PREFEITO DO RIO FALA UMA COISA E FAZ OUTRA! RIO NÃO SOUBE FAZER, NOS JJOO, COMO LONDRES OU BARCELONA!

(Folha de SP, 27) 1. Crítico de arquitetura do jornal “New York Times”, Michael Kimmelman. Tive uma decepção com o Rio. Nem tudo é culpa da Olimpíada. O prefeito Paes fala coisas certas, mas para fazer áreas urbanas saudáveis, você não joga uma área nas mãos de empreiteiras para construir torres corporativas e bota um museu do Calatrava do lado. Você precisa um mix de funções, ter prédios residenciais, de escritórios, varejo, mistura de classes sociais, algo que o Brasil parece não ter muita familiaridade. Tem que ter empregos por ali, parques, espaço público. O que vi não é satisfatório. Já a Vila Olímpica faz com que a cidade cresça como um subúrbio americano sem fim, levando tudo para muito longe. Não dá para querer uma cidade densa e ficar espalhando novos bairros distantes ao mesmo tempo.

2. Cidades precisam ter um plano do que querem, que faça a cidade melhor no final. Londres tinha uma ideia, desenvolver o East End, criar um novo centro, melhorar o transporte coletivo até lá e usar os jogos, com a energia, o dinheiro, os investimentos que eles atraem, um prazo limitado, o que força as coisas acontecerem mais rapidamente.  Ter um prazo é bom. O Rio teve uma oportunidade de seguir Barcelona e Londres e claramente não o soube fazer.

ENSINA A POLITOLOGIA: QUEM DEFINE A –AGENDA- GANHA A ELEIÇÃO!

(Eliane Catanhêde – Folha de SP, 25) 1. As oposições parecem não perceber ou não dar bola, mas o governo e o PT estão ganhando a batalha mais importante a esta altura da eleição: são eles que determinam como vai ser a guerra. Aécio e Eduardo Campos vinham bem quando o debate (ou o “terreno”) era Petrobras, crise ética, crescimento baixo, inflação alta, o preço do tomate. Mas Dilma, que patinava, deu uma guinada e puxou tucanos e pessebistas para o campo social. Este é o forte do PT e de Lula e a única área que salva o discurso de Dilma.

2. Com a CPI da Petrobras no Senado enterrada e a CPI mista natimorta, lá se foram vários cartuchos da oposição. E os novos anúncios do governo –aumento do Bolsa Família, correção da tabela do IR, investimentos em saneamento básico– reforçaram a munição de Dilma. O anúncio do medo e dos fantasmas fez a liga. As menores faixas de renda querem Bolsas; as classes médias querem emprego, renda e status; as mais remuneradas querem privilégios; as ricas querem ficar mais ricas. E todas querem segurança etc. Mas há mensagens que perpassam todas elas.

3. Exemplo? A fofoca de que os tucanos privatizariam a Petrobras. Isso não atingia diretamente o interesse de quase nenhum eleitor e de nenhuma faixa de renda e de escolaridade, mas fez um corte transversal por todas. A campanha de Dilma planta agora o medo da “volta ao passado” e a “inclusão social versus medidas impopulares e elitistas”, para colher depois nos programas, nos debates e, claro, nos votos.

BUSCAR VOTOS SIM, MAS NÃO SE ESQUECER DE EVITAR PERDAS!

1. Os candidatos a presidente estão abertamente em campanha. A tática deles é semelhante: agressividade na busca de votos e na desqualificação dos adversários. É uma espécie de estratégia do óbvio. Mas isso não basta e muitas vezes o saldo é negativo entre o que ganha e o que perde no imaginário do eleitor.

2. Nesse sentido, os candidatos procuram atingir os pontos fracos dos adversários, mas se esquecem de obstruir perdas que poderão vir pela memória de seus pontos frágeis.

3. Dilma tem falado para seus principais eleitores, os que têm níveis de renda e instrução menores. Tem até falado procurando reduzir suas perdas junto ao empresariado. A cada dia novos índices mostram a insegurança deles com a candidatura dela. Eduardo Campos –na carona de Marina- afirma valores cristãos. Busca mitigar as perdas que teve com o “marinaço” sobre o deputado Caiado no agronegócio. Aqui só se for para o segundo turno com Dilma, igualmente afetada pelo setor, mas precisa fazer uma lista muito mais ampla de seus pontos frágeis. Por exemplo, o caso dos royalties do petróleo para o Rio e Espírito Santo e tantos outros e o que Marina tira de votos, além do que traz.

4. Aécio tem priorizado amplamente os ataques a Dilma e as afirmações de algumas de suas prioridades. Tem grande favoritismo entre os empresários. Seus economistas-assessores sinalizam medidas. Mas não basta. Precisa listar os pontos frágeis da memória do último governo FHC/PSDB. Seus assessores devem fazê-lo racionalmente por pontos de risco e, simultaneamente, através de pesquisas buscando elementos de memória. E depois comparar as duas listas.

5. Um fato que pode atingi-lo e está na lista racional e não está na memória tem que gerar uma comunicação atenta e preventiva. Afinal, os adversários, em campanha, se encarregarão de avivar a memória do eleitor.

6. Eleição é um jogo estratégico que envolve muito mais que os candidatos: envolve a imprensa, envolve centenas de perfis de eleitores, envolve a conjuntura, envolve as viroses virtuais… E quase sempre a atenção de todos esses atores aponta aos pontos negativos, principalmente.

27 de maio de 2014

AS MANIFESTAÇÕES DE RUA ESTÃO VAZIAS? SERÁ? QUE RUAS?

1. As notícias e os analistas entrevistados insistem que as manifestações de rua nesta conjuntura estão vazias, que são ou pequenos grupos ou não conseguem atrair mais que umas 5 mil pessoas. E que as manifestações dos grevistas atraem mais que as mobilizações difusas. Será?

2. Manuel Castels (Redes de Indignação e de Esperança) mostra que exigem dois tipos de ruas. Um tipo real, feito de asfalto e calçadas e outro VIRTUAL, ruas por onde circulam as pessoas nas redes sociais. A saída das ruas virtuais para as ruas reais depende de um momento mágico de um tipping point. Por isso, além de mensurar o que passa nas ruas reais, há que mensurar o que passa nas ruas virtuais.

3. As pesquisas de opinião –mesmo não sendo suficientes- permitem avaliar como andam as ruas virtuais. E mais do que elas, as mensurações técnicas específicas do uso das redes e dos temas que debatem e incorporam. Há que sublinhar que os temas difusos –catalisados pela rejeição aos políticos e a perplexidade com os fatos de corrupção- que estavam nas ruas reais em abril de 2013, passaram a ordem do dia.

4. Além da ordem do dia das redes sociais, para a ordem do dia da imprensa. Impulsionados pelas ruas virtuais os meios de comunicação passaram a dar uma centimetragem e um tempo de exposição proporcionalmente muito maior aos vetores mobilizadores de abril de 2013. Curiosamente, as redes sociais multiplicam o noticiário da mídia e especulam a respeito, mas a audiência das TVs e rádios e a circulação dos jornais até caem.

5. Dessa forma, as projeções oficiais para a Copa do Mundo que extrapolam a quantidade de pessoas nas ruas e programam a contenção das mesmas devem tomar muito cuidado. Nas ruas virtuais são multidões de manifestantes. O que poderá levá-los às ruas reais. E durante a campanha eleitoral? A rejeição aos políticos e à política, anotada em pesquisas, que em geral dobrou após abril de 2013, levará as ruas virtuais a um não-voto (abstenção + brancos + nulos) recorde?

6. Ou haverá “impulsionadores” levando as ruas virtuais para as ruas reais em passeatas –não de apoio a candidatos- mas de protestos contra todos? Portanto, as lentes dos analistas focalizadas nas ruas reais deveriam estar mais preocupadas e com foco muito maior nas ruas virtuais.

* * *

ESPANHA: COM TRÊS MESES DE EXISTÊNCIA E DISCURSO ANCORADO NAS REDES, “PODEMOS” ELEGE 5 DEPUTADOS CONTRA 6 DA TRADICIONAL “ESQUERDA UNIDA”! 

(El País, 27) 1. Três meses de existência (inscrito 11 de março), bastaram ao PODEMOS para conquistar 5 cadeiras no Parlamento Europeu e converter-se na grande surpresa da eleição europeia na Espanha. A IU -esquerda unida- conquistou apenas 6 cadeiras, PP 16 e PSOE 14.

2. Com um orçamento limitado, em comparação com os demais, um plano de campanha baseado na difusão pelas redes sociais e o boca a boca, e liderado por Pablo Iglesias – um televisivo professor universitário de 35 anos, PODEMOS alcançou 8% do total de votos, rompendo com a política tradicional, qualificando os dois maiores partidos -PP e PSOE – de “casta” e repetindo continuamente esse jargão por seus simpatizantes.

* * *

CANDIDATOS A PRESIDENTE FAZEM JOGO DE CENA NA INTERNET!

(Ricardo Noblat – Globo, 26) 1. A BITES CONSULTORIA, empresa com sede em São Paulo, monitora as redes sociais. A meu pedido, ela compilou dados do Facebook e do Twitter entre 1º de janeiro e anteontem, e do Google somente em abril, relativos aos três principais aspirantes a presidente da República na eleição de outubro próximo — Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).  Juntos, em números redondos, eles atraíam no Facebook 2.185.000 fãs até às 16h de sábado. Quer dizer: alcançavam apenas 2% dos usuários do Facebook, que tem 92 milhões de contas ativas no Brasil. Campos liderava com 952 mil fãs, seguido por Aécio, com 714 mil, e Dilma, com 520 mil. A página do guaraná Antártica conta com 17 milhões de fãs.

2. A Bites valoriza mais o percentual de compartilhamentos sobre cada mensagem postada em nome dos candidatos. Nesse caso, quem lidera é Dilma, com uma taxa de 26%. Campos e Aécio empatam com 18%.  No Google 131.480 buscas sobre Dilma, 81.030 sobre Campos e 33.360 sobre Aécio. O nome de Campos costuma aparecer associado ao de Marina Silva, que deverá ser sua vice. Eu quis saber, em resumo, se os três candidatos entraram de verdade no jogo digital. Ou se estão fazendo cena, como tantos fizeram em eleições anteriores. Resposta de Manoel Fernandes, diretor-executivo da Bites: “Tudo indica que fazem cena. Há muitos gastos em publicidade digital e pouco resultado político. Os candidatos carecem de uma estratégia consistente de ocupação dos espaços digitais”

* * *

COLÔMBIA SE DIVIDE NO SEGUNDO TURNO COM AS FARC COMO POLO!

1. O segundo turno -em geral- é uma eleição de opinião pública. O fato de o presidente Santos estar negociando com as FARC abriu as portas para o apoio da esquerda colombiana. O prefeito de Bogotá -Petro- ex-guerrilheiro e de uma esquerda sem adjetivos- cassado por ato de Santos e reempossado pela justiça, abriu as portas ontem (26) para que 3 secretários seus entregassem seus cargos para participar diretamente da campanha de Santos no segundo turno.

2. Estima-se que os 60% de abstenção no primeiro turno tendam a diminuir pela polarização, o que não sinaliza tendência. A candidata da esquerda -polo democrático- 15%, apontará a favor de Santos. A candidata do partido conservador- também 15%- mesmo que sinalize seu voto, não tem força para aglutinar seus eleitores. Peñaloza -ex-prefeito de Bogotá -8%- menos ainda.

3. No final será uma eleição dos dois mais importantes personagens políticos: Uribe, ex-presidente, e Santos, presidente, e de um só tema as FARC. Eleição 15 de junho. Em mais 10 dias com a decantação da opinião pública é que se poderá saber de tendências. Afinal, Zuluaga e Santos somados alcançaram 54% no primeiro turno! Menos que abstenção e menos ainda se somada aos votos brancos e nulos -10%.

COLÔMBIA SE DIVIDE NO SEGUNDO TURNO COM AS FARC COMO POLO!

1. O segundo turno -em geral- é uma eleição de opinião pública. O fato de o presidente Santos estar negociando com as FARC abriu as portas para o apoio da esquerda colombiana. O prefeito de Bogotá -Petro- ex-guerrilheiro e de uma esquerda sem adjetivos- cassado por ato de Santos e reempossado pela justiça, abriu as portas ontem (26) para que 3 secretários seus entregassem seus cargos para participar diretamente da campanha de Santos no segundo turno.

2. Estima-se que os 60% de abstenção no primeiro turno tendam a diminuir pela polarização, o que não sinaliza tendência. A candidata da esquerda -polo democrático- 15%, apontará a favor de Santos. A candidata do partido conservador- também 15%- mesmo que sinalize seu voto, não tem força para aglutinar seus eleitores. Peñaloza -ex-prefeito de Bogotá -8%- menos ainda.

3. No final será uma eleição dos dois mais importantes personagens políticos: Uribe, ex-presidente, e Santos, presidente, e de um só tema as FARC. Eleição 15 de junho. Em mais 10 dias com a decantação da opinião pública é que se poderá saber de tendências. Afinal, Zuluaga e Santos somados alcançaram 54% no primeiro turno! Menos que abstenção e menos ainda se somada aos votos brancos e nulos -10%.

CANDIDATOS A PRESIDENTE FAZEM JOGO DE CENA NA INTERNET!

(Ricardo Noblat – Globo, 26) 1. A BITES CONSULTORIA, empresa com sede em São Paulo, monitora as redes sociais. A meu pedido, ela compilou dados do Facebook e do Twitter entre 1º de janeiro e anteontem, e do Google somente em abril, relativos aos três principais aspirantes a presidente da República na eleição de outubro próximo — Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).  Juntos, em números redondos, eles atraíam no Facebook 2.185.000 fãs até às 16h de sábado. Quer dizer: alcançavam apenas 2% dos usuários do Facebook, que tem 92 milhões de contas ativas no Brasil. Campos liderava com 952 mil fãs, seguido por Aécio, com 714 mil, e Dilma, com 520 mil. A página do guaraná Antártica conta com 17 milhões de fãs.

2. A Bites valoriza mais o percentual de compartilhamentos sobre cada mensagem postada em nome dos candidatos. Nesse caso, quem lidera é Dilma, com uma taxa de 26%. Campos e Aécio empatam com 18%.  No Google 131.480 buscas sobre Dilma, 81.030 sobre Campos e 33.360 sobre Aécio. O nome de Campos costuma aparecer associado ao de Marina Silva, que deverá ser sua vice. Eu quis saber, em resumo, se os três candidatos entraram de verdade no jogo digital. Ou se estão fazendo cena, como tantos fizeram em eleições anteriores. Resposta de Manoel Fernandes, diretor-executivo da Bites: “Tudo indica que fazem cena. Há muitos gastos em publicidade digital e pouco resultado político. Os candidatos carecem de uma estratégia consistente de ocupação dos espaços digitais”

ESPANHA: COM TRÊS MESES DE EXISTÊNCIA E DISCURSO ANCORADO NAS REDES, “PODEMOS” ELEGE 5 DEPUTADOS CONTRA 6 DA TRADICIONAL “ESQUERDA UNIDA”!

(El País, 27) 1. Três meses de existência (inscrito 11 de março), bastaram ao PODEMOS para conquistar 5 cadeiras no Parlamento Europeu e converter-se na grande surpresa da eleição europeia na Espanha. A IU -esquerda unida- conquistou apenas 6 cadeiras, PP 16 e PSOE 14.

2. Com um orçamento limitado, em comparação com os demais, um plano de campanha baseado na difusão pelas redes sociais e o boca a boca, e liderado por Pablo Iglesias – um televisivo professor universitário de 35 anos, PODEMOS alcançou 8% do total de votos, rompendo com a política tradicional, qualificando os dois maiores partidos -PP e PSOE – de “casta” e repetindo continuamente esse jargão por seus simpatizantes.

AS MANIFESTAÇÕES DE RUA ESTÃO VAZIAS? SERÁ? QUE RUAS?

1. As notícias e os analistas entrevistados insistem que as manifestações de rua nesta conjuntura estão vazias, que são ou pequenos grupos ou não conseguem atrair mais que umas 5 mil pessoas. E que as manifestações dos grevistas atraem mais que as mobilizações difusas. Será?

2. Manuel Castels (Redes de Indignação e de Esperança) mostra que exigem dois tipos de ruas. Um tipo real, feito de asfalto e calçadas e outro VIRTUAL, ruas por onde circulam as pessoas nas redes sociais. A saída das ruas virtuais para as ruas reais depende de um momento mágico de um tipping point. Por isso, além de mensurar o que passa nas ruas reais, há que mensurar o que passa nas ruas virtuais.

3. As pesquisas de opinião –mesmo não sendo suficientes- permitem avaliar como andam as ruas virtuais. E mais do que elas, as mensurações técnicas específicas do uso das redes e dos temas que debatem e incorporam. Há que sublinhar que os temas difusos –catalisados pela rejeição aos políticos e a perplexidade com os fatos de corrupção- que estavam nas ruas reais em abril de 2013, passaram a ordem do dia.

4. Além da ordem do dia das redes sociais, para a ordem do dia da imprensa. Impulsionados pelas ruas virtuais os meios de comunicação passaram a dar uma centimetragem e um tempo de exposição proporcionalmente muito maior aos vetores mobilizadores de abril de 2013. Curiosamente, as redes sociais multiplicam o noticiário da mídia e especulam a respeito, mas a audiência das TVs e rádios e a circulação dos jornais até caem.

5. Dessa forma, as projeções oficiais para a Copa do Mundo que extrapolam a quantidade de pessoas nas ruas e programam a contenção das mesmas devem tomar muito cuidado. Nas ruas virtuais são multidões de manifestantes. O que poderá levá-los às ruas reais. E durante a campanha eleitoral? A rejeição aos políticos e à política, anotada em pesquisas, que em geral dobrou após abril de 2013, levará as ruas virtuais a um não-voto (abstenção + brancos + nulos) recorde?

6. Ou haverá “impulsionadores” levando as ruas virtuais para as ruas reais em passeatas –não de apoio a candidatos- mas de protestos contra todos? Portanto, as lentes dos analistas focalizadas nas ruas reais deveriam estar mais preocupadas e com foco muito maior nas ruas virtuais.

26 de maio de 2014

MAIS TEMPO DE TV OU MENOS ADVERSÁRIOS? TEORIA E PRÁTICA!

1. A última pesquisa do Ibope confirma um fato curioso. Com 8 pré-candidatos, Dilma, Aécio e Campos somados têm 71% das intenções de voto. Com apenas os 3, Dilma, Aécio e Campos somam 67% das intenções de voto. Se é assim numa pesquisa, é provável que no processo eleitoral a quantidade de candidatos afete tanto a votação dos favoritos quanto a decisão de votar. O voto num candidato residual tanto pode ser um voto de protesto quando um voto de esperança se esse candidato servir de referência. Everaldo e Randolfe entram nessa segunda hipótese.

2. No Ibope, na lista com 8 candidatos, 24% não marcaram nenhum nome. Com 3 nomes essa porcentagem subiu para 33%.

3. Por isso, quando um candidato (especialmente em ou de um governo) atrai outro partido para apoiá-lo, não só pensa no tempo de TV, mas também na redução do número de candidatos na disputa. Às vezes ter mais candidatos na disputa interessa quando um deles tira votos de um adversário competitivo.

4. Vamos ao caso do Rio em 2014. A candidatura de Crivella tira votos de Garotinho (e vice-versa). Nesse sentido, interessa a Pezão, a Lindbergh e Cesar Maia. E a Dilma, pela confiança que tem em Crivella e não tem em Garotinho. A candidatura de Lindbergh não interessa a Pezão, pois além de tempo de TV, perde votos do PT que já votaram no PMDB-RJ em 2010 e 2012. Mas essa é uma batalha perdida desde quando Lula garantiu a candidatura de Lindbergh.

5. Agora, o PMDB-RJ quer retirar as candidaturas que potencialmente trocam com Pezão, especialmente na Capital e em perfil de eleitor. Os últimos fatos indicam que podem ter conseguido tirar Miro do jogo. Isso também interessa a Dilma, pois deixa Campos na busca de candidato. Além disso, as relações de Miro com os meios de comunicação são de proximidade, o que em campanha poderia ajudar seu crescimento.

6. E o PMDB-RJ, apesar de ser informado que não há nenhuma chance, continua insistindo que o DEM-PSDB-PPS não tenham candidato a governador. Cardeais do PMDB-RJ dizem que não precisam do tempo de TV deles, mas que o importante é Cesar Maia não ser candidato, evitando a perda de votos de Pezão, seja na capital, seja em frações do eleitorado de fora da capital que não votam em Garotinho ou Crivella.

7. Portanto, o raciocínio que atrair outros partidos tem apenas relação com o tempo de TV é simplista. Tem, mas deve-se incluir na análise quem são os candidatos e a quem interessa –ou não- a candidatura de cada um deles.

8. Por isso tudo, esse imbróglio a 15 dias do início das Convenções. E não apenas no Rio, é claro. O Rio entra apenas como exemplo.

* * *

REGIÃO METROPOLITANA DO RIO, ONDE A INSATISFAÇÃO COM OS SERVIÇOS PÚBLICOS É A MAIOR DO BRASIL!

(Pesquisa da FGV – Políticas Públicas -entre março e abril com 3.600 pessoas- Globo, 25)

1. Pesquisadas as Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo e os serviços públicos de Segurança, Saúde, Transporte e Educação. Taxa geral de INSATISFAÇÃO em Segurança: 80%, Saúde 79%, Transporte 73%, Educação 67%.

2. As taxas de Insatisfação no RIO foram: Saúde 84%, Segurança 84%, Transporte 77% e Educação 71%. Taxa média de 79%. Brasília foi a pior em Segurança 85%, e Transporte 82%, com taxa média de 77,7%.

3. As médias de Insatisfação no conjunto dos serviços públicos foram: Rio 79%, Brasília 77,7%, Porto Alegre 73,7%, São Paulo 73,7%, Recife 72,2% e Belo Horizonte 69,2%.

* * *

AS ELEIÇÕES DE DOMINGO!

1. PARLAMENTO EUROPEU! O PPE, centro-direita, com 28,2% e PS, centro-esquerda, 25,7%, sofreram fortes perdas, mas com 53,9% garantem a UE contra aventuras em sua constituição. Das 751 cadeiras, o PPE ficou com 212 e o PS com 193. Forte crescimento dos euro-céticos+xenófobos+antipolítica+radicais de direita e esquerda, que somaram pouco mais de 20%. FN de LePen vence na França. UKIP vence no Reino Unido. Na Espanha a maioria de 80% do PP+PSOE caiu para 60%. PP de Rajoy venceu o PSOE por 2 deputados. Na Catalunha os partidos independentistas chegaram a 58%. Na Itália o PD de centro-esquerda venceu com 43% dos votos. MV5 –antipolítica- teve 20%. Força Itália de Berlusconi 16%. Na Alemanha o CDU+CSU de Merkel obteve 35,3% e o SPD, centro-esquerda, cresceu para 27%. Mais uma vez os liberais não atingiram 5%. Na Grécia, o Syriza, a esquerda radical anti-austeridade, venceu com quase 30% dos votos. Abstenção na Europa: 57%. Em Portugal a abstenção atingiu 66%.

2. COLÔMBIA! O candidato de Uribe, Zuluaga ultrapassou o presidente Santos: 29,3% x 25,7%. A surpresa foram os crescimentos finais das candidatas da esquerda e da conservadora, que fecharam cada uma com 15%. Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, derrapou, fechando com 8%. O segundo turno será dia 15 de junho e o resultado é imprevisível.

3. UCRÂNIA! O empresário Poroshenko confirmou seu favoritismo. Recebeu 55% dos votos e com isso não haverá segundo turno. Os eleitores de parte das mesas das regiões de etnia russa no leste não puderam votar, o que não afetou o resultado. As primeiras declarações de Pososhenko que contatará Putin para conversar, apontaram para um desdobramento racional.

AS ELEIÇÕES DE DOMINGO!

1. PARLAMENTO EUROPEU! O PPE, centro-direita, com 28,2% e PS, centro-esquerda, 25,7%, sofreram fortes perdas, mas com 53,9% garantem a UE contra aventuras em sua constituição. Das 751 cadeiras, o PPE ficou com 212 e o PS com 193. Forte crescimento dos euro-céticos+xenófobos+antipolítica+radicais de direita e esquerda, que somaram pouco mais de 20%. FN de LePen vence na França. UKIP vence no Reino Unido. Na Espanha a maioria de 80% do PP+PSOE caiu para 60%. PP de Rajoy venceu o PSOE por 2 deputados. Na Catalunha os partidos independentistas chegaram a 58%. Na Itália o PD de centro-esquerda venceu com 43% dos votos. MV5 –antipolítica- teve 20%. Força Itália de Berlusconi 16%. Na Alemanha o CDU+CSU de Merkel obteve 35,3% e o SPD, centro-esquerda, cresceu para 27%. Mais uma vez os liberais não atingiram 5%. Na Grécia, o Syriza, a esquerda radical anti-austeridade, venceu com quase 30% dos votos. Abstenção na Europa: 57%. Em Portugal a abstenção atingiu 66%.

2. COLÔMBIA! O candidato de Uribe, Zuluaga ultrapassou o presidente Santos: 29,3% x 25,7%. A surpresa foram os crescimentos finais das candidatas da esquerda e da conservadora, que fecharam cada uma com 15%. Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, derrapou, fechando com 8%. O segundo turno será dia 15 de junho e o resultado é imprevisível.

3. UCRÂNIA! O empresário Poroshenko confirmou seu favoritismo. Recebeu 55% dos votos e com isso não haverá segundo turno. Os eleitores de parte das mesas das regiões de etnia russa no leste não puderam votar, o que não afetou o resultado. As primeiras declarações de Pososhenko que contatará Putin para conversar, apontaram para um desdobramento racional.

REGIÃO METROPOLITANA DO RIO, ONDE A INSATISFAÇÃO COM OS SERVIÇOS PÚBLICOS É A MAIOR DO BRASIL!

(Pesquisa da FGV – Políticas Públicas -entre março e abril com 3.600 pessoas- Globo, 25)

1. Pesquisadas as Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo e os serviços públicos de Segurança, Saúde, Transporte e Educação. Taxa geral de INSATISFAÇÃO em Segurança: 80%, Saúde 79%, Transporte 73%, Educação 67%.

2. As taxas de Insatisfação no RIO foram: Saúde 84%, Segurança 84%, Transporte 77% e Educação 71%. Taxa média de 79%. Brasília foi a pior em Segurança 85%, e Transporte 82%, com taxa média de 77,7%.

3. As médias de Insatisfação no conjunto dos serviços públicos foram: Rio 79%, Brasília 77,7%, Porto Alegre 73,7%, São Paulo 73,7%, Recife 72,2% e Belo Horizonte 69,2%.

MAIS TEMPO DE TV OU MENOS ADVERSÁRIOS? TEORIA E PRÁTICA!

1. A última pesquisa do Ibope confirma um fato curioso. Com 8 pré-candidatos, Dilma, Aécio e Campos somados têm 71% das intenções de voto. Com apenas os 3, Dilma, Aécio e Campos somam 67% das intenções de voto. Se é assim numa pesquisa, é provável que no processo eleitoral a quantidade de candidatos afete tanto a votação dos favoritos quanto a decisão de votar. O voto num candidato residual tanto pode ser um voto de protesto quando um voto de esperança se esse candidato servir de referência. Everaldo e Randolfe entram nessa segunda hipótese.

2. No Ibope, na lista com 8 candidatos, 24% não marcaram nenhum nome. Com 3 nomes essa porcentagem subiu para 33%.

3. Por isso, quando um candidato (especialmente em ou de um governo) atrai outro partido para apoiá-lo, não só pensa no tempo de TV, mas também na redução do número de candidatos na disputa. Às vezes ter mais candidatos na disputa interessa quando um deles tira votos de um adversário competitivo.

4. Vamos ao caso do Rio em 2014. A candidatura de Crivella tira votos de Garotinho (e vice-versa). Nesse sentido, interessa a Pezão, a Lindbergh e Cesar Maia. E a Dilma, pela confiança que tem em Crivella e não tem em Garotinho. A candidatura de Lindbergh não interessa a Pezão, pois além de tempo de TV, perde votos do PT que já votaram no PMDB-RJ em 2010 e 2012. Mas essa é uma batalha perdida desde quando Lula garantiu a candidatura de Lindbergh.

5. Agora, o PMDB-RJ quer retirar as candidaturas que potencialmente trocam com Pezão, especialmente na Capital e em perfil de eleitor. Os últimos fatos indicam que podem ter conseguido tirar Miro do jogo. Isso também interessa a Dilma, pois deixa Campos na busca de candidato. Além disso, as relações de Miro com os meios de comunicação são de proximidade, o que em campanha poderia ajudar seu crescimento.

6. E o PMDB-RJ, apesar de ser informado que não há nenhuma chance, continua insistindo que o DEM-PSDB-PPS não tenham candidato a governador. Cardeais do PMDB-RJ dizem que não precisam do tempo de TV deles, mas que o importante é Cesar Maia não ser candidato, evitando a perda de votos de Pezão, seja na capital, seja em frações do eleitorado de fora da capital que não votam em Garotinho ou Crivella.

7. Portanto, o raciocínio que atrair outros partidos tem apenas relação com o tempo de TV é simplista. Tem, mas deve-se incluir na análise quem são os candidatos e a quem interessa –ou não- a candidatura de cada um deles.

8. Por isso tudo, esse imbróglio a 15 dias do início das Convenções. E não apenas no Rio, é claro. O Rio entra apenas como exemplo.

23 de maio de 2014

PLC-79/2014: “CENTROS DE CONVENÇÃO” OU MAIS ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA?

A. Projeto de Lei Complementar 79/2014, além de tudo, é inconstitucional!

A.1. PLC 79/2014 se dispõe a criar incentivos para a criação de novos centros de convenções. Na segunda-feira (12), este Ex-Blog publicou uma análise do blog UrbeCarioca mostrando os elementos de pura especulação imobiliária contidos no PLC 79/12014.

A.2. Agora, e mais especificamente, que a constitucionalidade do Projeto de Lei Complementar em questão fica maculada por causa de seu Artigo 2°, que diz: “Art. 2° Aplicam-se ao disposto nos incisos I, II, III, IV e V do art. 17 da Lei Complementar n° 108, de 25 de novembro de 2010, os incentivos e benefícios fiscais, previstos na Lei n° 5.230, de 25 de novembro de 2010.”

A.3. A inconstitucionalidade se dá pois a Carta Magna brasileira de 1988 prevê, em seu Artigo 150, Parágrafo 6°: § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).

A.4. Fica claro, portanto, que os benefícios fiscais ensejados pelo Artigo 2° do Projeto de Lei Complementar 79/2014 apenas poderiam ser concedidos por lei específica, não podendo ser incluídos em uma proposição que verse sobre outras matérias como faz a referida proposição.

A.5. Sendo assim, a Câmara Municipal incorrerá em grave erro legislativo caso aprove o Projeto de Lei Complementar supracitado na forma como está posto.

B. Blog da procuradora Sonia Rabello de Castro (13) analisa o PLC 79/2014 e suas benesses!

B.1. Por que um grupo de vereadores da Cidade do Rio, apoiados por outros tantos parlamentares (OBS.: e com o executivo na sombra), às vésperas de eleições para deputado federal e estadual (2014), sem ter nem por que, propõem um projeto de lei que prevê a cessão gratuita de milhares de m² de construção, fora das regras gerais da Cidade e sem qualquer projeto urbanístico que o justifique? Quem se beneficiará? Empreiteiras da construção civil? Imobiliárias? Donos de terras na Barra da Tijuca?

B.2. Ao nosso ver, o referido projeto rompe com a ética urbanística da cidade. A proposta legislativa não se justifica no âmbito do planejamento. Ela pretende dar, gratuitamente, para uns poucos proprietários de lotes e empreiteiros, milhares de m² em edificabilidade, completamente fora da regra geral dos bairros! O pretexto que pretende justificar o tratamento não isonômico desta exceção ao planejamento territorial da Cidade seria estimular a construção de “centros de convenção” em hotéis para a Olimpíada.

B.3. Isto está confuso no projeto de lei, já que apenas no inciso II do seu artigo 1º menciona que: “II – para os cinco primeiros pavimentos a projeção máxima será de noventa por cento da área do lote, que terá Índice de Aproveitamento de Área – I.A.A. igual a 4,0, desde que as obras estejam concluídas até abril de 2016;”

B.4. Mesmo sem explicar como esta alegação se justifica, ela parece irrealizável, materialmente. Mesmo que a proposta legislativa seja aprovada antes das convenções eleitorais, em julho de 2014, supõe-se ser quase que materialmente impossível que as empreiteiras possam, antes de julho de 2016, elaborar os projetos, aprová-los na Municipalidade, contratar, executar e terminar as obras no prazo assinalado.

B.5. Justificativa ilegítima – Parece evidente que os proponentes sabem que a “pegadinha” do dispositivo está no conhecimento de que, na prática, não será necessário ter o projeto construído, mas simplesmente tê-lo aprovado, licenciado e estar na primeira laje para se garantir, juridicamente, sua execução fora do prazo da lei, para além de 2016!

B.6. Portanto, a justificativa legislativa é ilegítima porque não será sindicalizável. E uma cidade, como o Rio, tem um Plano Diretor (PD) em vigor, esta lei deve comandar todas as demais regras urbanísticas. E, é no Plano Diretor que encontramos o art.14, no capítulo sobre “Ocupação Urbana”.

B.7. Então, é elementarmente evidente que, ao se pretender cumprir o Plano Diretor da Cidade, não é possível propor leis que modifiquem índices urbanísticos comuns a todos, com regras de exceção, muito menos regras sem estudos de planejamento que as respaldem e que atendam, minimamente, as diretrizes acima especificadas.

B.8. Há uma hierarquia legal que deve ser observada e cumprida.  Mas, é difícil absorver esta noção básica da cultura jurídica-urbanística quando os controles são tão débeis e a responsabilização pelos malfeitos são praticamente nulos.

* * *

PROGRAMA NACIONAL DO DEMOCRATAS!

Programa Nacional do Democratas, na TV, nesta quinta-feira (22).

* * *

DILMA CONTINUA CAINDO NOS VOTOS VÁLIDOS!

1. Intenção de Voto. Série do IBOPE de março, abril e maio. Dilma 40%, 37% e 40% / Demais 24%, 26% e 36%. Não Voto 36%, 37% e 24%.

2. Série do IBOPE de votos válidos de março, abril e maio. Dilma 62,5%, 58,7% e 52,6%. /
Demais 37,5%, 41,3% e 47,4%.

3. Entre março e abril, Dilma perdeu 6,1% dos votos válidos. Entre abril e maio, Dilma perdeu 10,4% dos votos válidos.

4. Veja a tabela completa.

* * *

ALGUMAS CURIOSIDADES DA PESQUISA DO IBOPE DE MAIO!

1. Com vários nomes Aécio tem 20%. Com 3 nomes (Dilma, Aécio, Campos), Aécio tem 17%. Dilma passa de 40% para 39% e Eduardo Campos fica com 11%. Não Voto (nulo/branco/não sabe) passa de 24% para 32%.

2. Segundo turno, com Aécio, Dilma tem 43% e com Campos tem 42%.

3. Não vota de jeito nenhum. Numa lista Aécio tem 20%. Apenas com o nome dele tem 37%. Dilma na lista 33%, e apenas com o nome dela tem 43%. Campos 13% e 34%.

4. 51% não confiam em Dilma. 43% confiam. 48% não aprovam seu governo. 47% aprovam.

5. Querem mudar tudo ou quase tudo: 65%. Não querem mudar 30%. Entre os 65% que querem mudar tudo, 25% querem mudar tudo com Dilma. Ou seja, 16,2% de todos os pesquisados.

6. De resto permanece a mesma fratura no eleitorado: pobres (56%), de baixa instrução (51%), nordeste (52%), Municípios até 20 mil habitantes (49%), Dilma ganha com folga.

* * *

COMPETITIVIDADE: O LEGADO REAL DO PT!

(Folha de SP, 22) Pelo quarto ano seguido, o Brasil perdeu competitividade no cenário internacional. O país ficou no 54º lugar em uma lista de 60 países no Índice de Competitividade Mundial da escola suíça IMD. Há quatro anos, o país ocupava a 38ª posição. “Este ano não só perdemos em relação aos outros países como tivemos perda absoluta”, diz Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pelos dados do Brasil na pesquisa. “Foi nosso pior desempenho. Desde 1996, nunca estivemos no último quartil do relatório [entre os 25% piores].”

COMPETITIVIDADE: O LEGADO REAL DO PT!

(Folha de SP, 22) Pelo quarto ano seguido, o Brasil perdeu competitividade no cenário internacional. O país ficou no 54º lugar em uma lista de 60 países no Índice de Competitividade Mundial da escola suíça IMD. Há quatro anos, o país ocupava a 38ª posição. “Este ano não só perdemos em relação aos outros países como tivemos perda absoluta”, diz Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pelos dados do Brasil na pesquisa. “Foi nosso pior desempenho. Desde 1996, nunca estivemos no último quartil do relatório [entre os 25% piores].”

ALGUMAS CURIOSIDADES DA PESQUISA DO IBOPE DE MAIO!

1. Com vários nomes Aécio tem 20%. Com 3 nomes (Dilma, Aécio, Campos), Aécio tem 17%. Dilma passa de 40% para 39% e Eduardo Campos fica com 11%. Não Voto (nulo/branco/não sabe) passa de 24% para 32%.

2. Segundo turno, com Aécio, Dilma tem 43% e com Campos tem 42%.

3. Não vota de jeito nenhum. Numa lista Aécio tem 20%. Apenas com o nome dele tem 37%. Dilma na lista 33%, e apenas com o nome dela tem 43%. Campos 13% e 34%.

4. 51% não confiam em Dilma. 43% confiam. 48% não aprovam seu governo. 47% aprovam.

5. Querem mudar tudo ou quase tudo: 65%. Não querem mudar 30%. Entre os 65% que querem mudar tudo, 25% querem mudar tudo com Dilma. Ou seja, 16,2% de todos os pesquisados.

6. De resto permanece a mesma fratura no eleitorado: pobres (56%), de baixa instrução (51%), nordeste (52%), Municípios até 20 mil habitantes (49%), Dilma ganha com folga.

DILMA CONTINUA CAINDO NOS VOTOS VÁLIDOS!

1. Intenção de Voto. Série do IBOPE de março, abril e maio. Dilma 40%, 37% e 40% / Demais 24%, 26% e 36%. Não Voto 36%, 37% e 24%.

2. Série do IBOPE de votos válidos de março, abril e maio. Dilma 62,5%, 58,7% e 52,6%. /
Demais 37,5%, 41,3% e 47,4%.

3. Entre março e abril, Dilma perdeu 6,1% dos votos válidos. Entre abril e maio, Dilma perdeu 10,4% dos votos válidos.

4. Veja a tabela completa.

PLC-79/2014: “CENTROS DE CONVENÇÃO” OU MAIS ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA?

A. Projeto de Lei Complementar 79/2014, além de tudo, é inconstitucional!

A.1. PLC 79/2014 se dispõe a criar incentivos para a criação de novos centros de convenções. Na segunda-feira (12), este Ex-Blog publicou uma análise do blog UrbeCarioca mostrando os elementos de pura especulação imobiliária contidos no PLC 79/12014.

A.2. Agora, e mais especificamente, que a constitucionalidade do Projeto de Lei Complementar em questão fica maculada por causa de seu Artigo 2°, que diz: “Art. 2° Aplicam-se ao disposto nos incisos I, II, III, IV e V do art. 17 da Lei Complementar n° 108, de 25 de novembro de 2010, os incentivos e benefícios fiscais, previstos na Lei n° 5.230, de 25 de novembro de 2010.”

A.3. A inconstitucionalidade se dá pois a Carta Magna brasileira de 1988 prevê, em seu Artigo 150, Parágrafo 6°: § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).

A.4. Fica claro, portanto, que os benefícios fiscais ensejados pelo Artigo 2° do Projeto de Lei Complementar 79/2014 apenas poderiam ser concedidos por lei específica, não podendo ser incluídos em uma proposição que verse sobre outras matérias como faz a referida proposição.

A.5. Sendo assim, a Câmara Municipal incorrerá em grave erro legislativo caso aprove o Projeto de Lei Complementar supracitado na forma como está posto.

B. Blog da procuradora Sonia Rabello de Castro (13) analisa o PLC 79/2014 e suas benesses!

B.1. Por que um grupo de vereadores da Cidade do Rio, apoiados por outros tantos parlamentares (OBS.: e com o executivo na sombra), às vésperas de eleições para deputado federal e estadual (2014), sem ter nem por que, propõem um projeto de lei que prevê a cessão gratuita de milhares de m² de construção, fora das regras gerais da Cidade e sem qualquer projeto urbanístico que o justifique? Quem se beneficiará? Empreiteiras da construção civil? Imobiliárias? Donos de terras na Barra da Tijuca?

B.2. Ao nosso ver, o referido projeto rompe com a ética urbanística da cidade. A proposta legislativa não se justifica no âmbito do planejamento. Ela pretende dar, gratuitamente, para uns poucos proprietários de lotes e empreiteiros, milhares de m² em edificabilidade, completamente fora da regra geral dos bairros! O pretexto que pretende justificar o tratamento não isonômico desta exceção ao planejamento territorial da Cidade seria estimular a construção de “centros de convenção” em hotéis para a Olimpíada.

B.3. Isto está confuso no projeto de lei, já que apenas no inciso II do seu artigo 1º menciona que: “II – para os cinco primeiros pavimentos a projeção máxima será de noventa por cento da área do lote, que terá Índice de Aproveitamento de Área – I.A.A. igual a 4,0, desde que as obras estejam concluídas até abril de 2016;”

B.4. Mesmo sem explicar como esta alegação se justifica, ela parece irrealizável, materialmente. Mesmo que a proposta legislativa seja aprovada antes das convenções eleitorais, em julho de 2014, supõe-se ser quase que materialmente impossível que as empreiteiras possam, antes de julho de 2016, elaborar os projetos, aprová-los na Municipalidade, contratar, executar e terminar as obras no prazo assinalado.

B.5. Justificativa ilegítima – Parece evidente que os proponentes sabem que a “pegadinha” do dispositivo está no conhecimento de que, na prática, não será necessário ter o projeto construído, mas simplesmente tê-lo aprovado, licenciado e estar na primeira laje para se garantir, juridicamente, sua execução fora do prazo da lei, para além de 2016!

B.6. Portanto, a justificativa legislativa é ilegítima porque não será sindicalizável. E uma cidade, como o Rio, tem um Plano Diretor (PD) em vigor, esta lei deve comandar todas as demais regras urbanísticas. E, é no Plano Diretor que encontramos o art.14, no capítulo sobre “Ocupação Urbana”.

B.7. Então, é elementarmente evidente que, ao se pretender cumprir o Plano Diretor da Cidade, não é possível propor leis que modifiquem índices urbanísticos comuns a todos, com regras de exceção, muito menos regras sem estudos de planejamento que as respaldem e que atendam, minimamente, as diretrizes acima especificadas.

B.8. Há uma hierarquia legal que deve ser observada e cumprida.  Mas, é difícil absorver esta noção básica da cultura jurídica-urbanística quando os controles são tão débeis e a responsabilização pelos malfeitos são praticamente nulos.

22 de maio de 2014

AS GREVES DAS PMs, OS SAQUES, VANDALISMO, LINCHAMENTOS E PREDAÇÕES!

1. Fatos dispersos e aparentemente desconexos podem ter causas comuns. As greves das PMs da Bahia e de Pernambuco produziram, como reações imediatas, centenas e centenas de atos de pilhagem, saques e aumento da criminalidade. Como se sem a presença da polícia setores da população colocassem para fora uma violência contida, apenas contida pela presença da polícia.

2. Em grandes cidades, o policiamento procura não ter coreografia com fardas, armas e giroscópios. Assim, se passa a sensação de segurança e que a própria população mantém espontaneamente um comportamento adequado.

3. Simultaneamente àqueles fatos, têm ocorrido, por todos os lados, atos de barbárie, tipo justiça pelas próprias mãos. E ocorrem espalhados pelo país.  São linchamentos e assassinatos como vingança “social” e com alguns aplausos.

4. Junto às manifestações de protestos, têm vindo ações de violência. No início, com a coreografia dos black blocs por referências internacionais. Depois, e agora, junto a manifestações de pequeno e médio portes, se multiplicam ações predatórias. Centenas de ônibus queimados iluminam estes fatos.

5. E fechando esse conjunto, grupos dentro de greves massivas, atuando de forma violenta com ataques e depredações.

6. É inevitável avaliar o vínculo difuso entre essas ações violentas. Que clima é esse que ativa tais comportamentos? O que ocorreu nos últimos anos que incorporou em setores da população uma reação violenta aos problemas e às circunstâncias. E em que medida fatos determinados estimulam outros fatos determinados e com isso produzem correntes e redes espontâneas?

7. Lembre-se que os fatos sociais muitas vezes são cumulativos e impulsionadores crescentes pelos próprios fatos ou pelos efeitos-demonstração.

8. Que os sociólogos, politólogos, psicólogos, especialistas policiais e militares, autoridades, políticos, lideranças sociais, etc., mergulhem nesses fatos já, que compreendam as suas dinâmicas para reverter tais tendências. Quanto mais se acentue e se espalhe a violência mais, no futuro as ações repressivas terão maior intensidade.

9. É hora! Já passou da hora! A sensação generalizada é que não há mais autoridade.

* * *

VIOLÊNCIA GERAL! “EM MAIS DE 60 ANOS, NUNCA VI NADA IGUAL”!

(Zuenir Ventura – Globo, 17) 1. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual. Algumas semanas fora, e a volta a um país de cara amarrada, espumando de raiva, quebrando e depredando como se estivesse na Idade das Pedras, além das de crack. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual.

2. Além de jogar pedras em ônibus, bancos, lojas e prédios públicos, a moda (nacional) é também depredar pessoas, como fizeram com a pobre senhora em Guarujá, a partir de um boato falso, num espetáculo de crueldade digno dos antigos circos romanos. Ou como duas moças, de 19 e 15 anos, fizeram em Foz do Iguaçu com uma adolescente de 13, executada igualmente a pedradas por ciúme do namorado de uma delas.

3. Por pouco, a população não fechou o círculo da barbárie, linchando as duas criminosas, o que seria o sétimo justiçamento este ano no país. E há os que, em vez de pedras, matam atirando vasos sanitários de uma altura de 24 metros, como aconteceu num estádio em Recife.  Desde que Freud passou a substituir Marx nas análises da realidade, sabe-se que o meio ambiente não explica tudo. Assim, para entender o sanatório geral que é hoje o Brasil, recomenda-se chamar, além dos sociólogos, os psicanalistas.

* * *

DATAFOLHA (20) PESQUISA PAULISTANOS SOBRE MANIFESTAÇÕES (52% A FAVOR) E A COPA (90% ACHAM QUE HÁ CORRUPÇÃO)!

(Folha de SP, 22) 52% apoiam as manifestações hoje. 90% acham que há corrupção na Copa. 45% são a favor da realização da Copa e 43% são contra. Para 76%, o Brasil não está preparado para sediá-lo. E, para 66%, o torneio irá trazer mais prejuízos que benefícios para o país.  63% afirmam ser contra as manifestações durante a Copa. Mas para 76%, os protestos contra a Copa irão aumentar até lá.

* * *

LÍBIA MERGULHADA NO CAOS AO SABOR DAS MILÍCIAS!

(BBC, 20) 1. Líbia está mergulhada na instabilidade desde o derrocamento do coronel Muamar Gadafi em outubro de 2011. Desde então, milícias irregulares ostentam o poder de fato em extensos territórios enquanto cinco governos foram se sucedendo numa luta por assumir o controle do país.

2. Quem controla a Líbia? Ninguém e esse é o problema. Há numerosos grupos armados, uns 1.700, com objetivos muito diferentes, mas com um denominador comum: dinheiro e poder. Trata-se de grupos ideologicamente divididos: alguns são islamitas, outros secessionistas e há também os liberais. E mais: as milícias também se diferenciam por linhas étnicas e regionais, o que faz torna a situação uma explosiva mistura.

3. Não eram aliados? Efetivamente, hoje aparecem divididos e antes estavam unidos pelo ódio ao coronel Gadafi, mas nada mais que isso. As milícias tinham suas bases em diferentes cidades e lutam suas próprias batalhas.  Depois de 4 décadas de governo autoritário sabem pouco de democracia. Por isso não souberam forjar alianças e construir um novo regime baseado no estado de direito. Os milicianos tomaram instalações petrolíferas operadas por empresas ocidentais, o que levou a uma enorme queda da produção, ainda que sem impacto notável nos mercados globais.

4. Quais são as principais milícias? Ansar al Sharia é considerado o mais perigoso dos grupos islamitas armados na Líbia. Analistas apontam que teria forjado alianças com outros grupos islamitas. O coronel Kalifa Haftar também possui uma poderosa milícia. Haftar esteve por trás do  ataque aéreo de 16 de maio contra uma base aérea militar em Bengasi e no assalto dois dias depois ao parlamento em Trípoli.

5. Quem é o coronel Haftar? O coronel Haftar esteve  junto a Gadafi quando tomou o poder em 1969 e jogou um papel fundamental na incursão militar da Líbia no Chade nos 80. Em 1987, foi preso e anos depois após ser libertado fugiu para os EUA. Reapareceu na Líbia durante a rebelião contra Gadafi e formou uma milícia a partir de desertores das forças leais a Gadafi. Para muitos líbios, segue sendo uma figura escura que provoca muita instabilidade.

6. A situação da Líbia é muito mais anárquica porque o exército se desintegrou após a queda de Gadafi, a diferença do Egito. Líbia nunca teve grupos políticos bem organizados que defendam os interesses de suas bases. Dessa forma o governo está à mercê das milícias. De fato, paga a muitos milicianos com a esperança de comprar a sua lealdade e ajudar a construir um exército nacional, mas há muito pouca evidência de que isso esteja ocorrendo.