RADICAIS NO IRAQUE VOLTANDO À IDADE MÉDIA: CONVERSÃO OU EXECUÇÃO!

1. O grupo extremista Estado Islâmico deu na passada quinta-feira um prazo para que os cristãos de Mossul tomassem a sua decisão. Até o fim de semana, teriam de escolher entre a conversão ao Islão – aceitando as normas impostas pelo grupo – pagar um imposto ou sujeitarem-se à execução. A maior parte dos 25 mil cristãos residentes em Mossul já abandonou as suas casas.

2. O êxodo da cidade foi motivado pelo medo e os cristãos têm procurado refúgio no norte do país, em regiões autônomas do Iraque controladas pelas forças curdas. Embora os jihadistas tenham tomado a cidade há mais de um mês – Mossul é controlada pelo grupo Estado Islâmico e por outras forças sunitas desde 10 de junho -, a situação dos cristãos agravou-se apenas nos últimos dias. Além das mensagens divulgadas através dos altifalantes da cidade na quinta-feira, também foram distribuídos folhetos com as condições impostas aos residentes.

3. Em 2003 os cristãos, de todos os tipos, que moravam no Iraque somavam 1 milhão. O último levantamento chegou a 400 mil. Neste momento, o número deve ser ainda menor.

PESQUISA PRESIDENCIAL: DILMA DERRETE, MAS INTENÇÃO DE VOTO AINDA NÃO MUDA!

1. Curiosa situação das pesquisas presidenciais, das quais o último Datafolha é um exemplo. A intenção de voto para presidente da república, no primeiro turno, está basicamente estática há uns 3 meses, com Dilma um pouco acima dos 30%, Aécio nos 20%, Campos nos 10% e os demais somados um pouco abaixo dos 10%. Mas a intenção de voto  no segundo turno é diferente e aproxima tanto Aécio quanto Campos de Dilma. Por quê?

2. A avaliação de Dilma segue uma curva sistematicamente declinante, degrau a degrau. Neste momento, em nível nacional, aqueles que marcam para Dilma –ótimo+bom- se igualam àqueles que marcam ruim+péssimo, no entorno dos 30%. É assim no resultado nacional global.

3. Mas quando se entra nas avaliações regionais e estaduais, excluindo quase que apenas o Nordeste e ainda e alguma coisa o Norte, a avaliação de Dilma despenca verticalmente. Em alguns casos –como no Rio de Janeiro- Dilma mantém sua intenção de voto no primeiro turno, mas sua avaliação despenca e se torna negativa.

4. Em S. Paulo há algum paralelismo entre intenção de voto e avaliação. A intenção de voto equilibra Dilma e Aécio em torno de 25%, mas a avaliação de Dilma a lança num precipício de impossível reversão.

5. Como se interpretar este quadro: estável no primeiro turno, com empate ou quase no segundo turno e queda sustentável na avaliação? A resposta é simples. A rejeição a Dilma indica que nas pesquisas de segundo turno –com apenas dois nomes- a rejeição a ela caminha em direção a qualquer nome que a enfrente num segundo turno. É como se o segundo turno fosse –a favor x contra- Dilma.

6. A intenção de voto estável no primeiro turno nos informa que as candidaturas de oposição ainda não transformaram o NÃO a Dilma, num SIM enfático a cada uma dessas outras duas candidaturas. Quando, ao lado da rejeição a Dilma, surgir a identificação de seu opositor –hoje Aécio- como a alternativa, a rejeição a Dilma e a intenção de voto produzirão tal sinergia que as extrapolações poderão apontar até uma inversão do resultado no primeiro turno.

7. Essa é a tendência. Mas vêm os programas eleitorais, a ficção política na TV e o populismo eletrônico. Ao lado disso, o abuso da máquina pública e da publicidade das estatais. Estas podem continuar durante o processo eleitoral sob alegação que estão em mercado, competindo. Mas não é o conteúdo que importa e sim a distribuição de recursos na busca da “boa vontade” de uma parte da mídia espontânea. O que prevalecerá? Hoje tudo leva a crer que a ‘tendência’ terá mais força que a máquina e a TV eleitoral.

18 de julho de 2014

COMO AS REDES MULTIPLICAM A IMPRENSA NA CAMPANHA ELEITORAL!

1. Suponhamos um jornal com 200 mil leitores. Pela multiplicidade de notícias, a menos que seja uma notícia continuada -tipo campanha- a memória das matérias é de curtíssimo prazo para todos aqueles que não estão fortemente envolvidos com o conteúdo dessa ou daquela, seja pela força da informação ou da emoção.

2. Suponhamos uma matéria que gere memória, mas cuja publicação ocorreu numa página interna. Apenas uma fração dos leitores -digamos 10%- a leu com atenção. Digamos 20 mil pessoas. Se essa matéria é de interesse eleitoral, com denúncias sobre um candidato majoritário, os militantes de seus adversários vão usar essa matéria contra aquele.

3. O poder difusor da internet em matérias políticas é muitas vezes maior em matérias negativas. Quando militantes de uma candidatura copiam a matéria com denúncias sobre seus adversários, iniciam um processo de multiplicação nas diversas redes que tem acesso. Quando são redes pequenas, a multiplicação das matérias depende dos momentos seguintes.

4. Quando são redes grandes, as matérias já partem com bases ampliadas e a partir dai vão ser multiplicadas. A força do multiplicador das notícias eleitorais impressas tiradas de páginas internas dos jornais e revistas depende do interesse das mesmas e dos pontos de deflagração.  Portanto, seu impacto muda de acordo com essas duas variáveis básicas: interesse e deflagradores primários e secundários.

5. A velocidade de multiplicação aumenta muito quando está linkada a fotos/desenhos, com pouco texto, tipo a diagramação de charges. Claro, observado os dois vetores: interesse e deflagradores. Só que com potencial de multiplicação muito maior.

6. O uso dos vídeos tem fortíssimo potencial multiplicador, observados três vetores: interesse, deflagradores e o surpreendente/inusitado dos fatos em vídeos. Mas há uma restrição: o tamanho do vídeo. Quanto mais curto, melhor. Quando se aproxima ou passa de 3 minutos, ou o interesse e o inusitado do vídeo são muito fortes, ou tende a não ser visto até o final.

7. Nesse caso, se o impacto ocorre no final, o vídeo que vai além de 3 minutos perde muito, muito de seu potencial multiplicador.

* * *

AVALIAÇÃO DE DILMA CONTINUA CAINDO: 32% DE OTIMO+BOM x 29% DE RUIM+PÉSSIMO!

(Datafolha/Veja Online, 18) A reprovação ao governo e a aprovação empataram, uma situação sempre temida pelos candidatos à reeleição: hoje, acham seu governo ótimo ou bom 32% dos entrevistados — há duas semanas, eram 35%. Consideram-no ruim ou péssimo, 29% (26 na pesquisa anterior). E os mesmos 38% o avaliam como regular. Dilma, definitivamente, não tem por que se alegrar.

Veja o gráfico desde 2011 até hoje.

* * *

ENGARRAFAMENTO: “A VIDA FICA MENOR”!

(Cora Rónai, 17) 1.  Eu adorava passear de carro! Quando estava sozinha e tinha uma folga no trabalho, saía de casa sem destino definido, e ia aonde o dia me levasse. Explorava ruas que não conhecia, subia ladeiras, rodava por Santa Teresa, pela Muda, pelo Grajaú. Havia sempre uma surpresa interessante pelo caminho, uma casa simpática, uma árvore bonita. O Centro, engarrafado desde sempre, era um dos poucos lugares que não me atraíam: era impossível passear de carro onde o trânsito exigia tanta atenção.

2. Na sexta-feira retrasada peguei um táxi em frente de casa, na altura do Corte de Cantagalo, para ir à Fonte da Saudade — uma corrida boba que, normalmente, leva cerca de dez minutos, e custa uns R$ 12 ou R$ 13. Pois levei uma hora e meia e paguei R$ 40. Em vários momentos tive vontade de descer do carro e seguir a pé, mas fazia um calor insuportável, eu estava com uma roupa pouco apropriada para derreter ao sol e, além disso, seria covardia abandonar o motorista sozinho com o prejuízo.

3. Na segunda-feira passada tive que ir à Barra. A corrida, se é que se pode chamá-la assim, levou duas horas. O percurso, que antes me dava tanto prazer, há tempos se tornou um suplício; hoje só vou à Barra por absoluta necessidade, e faço o que posso para que essa necessidade seja cada vez menor. Não há comércio, restaurante ou espetáculo que justifique tanto tempo perdido.

4. O horrendo trânsito do Rio, que já ultrapassou São Paulo como cidade mais engarrafada do Brasil — e que ostenta o tristíssimo título de terceira cidade mais engarrafada do mundo — acaba com a alegria de qualquer um. Não é só o tempo perdido, o estresse sem fim; ficamos cada vez mais confinados aos nossos bairros, perdemos o prazer de percorrer e de descobrir a nossa cidade. A vida fica menor.

ENGARRAFAMENTO: “A VIDA FICA MENOR”!

(Cora Rónai, 17) 1.  Eu adorava passear de carro! Quando estava sozinha e tinha uma folga no trabalho, saía de casa sem destino definido, e ia aonde o dia me levasse. Explorava ruas que não conhecia, subia ladeiras, rodava por Santa Teresa, pela Muda, pelo Grajaú. Havia sempre uma surpresa interessante pelo caminho, uma casa simpática, uma árvore bonita. O Centro, engarrafado desde sempre, era um dos poucos lugares que não me atraíam: era impossível passear de carro onde o trânsito exigia tanta atenção.

2. Na sexta-feira retrasada peguei um táxi em frente de casa, na altura do Corte de Cantagalo, para ir à Fonte da Saudade — uma corrida boba que, normalmente, leva cerca de dez minutos, e custa uns R$ 12 ou R$ 13. Pois levei uma hora e meia e paguei R$ 40. Em vários momentos tive vontade de descer do carro e seguir a pé, mas fazia um calor insuportável, eu estava com uma roupa pouco apropriada para derreter ao sol e, além disso, seria covardia abandonar o motorista sozinho com o prejuízo.

3. Na segunda-feira passada tive que ir à Barra. A corrida, se é que se pode chamá-la assim, levou duas horas. O percurso, que antes me dava tanto prazer, há tempos se tornou um suplício; hoje só vou à Barra por absoluta necessidade, e faço o que posso para que essa necessidade seja cada vez menor. Não há comércio, restaurante ou espetáculo que justifique tanto tempo perdido.

4. O horrendo trânsito do Rio, que já ultrapassou São Paulo como cidade mais engarrafada do Brasil — e que ostenta o tristíssimo título de terceira cidade mais engarrafada do mundo — acaba com a alegria de qualquer um. Não é só o tempo perdido, o estresse sem fim; ficamos cada vez mais confinados aos nossos bairros, perdemos o prazer de percorrer e de descobrir a nossa cidade. A vida fica menor.

AVALIAÇÃO DE DILMA CONTINUA CAINDO: 32% DE OTIMO+BOM x 29% DE RUIM+PÉSSIMO!

(Datafolha/Veja Online, 18) A reprovação ao governo e a aprovação empataram, uma situação sempre temida pelos candidatos à reeleição: hoje, acham seu governo ótimo ou bom 32% dos entrevistados — há duas semanas, eram 35%. Consideram-no ruim ou péssimo, 29% (26 na pesquisa anterior). E os mesmos 38% o avaliam como regular. Dilma, definitivamente, não tem por que se alegrar.

Veja o gráfico desde 2011 até hoje.

COMO AS REDES MULTIPLICAM A IMPRENSA NA CAMPANHA ELEITORAL!

1. Suponhamos um jornal com 200 mil leitores. Pela multiplicidade de notícias, a menos que seja uma notícia continuada -tipo campanha- a memória das matérias é de curtíssimo prazo para todos aqueles que não estão fortemente envolvidos com o conteúdo dessa ou daquela, seja pela força da informação ou da emoção.

2. Suponhamos uma matéria que gere memória, mas cuja publicação ocorreu numa página interna. Apenas uma fração dos leitores -digamos 10%- a leu com atenção. Digamos 20 mil pessoas. Se essa matéria é de interesse eleitoral, com denúncias sobre um candidato majoritário, os militantes de seus adversários vão usar essa matéria contra aquele.

3. O poder difusor da internet em matérias políticas é muitas vezes maior em matérias negativas. Quando militantes de uma candidatura copiam a matéria com denúncias sobre seus adversários, iniciam um processo de multiplicação nas diversas redes que tem acesso. Quando são redes pequenas, a multiplicação das matérias depende dos momentos seguintes.

4. Quando são redes grandes, as matérias já partem com bases ampliadas e a partir dai vão ser multiplicadas. A força do multiplicador das notícias eleitorais impressas tiradas de páginas internas dos jornais e revistas depende do interesse das mesmas e dos pontos de deflagração.  Portanto, seu impacto muda de acordo com essas duas variáveis básicas: interesse e deflagradores primários e secundários.

5. A velocidade de multiplicação aumenta muito quando está linkada a fotos/desenhos, com pouco texto, tipo a diagramação de charges. Claro, observado os dois vetores: interesse e deflagradores. Só que com potencial de multiplicação muito maior.

6. O uso dos vídeos tem fortíssimo potencial multiplicador, observados três vetores: interesse, deflagradores e o surpreendente/inusitado dos fatos em vídeos. Mas há uma restrição: o tamanho do vídeo. Quanto mais curto, melhor. Quando se aproxima ou passa de 3 minutos, ou o interesse e o inusitado do vídeo são muito fortes, ou tende a não ser visto até o final.

7. Nesse caso, se o impacto ocorre no final, o vídeo que vai além de 3 minutos perde muito, muito de seu potencial multiplicador.

17 de julho de 2014

CORRELAÇÕES POR TIPO DE CANDIDATURA NA ELEIÇÃO DE 2014!

1. Os estudos das correlações entre as eleições de deputados estaduais, deputados federais, senador, governador e presidente mostram que a candidatura a presidente corre em campo próprio com baixa correlação com as demais.

2. A eleição de presidente, pela enorme exposição que tem durante a campanha, pela cobertura da imprensa, pela importância dada pelos candidatos locais a seus deslocamentos, gerando fortes concentrações, seja pela concentração do tempo dos programas e comerciais na TV e Rádio, corre em faixa própria, sendo percebida suprapartidariamente pelo eleitor.

3. As mais fortes correlações ocorrem tendo a eleição de governador como epicentro. Dessa forma, as eleições de deputados federais e estaduais e inclusive senador têm as maiores correlações com a eleição de governador e menor correlação entre si.

4. Assim, os candidatos a deputados estaduais e federais flutuam, no início da campanha, aguardando que o quadro estadual vá definindo favoritos. Uma vez que o quadro é definido, surgem as colagens, destacando mais ou menos os nomes dos candidatos a governador.

5. Pelas limitações da legislação eleitoral, surge um truque. Panfletos fazendo as composições mais distintas, com uma pequena frase dizendo: fulano(a) de tal apoia, incluindo número de identificação, permitindo que a fiscalização cheque nas gráficas. Este recurso é tanto maior quanto menor chance tem o candidato a governador do partido dos candidatos a deputado.

6. A eleição para o senado, não sendo condutora de correlações fortes, destaca na sua comunicação o governador e presidente que apoia. A diagramação muda conforme a competitividade desses: dando maior ou menor destaque. Em geral o eleitor chega a eleição de senador na parte final da campanha.

7. A maior dificuldade dos candidatos ao senado é fazer ver ao eleitor a diferença que existe entre eleger um deputado e um senador, e que o senador não é um deputado de 8 anos de mandato. Dessa forma, a vinculação na comunicação de sua candidatura, a de governador -por razões de correlação- e a de presidente -dando dimensão a condição de senador- é maior que a dos deputados.

8. Os candidatos a deputado ajustam sua comunicação pragmaticamente em função da eleição de governador. O presidente desenvolve sua campanha com autonomia dos quadros regionais estabelecidos nos registros. E o candidato a governador, para efeito da eleição regional de deputados e senador, passa a ter a maior força de atração entre todos, na medida em que se torne competitivo.

* * *

VENEZUELA: GOVERNO AMPLIA SUA INTERVENÇÃO NA IMPRENSA!

1. ‘El Universal’, um dos jornais venezuelanos de tendência pró-oposição, foi vendido num negócio pouco claro, aumentando as preocupações acerca da independência da mídia no país.   Na semana passada, seu comprador foi identificado como uma pequena empresa espanhola, de nome Epalisticia. O jornal ‘New York Times’ refere uma entrevista em que o atual diretor do ‘El Universal’, Elides Rojas, denunciava que os compradores estão “ligados a pessoas com relação de amizade com o Governo.”.

2. O jornal norte-americano recupera dados do Governo espanhol que mostram o primeiro registro da Epalisticia, como uma empresa de construção civil, em agosto de 2013. Ora, em outubro, a empresa procedeu a uma alteração do seu registro, declarando-se uma empresa “de investimento e administração dos meios de comunicação”, com enfoque na América Latina.

3. A venda deste jornal venezuelano de 105 anos foi anunciada este mês, tornando-o terceiro órgão de comunicação de grande dimensão a ser vendido, desde a morte de Hugo Chávez e a eleição de Nicolás Maduro. O Governo detém atualmente 10 canais de televisão e mais de 100 estações de rádio, o que reforça as críticas contra a falta de liberdade de expressão e da imprensa na Venezuela. Em 2014, a Venezuela ocupa o 116º lugar, em 180 lugares, na tabela elaborada anualmente pela organização Repórteres sem Fronteiras.

4. Outros dois órgãos de comunicação recentemente vendidos foram a estação de televisão Globovisión que, abertamente, tinha uma agenda pró-oposição, e a cadeia de jornais Cadena Capriles, detentora do ‘Ultimas Noticias’, um dos jornais diários mais lidos no país de Maduro. Após a venda (veja-se que, por exemplo, a Globovisión foi vendida em abril de 2013, apenas alguns dias após a eleição de Maduro), ambos se tornaram abertamente pró-governamentais, quer em termos de agenda, quer na forma como as notícias são elaboradas.

* * *

CAEM AS VENDAS NAS LOJAS EM S.PAULO DURANTE A COPA!

(Folha de SP, 17) O fechamento das lojas durante horários de jogos do Brasil derrubou as vendas na capital paulista. A queda foi de 12,55% na comparação da primeira quinzena de julho ante igual período em junho deste ano. A redução ocorreu nas vendas no crediário e à vista, segundo os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Na comparação da primeira quinzena de julho de 2014 com a de junho de 2013, a diminuição foi de 6%.

CAEM AS VENDAS NAS LOJAS EM S.PAULO DURANTE A COPA!

(Folha de SP, 17) O fechamento das lojas durante horários de jogos do Brasil derrubou as vendas na capital paulista. A queda foi de 12,55% na comparação da primeira quinzena de julho ante igual período em junho deste ano. A redução ocorreu nas vendas no crediário e à vista, segundo os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Na comparação da primeira quinzena de julho de 2014 com a de junho de 2013, a diminuição foi de 6%.

VENEZUELA: GOVERNO AMPLIA SUA INTERVENÇÃO NA IMPRENSA!

1. ‘El Universal’, um dos jornais venezuelanos de tendência pró-oposição, foi vendido num negócio pouco claro, aumentando as preocupações acerca da independência da mídia no país.   Na semana passada, seu comprador foi identificado como uma pequena empresa espanhola, de nome Epalisticia. O jornal ‘New York Times’ refere uma entrevista em que o atual diretor do ‘El Universal’, Elides Rojas, denunciava que os compradores estão “ligados a pessoas com relação de amizade com o Governo.”.

2. O jornal norte-americano recupera dados do Governo espanhol que mostram o primeiro registro da Epalisticia, como uma empresa de construção civil, em agosto de 2013. Ora, em outubro, a empresa procedeu a uma alteração do seu registro, declarando-se uma empresa “de investimento e administração dos meios de comunicação”, com enfoque na América Latina.

3. A venda deste jornal venezuelano de 105 anos foi anunciada este mês, tornando-o terceiro órgão de comunicação de grande dimensão a ser vendido, desde a morte de Hugo Chávez e a eleição de Nicolás Maduro. O Governo detém atualmente 10 canais de televisão e mais de 100 estações de rádio, o que reforça as críticas contra a falta de liberdade de expressão e da imprensa na Venezuela. Em 2014, a Venezuela ocupa o 116º lugar, em 180 lugares, na tabela elaborada anualmente pela organização Repórteres sem Fronteiras.

4. Outros dois órgãos de comunicação recentemente vendidos foram a estação de televisão Globovisión que, abertamente, tinha uma agenda pró-oposição, e a cadeia de jornais Cadena Capriles, detentora do ‘Ultimas Noticias’, um dos jornais diários mais lidos no país de Maduro. Após a venda (veja-se que, por exemplo, a Globovisión foi vendida em abril de 2013, apenas alguns dias após a eleição de Maduro), ambos se tornaram abertamente pró-governamentais, quer em termos de agenda, quer na forma como as notícias são elaboradas.

CORRELAÇÕES POR TIPO DE CANDIDATURA NA ELEIÇÃO DE 2014!

1. Os estudos das correlações entre as eleições de deputados estaduais, deputados federais, senador, governador e presidente mostram que a candidatura a presidente corre em campo próprio com baixa correlação com as demais.

2. A eleição de presidente, pela enorme exposição que tem durante a campanha, pela cobertura da imprensa, pela importância dada pelos candidatos locais a seus deslocamentos, gerando fortes concentrações, seja pela concentração do tempo dos programas e comerciais na TV e Rádio, corre em faixa própria, sendo percebida suprapartidariamente pelo eleitor.

3. As mais fortes correlações ocorrem tendo a eleição de governador como epicentro. Dessa forma, as eleições de deputados federais e estaduais e inclusive senador têm as maiores correlações com a eleição de governador e menor correlação entre si.

4. Assim, os candidatos a deputados estaduais e federais flutuam, no início da campanha, aguardando que o quadro estadual vá definindo favoritos. Uma vez que o quadro é definido, surgem as colagens, destacando mais ou menos os nomes dos candidatos a governador.

5. Pelas limitações da legislação eleitoral, surge um truque. Panfletos fazendo as composições mais distintas, com uma pequena frase dizendo: fulano(a) de tal apoia, incluindo número de identificação, permitindo que a fiscalização cheque nas gráficas. Este recurso é tanto maior quanto menor chance tem o candidato a governador do partido dos candidatos a deputado.

6. A eleição para o senado, não sendo condutora de correlações fortes, destaca na sua comunicação o governador e presidente que apoia. A diagramação muda conforme a competitividade desses: dando maior ou menor destaque. Em geral o eleitor chega a eleição de senador na parte final da campanha.

7. A maior dificuldade dos candidatos ao senado é fazer ver ao eleitor a diferença que existe entre eleger um deputado e um senador, e que o senador não é um deputado de 8 anos de mandato. Dessa forma, a vinculação na comunicação de sua candidatura, a de governador -por razões de correlação- e a de presidente -dando dimensão a condição de senador- é maior que a dos deputados.

8. Os candidatos a deputado ajustam sua comunicação pragmaticamente em função da eleição de governador. O presidente desenvolve sua campanha com autonomia dos quadros regionais estabelecidos nos registros. E o candidato a governador, para efeito da eleição regional de deputados e senador, passa a ter a maior força de atração entre todos, na medida em que se torne competitivo.

Desembargador Relator vota a favor da candidatura de Cesar Maia

No caso, entendeu este Relator pelo acolhimento dos recursos dos réus, sob o fundamento de que a construção da Igreja de São Jorge em Santa Cruz – bairro da periferia do Município do Rio de Janeiro – não constitui ato de improbidade administrativa, porquanto atendeu a interesse público, diante do grande número de devotos do mencionado Santo e da necessidade de locomoção da coletividade, ressaltando-se que o valor da obra não se mostrou excessivo, não havendo, portanto, que se falar em dano ao erário municipal, acrescentando que a construção do prédio, utilizado como templo, não se enquadra no disposto nos artigos 10 e 11, caput, e inciso I, da Lei no 8.429/92.

No entendimento desta Relatoria, a laicidade do Estado não impede que se reconheça a importância sócio-cultural das religiões, como se pode observar dos feriados instituídos pelo Poder Público em virtude de dias santos, tais como o de Nossa Senhora Aparecida, Natal, Corpus Christi, levando-se em conta que o povo brasileiro é em grande parte católico, constituindo-se tradição de origem histórica, que não pode ser desconsiderada, sendo certo que no ano de 2008 foi instituído o feriado estadual de São Jorge, no dia 23 de abril.

16 de julho de 2014

ELEIÇÕES 2014: MUDANÇAS NA CAMPANHA!

1. Há anos que a TV vem cumprindo um papel destacado nas eleições.  Por isso, os candidatos oferecem atrativos para somar partidos e, assim, tempo de TV. Em vários casos, governantes mal avaliados recriavam seus governos na TV e concluíam a campanha bem avaliados.

2. Em 2014 essa dinâmica vai sofrer alterações.  Por duas razões principais.  A primeira é que a audiência da TV aberta, que transmite os programas eleitorais e as inserções, vem caindo. E não só pelo tradicional “mute” dos que não querem ver esses programas. Mas por outras razões: cresce a audiência da TV Paga e cresce o uso da internet.

3. Mas há uma segunda razão. A rejeição à política e aos políticos cria um ambiente de abstenção e de anulação de voto.  E mais grave: de “desimportância” das eleições, que se pode verificar nas pesquisas pelas respostas sobre o interesse dos eleitores nessas eleições.

4. É provável que o aquecimento da campanha traga de volta o eleitor ao processo eleitoral.  Mas o caminho será invertido. Até aqui, o eleitor era colocado dentro do “circo eleitoral” através da TV. Ou seja: um processo de mobilização de cima para baixo. Com isso, os marqueteiros cumpriam papel relevante exaltado pela mídia.

5. O papel que os marqueteiros cumprirão nessa campanha, para continuar importante, exigirá uma adaptação às condições atuais. O retorno do eleitor ao processo eleitoral, se ocorrer, será feito de baixo para cima, das ruas para as urnas.  E poderá, ou não, sair das ruas, passar pelos estúdios, voltar às ruas e chegar às urnas.

6. Ou seja: a mobilização eleitoral horizontal -real e virtual- entre os eleitores e entre esses e os candidatos a deputado e suas equipes é que atrairá os eleitores ao processo eleitoral. Com isso, a campanha nas ruas também tem que mudar. O cabo eleitoral mecânico, de simples entrega de panfletos ou de balanço das bandeiras, perde importância.

7. Nas ruas, ganha importância o processo de abordagem, paciente respeitando o eleitor, seja dos candidatos, como de suas equipes.  A força de um argumento lógico e residual é que terá um impacto significativo.

8. E a TV terá que entrar nas ruas, abordar os leitores e atrai-los como se ela fosse um grupo direto de abordagem.  Isso é muito mais e muito diferente dos clássicos “testemunhais”. Nesse sentido joga um papel novo e forte, o que se chama nos EUA de marketing de grande semeadura, onde se faz a TV e a internet convergirem com o mesmo tema, mas cada uma com a sua linguagem.

* * *

O CASO DA CAPELA DE SÃO JORGE EM SANTA CRUZ E O VOTO DO DESEMBARGADOR RELATOR!

1. “No caso, entendeu este Relator pelo acolhimento dos recursos dos réus, sob o fundamento de que a construção da Igreja de São Jorge em Santa Cruz – bairro da periferia do Município do Rio de Janeiro – não constitui ato de improbidade administrativa, porquanto atendeu a interesse público, diante do grande número de devotos do mencionado Santo e da necessidade de locomoção da coletividade, ressaltando-se que o valor da obra não se mostrou excessivo, não havendo, portanto, que se falar em dano ao erário municipal, acrescentando que a construção do prédio, utilizado como templo, não se enquadra no disposto nos artigos 10 e 11, caput, e inciso I, da Lei no 8.429/92.

2. No entendimento desta Relatoria, a laicidade do Estado não impede que se reconheça a importância sócio-cultural das religiões, como se pode observar dos feriados instituídos pelo Poder Público em virtude de dias santos, tais como o de Nossa Senhora Aparecida, Natal, Corpus Christi, levando-se em conta que o povo brasileiro é em grande parte católico, constituindo-se tradição de origem histórica, que não pode ser desconsiderada, sendo certo que no ano de 2008 foi instituído o feriado estadual de São Jorge, no dia 23 de abril.”

* * *

GOVERNOS E IGREJAS! “E AGORA COMO É QUE FICA”?

1. (Panorama Político – Ilimar Franco – Globo, 15) A Justiça está pedindo o ressarcimento de um investimento de R$ 150 mil feito pelo ex-prefeito do Rio César Maia. Mesmo sem enriquecimento ilícito ou desvio, ela alega apenas que o estado é laico e que o gestor não pode usar dinheiro público em favor de uma religião. No caso, a construção da igreja católica São Jorge, no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste. A deliberação pode vir a criar um precedente. Os governos federal, estaduais e as prefeituras usam dinheiro público para restaurar igrejas, invocando a manutenção do patrimônio histórico. Mas essas igrejas, após restauradas, são um púlpito para que religiosos, em sua maioria católicos, professem sua fé.

2. (Ex-Blog) Isso sem falar em apoio a manifestações, eventos, etc., de todas as religiões.

* * *

37 MIL TRABALHADORES TEMPORÁRIOS DEMITIDOS APÓS A COPA!

(Estado de SP, 15) Terminada a Copa do Mundo, o setor de serviços pode dispensar até 37 mil trabalhadores temporários que permaneciam empregados desde o último verão, à espera do aumento na demanda durante o evento. Esse é o número de contratados em regime temporário que permaneciam trabalhando em junho e julho nos hotéis, bares e restaurantes das cidades que receberam jogos do Mundial, segundo estimativas da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

37 MIL TRABALHADORES TEMPORÁRIOS DEMITIDOS APÓS A COPA!

(Estado de SP, 15) Terminada a Copa do Mundo, o setor de serviços pode dispensar até 37 mil trabalhadores temporários que permaneciam empregados desde o último verão, à espera do aumento na demanda durante o evento. Esse é o número de contratados em regime temporário que permaneciam trabalhando em junho e julho nos hotéis, bares e restaurantes das cidades que receberam jogos do Mundial, segundo estimativas da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

GOVERNOS E IGREJAS! “E AGORA COMO É QUE FICA”?

1. (Panorama Político – Ilimar Franco – Globo, 15) A Justiça está pedindo o ressarcimento de um investimento de R$ 150 mil feito pelo ex-prefeito do Rio César Maia. Mesmo sem enriquecimento ilícito ou desvio, ela alega apenas que o estado é laico e que o gestor não pode usar dinheiro público em favor de uma religião. No caso, a construção da igreja católica São Jorge, no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste. A deliberação pode vir a criar um precedente. Os governos federal, estaduais e as prefeituras usam dinheiro público para restaurar igrejas, invocando a manutenção do patrimônio histórico. Mas essas igrejas, após restauradas, são um púlpito para que religiosos, em sua maioria católicos, professem sua fé.

2. (Ex-Blog) Isso sem falar em apoio a manifestações, eventos, etc., de todas as religiões.

O CASO DA CAPELA DE SÃO JORGE EM SANTA CRUZ E O VOTO DO DESEMBARGADOR RELATOR!

1. “No caso, entendeu este Relator pelo acolhimento dos recursos dos réus, sob o fundamento de que a construção da Igreja de São Jorge em Santa Cruz – bairro da periferia do Município do Rio de Janeiro – não constitui ato de improbidade administrativa, porquanto atendeu a interesse público, diante do grande número de devotos do mencionado Santo e da necessidade de locomoção da coletividade, ressaltando-se que o valor da obra não se mostrou excessivo, não havendo, portanto, que se falar em dano ao erário municipal, acrescentando que a construção do prédio, utilizado como templo, não se enquadra no disposto nos artigos 10 e 11, caput, e inciso I, da Lei no 8.429/92.

2. No entendimento desta Relatoria, a laicidade do Estado não impede que se reconheça a importância sócio-cultural das religiões, como se pode observar dos feriados instituídos pelo Poder Público em virtude de dias santos, tais como o de Nossa Senhora Aparecida, Natal, Corpus Christi, levando-se em conta que o povo brasileiro é em grande parte católico, constituindo-se tradição de origem histórica, que não pode ser desconsiderada, sendo certo que no ano de 2008 foi instituído o feriado estadual de São Jorge, no dia 23 de abril.”

ELEIÇÕES 2014: MUDANÇAS NA CAMPANHA!

1. Há anos que a TV vem cumprindo um papel destacado nas eleições.  Por isso, os candidatos oferecem atrativos para somar partidos e, assim, tempo de TV. Em vários casos, governantes mal avaliados recriavam seus governos na TV e concluíam a campanha bem avaliados.

2. Em 2014 essa dinâmica vai sofrer alterações.  Por duas razões principais.  A primeira é que a audiência da TV aberta, que transmite os programas eleitorais e as inserções, vem caindo. E não só pelo tradicional “mute” dos que não querem ver esses programas. Mas por outras razões: cresce a audiência da TV Paga e cresce o uso da internet.

3. Mas há uma segunda razão. A rejeição à política e aos políticos cria um ambiente de abstenção e de anulação de voto.  E mais grave: de “desimportância” das eleições, que se pode verificar nas pesquisas pelas respostas sobre o interesse dos eleitores nessas eleições.

4. É provável que o aquecimento da campanha traga de volta o eleitor ao processo eleitoral.  Mas o caminho será invertido. Até aqui, o eleitor era colocado dentro do “circo eleitoral” através da TV. Ou seja: um processo de mobilização de cima para baixo. Com isso, os marqueteiros cumpriam papel relevante exaltado pela mídia.

5. O papel que os marqueteiros cumprirão nessa campanha, para continuar importante, exigirá uma adaptação às condições atuais. O retorno do eleitor ao processo eleitoral, se ocorrer, será feito de baixo para cima, das ruas para as urnas.  E poderá, ou não, sair das ruas, passar pelos estúdios, voltar às ruas e chegar às urnas.

6. Ou seja: a mobilização eleitoral horizontal -real e virtual- entre os eleitores e entre esses e os candidatos a deputado e suas equipes é que atrairá os eleitores ao processo eleitoral. Com isso, a campanha nas ruas também tem que mudar. O cabo eleitoral mecânico, de simples entrega de panfletos ou de balanço das bandeiras, perde importância.

7. Nas ruas, ganha importância o processo de abordagem, paciente respeitando o eleitor, seja dos candidatos, como de suas equipes.  A força de um argumento lógico e residual é que terá um impacto significativo.

8. E a TV terá que entrar nas ruas, abordar os leitores e atrai-los como se ela fosse um grupo direto de abordagem.  Isso é muito mais e muito diferente dos clássicos “testemunhais”. Nesse sentido joga um papel novo e forte, o que se chama nos EUA de marketing de grande semeadura, onde se faz a TV e a internet convergirem com o mesmo tema, mas cada uma com a sua linguagem.

15 de julho de 2014

RISCOS INSTITUCIONAIS NA CAMPANHA 2014!

1. O General Santander, parceiro de Bolívar na guerra da independência da Colômbia (depois presidente com a jornada de Bolívar em direção ao Peru), cunhou uma frase que tem um enorme destaque na Plaza Mayor de Bogotá: “A independência se conquista com as armas; a liberdade se conquista com as leis.”

2. A filósofa Arendt, num seminário em 1959, diferenciava as revoluções francesa e russa da americana (das 13 colônias).  As duas primeiras lutavam pela justiça social, por quaisquer meios; a americana lutava pela justiça social e pelas instituições ao mesmo tempo.

3. Nos momentos de crise -como o que vive o Brasil agora, setores políticos, em geral populistas, denunciam os problemas sociais e propõem atingir a justiça social atropelando as leis. Assim tem sido por aqui nestes últimos anos na Venezuela, Nicarágua, Equador, Bolívia e até Argentina.

4. As manifestações de junho de 2013 e posteriores têm um elemento causal, produto do pragmatismo institucional do governo federal: o descrédito nas instituições. A pesquisa sistemática que faz a FGV tem demonstrado a mesma coisa. O governo federal e o PT intensificaram seu discurso de descrédito nas instituições, especialmente nas instituições políticas e nos meios de comunicação.

5. Esse é um perigoso processo sinérgico que, já no início da campanha eleitoral, ganhou destaque com o avanço de Lula sobre as instituições, ao apontar para os eleitores o ódio das elites, respondendo as vaias sonoras em Dilma. As acusações ao STF. E a repetir sistematicamente a necessidade de controlar os meios de comunicação. Apenas 3 exemplos.

6. É sempre assim em boa parte da América do Sul. Uma crise localizada é respondida com uma proposta de intervenção. Até no futebol, depois dos 7×1.

7. Essa é a tendência dessa campanha eleitoral: a campanha de Dilma responderá ao agravamento de seus problemas questionando as instituições e apontando para um futuro de perigosas mudanças para a normalidade democrática.

* * *

O BANCO DOS BRICS!

(Blog de Mauricio David, Economista) 1. Em 1979 um grupo de intelectuais brasileiros que retornavam do exílio juntou-se em um projeto, liderado pelo sociólogo Luiz Gonzaga de Souza Lima, para criar a primeira instituição acadêmica brasileira voltada para o estudo das Relações Internacionais, então uma disciplina nascente na universidade brasileira. Surgia então o IRI-Instituto de Relações Internacionais, da PUC/RJ,  do qual tive a honra de ser um dos fundadores ao lado do prof. Souza Lima e de uma plêiade de acadêmicos. Já naquela ocasião, era grande a pressão americana para que o Brasil assumisse parte das responsabilidades financeiras do Banco Mundial e do FMI, sob a alegação de que o Brasil já era um país “industrializado” (criou-se até uma terminologia nova – NICs, Newly Industrializing Countries).

2. O governo brasileiro – e principalmente o Itamaraty – se opuseram fortemente, alegando que seria um “ardil” dos países desenvolvidos. 35 anos depois, para alegria dos Estados Unidos, do Japão e da União Europeia, a “velha” proposição do início dos anos 80 vê a luz com a iniciativa do Banco dos BRICS e do Fundo complementar ao FMI, a ser assumido pelos países do Sul (entre os quais, o Brasil). Os americanos estarão muito contentes, pois é tudo o que vinham pedindo… No entanto, aqui do lado do Sul, há gente que solta foguetes, acreditando ingenuamente que se trata de uma iniciativa para romper a hegemonia dos países centrais. Precisamos estudar mais o que se passa no espaço geoeconômico e geopolítico globais, para não nos deixarmos iludir tão facilmente…”

O BANCO DOS BRICS!

(Blog de Mauricio David, Economista) 1. Em 1979 um grupo de intelectuais brasileiros que retornavam do exílio juntou-se em um projeto, liderado pelo sociólogo Luiz Gonzaga de Souza Lima, para criar a primeira instituição acadêmica brasileira voltada para o estudo das Relações Internacionais, então uma disciplina nascente na universidade brasileira. Surgia então o IRI-Instituto de Relações Internacionais, da PUC/RJ,  do qual tive a honra de ser um dos fundadores ao lado do prof. Souza Lima e de uma plêiade de acadêmicos. Já naquela ocasião, era grande a pressão americana para que o Brasil assumisse parte das responsabilidades financeiras do Banco Mundial e do FMI, sob a alegação de que o Brasil já era um país “industrializado” (criou-se até uma terminologia nova – NICs, Newly Industrializing Countries).

2. O governo brasileiro – e principalmente o Itamaraty – se opuseram fortemente, alegando que seria um “ardil” dos países desenvolvidos. 35 anos depois, para alegria dos Estados Unidos, do Japão e da União Europeia, a “velha” proposição do início dos anos 80 vê a luz com a iniciativa do Banco dos BRICS e do Fundo complementar ao FMI, a ser assumido pelos países do Sul (entre os quais, o Brasil). Os americanos estarão muito contentes, pois é tudo o que vinham pedindo… No entanto, aqui do lado do Sul, há gente que solta foguetes, acreditando ingenuamente que se trata de uma iniciativa para romper a hegemonia dos países centrais. Precisamos estudar mais o que se passa no espaço geoeconômico e geopolítico globais, para não nos deixarmos iludir tão facilmente…”

RISCOS INSTITUCIONAIS NA CAMPANHA 2014!

1. O General Santander, parceiro de Bolívar na guerra da independência da Colômbia (depois presidente com a jornada de Bolívar em direção ao Peru), cunhou uma frase que tem um enorme destaque na Plaza Mayor de Bogotá: “A independência se conquista com as armas; a liberdade se conquista com as leis.”

2. A filósofa Arendt, num seminário em 1959, diferenciava as revoluções francesa e russa da americana (das 13 colônias).  As duas primeiras lutavam pela justiça social, por quaisquer meios; a americana lutava pela justiça social e pelas instituições ao mesmo tempo.

3. Nos momentos de crise -como o que vive o Brasil agora, setores políticos, em geral populistas, denunciam os problemas sociais e propõem atingir a justiça social atropelando as leis. Assim tem sido por aqui nestes últimos anos na Venezuela, Nicarágua, Equador, Bolívia e até Argentina.

4. As manifestações de junho de 2013 e posteriores têm um elemento causal, produto do pragmatismo institucional do governo federal: o descrédito nas instituições. A pesquisa sistemática que faz a FGV tem demonstrado a mesma coisa. O governo federal e o PT intensificaram seu discurso de descrédito nas instituições, especialmente nas instituições políticas e nos meios de comunicação.

5. Esse é um perigoso processo sinérgico que, já no início da campanha eleitoral, ganhou destaque com o avanço de Lula sobre as instituições, ao apontar para os eleitores o ódio das elites, respondendo as vaias sonoras em Dilma. As acusações ao STF. E a repetir sistematicamente a necessidade de controlar os meios de comunicação. Apenas 3 exemplos.

6. É sempre assim em boa parte da América do Sul. Uma crise localizada é respondida com uma proposta de intervenção. Até no futebol, depois dos 7×1.

7. Essa é a tendência dessa campanha eleitoral: a campanha de Dilma responderá ao agravamento de seus problemas questionando as instituições e apontando para um futuro de perigosas mudanças para a normalidade democrática.