 deputados e 36 senadores – data anunciada em abril pelo Tribunal Eleitoral.

3. No Uruguai, as eleições serão em 26 de outubro, marcando o final do primeiro mandato de José Pepe Mujica, presidente do Uruguai. Ele não poderá concorrer a outro mandato subsequentemente. Seu pré-candidato é o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), da mesma coalizão, Frente Ampla, de esquerda. Os uruguaios vão escolher também 99 deputados e 30 senadores.

REVISTA DER SPIEGEL MOSTRA PROBLEMAS DA COPA DO MUNDO!

(DW.DE – Deutsche Welle, 12) 1. “Spiegel” dedica dez páginas ao Mundial e prevê que país do futebol pode ter protestos e tiroteios em vez de festa. Maracanã, diz a reportagem, teve a alma roubada e é exemplo de como políticos se distanciaram do povo.
A um mês da Copa, a maior e mais importante revista da Alemanha, a Der Spiegel, faz uma previsão sombria sobre o Mundial no país do futebol. Com o título “Morte e jogos”, o semanário traz em sua capa uma imagem da bola oficial do torneio em chamas caindo sobre o Rio de Janeiro. Em três matérias, que juntas somam dez páginas, é apresentado um retrato dos atrasos nas obras, da insatisfação dos brasileiros com os altos custos do evento e dos prováveis embates nas ruas das cidades-sede.

2. “Justamente no país do futebol, a Copa do Mundo pode virar um fiasco: protestos, greves e tiroteios em vez de festa”, afirma a matéria, assinada pelo jornalista alemão Jens Glüsing e que leva o título de “Gol contra do Brasil”. “As notícias serão sobre protestos e greves, problemas com infraestrutura e violência”, prevê.  Enquanto na Alemanha os torcedores já estão vestindo a camisa da seleção nacional, e enfeites e adereços com as cores da bandeira estão à venda nas lojas, no país conhecido pelo carnaval, compara o jornalista, o clima é outro: “Nas favelas do Rio, policiais e traficantes se enfrentam de maneira sangrenta. Em São Paulo, gangues queimam ônibus quase todas as noites.”

3. Para a Spiegel, o clima de festa só vai aparecer se a seleção brasileira vencer o torneio. Mas, caso isso não aconteça, a revista questiona se o país viverá uma onda de violência: “Os jogos vão terminar em pancadaria nas ruas? Políticos e funcionários da Fifa serão perseguidos por uma multidão enfurecida?”

4. Capa da revista Der SpiegelResumo da matéria.

PANAMÁ: ELEIÇÃO CONTRARIA TODAS AS TEORIAS ELEITORAIS! ATENÇÃO BRASIL!

1. A economia crescendo a taxas de 8% e 9%. Um programa de bolsas com a mais ampla diversidade. A altíssima popularidade do presidente. Obras para todos os lados. Abundantes recursos financeiros por apoio dos contratistas. Contratado no Brasil, João Santana, o marqueteiro mais prestigiado da América Latina e com aval de Lula.

2. Não havendo reeleição, o presidente compõe a chapa com sua esposa como candidata a vice-presidente. A vantagem financeira pode ser medida pela liberdade para comprar tempo na TV durante a campanha.

3. A campanha abre com o candidato do presidente liderando com folga…, e assim fica. Seu mais próximo adversário era o candidato do PRD –que detinha a prefeitura da Capital-, e tradição de centro-esquerda. A região metropolitana da capital tem 50% dos eleitores. O PRD é um partido de muito maior tradição que os novatos –Cambio Democrático e Panamenense –do presidente e de seu vice-candidato.

4. E por falar em vice, passada a metade do mandato, a antecipação do processo eleitoral leva o presidente Martineli a romper com o vice, Varela, que era assumidamente candidato a presidente. Sem máquina e sem estrutura, era natural que –num sistema de voto distrital –uninominal e plurinominal- não contasse com capilaridade e força de seus candidatos a deputado (num regime unicameral).

5. Venceu o vice, Varela com 39% dos votos. Seus deputados eleitos alcançaram apenas 18% dos votos. Os deputados do governo tiveram 40% e do PRD 36%. A impulsão de Varela, saindo do terceiro lugar para o segundo e o primeiro, ocorreu nos últimos dias de campanha. E a ultrapassagem por margem ampla só nos últimos 4 dias, quando a divulgação das pesquisas estava proibida.

6. Foi um fenômeno de opinião pública, uma espécie de reação espalhada contra o abuso do poder econômico do governo a favor de seu candidato, empinando a curva de crescimento da candidatura de Varela.

7. No comitê de campanha de Varela, no hotel Sheraton, quando já estava clara a sustentação da diferença, havia uma palavra de ordem que ressonava e explicava a onda que o levou à vitória. Em uníssono, a grande quantidade de militantes presentes repetia: Ô Gente! O Panamá não se vende!

8. Que fiquem todos atentos no Brasil agora em 2014, com um clima pré-construído de rejeição ao abuso do poder econômico na política, que nenhuma pesquisa garantirá nada se um candidato nos degraus mais baixos tiver uma intenção de voto com capacidade de multiplicar, por exemplo, algo próximo a 10%, a mais ou a menos, e representar a rejeição ao abuso do poder econômico.

12 de maio de 2014

ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA: OUTRO PACOTE NAS COSTAS DA OLIMPÍADA!

(Blog Urbe Carioca, 08) 1. Mais um projeto de lei complementar voltado para o mercado imobiliário será votado na Câmara de Vereadores. Tal como o Pacote Olímpico 1 – leis publicadas em 2010 que concederam mais áreas de construção e isenções fiscais para hotéis – outra vez as indústrias da construção civil e da atividade hoteleira serão agraciadas direcionada e exclusivamente, caso o PLC nº 79/2014 seja aprovado.

2. Segundo a ementa da proposta, ao que consta de autoria de um grupo de vereadores, o projeto “ESTABELECE INCENTIVOS PARA A CRIAÇÃO DE CENTRO DE CONVENÇÕES NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO”.  As poucas linhas do mal escrito texto mostram que os tais incentivos nada mais são do que aumentar ainda mais o potencial construtivo dos terrenos destinados a hotéis.

3. É certo que a Lei nº 108/2010 já havia “beneficiado” sobremaneira aquele tipo de edificação com normas urbanísticas intrincadas, privilégios em nome dos Jogos Olímpicos que geraram uma “enxurrada hoteleira” em tempos de ‘Tudo é prá Olimpíada’: por exemplo, em relação aos próprios Centros de Convenções dos hotéis olímpicos, que, junto com outros compartimentos dos prédios, não são computados no cálculo da área de construção nem no volume máximos permitidos, como se não existissem!

4. Mesmo sendo o PLC confuso e mal redigido é clara a intenção do que se quer excepcionar: permitir a construção de um enorme embasamento (parte inferior das construções em geral maior em largura e profundidade do que a torre acima dela) nos hotéis andares e 25,00m de altura – cerca de 8 andares -, dos quais cinco ocupando 90% da área do terreno, contra 1(um) andar e 50% do terreno previstos na malfadada Lei nº 108/2010.

5. Um exemplo com maquete eletrônica.

6. Como se fosse pouco, o inciso III beira a pior mesquinharia. Às dimensões muito aumentadas pelos privilégios a proposta acrescenta ainda mais área e volume – 20 cm em toda a volta do prédio –– inclusive sobre as medidas mínimas exigidas para ventilar e iluminar os compartimentos.  Conheça o inciso III.

7. Ao jornalismo investigativo, uma curiosidade e uma sugestão: saber qual o percentual de área construída foi acrescido aos hotéis pela Lei nº 108/2010 e qual o acréscimo gerado pelo PLC nº 79/2014, tudo somado às isenções fiscais e traduzido em vantagens financeiras à custa do contribuinte e do uso do solo da cidade de modo nocivo.

* * *

PESQUISA DATAFOLHA: AVALIAÇÕES DIVERGENTES!

1. A pesquisa Datafolha publicada na Folha de SP (09) apresenta duas formas de avaliar a presidente Dilma Rousseff. A primeira divide a avaliação em conceitos: ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. A outra através de notas, 0 a 10.

2. Avaliando pelo conceito, Dilma tem 35% de ótimo+bom, 26% de ruim+péssimo e 38% de regular.

3. Avaliando pelas notas, de 7 a 10, Dilma tem 48%. De 0 a 3, Dilma tem 20%. De 4 a 6, tem 32%.

4. Há um pequeno desvio em função das notas baixas e altas terem 4 notas e as intermediárias terem 3 notas.

5. Mas, de qualquer forma, as avaliações -por conceito e por notas- dão resultados muito diferentes.  Qual dos dois critérios é o que retrata melhor a avaliação da presidente Dilma? Os técnicos do Datafolha poderiam nos ajudar a entender.

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MONTENEGRO DO IBOPE: “AS PESSOAS ESTÃO NAUSEADAS, ENFADADAS, ENOJADAS.”!

(Sonia Racy entrevista Montenegro, do Ibope -Trecho inicial – Estado de SP, 12) 1. Estou aqui há 42 anos e acho que esta é a eleição mais difícil da história do Ibope. A impressão que me dá é de que realmente o Brasil precisa fazer uma reforma política, mas fazer mesmo. Sinto que as pessoas estão nauseadas, enfadadas, não sei nem o termo, estão enojadas. A princípio, pela leitura das pesquisas hoje, quem é o grande ganhador da eleição? Ninguém. Está cada vez maior a fatia de branco, nulo, indeciso. O desânimo é com tudo, é com a política, é a confusão.

2. O volume de informação, de denúncias é tão grande que dá a impressão de que isso aconteceu 40 dias atrás ou ontem. Não passa a impressão de que isso foi em 2006 ou em 2008. O fato é que o pessoal não aguenta mais toda essa confusão.

3. Na resposta à pergunta “se as pessoas têm interesse pela política ou pelo noticiário político”, isso aparece cada vez mais. As opções “pouco interesse” ou “nenhum interesse” representam mais da metade. Se o voto fosse facultativo, quase 60% não votariam nesta eleição. As manifestações do ano passado já foram um aviso disso. Eu diria que qualquer um dos candidatos que vencer a eleição será uma zebra – qualquer um, porque o desânimo, a tristeza com a política, a falta de sonhos e de programas é imensa. O desencanto é tão grande que, acredito, qualquer um que ganhar será uma surpresa para mim. Aí, você pode perguntar: mas até a Dilma? Até ela, que era favorita absoluta há um ano e pouco. Mas a agenda está ruim.

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PARLAMENTO EUROPEU: ELEIÇÕES 25/05! EUROCÉTICOS-NACIONALISTAS LIDERAM PESQUISAS NO REINO UNIDO E NA FRANÇA!

(Folha de SP, 11) 1. Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido), a extrema direita britânica acusada muitas vezes de racismo por defender a restrição à entrada de imigrantes no país. O Ukip é a sensação do momento após pesquisas que o colocam como sigla local mais votada nas próximas eleições do Parlamento Europeu (22 a 25 de maio). Na França, a extrema direita, com a Frente Nacional de Marine Le Pen, também deve liderar a votação da União Europeia.

2. Ou seja, duas das principais potências do bloco mandam um recado: apostam nos partidos “eurocéticos” em um Parlamento criado justamente para discutir a integração. Votação significativa nessa linha deve se repetir em países como Áustria, Holanda, Grécia e Finlândia.  “Para o bem ou para o mal, isso tem deslocado o centro da gravidade do sistema político para a direita autoritária”, diz o professor Tim Bale, da Queen Mary University.

09 de maio de 2014

ENTENDENDO O RECADO DE MARINA!

1. (Ex-Blog) A Folha de SP (08) destacou, como manchete de capa, uma entrevista com Marina, candidata a vice-presidente de Eduardo Campos. Vejamos algumas frases dela, colocadas entre aspas, ou seja, que estão no gravador do repórter.

2. (Folha de SP-08) “O PSDB sabe que já tem o cheiro da derrota no segundo turno. E o PT já aprendeu que a melhor forma de ganhar é contra o PSDB.” /  “Quando alguém fica muito ansioso para dizer que é igual, é porque sabe que é diferente”. “Campos protagoniza uma agenda progressista de respeito aos direitos sociais, de não ir pelo caminho mais fácil de reduzir a maioridade penal e as conquistas dos trabalhadores.”

3. (Ex-Blog) O recado de Marina é, traduzido por analistas, como uma negativa em apoiar Aécio no caso de segundo turno. Ou não apoia ninguém ou sinaliza para suas origens.

* * *

DATAFOLHA (07-08/05): DILMA PARA DE CAIR E AÉCIO CRESCE 4 PONTOS!

(Folha de SP, 09) 1. Intenção de voto com todos os candidatos. Dilma 37% (antes 38%), Aécio 20% (antes 16%), Campos 11% (antes 10%), Outros 7%. / Sem outros candidatos Dilma 41%, Aécio 22%, Campos 14%.

2. Avaliação Dilma: ótimo+bom 35% (antes 36%), ruim+péssimo 26% (antes 25%).

3. Intenção de voto com Lula. Lula 49%, Aécio 17%, Campos 9%, Outros 6%. / Sem outros candidatos Lula 52%, Aécio 19%, Campos 11%.

4. Em MAIO de 2006, Lula tinha 45%, Alckmin 22%, Heloisa Helena 7% e outros 9%.

5. Curiosamente nada mudou em relação à pesquisa Datafolha de 11/10/2013, sete meses atrás com 3 nomes: Dilma 42% (agora 41%), Aécio 21% (agora 22%), Eduardo Campos 15% (agora 14%), Nenhum deles 23% (agora 22%).

* * *

ESTRUTURA DO DESEMPREGO NOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA! 

(El País, 03) 1. Vamos começar com as estatísticas de desemprego, uma vez que na América Latina, ao contrário da Europa, o número não inclui as pessoas que trabalham na economia informal. Colômbia, Costa Rica, Paraguai e Venezuela são os países latino-americanos mais afetados pelo desemprego. Panamá, Equador e Brasil, apesar de seu baixo crescimento, estão na outra extremidade. Por sua vez, nos dez anos entre 2003 e 2013, se destacam melhorias em relação à Colômbia, Venezuela, Uruguai, Argentina, Brasil, Equador e Panamá. Por sua vez, o desemprego se agravou na Costa Rica e no México. (TABELA 1)

2. Um aspecto particularmente preocupante do desemprego é que está afetando os jovens. Pessoas de 15 a 24 que estão procurando trabalho e não encontram sofrem uma exclusão particular. Em alguns casos particulares, podem cair nas mãos de redes criminosas, tais como gangues ou tráfico de drogas. Mas não se pode generalizar. Uruguai, Argentina e Colômbia têm as maiores taxas de desemprego entre os jovens. México, Panamá e Peru, as menores. O caso do México mostra que um desemprego relativamente baixo entre os jovens não resulta em diminuição da atividade destes no tráfico de drogas. (TABELA 2)

3. Um dos grandes dramas do trabalho na América Latina é que existem muitas pessoas que têm emprego, que não sofrem com o desemprego, mas, de qualquer maneira, são pobres. E em parte isso acontece porque eles estão trabalhando ou estão empregados na economia informal, sem contribuições para Previdência Social, sem cobertura de saúde ou contribuições para pensão futura para a aposentadoria, e sem condições de trabalho que, teoricamente, são garantidas pela lei. O Uruguai é o único país onde quase todos os trabalhadores contribuem para a previdência ou plano de saúde. Costa Rica e Panamá vêm em seguida no ranking. Paraguai, El Salvador e México têm os piores índices. Se for observada a evolução de 2008 a 2012, houve uma melhora significativa no Panamá, Brasil, Peru, Equador e Paraguai. Por outro lado, o panorama piorou para os mexicanos e colombianos. (TABELA 3)

4. O que aconteceu com o salário? A OIT utiliza como base a média da folha de pagamento dos países e as ajusta pela inflação para descobrir o poder de compra real. Considerando a evolução desta variável entre 2004 e 2012, os uruguaios, peruanos e chilenos são os mais favorecidos. Os venezuelanos são os únicos que perderam poder de compra, enquanto os nicaraguenses e mexicanos melhoraram muito pouco. Os dados da Argentina não aparecem, provavelmente porque a OIT não confia no manipulado índice de preços ao consumidor (IPC) daquele país. (TABELA 4)

Se analisarmos a evolução dos salários mínimos reais, isto é, ajustados pela inflação, pode-se detectar os países onde os governos optaram por aumentá-los como estratégia para reduzir a desigualdade e a pobreza. É claro que o salário mínimo só se aplica ao emprego formal e só influencia a decisão dos empregadores para a economia paralela ao determinar a folha de pagamento. Uruguai, Honduras e Nicarágua foram os que mais elevaram o mínimo entre 2004 e 2012. México, Paraguai e Panamá, os que menos elevaram. (TABELA 5)

5. Finalmente, vamos ver quantos dólares por hora ganha um trabalhador industrial entre as três principais economias da América Latina, Brasil, México e Argentina, em comparação com os países em várias regiões e desenvolvimento. São dados do governo dos EUA de 2011. Os trabalhadores argentinos eram os que ganhavam mais, em relação aos brasileiros e, em particular, aos mexicanos, mas a desvalorização do peso argentino em janeiro mudou a equação. Mas os trabalhadores da Argentina estão abaixo da média dos países analisados e recebem muito menos do que os espanhóis, por exemplo. Os mexicanos estão entre aqueles que têm os piores salários, juntamente com húngaros e filipinos. Os que causam inveja são os noruegueses, suíços e dinamarqueses. (TABELA 6)

Conheça as tabelas.

* * *

“LONDON SCHOOL OF ECONOMICS”: ESTUDO DAS POLÍTICAS RELATIVAS ÀS DROGAS!

(Clovis Rossi – Folha de SP, 08) 1. A London School of Economics lança o grito: “É hora de acabar com a guerra às drogas”. A LSE divulgou um estudo assinado por um punhado de especialistas, entre eles cinco prêmios Nobel de Economia, sugerindo um novo enfoque para o combate às drogas, hoje centrado quase exclusivamente na repressão (na “guerra”). O estudo propõe dois enfoques.

2. Primeiro, realocar os recursos hoje destinados à guerra para políticas de saúde pública de redução de danos provocados pelo uso de drogas e para tratamento de viciados. Pede que os governos “assegurem completamente os recursos necessários ao pleno atendimento da demanda”.  Redução de danos é, por exemplo, distribuição de seringas para viciados de forma a evitar a contaminação pelo sangue de outros viciados que estejam doentes.

3. Segundo enfoque: a experimentação de novas políticas e regulamentações “rigorosamente monitoradas”, de maneira “a determinar que políticas funcionam e quais não”. O exemplo uruguaio é, obviamente, um caso prático de novas ideias. Deve, pois, ser seguido de perto inclusive pelas autoridades brasileiras, para ver se dá certo ou não.

4. Não se trata de desprezar ou minimizar os efeitos negativos do uso de drogas, inclusive da maconha, tida como a menos daninha de todas elas.  O problema é que as políticas repressivas até aqui adotadas não foram capazes nem sequer de minimizar os danos, o que torna de sentido comum buscar alternativas, ainda mais quando se propõe que sejam “rigorosamente monitoradas”, exatamente para evitar que novas ideias sejam piores que as velhas.

5. Texto (em inglês) completo do estudo da LSE de 84 páginas.

“LONDON SCHOOL OF ECONOMICS”: ESTUDO DAS POLÍTICAS RELATIVAS ÀS DROGAS!

(Clovis Rossi – Folha de SP, 08) 1. A London School of Economics lança o grito: “É hora de acabar com a guerra às drogas”. A LSE divulgou um estudo assinado por um punhado de especialistas, entre eles cinco prêmios Nobel de Economia, sugerindo um novo enfoque para o combate às drogas, hoje centrado quase exclusivamente na repressão (na “guerra”). O estudo propõe dois enfoques.

2. Primeiro, realocar os recursos hoje destinados à guerra para políticas de saúde pública de redução de danos provocados pelo uso de drogas e para tratamento de viciados. Pede que os governos “assegurem completamente os recursos necessários ao pleno atendimento da demanda”.  Redução de danos é, por exemplo, distribuição de seringas para viciados de forma a evitar a contaminação pelo sangue de outros viciados que estejam doentes.

3. Segundo enfoque: a experimentação de novas políticas e regulamentações “rigorosamente monitoradas”, de maneira “a determinar que políticas funcionam e quais não”. O exemplo uruguaio é, obviamente, um caso prático de novas ideias. Deve, pois, ser seguido de perto inclusive pelas autoridades brasileiras, para ver se dá certo ou não.

4. Não se trata de desprezar ou minimizar os efeitos negativos do uso de drogas, inclusive da maconha, tida como a menos daninha de todas elas.  O problema é que as políticas repressivas até aqui adotadas não foram capazes nem sequer de minimizar os danos, o que torna de sentido comum buscar alternativas, ainda mais quando se propõe que sejam “rigorosamente monitoradas”, exatamente para evitar que novas ideias sejam piores que as velhas.

5. Texto (em inglês) completo do estudo da LSE de 84 páginas.

ESTRUTURA DO DESEMPREGO NOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA!

(El País, 03) 1. Vamos começar com as estatísticas de desemprego, uma vez que na América Latina, ao contrário da Europa, o número não inclui as pessoas que trabalham na economia informal. Colômbia, Costa Rica, Paraguai e Venezuela são os países latino-americanos mais afetados pelo desemprego. Panamá, Equador e Brasil, apesar de seu baixo crescimento, estão na outra extremidade. Por sua vez, nos dez anos entre 2003 e 2013, se destacam melhorias em relação à Colômbia, Venezuela, Uruguai, Argentina, Brasil, Equador e Panamá. Por sua vez, o desemprego se agravou na Costa Rica e no México. (TABELA 1)

2. Um aspecto particularmente preocupante do desemprego é que está afetando os jovens. Pessoas de 15 a 24 que estão procurando trabalho e não encontram sofrem uma exclusão particular. Em alguns casos particulares, podem cair nas mãos de redes criminosas, tais como gangues ou tráfico de drogas. Mas não se pode generalizar. Uruguai, Argentina e Colômbia têm as maiores taxas de desemprego entre os jovens. México, Panamá e Peru, as menores. O caso do México mostra que um desemprego relativamente baixo entre os jovens não resulta em diminuição da atividade destes no tráfico de drogas. (TABELA 2)

3. Um dos grandes dramas do trabalho na América Latina é que existem muitas pessoas que têm emprego, que não sofrem com o desemprego, mas, de qualquer maneira, são pobres. E em parte isso acontece porque eles estão trabalhando ou estão empregados na economia informal, sem contribuições para Previdência Social, sem cobertura de saúde ou contribuições para pensão futura para a aposentadoria, e sem condições de trabalho que, teoricamente, são garantidas pela lei. O Uruguai é o único país onde quase todos os trabalhadores contribuem para a previdência ou plano de saúde. Costa Rica e Panamá vêm em seguida no ranking. Paraguai, El Salvador e México têm os piores índices. Se for observada a evolução de 2008 a 2012, houve uma melhora significativa no Panamá, Brasil, Peru, Equador e Paraguai. Por outro lado, o panorama piorou para os mexicanos e colombianos. (TABELA 3)

4. O que aconteceu com o salário? A OIT utiliza como base a média da folha de pagamento dos países e as ajusta pela inflação para descobrir o poder de compra real. Considerando a evolução desta variável entre 2004 e 2012, os uruguaios, peruanos e chilenos são os mais favorecidos. Os venezuelanos são os únicos que perderam poder de compra, enquanto os nicaraguenses e mexicanos melhoraram muito pouco. Os dados da Argentina não aparecem, provavelmente porque a OIT não confia no manipulado índice de preços ao consumidor (IPC) daquele país. (TABELA 4)

Se analisarmos a evolução dos salários mínimos reais, isto é, ajustados pela inflação, pode-se detectar os países onde os governos optaram por aumentá-los como estratégia para reduzir a desigualdade e a pobreza. É claro que o salário mínimo só se aplica ao emprego formal e só influencia a decisão dos empregadores para a economia paralela ao determinar a folha de pagamento. Uruguai, Honduras e Nicarágua foram os que mais elevaram o mínimo entre 2004 e 2012. México, Paraguai e Panamá, os que menos elevaram. (TABELA 5)

5. Finalmente, vamos ver quantos dólares por hora ganha um trabalhador industrial entre as três principais economias da América Latina, Brasil, México e Argentina, em comparação com os países em várias regiões e desenvolvimento. São dados do governo dos EUA de 2011. Os trabalhadores argentinos eram os que ganhavam mais, em relação aos brasileiros e, em particular, aos mexicanos, mas a desvalorização do peso argentino em janeiro mudou a equação. Mas os trabalhadores da Argentina estão abaixo da média dos países analisados e recebem muito menos do que os espanhóis, por exemplo. Os mexicanos estão entre aqueles que têm os piores salários, juntamente com húngaros e filipinos. Os que causam inveja são os noruegueses, suíços e dinamarqueses. (TABELA 6)

Conheça as tabelas.

DATAFOLHA (07-08/05): DILMA PARA DE CAIR E AÉCIO CRESCE 4 PONTOS!

(Folha de SP, 09) 1. Intenção de voto com todos os candidatos. Dilma 37% (antes 38%), Aécio 20% (antes 16%), Campos 11% (antes 10%), Outros 7%. / Sem outros candidatos Dilma 41%, Aécio 22%, Campos 14%.

2. Avaliação Dilma: ótimo+bom 35% (antes 36%), ruim+péssimo 26% (antes 25%).

3. Intenção de voto com Lula. Lula 49%, Aécio 17%, Campos 9%, Outros 6%. / Sem outros candidatos Lula 52%, Aécio 19%, Campos 11%.

4. Em MAIO de 2006, Lula tinha 45%, Alckmin 22%, Heloisa Helena 7% e outros 9%.

5. Curiosamente nada mudou em relação à pesquisa Datafolha de 11/10/2013, sete meses atrás com 3 nomes: Dilma 42% (agora 41%), Aécio 21% (agora 22%), Eduardo Campos 15% (agora 14%), Nenhum deles 23% (agora 22%).

ENTENDENDO O RECADO DE MARINA!

1. (Ex-Blog) A Folha de SP (08) destacou, como manchete de capa, uma entrevista com Marina, candidata a vice-presidente de Eduardo Campos. Vejamos algumas frases dela, colocadas entre aspas, ou seja, que estão no gravador do repórter.

2. (Folha de SP-08) “O PSDB sabe que já tem o cheiro da derrota no segundo turno. E o PT já aprendeu que a melhor forma de ganhar é contra o PSDB.” /  “Quando alguém fica muito ansioso para dizer que é igual, é porque sabe que é diferente”. “Campos protagoniza uma agenda progressista de respeito aos direitos sociais, de não ir pelo caminho mais fácil de reduzir a maioridade penal e as conquistas dos trabalhadores.”

3. (Ex-Blog) O recado de Marina é, traduzido por analistas, como uma negativa em apoiar Aécio no caso de segundo turno. Ou não apoia ninguém ou sinaliza para suas origens.

Cesar Maia discursa sobre a greve dos professores

Essa greve dos professores ratifica aquilo que tantos de nós (poucos) repetimos aqui, durante a discussão daquele projeto, depois lei do Magistério, que são todas as suas insuficiências. E a maior delas é o caminho da Educação em direção à privatização. Quarenta horas, como uma obrigação do professor, é um caminho para que se tenha o professor como um operador de técnicas de kits colocados pelos Sangaris, pelos Robertos Marinhos, pela Abril Cultural e pelo Ayrton Senna, principalmente.

É claro que durou pouco. E a Secretária de Educação, sabedora do oportunismo, sabedora que não se tinha mais a cobertura do elogio à privatização dos próprios meios de comunicação, até dessa gestão da área de Educação, o que fez? Arranjou emprego e foi para Washington trabalhar no Banco Mundial. Uma semana ou 15 dias depois, vem a segunda greve – inevitável.

08 de maio de 2014

PESQUISA NACIONAL SOBRE A SITUAÇÃO DA SAÚDE E ‘MAIS MÉDICOS’!

Pesquisa nacional MDA-CNT, com 2 mil pessoas entre os dias 20 e 25 de abril de 2014.

1. DOENÇAS!

1.1. Você já sofreu alguma dessas doenças (câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, depressão, pânico ou fobia)?

SIM 19,8% / NÃO 79,5%.

1.2. Percentual das doenças sobre o total dos entrevistados X porcentual sobre os 19,8% que já tiveram essas doenças:

Diabetes: 6,2% x 31,6%
Depressão: 6,1% x 31,1%
Doenças cardiovasculares: 5,3% x 27%
Pânico ou Fobia: 2,2% x 11,1%
Câncer: 1,5% x 7,8%.

1.3. Percentual dos entrevistados que faz ou já fez o uso de antidepressivos ou ansiolíticos no tratamento de depressão ou pânico? Sobre o total X sobre os que disseram já ter sofrido depressão ou pânico.

Sim, faço uso: 2,5% x 32,9%
Sim, já fiz uso: 2,7% x 35,9%.
Não nunca usei: 2,3% x 29%.

1.4. Percentual dos entrevistados que considera fácil conseguir o atendimento médico contra a depressão. Porcentual sobre os que afirmaram sofrer ou já ter sofrido de depressão ou pânico.

Apenas na rede privada é fácil: 1,8% x 23,2%
Apenas na rede pública é fácil: 0,9% x 11,6%
Fácil tanto na rede pública quanto na privada: 0,9% x 11%
Não é fácil em nenhuma das duas: 3,7% x 48,4%.

2. MAIS MÉDICOS!

2.1. Percentual que apoia o programa “Mais Médicos”. Fevereiro de 2014 x Abril de 2014.

SIM 84,3% x 74,8% / NÃO 12,8% X 18,7%.

2.2. Opinião a respeito da capacitação dos profissionais do programa “Mais Médicos”. Fevereiro 2014 X Abril 2014.

Estão Capacitados para atender a população: 66,8% x 63,2%.
Não estão capacitados para atender a população: 21,5% x 22,5%.

2.3. Cumprimento dos objetivos do programa “Mais Médicos”: Fevereiro 2014 X Abril 2014.

Sim, cumprindo totalmente seus objetivos: 13% x 25,2%.
Sim, mas cumprindo em parte os seus objetivos: 46% x 34,7%.
Não, não está cumprindo seus objetivos: 21,6% x 24%.
Não sabe, não respondeu: 19,4% x 16,1%

2.4. Percentual dos entrevistados que conhece alguém que já foi atendido por um médico estrangeiro do programa “Mais Médicos”. Fevereiro 2014 X Abril 2014.

Sim, e foi bem atendido: 6,1% x 19,4%.
Sim, mas não foi bem atendido: 1,5% x 3,1%.
Não conheço: 90,6% x 72,1%.

2.5. Percentual dos entrevistados que considera que o programa “Mais Médicos” foi capaz de melhorar a saúde pública no Brasil.

Sim, foi capaz de melhorar: 39,1%
Não, não foi capaz de melhorar: 41,3%
Não sabe, não respondeu: 19,7%

* * *

INDÚSTRIA ESTAGNADA: PIB EM QUEDA!

(Editorial Folha de SP, 08) 1. Permanece a constatação de que a indústria está estagnada, com o mesmo nível de produção observado em 2008. Quanto aos números deste ano, o quadro tampouco é animador. Houve alta de apenas 0,4% na atividade no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado ainda deve piorar nos próximos meses, a julgar pelo comportamento de uma série de indicadores.

2. Entre eles estão a deterioração da confiança empresarial e do consumidor (que retorna aos níveis da crise de 2008), os juros em alta, o crédito mais escasso e, sobretudo, o recorde de estoques nos segmentos mais dinâmicos da indústria –bens duráveis e de capital. O ambiente internacional de retomada nos países desenvolvidos, por sua vez, ainda não conta a favor. De fato, as perspectivas são preocupantes. No caso dos bens duráveis, o setor automotivo tem o maior nível de estoques desde 2008, e as vendas decrescem. Parece inevitável que as fábricas pisem no freio no restante do ano.

3. O mais provável, infelizmente, é que continuem a cair as projeções de crescimento da indústria e do PIB para este ano.

* * *

RANKING DE LIBERDADE DE IMPRENSA PELA “FREEDOM HOUSE”!

(Andrés Oppenheimer – La Nacion, 06). 1. De acordo com o relatório, a liberdade de imprensa mundial caiu para seu nível mais baixo em mais de uma década, devido principalmente a um retrocesso significativo no Egito, Líbia, Jordânia e outros países. Mesmo nos Estados Unidos, um dos poucos países das Américas que a Freedom House ainda classifica como “livre”, houve um recuo com a denúncia de espionagem. De acordo com o estudo realizado pela Freedom House, os EUA ocupam a posição 21 em um ranking descendente de 1 a 100.

2. Os únicos países latino-americanos classificados como “livres” são Costa Rica (18), Uruguai (26) e Suriname (28), que juntos correspondem a 2% da população da América Latina, segundo o relatório. Entre os países latino-americanos que o ranking classifica como “parcialmente livres” estão o Chile (31), El Salvador (39) e Peru (44). Mais abaixo na mesma categoria de “parcialmente livres”, com mais restrições à imprensa que esses últimos, estão o Brasil (45) e a Argentina (51).

3. Entre os países classificados como “não livres” estão o Equador (62), onde o governo aprovou leis para silenciar a imprensa independente, o México (61) e Honduras (64), onde o crime organizado e o tráfico de drogas intimidam diversos meios de comunicação imprensa, diz o relatório. E no final do ranking entre os países “não livres” com maior censura, estão Venezuela (78) e Cuba (90).

4. Se você vai para São Paulo, Buenos Aires ou Cidade do México é difícil acreditar que esses países têm uma imprensa silenciada. De fato, em muitos destas capitais existem meios de comunicação que fazem uma melhor investigação jornalística do que os cada vez mais frívolos meios de comunicação dos EUA.

5. No Brasil, por exemplo, a mídia nacional está expondo um escândalo financeiro da companhia nacional de petróleo, a Petrobras, que está manchando o governo de Dilma Rousseff. Na Argentina, apesar dos esforços da presidente para silenciar a imprensa, o apresentador de televisão Jorge Lanata denunciou uma corrupção massiva em contratos do governo de Kirchner com o empresário Lázaro Báez. E o jornalista do La Nacion, Hugo Alconada Mon, revelou dezenas de negócios escusos do governo, incluindo um envolvendo o vice-presidente Amado Boudou.

6. Minha opinião: o ranking de liberdade de imprensa da Freedom House é um esforço louvável, mas mistura maçãs com laranjas. Dito isto, não se pode negar que há um crescente aumento da perseguição dos governos contra a imprensa independente na América Latina. Provavelmente o número de latino-americanos que têm acesso à mídia independente é maior do que os 2% estimados pela Freedom House, mas é muito menor do que era há uma década.

* * *

CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA E PROPENSÃO ÀS DROGAS QUANDO ADULTAS!

(Globo, 08) Dados coletados no segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicam que pessoas que foram vítimas de violência na infância ou na adolescência possuem um risco mais de duas vezes maior de se tornarem usuárias de drogas. O estudo aponta que 21,7% da população brasileira sofreu algum tipo de abuso quando criança. Entre os usuários de álcool esse percentual sobe para 45,7% e chega a 47,5% entre os viciados em maconha e a 52%, em cocaína.

* * *

SÍRIA: CAIU HOMS, A CAPITAL DA REVOLUÇÃO!

(BBC, 07) 1. Ontem (07), os combatentes rebeldes foram evacuados do Centro Histórico da cidade, o último bastião que mantinham em Homs. A saída se logrou com um acordo conseguido pela ONU após meses de negociações entre rebeldes e as forças do governo.

2. Sua saída marca o fim de três anos de resistência e fortes combates nessa cidade política e economicamente estratégica que desde o início da guerra civil esteve sob o controle da oposição, Homs é a terceira maior cidade da Síria. Foi aqui onde os primeiros protestos contra o governo de Bashar al Asad e onde milhares de residentes em abril de 2011 participaram nas primeiras manifestações massivas que foram reprimidas brutalmente pelas forças de segurança.

3. Desde então grande parte de Homs foi caindo sob o controle das forças de oposição. Mas durante os últimos dois anos o exército foi recuperando a maioria dos distritos controlados, do uma estratégia de combates, bombardeiros e bloqueios de ajuda. No final os rebeldes só tinham o controle do Centro Histórico da cidade e o distrito de Al Wair.

4. “Homs está localizada quase a metade entre Damasco e Alepo, e perto do Líbano”, explica Feras Kilani, jornalista sírio do Serviço Árabe da BBC. “É a principal via de comunicação desde a capital no ocidente do país. Por isso al Asad foi implacável em sua luta para recuperar o controle da cidade e por isso é uma vitória muito importante para al Assad”, agrega.

SÍRIA: CAIU HOMS, A CAPITAL DA REVOLUÇÃO!

(BBC, 07) 1. Ontem (07), os combatentes rebeldes foram evacuados do Centro Histórico da cidade, o último bastião que mantinham em Homs. A saída se logrou com um acordo conseguido pela ONU após meses de negociações entre rebeldes e as forças do governo.

2. Sua saída marca o fim de três anos de resistência e fortes combates nessa cidade política e economicamente estratégica que desde o início da guerra civil esteve sob o controle da oposição, Homs é a terceira maior cidade da Síria. Foi aqui onde os primeiros protestos contra o governo de Bashar al Asad e onde milhares de residentes em abril de 2011 participaram nas primeiras manifestações massivas que foram reprimidas brutalmente pelas forças de segurança.

3. Desde então grande parte de Homs foi caindo sob o controle das forças de oposição. Mas durante os últimos dois anos o exército foi recuperando a maioria dos distritos controlados, do uma estratégia de combates, bombardeiros e bloqueios de ajuda. No final os rebeldes só tinham o controle do Centro Histórico da cidade e o distrito de Al Wair.

4. “Homs está localizada quase a metade entre Damasco e Alepo, e perto do Líbano”, explica Feras Kilani, jornalista sírio do Serviço Árabe da BBC. “É a principal via de comunicação desde a capital no ocidente do país. Por isso al Asad foi implacável em sua luta para recuperar o controle da cidade e por isso é uma vitória muito importante para al Assad”, agrega.

CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA E PROPENSÃO ÀS DROGAS QUANDO ADULTAS!

(Globo, 08) Dados coletados no segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicam que pessoas que foram vítimas de violência na infância ou na adolescência possuem um risco mais de duas vezes maior de se tornarem usuárias de drogas. O estudo aponta que 21,7% da população brasileira sofreu algum tipo de abuso quando criança. Entre os usuários de álcool esse percentual sobe para 45,7% e chega a 47,5% entre os viciados em maconha e a 52%, em cocaína.

RANKING DE LIBERDADE DE IMPRENSA PELA “FREEDOM HOUSE”!

(Andrés Oppenheimer – La Nacion, 06). 1. De acordo com o relatório, a liberdade de imprensa mundial caiu para seu nível mais baixo em mais de uma década, devido principalmente a um retrocesso significativo no Egito, Líbia, Jordânia e outros países. Mesmo nos Estados Unidos, um dos poucos países das Américas que a Freedom House ainda classifica como “livre”, houve um recuo com a denúncia de espionagem.  De acordo com o estudo realizado pela Freedom House, os EUA ocupam a posição 21 em um ranking descendente de 1 a 100.

2. Os únicos países latino-americanos classificados como “livres” são Costa Rica (18), Uruguai (26) e Suriname (28), que juntos correspondem a 2% da população da América Latina, segundo o relatório. Entre os países latino-americanos que o ranking classifica como “parcialmente livres” estão o Chile (31), El Salvador (39) e Peru (44). Mais abaixo na mesma categoria de “parcialmente livres”, com mais restrições à imprensa que esses últimos, estão o Brasil (45) e a Argentina (51).

3. Entre os países classificados como “não livres” estão o Equador (62), onde o governo aprovou leis para silenciar a imprensa independente, o México (61) e Honduras (64), onde o crime organizado e o tráfico de drogas intimidam diversos meios de comunicação imprensa, diz o relatório. E no final do ranking entre os países “não livres” com maior censura, estão Venezuela (78) e Cuba (90).

4. Se você vai para São Paulo, Buenos Aires ou Cidade do México é difícil acreditar que esses países têm uma imprensa silenciada. De fato, em muitos destas capitais existem meios de comunicação que fazem uma melhor investigação jornalística do que os cada vez mais frívolos meios de comunicação dos EUA.

5. No Brasil, por exemplo, a mídia nacional está expondo um escândalo financeiro da companhia nacional de petróleo, a Petrobras, que está manchando o governo de Dilma Rousseff. Na Argentina, apesar dos esforços da presidente para silenciar a imprensa, o apresentador de televisão Jorge Lanata denunciou uma corrupção massiva em contratos do governo de Kirchner com o empresário Lázaro Báez. E o jornalista do La Nacion, Hugo Alconada Mon, revelou dezenas de negócios escusos do governo, incluindo um envolvendo o vice-presidente Amado Boudou.

6. Minha opinião: o ranking de liberdade de imprensa da Freedom House é um esforço louvável, mas mistura maçãs com laranjas. Dito isto, não se pode negar que há um crescente aumento da perseguição dos governos contra a imprensa independente na América Latina. Provavelmente o número de latino-americanos que têm acesso à mídia independente é maior do que os 2% estimados pela Freedom House, mas é muito menor do que era há uma década.

INDÚSTRIA ESTAGNADA: PIB EM QUEDA!

(Editorial Folha de SP, 08) 1. Permanece a constatação de que a indústria está estagnada, com o mesmo nível de produção observado em 2008. Quanto aos números deste ano, o quadro tampouco é animador. Houve alta de apenas 0,4% na atividade no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado ainda deve piorar nos próximos meses, a julgar pelo comportamento de uma série de indicadores.

2. Entre eles estão a deterioração da confiança empresarial e do consumidor (que retorna aos níveis da crise de 2008), os juros em alta, o crédito mais escasso e, sobretudo, o recorde de estoques nos segmentos mais dinâmicos da indústria –bens duráveis e de capital. O ambiente internacional de retomada nos países desenvolvidos, por sua vez, ainda não conta a favor. De fato, as perspectivas são preocupantes. No caso dos bens duráveis, o setor automotivo tem o maior nível de estoques desde 2008, e as vendas decrescem. Parece inevitável que as fábricas pisem no freio no restante do ano.

3. O mais provável, infelizmente, é que continuem a cair as projeções de crescimento da indústria e do PIB para este ano.

PESQUISA NACIONAL SOBRE A SITUAÇÃO DA SAÚDE E ‘MAIS MÉDICOS’!

Pesquisa nacional MDA-CNT, com 2 mil pessoas entre os dias 20 e 25 de abril de 2014.

1. DOENÇAS!

1.1. Você já sofreu alguma dessas doenças (câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, depressão, pânico ou fobia)?

SIM 19,8% / NÃO 79,5%.

1.2. Percentual das doenças sobre o total dos entrevistados X porcentual sobre os 19,8% que já tiveram essas doenças:

Diabetes: 6,2% x 31,6%
Depressão: 6,1% x 31,1%
Doenças cardiovasculares: 5,3% x 27%
Pânico ou Fobia: 2,2% x 11,1%
Câncer: 1,5% x 7,8%.

1.3. Percentual dos entrevistados que faz ou já fez o uso de antidepressivos ou ansiolíticos no tratamento de depressão ou pânico? Sobre o total X sobre os que disseram já ter sofrido depressão ou pânico.

Sim, faço uso: 2,5% x 32,9%
Sim, já fiz uso: 2,7% x 35,9%.
Não nunca usei: 2,3% x 29%.

1.4. Percentual dos entrevistados que considera fácil conseguir o atendimento médico contra a depressão. Porcentual sobre os que afirmaram sofrer ou já ter sofrido de depressão ou pânico.

Apenas na rede privada é fácil: 1,8% x 23,2%
Apenas na rede pública é fácil: 0,9% x 11,6%
Fácil tanto na rede pública quanto na privada: 0,9% x 11%
Não é fácil em nenhuma das duas: 3,7% x 48,4%.

2. MAIS MÉDICOS!

2.1. Percentual que apoia o programa “Mais Médicos”. Fevereiro de 2014 x Abril de 2014.

SIM 84,3% x 74,8% / NÃO 12,8% X 18,7%.

2.2. Opinião a respeito da capacitação dos profissionais do programa “Mais Médicos”. Fevereiro 2014 X Abril 2014.

Estão Capacitados para atender a população: 66,8% x 63,2%.
Não estão capacitados para atender a população: 21,5% x 22,5%.

2.3. Cumprimento dos objetivos do programa “Mais Médicos”: Fevereiro 2014 X Abril 2014.

Sim, cumprindo totalmente seus objetivos: 13% x 25,2%.
Sim, mas cumprindo em parte os seus objetivos: 46% x 34,7%.
Não, não está cumprindo seus objetivos: 21,6% x 24%.
Não sabe, não respondeu: 19,4% x 16,1%

2.4. Percentual dos entrevistados que conhece alguém que já foi atendido por um médico estrangeiro do programa “Mais Médicos”. Fevereiro 2014 X Abril 2014.

Sim, e foi bem atendido: 6,1% x 19,4%.
Sim, mas não foi bem atendido: 1,5% x 3,1%.
Não conheço: 90,6% x 72,1%.

2.5. Percentual dos entrevistados que considera que o programa “Mais Médicos” foi capaz de melhorar a saúde pública no Brasil.

Sim, foi capaz de melhorar: 39,1%
Não, não foi capaz de melhorar: 41,3%
Não sabe, não respondeu: 19,7%

7 de maio de 2014

VENEZUELA: “MESA DA UNIDADE” PERDE A UNIDADE! OPOSIÇÃO EM DEBATE INTERNO!

Resumo do pronunciamento do Presidente do COPEI um dos partidos de oposiçãp que compõe a “Mesa da Unidade” ! Reunião da ODCA ( coordenação da IDC –Internacional Democrata de Centro,para América Latina). na Cidade do Panamá –em 3 de maio!

1. Deputado Roberto Enriquez, presidente do COPEI – Venezuela e vice da ODCA. COPEI cresceu nas últimas eleições municipais ficando em segundo lugar. /Mesa da Unidade,(coordenação das oposições), é um patrimônio. Conseguimos a presença de um representante do Vaticano na mesa de negociação entre oposição e governo. Chanceleres do Equador, Brasil e Colômbia atuam de forma impecável na negociação.

2. Tachira onde o Copei lidera a oposição, é o Estado mais forte nos protestos. Copei vive um momento de otimismo. /Venezuela tem um problema institucional: as instituições são atropeladas pelo governo. Flagrantes desrespeitos á Constituição. Todos os poderes foram assumidos pelo chavismo. 50% do setor de alimentos quebrou. Maduro hoje perderia em uma eleição limpa por 60% a 40%. Empresas de “maletas” evadiram 35 bilhões de dólares.

3. Copei fica no “centro” da “mesa da unidade” que vive uma CRISE e só se sustenta graças a AVELEDO,(coordenador da “Mesa”). CAPRILES não consulta mais a mesa e conflitos com Leopoldo e Maria Corina são abertos. / A partir de 8 de fevereiro a Mesa da Unidade se divide. Parte dessa crise é a tentativa de setores plutocráticos influenciarem a Mesa da Unidade,(grandes empresários como Cisneros de mídia). Na Mesa da Unidade há setores ligados ao poder econômico. Capriles perdeu força depois da venda da TV Globovision e outros meios. Capriles cometeu um erro grave chamando a convocação de uma constituinte às vésperas da eleição municipal de 08/12. /

4. Repressão é enorme. Movimento Estudantil se mobilizou em 12/02 e os primeiros confrontos resultaram em 2 mortos pela polícia. As absurdas prisões de Leopoldo Lopes e a cassação de Maria Corina. Desabastecimento cresceu de 20% para 47%. Inflação subiu para 65%. 25 mil assassinatos em 2013. Violência como nunca se viu antes contra os estudantes. /

5. Nesse momento a UNASUR vem tendo um papel positivo. Chanceler do Equador afirmou que a proposta da Mesa da Umidade é sensata. Os 3 chanceleres vão a Caracas quase todas as semanas. Propostas : anistia geral,( governo fala caso a caso), Comissão da Verdade, e Controlador e Defensor na forma da Constituição / Mesa da Unidade passou a ter 70% de apoio popular. Os partidos tradicionais,( Copei e AD), cresceram melhorando suas imagens. /

6. É loucura pensar em guerra civil, embora haja quem a defenda. /Assassinato do presidente da Câmara Municipal de Caracas, com sinais de tortura. Ele era um afilhado político de Chávez. Luta entre setores internos ao chavismo. / Pressão Internacional + Mobilização + Mesa de Negociação pode fazer o processo avançar. / Na UNASUR há governos sensíveis às questões, institucional, democrática e direitos humanos, Patiño chanceler do Equador tem se destacado. / UNASUR não tem estado a serviço de Maduro : são amigos mas não dependentes. / Nessa negociação a UNASUR está jogando o seu prestígio. /

7. Uma frase de AVELEDO deve ser destacada: “Defendemos a LUTA ARMADA DE PACIÊNCIA. / Tema CUBA é interno, de inteligência, mas não de opinião pública. Se enfrentarmos o caso cubano com opinião pública, como quer Corina, vamos perder pois os médicos cubanos estão nas comunidades assim como os treinadores esportivos. / Juventude do Copei criou o Fóro Penal Nacional,foropenal.com , com advogados voluntários, jovens. / O grupo de Leopoldo Lopez é Voluntad Popular. Walker presidente do PDC do Chile, lembrou que a liberalização é uma preliminar da democratização, e assim o foi nas transições dos anos 70 e 80.

NEOPOPULISMO NA AMÉRICA LATINA: ANOREXIA INSTITUCIONAL !

(Trecho do artigo do professor Ricardo Vélez Rodrigues da UFJF- Revista FLC-DEM –abril-maio-2014-

“Estilo eminentemente individual de relacionamento entre o líder carismático e o povo, o neopopulismo é, paradoxalmente, antipolítico, na medida em que rejeita qualquer institucionalização no exercício do poder; o líder populista aproxima-se, destarte, do ideal da anorexia institucional, com a finalidade de manter incólume a sua relação de prestígio pessoal em face do povo. García Márquez, em O Outono do Patriarca, deixou clara esta característica, ao mostrar a despreocupação do líder – Juan Vicente Gómez, encarnado no Autocrata solitário – para com a estrutura do Estado, reduzido aos limites da sua casa. Qualquer mediação que escape ao seu poder pessoal incomoda. Qualquer liderança que apague a sua presença deve ser banida. Características semelhantes encontrou Domingo Faustino Sarmiento no líder patrimonialista Facundo Quiroga, na Argentina da segunda metade do século XIX. Facundo gostava de exercer o poder, ou melhor, de influenciar sobre os que o desempenhavam em nome e em proveito dele. Era um preguiçoso crônico em termos de rotinas administrativas.”

EM ÚLTIMO ANO DE GOVERNO E AO MEIO DE GRANDES EVENTOS,DESPENCA O ÍNDICE DE CONFIANÇA DA CONSTRUÇÃO!

(FGV-IBRE abril/2014)
O Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas registra piora do ambiente de negócios do setor no trimestre findo em abril de 2014, ao variar -5,9%, em relação ao mesmo período do ano anterior. A variação interanual é a menor desde abril de 2013, quando havia alcançado -6,6%. Em bases mensais, a piora foi ainda mais significativa: em abril, a variação interanual do ICST foi de -10,7% frente aos -5,6% de março, na mesma base de comparação. É o pior resultado desde outubro de 2011 (-12,1%).

2. A piora do ICST deveu-se tanto às avaliações sobre a situação atual quanto às expectativas em relação aos próximos meses. No enfoque trimestral, a variação interanual trimestral do Índice da Situação Atual (ISA-CST) passou de -1,5%, em março, para -3,7%, em abril. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) passou de uma variação de -4,8%, em março, para -7,7%, em abril – a maior perda desde agosto de 2012 (-8,1%).

3. Em termos mensais, a queda interanual foi mais abrupta: o ISA-CST passou de -1,8%, em março, para -8,9%, em abril – a maior redução nesta base de comparação desde junho de 2013 (-9,5%). O IE-CST passou de -8,7%, em março, para -12,2%, nas mesmas bases de comparação. O resultado geral da pesquisa sugere arrefecimento do nível de atividade do setor ao início do segundo trimestre de 2014.

EM ÚLTIMO ANO DE GOVERNO E AO MEIO DE GRANDES EVENTOS,DESPENCA O ÍNDICE DE CONFIANÇA DA CONSTRUÇÃO!

(FGV-IBRE abril/2014)
O Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas registra piora do ambiente de negócios do setor no trimestre findo em abril de 2014, ao variar -5,9%, em relação ao mesmo período do ano anterior. A variação interanual é a menor desde abril de 2013, quando havia alcançado -6,6%. Em bases mensais, a piora foi ainda mais significativa: em abril, a variação interanual do ICST foi de -10,7% frente aos -5,6% de março, na mesma base de comparação. É o pior resultado desde outubro de 2011 (-12,1%).

2. A piora do ICST deveu-se tanto às avaliações sobre a situação atual quanto às expectativas em relação aos próximos meses. No enfoque trimestral, a variação interanual trimestral do Índice da Situação Atual (ISA-CST) passou de -1,5%, em março, para -3,7%, em abril. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) passou de uma variação de -4,8%, em março, para -7,7%, em abril – a maior perda desde agosto de 2012 (-8,1%).

3. Em termos mensais, a queda interanual foi mais abrupta: o ISA-CST passou de -1,8%, em março, para -8,9%, em abril – a maior redução nesta base de comparação desde junho de 2013 (-9,5%). O IE-CST passou de -8,7%, em março, para -12,2%, nas mesmas bases de comparação. O resultado geral da pesquisa sugere arrefecimento do nível de atividade do setor ao início do segundo trimestre de 2014.

NEOPOPULISMO NA AMÉRICA LATINA: ANOREXIA INSTITUCIONAL !

(Trecho do artigo do professor Ricardo Vélez Rodrigues da UFJF- Revista FLC-DEM –abril-maio-2014-

“Estilo eminentemente individual de relacionamento entre o líder carismático e o povo, o neopopulismo é, paradoxalmente, antipolítico, na medida em que rejeita qualquer institucionalização no exercício do poder; o líder populista aproxima-se, destarte, do ideal da anorexia institucional, com a finalidade de manter incólume a sua relação de prestígio pessoal em face do povo. García Márquez, em O Outono do Patriarca, deixou clara esta característica, ao mostrar a despreocupação do líder – Juan Vicente Gómez, encarnado no Autocrata solitário – para com a estrutura do Estado, reduzido aos limites da sua casa. Qualquer mediação que escape ao seu poder pessoal incomoda. Qualquer liderança que apague a sua presença deve ser banida. Características semelhantes encontrou Domingo Faustino Sarmiento no líder patrimonialista Facundo Quiroga, na Argentina da segunda metade do século XIX. Facundo gostava de exercer o poder, ou melhor, de influenciar sobre os que o desempenhavam em nome e em proveito dele. Era um preguiçoso crônico em termos de rotinas administrativas.”

VENEZUELA: “MESA DA UNIDADE” PERDE A UNIDADE! OPOSIÇÃO EM DEBATE INTERNO!

Resumo do pronunciamento do Presidente do COPEI um dos partidos de oposiçãp que compõe a “Mesa da Unidade” ! Reunião da ODCA ( coordenação da IDC –Internacional Democrata de Centro,para América Latina). na Cidade do Panamá –em 3 de maio!

1. Deputado Roberto Enriquez, presidente do COPEI – Venezuela e vice da ODCA. COPEI cresceu nas últimas eleições municipais ficando em segundo lugar. /Mesa da Unidade,(coordenação das oposições), é um patrimônio. Conseguimos a presença de um representante do Vaticano na mesa de negociação entre oposição e governo. Chanceleres do Equador, Brasil e Colômbia atuam de forma impecável na negociação.

2. Tachira onde o Copei lidera a oposição, é o Estado mais forte nos protestos. Copei vive um momento de otimismo. /Venezuela tem um problema institucional: as instituições são atropeladas pelo governo. Flagrantes desrespeitos á Constituição. Todos os poderes foram assumidos pelo chavismo. 50% do setor de alimentos quebrou. Maduro hoje perderia em uma eleição limpa por 60% a 40%. Empresas de “maletas” evadiram 35 bilhões de dólares.

3. Copei fica no “centro” da “mesa da unidade” que vive uma CRISE e só se sustenta graças a AVELEDO,(coordenador da “Mesa”). CAPRILES não consulta mais a mesa e conflitos com Leopoldo e Maria Corina são abertos. / A partir de 8 de fevereiro a Mesa da Unidade se divide. Parte dessa crise é a tentativa de setores plutocráticos influenciarem a Mesa da Unidade,(grandes empresários como Cisneros de mídia). Na Mesa da Unidade há setores ligados ao poder econômico. Capriles perdeu força depois da venda da TV Globovision e outros meios. Capriles cometeu um erro grave chamando a convocação de uma constituinte às vésperas da eleição municipal de 08/12. /

4. Repressão é enorme. Movimento Estudantil se mobilizou em 12/02 e os primeiros confrontos resultaram em 2 mortos pela polícia. As absurdas prisões de Leopoldo Lopes e a cassação de Maria Corina. Desabastecimento cresceu de 20% para 47%. Inflação subiu para 65%. 25 mil assassinatos em 2013. Violência como nunca se viu antes contra os estudantes. /

5. Nesse momento a UNASUR vem tendo um papel positivo. Chanceler do Equador afirmou que a proposta da Mesa da Umidade é sensata. Os 3 chanceleres vão a Caracas quase todas as semanas. Propostas : anistia geral,( governo fala caso a caso), Comissão da Verdade, e Controlador e Defensor na forma da Constituição / Mesa da Unidade passou a ter 70% de apoio popular. Os partidos tradicionais,( Copei e AD), cresceram melhorando suas imagens. /

6. É loucura pensar em guerra civil, embora haja quem a defenda. /Assassinato do presidente da Câmara Municipal de Caracas, com sinais de tortura. Ele era um afilhado político de Chávez. Luta entre setores internos ao chavismo. / Pressão Internacional + Mobilização + Mesa de Negociação pode fazer o processo avançar. / Na UNASUR há governos sensíveis às questões, institucional, democrática e direitos humanos, Patiño chanceler do Equador tem se destacado. / UNASUR não tem estado a serviço de Maduro : são amigos mas não dependentes. / Nessa negociação a UNASUR está jogando o seu prestígio. /

7. Uma frase de AVELEDO deve ser destacada: “Defendemos a LUTA ARMADA DE PACIÊNCIA. / Tema CUBA é interno, de inteligência, mas não de opinião pública. Se enfrentarmos o caso cubano com opinião pública, como quer Corina, vamos perder pois os médicos cubanos estão nas comunidades assim como os treinadores esportivos. / Juventude do Copei criou o Fóro Penal Nacional,foropenal.com , com advogados voluntários, jovens. / O grupo de Leopoldo Lopez é Voluntad Popular. Walker presidente do PDC do Chile, lembrou que a liberalização é uma preliminar da democratização, e assim o foi nas transições dos anos 70 e 80.