10 de novembro de 2016

CRISE FINANCEIRA DO RIO DE JANEIRO, E OUTROS, MOSTRA QUE, NO BRASIL, PLANEJAMENTO PÚBLICO FINANCEIRO É FEITO PARA TRÁS!

1. No final de setembro de 2014 –às vésperas do segundo turno no Rio de Janeiro- o governador e candidato, respondia aos amigos, sobre o déficit primário de mais de R$ 7 bilhões conforme divulgado no Diário Oficial, afirmando que isso não era problema, pois ele resolveria com a Dilma.

2. Na votação da autorização para o Senado julgar o impedimento de Dilma, ela e Lula afirmaram que a maior das traições teria sido dos deputados ligados ao governo do Estado do Rio de Janeiro, pois o governo federal transferiu bilhões de reais e teve como troco a traição com os votos pelo impeachment.

3. Esse é apenas um exemplo entre muitos. Na administração pública financeira não há projeção de fluxo de caixa nem para seis meses na frente. Assina-se contratos de obras, assina-se contratos de empréstimos, aprovam-se benefícios fiscais, etc., os poderes legislativos aprovam voos cegos do executivo sem nenhuma demonstração do impacto futuro de nada.

4. Até pode-se imaginar que na angústia e na ansiedade de uma vitória/derrota eleitoral se oculte os dados sobre em que situação estará o governo após a eleição. Mas o caso do Estado do Rio de Janeiro é muito mais grave que eventuais e costumeiras irresponsabilidades eleitorais brasileiras.

5. O atual governador assumiu suas funções em abril de 2014, antes da campanha eleitoral. A equipe de governo não mudou. Se supunha que isso permitiria entre abril e julho o governador, antes vice-governador, se inteirar da situação financeira do Estado. Com o pacote de bondades apresentado à ALERJ em junho de 2014, era imaginável que o governador sabia o que estava fazendo.

6. Mas com a vitória reeleitoral no final de outubro de 2014, nenhuma declaração preparatória do que viria foi dada. Se entende, pois a escolha e a vitória eleitoral dependeram do governador que lhe passou o bastão. Quase imediatamente, os secretários mais próximos a este –em funções vitais- entregaram o cargo. Das duas uma: deixavam o governador à vontade para montar a sua equipe ou sabiam o que vinha pela frente e saíram fora.

7. Mas se sabiam, nos gabinetes dos secretários demissionários em funções administrativo-financeiras chaves deveriam constar projeções que permitiriam ao governador recém reeleito fazer os reajustes.

8. No final do primeiro trimestre de 2015, o governador convidou para uma reunião os ex-secretários de fazenda do Estado, presentes o mais qualificado economista em finanças públicas do Brasil, o secretário municipal de fazenda e o vice-governador.

9. Foram elencadas as medidas que estavam sendo tomadas e adicionadas ideias de alguns dos presentes. Houve uma convergência sobre pedir ao TJ 70% dos depósitos judiciais, anistias, negociações com os credores e devedores e, claro, conversar com a presidente Dilma. Um dos presentes perguntou: Se as despesas são maiores que as receitas, o que se fará para equilibrá-las, pois estas medidas geram receitas por uma vez, e depois?

10. Com a Olimpíada próxima, a troca de gentilezas do governador e do prefeito com Dilma era fundamental, incluindo visitas olímpicas. Soube-se que teria trazido de Dilma garantias/promessas de apoio total do governo federal ao Rio de Janeiro. Os royalties já deslizavam num tobogã e a crise econômica –sustentável- estava na ordem do dia. Nem se pensava em impeachment.

11. E o governo estadual prosseguiu em seu voo cego contando que cúmulo-nimbo seria curto, desapareceria por vontade dos céus. Mas não houve milagres e o próprio governo federal salvador passou a fazer parte do problema e a amiga Dilma não estava mais ali para ajudar seu amigo.

12. Agora vem um pacote e o secretário de fazenda avisa: Apertem os cintos até 2024. Arghhh!!!

09 de novembro de 2016

CURIOSIDADES DA VITÓRIA DE TRUMP!

1. Todos os Institutos de Pesquisa associados à grande imprensa –Jornais e TVs- nos EUA erraram. NYT, WP, WSJ, CNN, CBS, NBC, ABC… O New York Times no dia da eleição informou que a probabilidade da vitória de Hillary era de 85%. Pesquisa hoje informa que 66% das mulheres brancas votaram em Trump, ao contrário do que diziam as pesquisas e do sentimento popular. Trump dizia que as pesquisas estavam erradas, pois existia o voto “escondido”, pessoas que não admitiam que votariam nele.

2. A cobertura da grande imprensa brasileira -Jornais e TVs- cravou Hillary entusiasticamente. Até meia noite –daqui –sites e TVs continuaram apostando na vitória de Hillary.

3. A proporção de delegados-eleitores de Trump foi praticamente a mesma dos deputados republicanos eleitos: 56%. No terço do Senado que se renovava, os republicanos também ganharam. Barba, cabelo e bigode. Nos 3 debates, pesquisas e analistas deram a vitória para Hilary.

4. A popularidade (55% de aprovação) e o charme de Obama, especialmente em nível internacional, não foram o suficiente. Obama e esposa mergulharam totalmente na campanha. Perderam também. À noite, Bush anunciou que votou em branco. Perdeu também. Perderam os líderes republicanos que jogaram a toalha e pediram a renúncia de Trump 2 semanas antes da eleição. Os principais líderes europeus declaram estar com Hillary. Perderam. Exceção de Putin.

5. Hilary telefonou a Trump, mas não fez o tradicional discurso da “concessão” na madrugada da derrota. Fato inédito, que mostra estar abalada e precisa de algumas horas para se recuperar. O enorme palácio de vidro estava cheio, esperando Hillary. Seu chefe de campanha, às 5h do Brasil, anunciou para todos que o resultado não era definitivo, que não haveria discurso naquela noite e que poderiam ir para casa. The End!

6. Trump fez um discurso moderadíssimo, elogiando Hillary, conciliando os americanos e as relações internacionais. Só numa frase foi o Trump da campanha: Vou reconstruir nosso país.

7. Trump é o primeiro presidente outsider (não político) eleito presidente nos EUA. Para valer, só Trump acreditou nele mesmo.

08 de novembro de 2016

RIO: NÚMEROS. PORCENTAGENS E CRITÉRIOS DE CÁLCULO DOS VOTOS PARA PREFEITO NO SEGUNDO TURNO?

1. O resultado das eleições é divulgado como porcentagem de Votos Válidos. Ou seja, como os votos em branco e nulos não entram na conta há que se tomar os votos efetivos e se calcular a porcentagem de cada um dos dois candidatos.             

2. No Rio, no segundo turno, Crivella alcançou 1.700.030 votos e Freixo 1.163.662. Total: 2.863.692 votos. Crivella obteve 59,36% desse total e Freixo 40,64%. A diferença porcentual entre Crivella e Freixo foi de 18,72 pontos.

3. Quanto aos votos dados sobre o total de eleitores que compareceram às urnas, Crivella chegou a 47,4%, Freixo a 32,5%, e os brancos mais os nulos 20,1%, A diferença da votação entre Crivella e Freixo foi de 14,9 pontos.

4. Tomando o total do eleitorado registrado, apto a votar, teremos 4.898.044 eleitores. Desses, 1.314.950 eleitores não compareceram para votar, o que representou 26,8% do total de aptos a votar. Os que foram as urnas e votaram em branco ou anularam os seus votos somaram 719.402 eleitores, o que representou 14,6% do total de eleitores aptos a votar.

5. Calculando a porcentagem dos eleitores que votaram em Crivella em relação ao total de eleitores aptos a votar, este chegou a 34,7% dos votos, ou 24.66 pontos a menos dos votos válidos que ele obteve (59,36%). Calculando a porcentagem dos eleitores que votaram em Freixo em relação aos total de eleitores aptos a votar, este chegou a 23,8% dos votos, ou 16,84 pontos a menos dos votos válidos que ele obteve (40,64%).

6. Finalmente, comparando as porcentagens dos votos dados a Crivella 34,7% e Freixo 23,8% sobre o total dos eleitores aptos a votar e calculando a diferença entre eles, chegamos a 10,8 pontos. Uma diferença significativamente menor que quando se calcula pelos votos válidos, quando essa diferença alcançou 18,72 pontos.

7. Como comparação, a porcentagem que Dilma atingiu na eleição presidencial sobre o total dos eleitores aptos a votar foi de 38%. E aqui ao lado, em Niterói, esta mesma porcentagem na eleição de prefeito atingiu apenas 35,2%, quase a mesma porcentagem de Crivella no Rio.

07 de novembro de 2016

PREFEITURA DO RIO INVESTIU, EM 2010, R$ 44 MILHÕES NA CIDADE DO ROCK PARA O ROCK IN RIO, COM GARANTIA DE PERMANÊNCIA, E AGORA TROCA DE LUGAR! QUEM É O RESPONSÁVEL?

1. 2010: Roberto Medina, “Com o novo local, que também ganhará o nome de Cidade do Rock, o Rock in Rio poderá acontecer a cada dois anos”. / A 300 metros da Vila Olímpica na região da Barra, o parque de 123.000 m2, é o resultado de um investimento de R$ 44 milhões do governo municipal.  O festival Rock in Rio era antes realizado no terreno onde será construída a Vila dos Atletas.

2. (UOL, 10/11/2015) Em nota oficial, a organização do Rock in Rio confirmou que a edição do festival em 2017 será realizada na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. Procurada pelo UOL, a empresária Roberta Medina, presidente do Rock in Rio, reforçou que o festival não mudará de lugar. “O Rock in Rio vai continuar no mesmo lugar onde ocorreram as edições de 2011, 2013 e a de 2015. O fato da Cidade do Rock abrigar o Parque dos Atletas, durante as Olimpíadas, não muda nada porque isso já estava previsto há muito tempo”, disse.

3. Mas, um ano depois: (Jornais, 05/11/2016) Em 2017 uma nova Cidade do Rock será montada no mesmo local onde foi erguido o Parque Olímpico.

4. (Ex-Blog) O valor atualizado pelo IPCA daqueles R$ 44 milhões investidos na Cidade do Rock pela prefeitura com a garantia que o evento seria realizado sempre ali naquele mesmo lugar é de R$ 70 milhões de reais. A prefeitura do Rio recebeu um seguro por “no show”. Quem será responsabilizado pelo “erro de planejamento”? Cabe ser feita uma auditoria nos documentos da época em que se decidiu o investimento público municipal com a garantia de permanência do evento. E definir responsabilidades! E o tal Parque dos Atletas foi usado em 2016 como tal????

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SETEMBRO: BELTRAME SE DESPEDE COM RECORDES DE ROUBOS!

1. Em SETEMBRO de 2016 o Rio recebeu um significativo reforço de forças policiais federais e das forças armadas, além de 3 bilhões de reais concentrados na segurança pública. Com isso, a Olimpíada ocorreria num quadro de tranquilidade. E essa foi a percepção das pessoas.  Mas com os números divulgados agora pelo ISP-RJ, relativos a setembro vê-se que foi só percepção.

2. Em SETEMBRO de 2015 o total de ROUBOS -assaltos com contato físico- alcançou, no Rio, na Capital 6.410. Em SETEMBRO de 2016 foram 8.585 roubos, um aumento de 34%. Para uma população que cresce menos de 1% ao ano, esse crescimento corresponderia a quase 30 anos.

3. Os ROUBOS a transeuntes em setembro de 2015 somaram 2.683. Em setembro de 2016 foram 3.665. Um crescimento de 36,6%. Os ROUBOS a celulares em setembro de 2015 atingiram 686. Em setembro de 2016 foram 882, num crescimento de 28,6%. Os roubos de veículos em setembro de 2015 foram 1.203 e em setembro de 2016 somaram 1.511 num crescimento de 25,6%. Roubos em coletivos (ônibus) em setembro de 2015 foram 444 e em setembro de 2016 foram 688, num crescimento de 55%, o que corresponderia a quase meio século com a população crescendo a menos de 1% ao ano.

4. Outubro e novembro de 2016 foram recebidos com uma série diária de tiroteios nas comunidades entre traficantes e entre estes e a polícia. Tiroteios gerais que não escolheram bairros. Com isso, a equivocada percepção de melhoria da segurança pública durante a Olimpíada foi invertida rapidamente trazendo a certeza que a Cidade do Rio de Janeiro vive em matéria de segurança pública nas ruas seu pior momento, desde sempre.  

04 de novembro de 2016

PREFERÊNCIA PELO PT CAIU DE 36% PARA 11% ENTRE 2013 E 2016!

(José Roberto Toledo – Estado de S. Paulo, 03) 1 Pela primeira vez em 15 anos o PMDB empatou em simpatizantes com o PT. Ambos aparecem juntos em primeiro lugar, com 11% de citações em pesquisa nacional do Ibope. Desde junho de 2001, o instituto registrava mais petistas do que peemedebistas na sua série histórica de preferência partidária. A mudança coincide com as eleições municipais, quando o PT sofreu a maior derrota eleitoral de sua história. Essa não foi a única mudança nas cores do eleitorado, porém. Nem foi a maior.

2. A queda da simpatia pelo PT não é novidade. O partido está em decadência na opinião pública desde junho de 2013 – quando centenas de passeatas percorreram o País em protestos contra quase tudo, especialmente contra o sistema de representação. O governo Dilma foi voluntário para ser alvo das manifestações. E o PT, pela primeira vez em décadas, perdeu o domínio das ruas. De abril a junho de 2013, a preferência pelo PT caiu de 36% para 25%. Desde então, está ladeira abaixo: 20% em julho de 2014, 15% em outubro de 2014, 12% em outubro de 2015 e 11% agora.

3. Durante um ano e meio, de junho de 2013 ao fim de 2014, nenhuma outra sigla se beneficiou da perda de simpatia pelo PT. Todas permaneceram com preferências de um dígito. O que cresceu nesse período foi o contingente de brasileiros sem simpatia por partido algum. Os sem-partido, que eram 45% da população antes de junho de 2013, se multiplicaram e bateram o recorde da série histórica justamente em outubro de 2014: 73%. Desde então, o fenômeno oposto vem acontecendo. Parte dos sem-partido começou, lentamente, a declarar simpatia por alguma agremiação. A disputa PT-PSDB que marcou todas as eleições presidenciais brasileiras desde 1994 começou a despolarizar.

4. Vários partidos de diversos tamanhos se beneficiaram da mudança do eleitorado. Siglas que não eram citadas ou tinham menos de 1% começaram a marcar um, dois, três pontos no Ibope. Na série histórica, o conjunto dos “outros partidos” pulou de 3% para 19% das preferências partidárias entre outubros, de 2014 a 2016.  A demonstrar que o movimento não é um ponto fora da curva ou uma miragem estatística, nunca tantos partidos elegeram tantos prefeitos quanto em 2016. A pulverização foi recorde: 14 partidos governarão 26 capitais.

5. Diferentemente do PT, PSDB e PMDB também pegaram carona na nova onda da “repartidarização”. Os simpatizantes peemedebistas saltaram de 3% em outubro de 2014 para 10% em outubro de 2015, e 11% agora. É a maior preferência pelo PMDB desde 2007. No caso dos tucanos, a preferência dobrou: de 5% em outubro de 2014 para 10% em outubro de 2015, e estabilizou: 9% um ano depois.

6. Apesar de os três – PT, PMDB e PSDB – estarem quase empatados em primeiro lugar no ranking das preferências partidárias, sua situação é distinta. Os petistas estão em decadência, enquanto tucanos e peemedebistas ensaiam uma recuperação. Essa tendência se manterá até a eleição presidencial de 2018?  Lava Jato à parte, vai depender do desempenho de PMDB e PSDB à frente do poder federal e municipal. O destino de ambos está ligado ao ritmo de recuperação da economia. Por mais tensões que apareçam na relação entre eles, tucanos e peemedebistas estarão amarrados e no mesmo barco. Do lado de fora, esperando sua chance, não está mais só o PT, mas dezenas de outros partidos.

03 de novembro de 2016

CAMPO ABERTO PARA CIRO GOMES EM 2018!

1. É verdade que no Brasil as projeções eleitorais não podem apontar para mais que seis meses. Até porque não se sabe nem quem serão os candidatos. Um exemplo disso é o PMDB, o partido do Planalto e com maior capilaridade do Brasil. É certamente o parceiro mais desejado dos outros numa chapa presidencial, mas –ainda- sem nome para ocupar a cabeça dessa chapa.

2. Uma eleição majoritária no Brasil, nos grandes estados, nas grandes cidades e no país, a força partidária terá pouco significado se o candidato não tiver força e imagem de um forte personagem. Agora mesmo em 2016 o prefeito eleito de Porto Alegre –do PSDB- trouxe com ele apenas 1 vereador eleito.

3. Na Cidade do Rio de Janeiro não foi diferente. O prefeito eleito liderou com grande vantagem as pesquisas desde o início do primeiro turno. Seu partido elegeu apenas 3 vereadores e o mais votado deles chegou em oitavo lugar. Em Belo Horizonte da mesma forma. O prefeito eleito levou consigo 3 vereadores, de 41, sendo que dois foram o último e o penúltimo colocados.

4. Ao se olhar para a eleição presidencial de 2018 deve-se levar em conta a expressão partidária e em especial a capilaridade. Nas condições brasileiras, essa é, no máximo, uma condição que ajuda, mas nem de longe uma condição suficiente. Há que se avaliar os personagens.

5. Os personagens são menos uma questão de oferta, ou seja, eles em si mesmos e mais uma questão reflexa, ou seja, se refletem a demanda dos eleitores naquela conjuntura. Os programas dos candidatos assessorados por equipes técnicas da maior qualidade certamente servirão para governar, mas não para ganhar as eleições.

6. A debacle do PT que foi quase o décimo partido em número de prefeitos eleitos nada tem a ver com os programas oferecidos e mesmo com a qualidade de seus candidatos. A desintegração da imagem nacional do PT alcançou ampla capilaridade em micro, pequenos, médios e grandes municípios. Como uma nuvem de cinzas de um vulcão em erupção. Alguns candidatos trocaram de sigla para não serem varridos pelo desmonte de imagem, como o caso do prefeito reeleito em Niterói que saiu –a tempo- do PT para o PV.

7. O PT ter um candidato à imagem do partido em 2018 é garantia de derrota. Seu principal cacife é o tempo de TV, que poderá atrair uma candidatura mais ou menos em seu campo político. Mas ocultando cuidadosamente a sigla, nomes e imagem do PT.

8. Dos nomes escalados hoje para o grid de largada em 2018, Marina Silva incorpora a postura antipolítica do eleitor hoje. Falta capilaridade e tempo de TV. O PSDB vai gastar um tempo precioso para, de hoje até final de abril de 2018, longos e importantes 18 meses em que os 2 pré-candidatos ou 3 estarão arranhando a imagem do adversário interno ou torcendo para as longas mãos da Lava Jato alcance algum/alguns dele(s), simplificando a tarefa.

9. O PMDB fica torcendo por um efeito Plano Real, em que a economia se recupere e o presidente Temer passa a ser um candidato tão forte quanto compulsório. Mas dará tempo para isso? E isso é possível? Alvaro Dias, com minguado tempo de TV, espera que seu carisma retórico sulista possa produzir algum impacto e memória dos espaços que teve como líder da oposição no Jornal Nacional, na cobertura dos escândalos.

10. Com tudo isso, os espaços estão abertos para Ciro Gomes entrar como uma nova esquerda, agressiva, moralista, desde o mesmo nordeste que impulsionou Lula e Dilma. Terá um tempo intermediário de TV que, dependendo das pesquisas pré-eleitorais, poderá ser agregado. E seus apoiadores torcerão para que uma provocação não produza um desgaste que lembre os piores momentos de Trump na atual campanha norte-americana.

01 de novembro de 2016

PREFEITURA DO RIO! ATÉ 2024?

1. A probabilidade de um Prefeito do Rio se reeleger é muito alta. Em primeiro lugar porque tem um corpo de funcionários de alto nível. Ou seja, mesmo que a montagem do secretariado e do primeiro escalão fique muito aquém das promessas, a máquina da prefeitura do Rio toca o dia a dia. Segundo porque suas finanças são estáveis. O que pode oscilar é a taxa de investimentos.

2. O slogan eleitoral de Crivella, “vou cuidar das pessoas”, independente de ter sido usado como contraponto eleitoral ao atual prefeito e seu candidato no primeiro turno ajuda a não se ter sustos financeiros, pois a redução dos investimentos passa a ser “a política de governo”. Os investimentos já deveriam cair naturalmente, pois os convênios com o governo federal, em função dos grandes eventos, terminaram.

3. A pressão financeira virá do sistema previdenciário, que perdeu toda a liquidez e cobre suas despesas com recursos adicionais do Tesouro, além das receitas orgânicas dos descontos dos servidores e do empregador (Prefeitura). Isso também afetará a taxa de investimentos. Mas como Crivella “vai cuidar das pessoas”, poderá justificar tudo isso como sua “política de governo”.

4. Crivella terá algumas boas notícias. A primeira é que faz parte da tradição dos servidores profissionais da área financeira da Prefeitura do Rio dar um freio de arrumação nos últimos 2 meses e deixar um oxigênio razoável para atravessar os primeiros quatro meses, agregando a antecipação do IPTU em fevereiro. Ele terá tempo de conhecer seus gabinetes. Politicamente, a “plasticidade” da maioria dos vereadores com micro-pretensões de clientela não criará problemas no legislativo. Apenas terá que ter paciência –o que não lhe falta- para administrar as agregações inorgânicas à sua base partidária frágil. Na campanha, ele se descolou da cúpula do PMDB-RJ, sabendo que a questão partidária não será o foco dos vereadores.

5. Outra boa notícia vem do quadro nacional, não por novas e amplas transferências, mas porque a economia chegou ao fundo do poço e inicia um processo de reversão. Alguns setores se beneficiarão das primeiras medidas, como os investimentos no setor petróleo, com a nova legislação, que retornam, produzindo efeitos multiplicadores nas receitas do ISS, etc.

6. Crivella tende a atravessar as eleições de 2018 com tranquilidade. O PSDB –uma alternativa nacional- estará fazendo parte de seu governo. E poderá inclusive se descolar de qualquer pretensão eleitoral em 2018, deixando espaço aberto para seus parceiros de segundo turno de 2016 acumularem a prefeitura com suas candidaturas em 2018. E a partir de 2018, vem o fluxo de expansão de gastos estaduais e federais e da expectativa que virá de um outro governo federal.

7. Então chegará a 2020 com gás suficiente. “Cuidar das pessoas” o ajudará a espalhar clientela. Quem poderia ser seu adversário em 2020? Dará tempo para surgir uma alternativa? Freixo, apesar dos apoios, se mostrou um adversário frágil e com nenhum conhecimento da cidade nas Zonas Oeste e –digamos- Alta Zona Norte. Será candidato a governador? Irá para o sacrifício de seu mandato de deputado estadual? Apesar do discurso, sua derrota em 2016 atingiu-o nas vísceras. E Paes? Será candidato a governador? Se for e ganhar será menos um problema para Crivella. E se perder? Sairá manco?

8. Mas terá dois problemas básicos. As corporações derrotadas em 2016 voltarão às ruas cobrando as promessas de seu adversário. O governo estadual ainda este ano aplicará um arrocho nos servidores, o que servirá de contraponto. E a desintegração do governo estadual continuará derramando problemas sobre a Prefeitura, especialmente na Saúde e na Segurança.

9. A ambição de Crivella e seu grupo é de poder. Não quer concorrer com Pereira Passos, Carlos Sampaio, Dodsworth, ou Lacerda…. Olhando o horizonte desde o “mirante” de 2016, os caminhos estão abertos a Crivella para 2020. E a expectativa de seus novos amigos, e hoje parceiros, apontará para 2024.

10. Acompanhemos!

31 de outubro de 2016

NO “TRIÂNGULO DAS BERMUDAS” (SP-RIO-BH), A DIREITA -LIBERAL CONSERVADORA- AVANÇA!   UMA GUINADA HISTÓRICA!

1. O “TRIÂNGULO DAS BERMUDAS” ganhou este nome pela expressão política e eleitoral mais que proporcional desses 3 Estados que representam 45% do eleitorado brasileiro. E, claro, o peso político das suas capitais.

2. Analistas explicam a inversão de 1964 pela presença de 3 governadores de Direita – Adhemar de Barros, Carlos Lacerda e Magalhães Pinto. Analistas explicam também a reversão em direção à democracia em 1985 pela presença dos governadores Franco Montoro, Leonel Brizola e Tancredo Neves.

3. Nas 3 Capitais -S. Paulo, Rio e Belo Horizonte- desde a volta das eleições diretas nas Capitais em 1985 que o ” Triangulo das Bermudas” pende para a esquerda a cada eleição, inclusive levando em conta o perfil político- ideológico do prefeito eleito dentro de seus partidos. São 9 eleições diretas entre 1985 e 2016.

4. Apenas agora -depois dessas 9 eleições- em 2016, esse perfil político-ideológico muda, e de forma flagrante, com uma forte guinada à direita. Em S.Paulo um prefeito de esquerda dá lugar a um prefeito abertamente liberal, Doria, que é antípoda a qualquer tipo de perfil socialdemocrata de seu partido.

5. Na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito liberal atual dá lugar a Crivella, abertamente conservador-liberal. Conservador aberto nos valores e liberal aberto nas posições que defendeu no primeiro e no segundo turnos, de parcerias com o setor privado na educação e na saúde e de privatizações.

6. E no último vértice do Triângulo das Bermudas, Belo Horizonte, da mesma maneira, o prefeito socialdemocrata dá lugar a Khalil, um candidato abertamente liberal-conservador.

7. Como o Triângulo é equilátero, a intensidade das novas Arestas impulsiona, claramente, em direção à Direita um eixo político historicamente decisivo. Isso terá uma forte influência em 2018.

8. O resultado eleitoral no Triângulo das Bermudas é a informação política mais eloquente, mais relevante desses eleições municipais de 2016.

9. Uma porcentagem que cabe destacar. O Não Voto (abstenção+nulos+brancos) na cidade do Rio de Janeiro praticamente atingiu 50% dos eleitores.

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NO RIO, FREIXO SÓ GANHOU NA ZONA SUL, E ASSIM MESMO PERDEU EM IPANEMA, E GRANDE TIJUCA!

Nesta tabela podemos clicar no mapa e ver pelos percentuais de cada candidato por zona/bairro.   Freixo só ganhou na Zona Sul (menos Ipanema) e Grande Tijuca e parte do Grande Méier. Crivella ganhou de forma mais ampla na área que vai da Zona Norte à Zona Oeste.

Conheça.

28 de outubro de 2016

RESPOSTAS LIVRES E ALGUNS CRUZAMENTOS INUSUAIS NAS ÚLTIMAS PESQUISAS ELEITORAIS PARA PREFEITO DO RIO!

1. Nas regiões que vão do Centro, por Santa Teresa, Tijuca, Vila Isabel…, passando pela Zona Sul até a Barra da Tijuca, Crivella tem 31% e Freixo 34%. Em toda a Zona Norte, incluindo Jacarepaguá, Crivella tem 38% e Freixo 22%. Na Zona Oeste Crivella tem 54% e Freixo 18%. / Os bairros em que o Não Voto (brancos+nulos+não sabe) é o maior são: Litorânea com 39%, Zona Norte 2 (Irajá a Anchieta) 45% e Jacarepaguá 48%.

2. O tiroteio terminou tirando foco das razões contra um e outro. Entre os eleitores de Freixo 32% não sabem apontar por que não votam em Crivella. Entre os eleitores de Crivella 49%.

3. Quem melhor pode enfrentar os problemas da Segurança Pública? Crivella 37%, Freixo 19%. / E os problemas da Saúde? Crivella 41%, Freixo 20%.

4. Depois de toda essa campanha eleitoral com propostas e acusações, quem tem mais condição de ser Prefeito do Rio? Crivella 44%, Freixo 23%.

5. Você tem acompanhado as acusações e as agressões verbais entre os dois candidatos? Quem tem mais razão? Nenhum 37%, Crivella 20%, Freixo 15%. / Você mudou seu voto nesse segundo turno em função dessas acusações e denúncias? Não 85%, Sim 10%. / Entre os 10% que mudaram 38% foram para Freixo e 16% para Crivella. / Que denúncia fez você mudar seu voto? Nenhuma 47%.

6. Tem assistido a propaganda eleitoral dos candidatos? Não tem 36%. Somente TV 49%. TV + Rádio 12%. Somente Radio 2%. Quem assistiu na TV: Crivella 47%, Freixo 24%. / Assistiu algum debate? Sim 31%. Não 68%. / Entre os que assistiram: Crivella 40%, Freixo 31%. / Entre os que são contra o Impeachment de Dilma: Crivella 41%, Freixo 31%. Os que são a favor: Crivella 42%, Freixo 19%.

7. Freixo vence entre os que têm Superior Completo: 30% x 23% de Crivella. / Renda maior que 5 salários mínimos: Freixo 32%, Crivella 30%.

8. Frequenta Redes Sociais? Sim: Crivella 37%, Freixo 27% / Não: Crivella 53%, Freixo 16%.

9. Entre os Católicos: Crivella 33%, Freixo 26% / Entre os Evangélicos: Crivella 74%, Freixo 7%. Entre os que Não são filiados nenhuma Igreja: Crivella 36%, Freixo 31%.

10.  Qual sua religião? Católicos 41%, Evangélicos 27%, Não tem 19%, Espíritas 11%.

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TRÊS TIPOS GERAIS DE ELEITOR!

(José Roberto de Toledo – Estado de S. Paulo, 27) 1. Estudo inédito do Ibope revela que três tipos marcantes de eleitor emergiram das urnas eletrônicas em 2016. Seu comportamento e convicção – distintos entre si – são decisivos para entender a eleição. São o “convicto engajado”, o “isentão decisivo” e o “só voto obrigado”. O Ibope aplicou uma bateria de questões sobre política e eleições em todo o Brasil após o primeiro turno. O conjunto de respostas foi submetido a uma análise de cluster. Simplificando, ela agrupa indivíduos com opiniões similares, e separa esses agrupamentos segundo divergências.

2. Eis o resultado. O primeiro grupo, onde estão 36% dos eleitores que foram votar, é politizado e tem a cabeça feita. Todos, sem exceção, disseram ter definido seu voto para prefeito logo nas primeiras semanas, assim que souberam quem eram os candidatos. Nenhum anulou ou votou em branco. Todos dizem que iriam votar mesmo se o voto não fosse obrigatório. Dois em cada três têm preferência por algum partido. São os “convictos engajados”. São mais frequentes no interior do que na capital, nas menores cidades do que nas metrópoles. Têm 30% mais chance de serem filiados a um partido, discutem política no WhatsApp e leem blogs. Embora sejam fundamentais em uma eleição, para fazer decolar uma candidatura, eles raramente mudam de opinião. São, portanto, menos permeáveis às campanhas.

3. Aí entra o segundo grupo. O “isentão decisivo” tem quase tanto interesse por política quanto o “engajado convicto”, mas é maleável. Deixa para definir seu voto nas últimas semanas, dias e horas da eleição. Assiste a mais telejornais, se informa em sites de mídia tradicional, discute política e eleição com amigos e familiares, presta mais atenção ao horário eleitoral e aos debates. Está aberto a mudar de ideia. O “isentão” tem um terço a mais de chance de ter mudado de candidato após receber mensagem negativa sobre ele nas mídias sociais ou no WhatsApp. Por isso mesmo é decisivo: representando 26% do eleitorado que foi votar, é um dos principais responsáveis pelas mudanças de última hora na intenção de voto.

4. O terceiro e maior grupo é o oposto do “convicto engajado”. Seus integrantes não têm interesse por política, não têm identidade partidária, têm mais de o dobro de chance de terem anulado ou votado em branco em 2 de outubro. Se concentram nas cidades das periferias das regiões metropolitanas e se informam sobre a eleição principalmente pela TV e pelo rádio. Não veem propaganda eleitoral nem gostam de debates entre candidatos. Se o voto fosse facultativo, 84% deles não iriam votar. Os integrantes do “só voto obrigado” são 38% de todos os que votaram no primeiro turno. É o maior grupo, o menos interessado e o mais imprevisível: pode votar em qualquer um ou em ninguém.

5. Há um quarto grupo, que não entrou na conta acima porque não votou. São 10% do eleitorado, e tão ou mais desengajado do que os “só voto obrigado”. Mas a abstenção foi o dobro disso, não? Oficialmente, sim. Esses fantasmas formam o quinto grupo, o dos que permanecem no cadastro eleitoral mesmo depois de mortos.

27 de outubro de 2016

DATAFOLHA: CRIVELLA TEM 88% ENTRE OS EVANGÉLICOS E EMPATE TÉCNICO ENTRE OS CATÓLICOS! ENTRE OS EVANGÉLICOS 13% AINDA NÃO ESCOLHERAM CANDIDATO E ENTRE OS CATÓLICOS 36%!

(Datafolha/Folha de S. Paulo, 26) 1. No total de votos, Crivella tem 46% das intenções (tinha 48%) e Freixo, 27% (tinha 25%). Os indecisos somam 8%, enquanto os que declaram voto branco e nulo chegam a 19% –mesmos índices do levantamento anterior.

2. Os recortes feitos pelo instituto mostram que a diferença obtida pelo candidato do PRB se concentra no eleitorado evangélico. Ele tem larga vantagem tanto entre fiéis de denominações pentecostais —como a Igreja Universal, da qual é bispo licenciado– como não pentecostais. No primeiro, Crivella tem 91% dos votos válidos e no segundo, 86%. Os evangélicos são 33% dos eleitores. Os dois estão em empate técnico entre os católicos, grupo que representa 40% da amostra. O grupo de eleitores evangélicos também mostra ser determinante no resultado de votos válidos por ter a menor taxa de brancos, nulos e indecisos na pesquisa. Apenas 13% dos fiéis de igrejas pentecostais não escolheram candidato. Entre os católicos, 36% não optaram por Freixo ou Crivella.

3. A pesquisa foi feita após o aumento dos ataques entre os dois na campanha, além da divulgação de acusações contra o candidato do PRB na imprensa, parte dela relacionado a declarações de intolerância religiosa no passado. Os dados mostram que os casos tiveram pouco impacto na candidatura de Crivella. No recorte por faixa etária, Freixo vence apenas entre os mais jovens, com 55% das intenções de votos válidos. Crivella tem vantagem em todas as outras faixas etárias, sendo a maior no eleitorado entre 34 e 44 anos: 72% das intenções de voto válido.

4. O senador também tem larga vantagem entre os mais pobres, atingindo 74% da preferência dos entrevistados com renda familiar até dois salários mínimos. Há empate entre aqueles com renda familiar acima dos dez salários mínimos, grupo no qual Freixo obtém 52% das intenções de voto válido.  Segundo o Datafolha, 88% dos eleitores que escolheram um candidato ou declararam votar branco ou nulo estão totalmente decididos.

* * *

DATAFOLHA MOSTRA QUE INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA ELEIÇÃO NO RIO DE JANEIRO É MENOR DO QUE SE SUPUNHA!

Datafolha ouviu 1.280 eleitores nesta terça-feira (25).

A segunda pesquisa Datafolha de intenção de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro no segundo turno, divulgada nesta quarta-feira (26), mostrou como as redes sociais influenciaram os eleitores da capital fluminense.

Tem acesso à internet   Sim – 68% / Não – 32%
Tem conta em redes sociais – 64% / Facebook – 57% / WhatsApp – 60% / Twitter – 19% / Não tem conta em redes sociais – 4%

Influência das redes sociais no 2º turno:
Muita influência – 12% / Pouca influência – 10% / Nenhuma influência – 42%

Influência das redes sociais no 1º turno
Muita influência – 11% \ Pouca influência – 10% \ Nenhuma influência – 42%

Compartilha notícias sobre as eleições e os candidatos em redes sociais – 28% / Facebook – 23% / WhatsApp – 19% / Twitter – 6% / Não compartilha – 36%

Lê notícias sobre as eleições e os candidatos em redes sociais – 49% / Facebook – 44% / WhatsApp – 35% Twitter – 11% / Não lê notícias sobre eleições – 15%

Declarou seu voto no 1º turno nas redes sociais
Sim – 14%
Não – 50%

Declarou seu voto no 2º turno das redes sociais; Sim – 15% / Não – 49%

Segue algum candidato a prefeito nas redes sociais; Marcelo Crivella – 4% / Marcelo Freixo (PSOL) – 5% / Ambos – 2% / Não segue nenhum – 53%

26 de outubro de 2016

PREFEITO DO RIO: E DEPOIS DA ELEIÇÃO?

1. Não é exagero afirmar que, na história, em nenhuma eleição no espaço do atual município do Rio de Janeiro ocorreram tantas agressões pessoais quanto nesta de 2016. Ocorreu uma avant première em 2014, na eleição para governador, quando a campanha de Pezão, alegando risco de derrota, produziu uma avalanche de acusações contra a IURD e Crivella.

2. Como era de se esperar, a resposta foi imediata após a eleição, com fortes denúncias televisivas contra líderes do partido de Pezão. A coincidência, com a crise pós-eleitoral em nível estadual, deu a “resposta” num efeito que se tornou demolidor.

3. Agora, em 2016, após definidos os contendores para o segundo turno, esperava-se que o duelo ocorresse através das questões relativas aos valores da família e da vida. Ambos os lados, prevenidos, amaciaram as críticas e mostraram-se até um tanto liberais.

4. A surpreendente abertura do segundo turno com ampla vantagem de Crivella deu partida a um tiroteio com ferocidade crescente e do qual nunca houve similar. Tendo como ponto de apoio as diferenças ideológicas quanto aos valores, as agressões foram se ampliando e diversificando, num crescendo nunca visto.

5. As agressões passaram a ser cada vez mais pessoais, potencializando os fatos com interpretações “livres”, na direção da certeza de um enorme desastre no caso de vitória de um ou de outro.

6. A imprensa, em grande medida, se posicionou de um lado ou de outro e as redes sociais, com os excessos conhecidos, se encarregaram de pintar os duelos com todas as cores e com a intensidade, a capilaridade e a frequência conhecidas.

7. O resultado pode ser antecipado. Não o nome do vencedor, mas a certeza de que, como nunca, seja quem vencer, se terá um impasse permanente entre os vencedores no governo e os perdedores na oposição.

8. Este previsível confronto terá atores de bases conhecidas: as corporações sócio-sindicais de um lado e as corporações religiosas de outro. E espaços sub-regionais também conhecidos, ao Sul, ao Meio-Norte, ao Centro e a Oeste, que concentram as preferencias georreferenciadas.

9. O palco dos conflitos pós-eleitorais no caso de vitória de Crivella será o Centro da Cidade. E no caso de vitória de Freixo será espalhado nos corredores de transportes e serviços públicos.

10. Agora não há mais como remediar: quem viver verá.

25 de outubro de 2016

IBOPE E DATAFOLHA PROJETAM FINAL DA CAMPANHA NO RIO!

(El País, 23) 1. “As pessoas estão tomando decisões cada vez mais tarde. Sobretudo nesta era de comunicação via WhatsApp e redes sociais”, diz Márcia Cavallari, presidenta do Ibope. Apesar da boa vantagem de Crivella, o cenário instável faz com que tanto Cavallari como Mauro Paulino, diretor do Datafolha, evitem cravar resultados e tendências. Segundo Cavallari, 13% dos eleitores ainda podem mudar seu voto, segundo a última pesquisa. Trata-se de um número similar ao da última pesquisa Datafolha, divulgada no último dia 17.

2. O estudo do Datafolha detalha ainda que a taxa de eleitores totalmente decididos por Crivella é de 88% e por Freixo, de 86%. “Não tem como prever. Já vi eleições virarem de sexta até domingo. A pesquisa não tem o papel de antecipar o resultado”, reforça a presidenta do Ibope.

* * *

PARANÁ PESQUISA/TV RECORD RIO – 19-22/10 COM 900 ELEITORES!

1. Um novo levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisa aponta que Marcelo Crivella (PRB) segue na liderança na disputa do segundo turno para a prefeitura. Segundo a pesquisa, o candidato tem 49,1% das intenções de voto, enquanto Marcelo Freixo (PSOL) tem 29%.

2. Eleitores que não votam em nenhum dos dois candidatos somam 16,9%. Já os indecisos marcam 5% das intenções de voto.

3. Se considerar apenas as intenções de votos válidos, sem contar brancos, nulos e indecisos, Crivella aparece com 62,9%, enquanto Freixo marca 37,1%.

4. Segundo a pesquisa, Marcelo Freixo tem 55,3% de rejeição dos eleitores entrevistados. Já Marcelo Crivella tem 39,8%. Eleitores que disseram que poderiam votar nos dois somaram 13,8%, enquanto 4,8% disseram não saber em quem não votaria.

5. A pesquisa, encomendada pela Record Rio e registrada no TSE-RJ foi realizada com 900 eleitores entre os dias 19 e 22 de outubro. O grau de confiança é de 95% e a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

6. Paraná Pesquisas. Brancos+Nulos+Não Sabe: 3-6/10: 18,7% / 12-15/10: 19,9% / 19-22/10:  21,9%.

Obs.: Durante a campanha o Não Voto cresceu 3,2 pontos.

24 de outubro de 2016

CURIOSIDADES NA PESQUISA DO IBOPE!

a) 10% não declararam a sua renda.

b) 33% não têm nenhum interesse nessa eleição. Entre as Mulheres 37% com Nível Superior 24%. Renda de até 1 SM: 52%.

c) 13% dizem que ainda podem mudar seu voto. Entre os jovens 16-24 anos são 23%.

d) Independente de sua intenção de voto, quem será o próximo Prefeito? Crivella 68%. Freixo 16%. Obs.: A convergência entre as intenções de voto ainda não foi percebida pelo eleitor como mudança de tendência.

e) 28% disseram que votaram no Crivella no 1º Turno. Na verdade foram 23%. Obs.: É um engordamento comum em direção ao favorito naquele momento.

f) A memória do voto em Indio, Bolsonaro e Pedro Paulo é bem menor do que foi de fato. Isso afeta a importância dos cruzamentos dos eleitores deles, em quem vai votar agora.

g) Preferência por Partidos: PSOL 9%, PT 7%, PMDB 6%, PSDB 4%, PDT 4%, PRB 3%. PSOL concentrado nos mais jovens.

g) Maior rejeição Ruim+Péssimo ao Prefeito Paes entre os que têm 16-24 anos é de 49%. E Entre os com renda até 1 SM é de 42%. Média geral 34%.

h) Entre 16-24 anos 70% Desaprovam Prefeito Paes. Média 58%.     

 

21 de outubro de 2016

A QUESTÃO DA HOMOLOGAÇÃO DAS APOSENTADORIAS DOS SERVIDORES DA PREFEITURA DO RIO PELO TCM!

Vários servidores públicos da prefeitura do Rio contataram o Vereador Cesar Maia e pediram informações e esclarecimentos sobre a não homologação pelo TCM de diversas aposentadorias. Cesar Maia fez a consulta ao TCM que encaminhou a questão à área técnica do Tribunal de Contas. Segue abaixo a resposta da área técnica do TCM, para a conhecimento e avaliação dos servidores. Certamente, havendo dúvidas, interpretações ou mesmo questionamentos, os servidores, em base a essa resposta, poderão contatar o Tribunal de Contas. Este Ex-Blog agradece a resposta e a presteza dos técnicos do TCM. Segue a resposta.

1. As aposentadorias e pensões do Município do Rio de Janeiro estão sendo homologadas regularmente, à exceção daquelas concedidas com base no Decreto nº 23.844/03. O mencionado decreto afastou os efeitos das Emendas nº 41/03 e 47/05, e da Lei nº 10.887/04. Esses normativos extinguiram a paridade entre ativos e inativos para quem ingressou após 2003, além de estabelecer a média de 80% das maiores contribuições para o cálculo dos proventos. Ademais, reduziu os valores das pensões a 70% do valor que ultrapassar o teto do INSS + o próprio teto. Ressalta-se que nenhuma dessas regras estão sendo aplicadas pelo MRJ.

2. Vale lembrar que tais questões foram tratadas no processo nº 05/005.159/2004, de interesse da servidora Ligia Monteiro Raimundo, com decisão final do TCMRJ pela aplicação da Constituição Federal. No total existem cerca de 5.000 processos na condição descrita. Importante ressaltar também que tal situação foi tratada nas Contas de Governo dos anos 2013, 2014 e 2015.

* * *

NOVOS NÚMEROS DO IBOPE PARA O RIO!

Cai de 26 pontos para 17 pontos a diferença entre Crivella e Freixo. Menos 9 pontos.

1. Agora 46% X 29%.

2. Avaliação do prefeito Paes: Ruim+Péssimo 34%. Ótimo+Bom 25%. Déficit: (-9%).

3. Os cruzamentos pelo voto nos candidatos do primeiro turno mostra que crescimento de Freixo se dá nos votos em Pedro Paulo e Indio. Em Bolsonaro nada muda, o que favorece Crivella. Se o Ibope divulgasse a pesquisa por região da cidade se poderia avaliar se essa tendência se acentua ou não.

4. Pelos cruzamentos com os candidatos do primeiro turno, provavelmente na Zona Oeste não houve mudança. A diferença diminuiu mais nas regiões litorânea e centro-norte. E menos na região norte.

5. Agora resta saber se é uma tendência ou se é uma acomodação após um certo inchaço na virada do segundo turno.

6. Na pergunta sobre quem vencerá a eleição, a vantagem de Crivella ainda é muito grande. Esta percepção do eleitor é natural pois a formação de opinião é um processo progressivo.

7. Onde Freixo passou a liderar? 16 a 24 anos: 43% x 41% / Renda maior que 5 salários mínimos: 42% x 35% / Nível Superior 45% x 29%.

20 de outubro de 2016

PROPORÇÃO DE “NÃO VOTO” (ABSTENÇÃO, BRANCOS E NULOS), NESTE SEGUNDO TURNO, NO RIO PODE SER RECORDE!

A.1. O tiroteio entre Freixo e Crivella na TV, em seus comerciais e programas, diariamente, está assustando o eleitor. No debate na RedeTV, nesta semana, as agressões foram intensificadas, só que agora cara a cara, como num duelo de pistoleiros nos filmes de faroeste.

A.2. Nas redes sociais tem crescido muito o número dos que reagem a esse tiroteio afirmando que “deste jeito não voto em nenhum dos dois”. As pesquisas eleitorais começam a sinalizar essa possível tendência.

A.3. A quem beneficia o aumento do “não voto”? Para responder a esta pergunta, os institutos de pesquisa deveriam fazer os cruzamentos de sempre identificando o perfil deles e avaliando se este perfil se aproxima mais de um ou de outro candidato. E, a partir de agora, comparar a primeira e segunda pesquisas no segundo turno com as novas pesquisas do Ibope e do DataFolha a partir desta semana. Pode ser que -para um ou para outro- o tiro esteja saindo pela culatra.

B. (Globo Online, 18) B.1. No próximo dia 30, os cariocas vão às urnas decidir quem governará a cidade do Rio pelos próximos quatro anos. Pelos dados dos institutos de pesquisas, o senador Marcelo Crivella (PRB) tem hoje a maior proporção de intenções de votos, desbancando o seu concorrente neste segundo turno, Marcelo Freixo (PSOL). Segundo o último DataFolha, divulgado na sexta-feira, o candidato do PRB tem cerca de 48% das intenções de voto contra 25% de Freixo. (Conversamos com o diretor do DataFolha, Mauro Paulino, veja mais abaixo)

B.2. O que a sondagem do DataFolha revelou também é a grande proporção de cariocas que afirmam que votarão em Branco/Nulo/Nenhum: 19%. Mesmo a poucos dias da votação no segundo turno e após o início da campanha na TV, esse contingente de eleitores manteve a posição de não votar em nenhum dos dois candidatos. O percentual chama atenção porque, em tese, a proximidade do dia da eleição tende a reduzir os percentuais de Indecisos/Brancos e Nulos. Desta vez, não. A projeção da alta taxa de Brancos/Nulos repete o registrado no primeiro turno nas urnas, quando chegou 18,2% na capital fluminense.

B.3. A taxa de Brancos/Nulo em 2016, segundo a pesquisa DataFolha, é duas vezes maior que a realizada pelo instituto em 2012, quando Eduardo Paes (PMDB) foi eleito ainda no primeiro turno. A diferença é semelhante também à sondagem feita neste mesmo período do segundo turno de 2008, quando Paes concorreu com Fernando Gabeira (PV). Em 2008, aliás, o Rio assistiu a uma das mais disputadas eleições municipais, com a vitória de Paes por uma diferença de apenas 1,6% dos votos. Naquele pleito, os Brancos/Nulos atingiram 8,5% nas urnas (314 mil eleitores). Agora, se mantida proporção de abstenções do primeiro turno no Rio (24%), a soma dos Brancos/Nulos chegaria a mais de 700 mil eleitores. Ou seja, um punhado expressivo de cariocas que não se identificam com nenhum dos candidatos.

B.4. Inúmeras explicações, como a descrença na política e nos políticos, podem ser apresentadas para o volume de “não-votos” registrados nesta eleição, mas certamente, todas se misturam a um segundo e central fator: o perfil dos candidatos que disputam ou disputaram a prefeitura do Rio. No primeiro turno, esses agentes foram incapazes de apresentar um projeto ou discurso que mobilizasse essa massa de cariocas. Com Crivella e Freixo, no segundo turno, esse fenômeno se manteve.

B.5. Para o diretor do DataFolha, Mauro Paulino, a explicação estaria na forte rejeição dos brasileiros e, também dos cariocas, à política e aos partidos. Segundo ele, Crivella e Freixo não representam o discurso antipolítica observado em outras cidades: – Parte significativa dos eleitores não se sente representado pelos políticos e partidos atuais. Dois terços dos eleitores brasileiros não têm simpatia por partido algum, o que é um recorde. Ao mostrar a intenção de anular ou votar em branco essa parcela de cariocas está demonstrando essa insatisfação é a tendência de buscar o “antipolítico” que não encontra nem em Crivella, nem em Freixo.

B.6. A antipolítica ou candidatos que se apresentaram mais com esse perfil também fracassou no primeiro turno no Rio, ao contrário de outras cidades nas quais os eleitores ou elegeram em primeiro turno ou colocaram na segunda fase da campanha competidores que buscaram mobilizar essa tipo de percepção dos eleitores: – Acho que a antipolítica se expressou através dos brancos e nulos que também foi alto no Rio (primeiro turno). Mas a votação de Flávio Bolsonaro (PSC) foi expressiva e Carmen (Miguelis do Novo) teve pouco tempo de TV – avalia Paulino.

18 de outubro de 2016

ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE O ORÇAMENTO DA PREFEITURA DO RIO PARA 2017!

1. O atual prefeito contou com uma maioria estável de 80% dos Vereadores. Isso, na prática, transformou o processo legislativa em leis delegadas. Na prática, o prefeito governava por “decreto”.

2. A oposição não conseguia nem as 17 assinaturas ou 1/3 dos Vereadores para apresentar emendas aos projetos de lei em tramitação ou para pedir inversão de pauta de votação. Na Câmara de Deputados bastam 10% ou partidos/blocos com esta representação. Seriam 6 Vereadores aqui, arredondando para cima.

3. A próxima legislatura -vença quem vencer o segundo turno- a intervenção do executivo será muito menos vertical e, por isso, o processo legislativo será muito mais flexível e democrático que o atual.

4. Portanto, cabe aos atuais Vereadores excluírem da lei de Orçamento todos os dispositivos que signifiquem autorizações ou delegações para o executivo fazer por decreto o que deveria fazer por Projeto de Lei. São apenas 3, sem incluir a autorização para transposição no Orçamento aprovado.

5. A LOA -2017- deveria incluir programas que, depois de anos, se encontram suspensos, como o Remédio em Casa para hipertensos e diabéticos atendidos pela rede pública municipal, e a Carta de Crédito (Casa própria para o servidor), que é gerida pelo Previ-Rio com recursos do próprio servidor.

6. A perda de liquidez do fundo previdenciário do servidor nos últimos anos deveria ser superada a partir de 2017, vinculando a receita da dívida ativa, a reconstituição da liquidez em base ao valor real de 31/12/2008, aplicando e bloqueando seu uso até esta reconstituição.

7. O futuro prefeito deveria sinalizar que o sistema previdenciário do servidor municipal não será alterado. De outra forma, o número de aposentadorias crescerá exponencialmente no curto prazo.

8. O relatório de execução orçamentária, que era divulgado de 2 em 2 meses e que na atual administração passou a o ser de 4 em 4 meses, deveria voltar a ser de 2 em 2 meses.

9. Desde 1993 que o custo das obras públicas não incluíam porcentagem para cobrir alegados custos fixos. Desde 2009 que as obras públicas passaram a ser oneradas com uns 16%. Até 2008 a correção monetária do saldo de obras públicas em execução só ocorria após 2 anos do início da obra. A atual prefeitura reduziu para um ano. A correção do saldo de obras em andamento deveria voltar a ser de 24 meses.

10. Os requerimentos de informação dos Vereadores não respondidos no prazo legal -no limite da lei orgânica do município- deveriam interromper a tramitação dos projetos de lei de iniciativa do executivo.

19 de outubro de 2016

AS ELEIÇÕES DE 2018 PARA GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO!

1. O processo eleitoral brasileiro, com eleições municipais e estaduais/federais de 2 e 2 anos, produz uma corrente de conexões. Essa corrente tanto pode ser positiva como negativa. É positiva quando existem pré-candidaturas naturais a governador. É negativa quando, após as eleições municipais, não existem candidaturas naturais a governador.

2. O caso do Estado do Rio, apontando para 2018, é de uma evidente corrente negativa para governador. Partindo dos partidos que já informaram que terão candidatos a presidente, como o PMDB, PT, PSDB, REDE, PDT, PV e PSOL, a projeção dos mesmos para suas candidaturas a governador mostra espaços completamente vazios.

3. Todos os candidatos a presidente terão que apresentar os candidatos a govenador de seus partidos no terceiro colégio eleitoral –quase segundo- e certamente segundo pela expressão da disputa no Rio.

4. Enquanto nomes partidários, nenhum deles têm candidatura natural. O nome do prefeito do Rio, do PMDB, natural até uns meses atrás, hoje enfrenta os problemas da derrota na capital e muito mais que isso, enfrenta a dúvida sobre de que forma a desintegração do governo estadual do PMDB afetará a fragilidade de uma candidatura sua.

5. Falta um ano e nove meses até a convenção de 2018 que escolherá os candidatos a governador. Partindo de espaços partidários, digamos, vazios, é muito pouco tempo. É provável que o PSOL, a REDE, o PV e o PDT tenham anticandidatos a governador para dar lastro na TV e número a seus candidatos a presidente. Quem serão? Nem seus partidos sabem. E os nomes mais fortes para deputado não vão para o sacrifício num quadro de transição política como o brasileiro.

6. O PMDB enfrenta o desgaste do governo estadual, o que fragiliza potencialmente o atual prefeito da capital. Há como descolá-lo do governo estadual? Como se comportará o governo estadual após o segundo turno e o retorno do governador do PMDB?

7. O PT terá que ter candidato a governador. Pelo menos para usar o amplo tempo de TV que tem, reforçando seu candidato a presidente. Quem será? Lula, superando as questões judiciais até pelo tempo até a convenção de 2018, assumirá o bom combate mesmo sabendo das dificuldades eleitorais?

8. E o PSDB? Seus deputados –e presidentes regional e municipal da capital- não irão para o sacrifício. Vão defender seus mandatos. Até porque a incerteza de quem será o candidato a presidente vai dificultar compromissos prévios deles. O PSDB vai buscar um nome forte fora do partido, como já o fez para a eleição de 2016 na capital?

9. É improvável que o deputado Bolsonaro confirme sua candidatura a presidente. Se o fizer também precisará de um candidato a governador para dar piso. Mas não é improvável que decida recuar e ser candidato a governador, o que significaria a ocupação de um espaço conservador e competitivo.

10.  Se (sempre) as pré-campanhas começavam de fato um ano antes da eleição, agora no Estado do Rio terão que começar 2 anos antes, para fora e para dentro do partido.

17 de outubro de 2016

CURIOSIDADES DO ÚLTIMO DATAFOLHA SOBRE O SEGUNDO TURNO DA ELEIÇÃO NO RIO!

Observação Geral: Os programas eleitorais de Crivella e Freixo são de baixa qualidade técnica, desde a imagem até os testemunhais artificiais.

1. A amostra do Datafolha precisa ser ajustada em relação à religião. Católicos são 44%. Datafolha usou 38%. Evangélicos são 26%. Datafolha usou 33%. Ao aplicar os valores certos, a diferença iria de 32 pontos para 26 pontos.

2. Freixo chegou a 34%. Na campanha de 2012 no primeiro turno, Freixo obteve nos votos válidos 28%. Pouco crescimento em 4 anos.

3. Para o Datafolha, Crivella tem 55% dos votos válidos entre os Católicos e Freixo 45%. Mais próximo da verdade seria um empate entre os dois.

4. Nos votos totais, a diferença a favor de Crivella entre as mulheres era de 12 pontos na pesquisa anterior. Agora subiu. Provavelmente por efeito dos programas de TV do Freixo.       

5. Entre os maiores de 60 anos, a diferença pró-Crivella cresceu para 29 pontos. Provavelmente por efeito dos programas de TV do Freixo.

6. Entre os Jovens, Freixo vence com vantagem de 7 pontos. Provavelmente por efeito dos programas de TV do Freixo.

7. Renda até 2 salários mínimos: diferença pró-Freixo de 30 pontos. Renda superior a 10 salários mínimos: Freixo vence por 9 pontos. Acentua-se a tendência do voto social. Ou que Crivella assusta mais que Freixo entre os de maior renda.

8. Datafolha. Pesquisa de imagem pessoal. Trabalha muito: Crivella 55% x Freixo 36% / É humilde: Crivella 63% x Freixo 41% / É moderno: Crivella 49% x Freixo 69% / Respeita mais os ricos – respeita mais os pobres: Crivella 24%-47% x Freixo 30%-37%.

9. É sincero: Crivella 53% x Freixo 40% / É honesto: Crivella 58% x Freixo 43% / É competente: Crivella 66% x Freixo 50% / É democrático: Crivella 58% x Freixo 51%.

14 de outubro de 2016

PEZÃO, CRIVELLA E FREIXO! EDIR MACEDO E GAROTINHO!

1. Na eleição de 2014, a campanha de Pezão, preocupada com o crescimento de Crivella nas pesquisas de intenção de voto, aplicou uma dose tripla de publicidade negativa fazendo memória de matérias da imprensa que tratavam das relações entre Crivella e Edir Macedo e hipotéticos desvios. Na época, Cesar Maia, numa entrevista ao jornal Extra, sublinhou o erro dessa campanha publicitária de Pezão no segundo turno.

2. Um excesso, até porque a vitória de Pezão estava garantida com a votação em todo o Estado, onde, no final, Pezão obteve 56% dos votos válidos contra 44% de Crivella. Na Capital, Pezão venceu no segundo turno por 52% contra 48% de Crivella. A fortíssima campanha publicitária de Pezão produziu ganhos muito pequenos que não justificavam tamanho ódio.

3. Agora é a vez da campanha de Freixo atacar Crivella através dos comerciais e, como na campanha de Pezão, assinando apenas no final com o nome da coligação. Nem Pezão, nem Freixo entraram em cena para atacar direta e pessoalmente Crivella. A campanha de Freixo foi surpreendida pelas primeiras pesquisas que abriram a favor de Crivella uma grande vantagem. Este Ex-Blog lembrou que os vencedores do primeiro turno carregam essa memória para o início do segundo turno e abrem a vantagem. Em 2000, Conde abriu 17 pontos segundo o Ibope. Mas a campanha com tempos iguais de TV foi corrigindo e Cesar Maia terminou vencendo.

4. Em geral, as campanhas eleitorais “acabam quando terminam”. A menos que tenham deixado um rastro de ódio nos perdedores. Há sempre que lembrar um princípio do marketing de produtos, especialmente de restaurantes. Um serviço considerado muito positivo gera um pequeno multiplicador no usuário. Conta para pouca gente. Mas um serviço muito negativo num restaurante gera uma forte memória e um fortíssimo multiplicador pelo usuário. Algo como 10 vezes mais que o multiplicador positivo.

5. As campanhas eleitorais são pontos –certamente importantes, mas apenas pontos- do processo político. Encerrada a campanha eleitoral e após a posse do vencedor, a política volta a seu leito. A menos que a campanha tenha deixado um rastro de ódio pelos excessos. O PMDB do Rio pagou pelos excessos da campanha de Pezão, sendo alvo de forte ataque negativo através da TV que tem proximidade com Crivella. Um ano depois, com a quebra do Governo do Estado, vários pastores diziam que Crivella tinha sido protegido pelos Céus. Se não é “vero” é bem “trovato”.

6. A forte carga negativa da campanha de Freixo, trazendo de volta Garotinho junto a Crivella, em antigas manchetes de jornais sobre hipotéticos desvios, alguns não confirmados pela justiça, foi um erro triplo. Primeiro porque mesmo gerando perdas eleitorais em Crivella, o que produziria mesmo uma inversão do quadro eleitoral seria uma campanha proativa de Freixo. Segundo porque vitima Crivella e, com isso, seus comerciais e programas ganharam uma muito maior suavidade.

7. Terceiro porque precipitaram a decisão de Crivella de não ir a debate. Se os ataques tivessem sido reservados para o debate na TV Globo, apenas 2 dias antes da eleição, com uma proximidade nas pesquisas imediatamente anteriores, os ataques nesse debate poderiam ter sido decisivos. E nem precisava essa agressividade toda.

8. Cesar Maia sempre lembra duas campanhas suas. A de 1998 em que Garotinho venceu e Cesar Maia decidiu não ir ao debate na TV Globo, onde Garotinho falou sozinho. Com isso, a memória da derrota sem imagens na TV rapidamente foi apagada. Dois anos depois Cesar Maia voltava à prefeitura. E sobre a importância do debate na TV Globo apenas 2 dias antes (no primeiro turno foram 3 dias antes, o que suaviza a memória como afirmam os publicitários) em 2000, na sexta-feira do debate as pesquisas apontavam vantagem de Conde por 5 pontos. No domingo, Cesar Maia venceu por 2 pontos, num salto de 7 pontos.

9. Com apenas 4 dias de campanha na TV, ainda há tempo de sobra para a campanha de Freixo ser recolocada nos trilhos. Isso não é difícil. 50% dos eleitores ainda não decidiram definitivamente o seu voto ou não sabem em quem ou se vão votar. E ainda há o feriado de sexta-feira (30), do dia do Servidor Público.

13 de outubro de 2016

ALGUMAS COMPARAÇÕES ENTRE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DAS CIDADES DE S. PAULO E RIO DE JANEIRO EM 2016!

1. Abstenção: S. Paulo 21,84% / Rio 24,28%  

2. Brancos + Nulos: S. Paulo 16,64% / Rio 18,26%.

3. Na Câmara do Rio a renovação foi de 35% dos vereadores, com 18 novos nomes. / Na Câmara de S. Paulo a taxa de renovação foi de 40%, com 22 novos nomes.

4. Em S. Paulo as duas maiores bancadas passaram a ser: PSDB 11 e PT 9. / Na Câmara do Rio as duas maiores bancadas passaram a ser: PMDB 10 e PSOL 6.  

5. Os assentos ocupados por mulheres na Câmara Municipal de SP passarão de 5 para 11, equivalendo a 20% do total de 55 vagas. / Na Câmara do Rio, o número de mulheres eleitas passará de 8 em 2012, sendo que 6 exercem o mandato atualmente, para 7 em 2016, representando 13,7% da Casa.

6. Vereadores com menos de 40 anos atingiram percentual de 20%, recorde em S.Paulo. Eram 6 no pleito de 2012, serão 11 na legislatura que se inicia em 2017 —8 deles em primeiro mandato. / No Rio, os vereadores com menos de 40 anos passam de 17 eleitos em 2012, para 16 eleitos em 2016, o que significa 31,3% das cadeiras. 9 eleitos em 2016 estarão em primeiro mandato.

* * *

NOVAS REGRAS TORNAM ELEIÇÃO PLENAMENTE EXITOSA!

(Editorial Estado de SP, 09) 1. A primeira eleição sem o financiamento empresarial de campanha foi plenamente exitosa. Embora a queixa sobre a falta de dinheiro tenha sido mais ou menos generalizada, os candidatos saíram em busca de votos, os eleitores fizeram suas escolhas livremente e os eleitos tomarão posse no prazo legal. Tudo isso significa que a democracia pode perfeitamente funcionar sem a injeção de recursos de empresas interessadas somente em ganhar favores e contratos dos políticos que ajudaram a eleger.

2. Aliás, pode-se dizer que a democracia saiu fortalecida dessa eleição exatamente porque foi rompido esse vínculo danoso entre políticos e empresas, transformadas em eleitoras privilegiadas. Deu-se um grande passo para restaurar o princípio de “um homem, um voto”.

3. Neste ano, sem essa abundância de recursos, foi necessário gastar sola de sapato, algo a que os candidatos já não estavam mais habituados. Se antes o dinheiro das empresas permitia que os candidatos disputassem a eleição sem sair de casa, agora se tornou imperativo conversar diretamente com o eleitor e convencê-lo não apenas a lhe dar o voto, mas também a ajudar no financiamento da campanha.

4. Como a campanha eleitoral de 2016 mostrou, o voto pode ser conquistado sem a necessidade de enganar o eleitor com promessas elaboradas por marqueteiros e sem precisar recorrer a financiadores que não têm compromisso senão com seus balanços contábeis.