07 de agosto de 2015

CRISE POLÍTICA TAMBÉM SERÁ DE LONGO PRAZO!

1. O escândalo do mensalão, tornado público em meados de 2005 com a entrevista bombástica do deputado Roberto Jefferson à Folha de SP, levou 5 anos até a condenação dos responsáveis. Na medida em que não se esclarecia o papel do presidente Lula, que Jefferson o inocentava, e que a eleição presidencial ocorreu logo no ano seguinte, o mensalão só veio a gerar impacto de opinião pública com os julgamentos televisivos pelo STF no último ano do governo Lula.

2. A impulsão da economia, estimulada por medidas populistas fiscais e cambiais, suavizou as responsabilidades do governo do PT. A enorme popularidade de Lula abriu o caminho para ele “escolher” a nova presidente e obter uma vitória tranquila no segundo turno.

3. O relator no STF, ministro Joaquim Barbosa, entendeu que os crimes eram conexos e levou para o julgamento, no STF, políticos, empresários e executivos, independentemente de terem ou não imunidade. Ao que se soube, apenas um dos envolvidos teria optado pelo recurso da delação premiada, o doleiro Lúcio Funaro e, com isso, escapado da condenação e dos holofotes.

4. Agora o processo é muito diferente. São dezenas que optaram pela delação premiada. Os envolvidos no setor privado alcançam as elites empresariais e, com isso, sistemas de defesa muito mais sofisticados.

5. O juiz Sérgio Moro chamou a ele todos aqueles que não têm imunidade parlamentar, sejam políticos, ou -obviamente- empresários, executivos, doleiro e agentes privados diversos. Esse é um processo de longa duração, pois as delações precisam ser comprovadas para que os políticos com imunidade possam ser condenados pelo STF.

6. Todos os julgamentos realizados pelo juiz Sérgio Moro, ou na primeira instância, subirão para as Câmaras no TJ e depois para o STJ.

7. Na medida em que as provas em relação a políticos com imunidade parlamentar sejam oferecidas e o procurador geral da República faça a denúncia ao STF, se iniciam os processos de investigação e de defesa dos denunciados.

8. Se o mensalão culminou em 5 anos, certamente o petrolão deverá levar no mínimo oito anos. No caso específico dos políticos com imunidade poderiam se repetir os prazos do mensalão, ou cinco anos.

9. Tomando como base o mês de março de 2014, quando o Lava Jato começou, estaríamos falando de 2019 para políticos com imunidade e 2022 para os demais. Com isso, a campanha presidencial de 2018 correria sob o signo do risco da antipolítica e, assim, a imprevisibilidade política teria curso.

10. Se é fato o que muitos analistas garantem, que a crise econômica passou a estar estreitamente vinculada à crise política, a conjuntura atual se arrastaria junto com sua imprevisibilidade pelo menos até os desdobramentos das eleições de 2018.

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100 MIL CAMINHÕES PARADOS, OU 14% DA FROTA!

(Folha de SP, 07) 1. O país tem mais de 100 mil caminhões parados em garagens de empresas transportadoras. É o que aponta pesquisa da NTC&Logística, associação que reúne companhias de frete de todo o país. No levantamento, as empresas apontaram que estão com 13,5% de seus caminhões parados, em média. A frota estimada pelo setor é de 800 mil caminhões, o que aponta para perto de 100 mil veículos parados.

2. “Caminhão parado é prejuízo. O normal é que 5% da frota, no máximo, fique parada para manutenção ou de reserva”, disse Lauro Valdívia, diretor técnico da associação. Segundo ele, o motivo da paralisação é a drástica redução no volume de fretes no últimos meses. Para 84% dos pesquisados, houve queda nos negócios em relação ao ano passado, devido, principalmente, à menor demanda.

06 de agosto de 2015

COMPARAÇÕES ENTRE PRINCIPAIS RECEITAS E DESPESAS PER CAPITA DAS CAPITAIS RIO E S. PAULO!

Primeiro Semestre de 2015- Rio / S. Paulo pela ordem.

I- Receitas Tributárias R$ 792 / R$ 951
IPTU          R$ 223 /  R$ 337
ISS           R$ 426 /  R$ 469
ITBI          R$ 48  /  R$ 75
FPM           R$ 16  /  R$ 9
ICMS          R$ 143 /  R$ 229
IPVA          R$ 69  /  R$ 128
Dívida Ativa  R$ 23  /  R$ 8
Operações de Crédito  R$ 140  /  R$ 1,2

Pessoal e Encargos    R$ 896 / R$ 696
Serviço da Dívida     R$ 68  / R$ 149
Investimentos         R$ 233 / R$ 100

Dívida Consolidada    R$ 2.350 / R$ 6.937

II- FUNÇÕES DE GOVERNO!

Legislativa         R$ 47 /  R$ 23
Segurança Pública   R$ 33 /  R$ 16
Assistência Social  R$ 46 /  R$ 40
Previdência Social  R$ 242 / R$ 252
Saúde               R$ 308 / R$ 308
Educação            R$ 242 / R$ 345
Cultura             R$  11 / R$ 16
Urbanismo           R$ 295 / R$ 152
Transporte          R$  15 / R$ 131
OBS: Urbanismo + Transportes: R$ 310 / R$ 283
Habitação           R$  16 / R$  25
Saneamento          R$  46 / R$  14
Deporte e Lazer     R$  31 / R$   7

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DATAFOLHA: 71% DIZEM QUE GOVERNO DILMA É RUIM OU PÉSSIMO!

(Datafolha – Folha de SP, 06) 1. Com 71% de reprovação, a presidente Dilma Rousseff (PT) superou as piores taxas registradas por Fernando Collor (1990-92) no cargo às vésperas de sofrer um processo de impeachment. No levantamento anterior, realizado na terceira semana de junho, 65% dos entrevistados viam o governo Dilma como ruim ou péssimo. O grupo dos que consideram a atuação da petista ótima ou boa variou para baixo, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Em junho, 10% dos consultados pelo Datafolha mantinham essa opinião. Agora, são 8%.

2. O cenário piorou para a presidente Dilma também no que diz respeito a um eventual pedido de impeachment. Questionados se o Congresso deveria abrir um procedimento formal de afastamento, 66% dos entrevistados disseram que sim. No levantamento anterior, realizado em abril, eram 63%. Também aumentou a quantidade de pessoas que acham que ela será retirada do cargo, independentemente de suas opiniões sobre um eventual processo de impeachment. Em abril, 29% diziam que a presidente seria afastada do Planalto. Agora, 38% disseram achar que Dilma sofrerá um impeachment.

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ARGENTINA: PESQUISA PARA AS ELEIÇÕES PRIMÁRIAS PRESIDENCIAIS DO DOMINGO 09/08!

(Telam 05) Pesquisa CEOP.

1. A fórmula presidencial da Frente para la Victoria tem 38 por cento seguida pela soma dos votos dos candidatos da frente Cambiemos, que chega a 30 por cento das intenções de voto.

2. Em terceiro lugar, a Frente Unidos por una Nueva Argentina (UNA), que tem como pré-candidatos a Sergio Massa e a José Manuel de la Sota, com 17 por cento.

3. Se considerarmos apenas os nomes dos candidatos, i governador do estado de Buenos Aires Daniel Scioli e o prefeito da capital Buenos Aires Mauricio Macri, a vantagem do primeiro alternativa do kirchnerismo seria de 12 pontos que com a projeção dos indecisos Frente para la Victoria de Scioli supera 41%.

4. A imagem positiva da presidente Cristina Kirchner alcançou 52%.

05 de agosto de 2015

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA PREFEITURA DE S. PAULO NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015 COMPARADA COM 2014!

Primeiros semestres de 2015 e 2014 em valores nominais e porcentagem comparada usando –IPCA- inflator de 8%.

1. RECEITAS:

Receitas Tributárias.  2015-1: R$ 11,309 bilhões / 2014-1: R$ 10,424 bilhões. Resultado Real: +0,4%.
IPTU: 2015-1 R$ 4,006 bilhões / 2014-1: R$ 3,704 bilhões. Resultado Real +0,1%.
ISS: 2015-1 R$ 5,575 bilhões / 2014-1: R$ 5,288 bilhões. Resultado Real: (-2,4%).
ITBI: 2015-1 R$ 895,8 milhões / 2014-1: R$ 682,2 milhões. Resultado Real: +21,6%. OBS. Taxa do ITBI aumentou 50% a partir de março.
FPM (Fundo de Participação IR e IPI): 2015-1 R$ 104 milhões/ 2014-1 R$ 97 milhões. Resultado Real: (-0,7%).
ICMS: 2015-1 R$ 2,729 bilhões / 2014-1 R$ 2,521 bilhões. Resultado Real +0,2%.
IPVA: 2015-1 R$ 1,525 bilhões / 2014-1 R$ 1,417 bilhões. Resultado Real (-0,3%).
Dívida Ativa: 2015-1 R$ 88,1 milhões / 2014-1 R$ 191,1 milhões. Resultado Real: (-57,3%).
Operações de Crédito: 2015-1 R$ 13,6 milhões / 2014-1 R$ 5,5 milhões. Resultado Real: + 130%. OBS.: Valores desprezíveis.

2. DESPESAS:

Pessoal e Encargos: 2015-1 R$ 8,276 bilhões / 2014-1 R$ 7,306 bilhões. Resultado Real: + 4,9%.
Serviço da Dívida: 2015-1 R$ 1,778,7 bilhões / 2014-1 R$ 2,076 bilhões. Resultado Real: (-20,7%).
Investimentos: 2015-1 R$ 1,185 bilhão / 2014-1 R$ 1,130 bilhão. Resultado Real (-2,8%).

3. DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA:

30/12/2014: R$ 77,813 bilhões / 30/04/2015: R$ 80,953 bilhões / 30/06/2015: R$ 82,514 bilhões.

Valor corrigido da Dívida de 31/12/2014 em 30/062015: R$ 82,5 bilhões. Estabilização Real do saldo da Dívida no semestre.

4. Comentários. O impacto econômico foi relativamente neutro: o ISS caiu -2,4% e o ICMS cresceu +0,2%. A alíquota do ITBI aumentou 50% a partir de março (de 2% para 3%), disfarçando a queda do ITBI estimada em -10%. A execução da dívida ativa teve forte redução -57,3%, como no Rio. As operações de crédito foram desprezíveis. O serviço da dívida caiu -20.71% em função da nova lei e do acordo com o ministério da fazenda. As despesas de pessoal cresceram +4,9%. Os investimentos mantiveram-se relativamente estáveis (-2,8%), embora, por ser penúltimo ano de governo, se esperava um crescimento significativo.

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MÃOS LIMPAS E LAVA JATO!

(Elio Gaspari – Folha de SP, 05) O que está acontecendo no Brasil foi antecipado pelo juiz Sergio Moro num artigo de 2004, tratando da “Operação Mãos Limpas”, que revolucionou a política italiana no final do século passado. Vale citá-lo: “A Operação Mani Pulite redesenhou o quadro político na Itália. Partidos que haviam dominado a vida política italiana no pós-guerra, como o Socialista e a Democracia Cristã, foram levados ao colapso, obtendo na eleição de 1994 somente 2,2% e 11,1% dos votos, respectivamente.” Os dois partidos deixaram de existir com esses nomes e o primeiro ministro socialista Bettino Craxi morreu no exílio, na Tunísia.

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LANÇAMENTOS IMOBILIÁRIOS EM SP CAEM 18% NO 1º SEMESTRE!

1. Oferta de ‘imóveis na planta’ foi de 9.651 unidades ante 11.809 no mesmo período do ano passado, quando já havia sinais de desaceleração. De acordo com levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), no primeiro semestre deste ano, o mercado assistiu a uma redução no ritmo de projetos das empresas em relação ao mesmo período de 2014, quando 11.809 unidades residenciais foram lançadas na cidade de São Paulo. Já entre janeiro e junho deste ano o total ficou em 9.651, o que representa uma queda de 18,27%.

2. A redução confirma o período difícil que o mercado imobiliário atravessa em razão da crise econômica vivida pelo País, com aumento de desemprego, juros mais altos e restrições no crédito. “O patamar de lançamentos não é bom, principalmente porque estamos comparando com um ano(2014) que já foi ruim”, diz o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Claudio Bernardes. Segundo ele, o Secovi já havia detectado queda de 18,5% nos lançamentos ao fazer a comparação entre janeiro e maio de 2015 e os cinco primeiros meses do ano passado. Bernardes entende que a tendência deve se manter até o final do ano, ainda que o segundo semestre em geral seja melhor do que o primeiro.

3. A queda no número de lançamentos imobiliários na cidade de São Paulo se apresenta também na comparação entre junho de 2015 e de 2014. De acordo com a pesquisa feita pela Embraesp, os números caíram de 2.423 unidades lançadas naquele mês de 2014 para 2.036 no deste ano. A queda de 15,97% ficou pouco abaixo do porcentual registrado entre os primeiros seis meses dos dois anos. Embora o segundo semestre sempre concentre mais lançamentos, a tendência de queda deve ser mantida, na avaliação dos especialistas.

04 de agosto de 2015

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA PREFEITURA DO RIO NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015 COMPARADA COM 2014!

Diário Oficial páginas 56 e 57.

Primeiros semestres de 2015 e 2014 em valores nominais e porcentagem comparada usando IPCA – inflator de 8%.

1. RECEITAS:

Receitas Tributárias.  2015-1: R$ 5,113 bilhões / 2014-1: R$ 4,749 bilhões. Resultado Real: (-0,2%)
IPTU: 2015-1 R$ 1,442 bilhão / 2014-1: R$ 1,366 bilhão. Resultado Real (-2,2%).
ISS: 2015-1 R$ 2,751 bilhões / 2014-1: R$ 2,5 bilhões. Resultado Real: +1,8%.
ITBI: 2015-1 R$ 306,9 milhões / 2014-1: R$ 321,8 milhões. Resultado Real: (-11,7%).
FPM (fundo de participação IR e IPI): 2015-1 R$ 104 milhões/ 2014-1 R$ 111 milhões. Resultado Real: (-13,7%).
ICMS: 2015-1 R$ 925,9 milhões / 2014-1 R$ 891 milhões. Resultado Real (-3,7%).
IPVA: 2015-1 R$ 447 milhões / 2014-1 R$ 392,3 milhões. Resultado Real +5,5%.
Dívida Ativa: 2015-1 R$ 146,5 milhões / 2014-1 R$ 237,8 milhões. Resultado Real: (-42,9%).
Operações de Crédito: 2015-1 R$ 903,9 milhões / 2014-1 R$ 713,5 milhões. Resultado Real: + 17,3%.

2. DESPESAS:

Pessoal e Encargos: 2015-1 R$ 5,781 bilhões / 2014-1 R$ 5,293 bilhões. Resultado Real: + 1,1%.
Serviço da Dívida: 2015-1 R$ 436,4 milhões / 2014-1 R$ 474,6 milhões. Resultado Real: (-14,8%).
Investimentos: 2015-1 R$ 1,503 bilhão / 2014-1 R$ 704,1 milhões. Resultado Real + 97,7%.

3. DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA:

30/12/2014: R$ 13,687 bilhões / 30/04/2015: R$ 14,750 bilhões / 30/06/2015: R$ 15,167 bilhões.

Valor corrigido da Dívida de 31/12/2014 em 30/062015: R$ 14,522 bilhões. Crescimento Real do saldo da Dívida no semestre: +4,4%.

4. Comentários. O maior impacto negativo foi no mercado imobiliário, com queda real do ITBI de (-11,7%). O impacto geral da economia medido pelo ICMS foi negativo em (-3,7%). O ISS manteve crescimento pelo peso do setor financeiro. A queda da execução da dívida ativa de (-42,8%) reflete a inadimplência das pessoas em relação ao IPTU. As despesas de pessoal cresceram apenas um pouco mais que a inflação +1,1%. O destaque foram os investimentos, que quase dobraram no período, acompanhando o ciclo fiscal de sempre, com expansão no penúltimo ano de governo.

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NOVA YORK: TÁXIS X UBER!

(Folha de SP, 03) Símbolo de Nova York, os táxis amarelos amargaram derrotas seguidas. A concorrência com o Uber está levando à ociosidade de 10% dos carros licenciados, disse ao jornal “Wall Street Journal” a Greater New York Taxi Association, que reúne os donos de 3.000 medalhões (autonomias). A frota é fixa em cerca de 13 mil carros, e o preço do medalhão vem caindo –está em cerca de US$ 800 mil.

03 de agosto de 2015

LAVA-JATO, IMPRENSA E POLÍTICA!

1. A operação Lava-Jato, em suas diversas partes, tem uma característica muito importante. As informações colhidas foram diretamente pelo Estado, ou seja, pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. O jornalismo investigativo não está na fonte de nenhuma dessas informações.

2. Isso constrói uma relação pacífica e estável entre os meios de comunicação e os jornalistas investigativos. Esses disputam quem chega primeiro às informações colhidas por aqueles três sistemas. Assim, a imprensa suita os três sistemas, muito mais que investiga.

3. A relação entre as empresas de comunicação e seus jornalistas se torna estável e pacífica. Olhando a história do jornalismo, se verifica os constrangimentos que ocorrem quando um jornalista investigativo chega às informações que, divulgadas, contrariam ou criam constrangimentos comerciais ou mesmo políticos a seus empregadores.  

4. Sendo assim, o campo de liberdade do noticiário -no Lava-Jato- é muito maior, pois as empresas de comunicação não precisam explicar nada, pois estão cobrindo e não descobrindo. Seus jornalistas atuam -e da mesma forma- com um amplo grau de liberdade, pois as informações secundárias que colherem não criarão constrangimentos às empresas de comunicação empregadoras.

5. Será apenas a lógica da concorrência por “audiência”: chegar na frente de uma notícia que estará disponível em breve e de forma geral. As fontes estão fora das empresas de comunicação e seus jornalistas. E, portanto, outras empresas ou empresários com que tenham relações próximas não têm o que pedir e a quem pedir.  

6. Um caso clássico de constrangimento é o que envolveu o jornalista Edward R. Murrow (o mais importante radialista na segunda guerra), que encerrava seus programas na TV -de enorme prestígio- e com base investigativa, sempre repetindo Boa Noite, Boa Sorte (ver filme dirigido por George Clooney). Os interesses da CBS e a tentativa de intervenção em seus textos foi vista por Murrow como quebra de liberdade de imprensa e esse preferiu demitir-se em 1954.

7. Agora recentemente (março de 2015), no México, o mesmo ocorreu com a jornalista e radialista Carmen Aristegui, com o programa de maior audiência, de investigações e denúncias. Sua equipe ao chegar aos “porões” do “palácio” onde morava o presidente Peña Nieto -que ela chamou de Casa Branca- e demonstrar que se tratava de favores de uma empresa contratista desde que ele foi governador do estado do México, levou o importante grupo de comunicação MVS a divulgar uma proibição da relação dela, de seu programa, com México-Leaks (de linha investigativa), criando um constrangimento que levou a sua saída (Ler El Despido de Wilbert Torre, Editorial Planeta Mexicana 2015).

8. A operação Lava-Jato não cria esses atritos entre as empresas de comunicação e seus jornalistas investigativos e analistas pelas razões acima. Por isso, a liberdade de ação dos jornalistas é ampla e a cobertura de muito maior alcance, profundidade e…, liberdade.

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DÍVIDA EM DÓLAR DAS EMPRESAS PRIVADAS BRASILEIRAS CRESCEU 130% EM 6 ANOS! UM OUTRO PROBLEMA!

(Estado de SP, 02) 1. De 2008 pra cá, a dívida externa do País cresceu 75%, para US$ 348 bilhões (sem considerar os empréstimos intercompanhia), segundo dados do Banco Central (BC). A parcela da iniciativa privada representou 61% (US$ 212 bilhões) desse total e cresceu 130% no período.  O problema é que, com o dólar na casa de R$ 3,40, a dívida em reais aumentou. A redução da taxa de rolagem das dívidas do setor privado (títulos e empréstimos), caiu de 153% no primeiro semestre de 2014 para 95% neste ano.  Uma taxa acima de 100% significa que foi possível refinanciar toda a dívida que venceu no período e ainda tomar novos empréstimos. Abaixo desse porcentual, o devedor não conseguiu (ou não quis) renovar o débito.

2. O crescimento do endividamento das empresas nos últimos anos já foi motivo de alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês). Em relatório recente, o IIF destaca que as dívidas das companhias brasileiras aumentaram muito rapidamente para níveis preocupantes. Já o FMI afirma que algumas empresas nacionais estão em situação de risco já que a dívida em dólar aumentou e os lucros diminuíram, como é o caso do setor elétrico.

3. A Fitch Rating, por exemplo, já promoveu 16 rebaixamentos de empresas em escala internacional este ano, além de 19 notas colocadas em perspectiva negativa. A Standard & Poor’s fez cerca de 40 revisões em menos de uma semana, a maioria seguindo o movimento do rating soberano colocado em observação negativa.

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JBS/FRIBOI ULTRAPASSA A VALE! MAIOR EMPRESA PRIVADA DO BRASIL!

(BBC, 31) 1. A empresa JBS, dona da marca Friboi, há algum tempo já é a maior produtora de carne bovina e a maior processadora de proteína animal do mundo. Mas desde o ano passado, acrescentou mais um título à sua coleção de superlativos. Após um aumento de 30% nas vendas, superou a Vale para se tornar a maior empresa privada do Brasil. A diversificação geográfica e de produtos explica a resiliência à estagnação da economia brasileira, segundo o presidente da empresa, Wesley Batista. Parte das operações da JBS está nos EUA, o que significa um grande faturamento em dólar. Além disso, se a crise faz o brasileiro deixar de comer carne bovina, impulsiona o consumo de frango – também produzido pela JBS.

2. Fundada pela família Batista em Anápolis, Goiás, a JBS tem uma história de sucesso incontestável, mas permeada por algumas polêmicas. Hoje, também é a maior doadora de campanha do país, tendo contribuído com mais de R$ 300 milhões só nas eleições de 2014. Qual o objetivo das doações? “Fazer um Brasil melhor”, promete Batista, em entrevista exclusiva à BBC Brasil. Mas se o objetivo é esse, investir em político não é arriscado? “Sem dúvida”, admite, acrescentando que o risco “faz parte”.

31 de julho de 2015

2016 ESTÁ AÍ MESMO: 31 DICAS PARA CAMPANHA ELEITORAL!

1. O fracasso é certo quando se tenta agradar a todo mundo. Escolha o seu lado, o seu discurso.
2. O seu adversário de votos é quem pensa como você ou se dirige ao mesmo perfil de eleitor.
3. O seu antagônico é atacado só para lhe dar nitidez.
4. Primeiro o eleitor decide em quem não se deve votar. Ajude.
5. Eleição é como lavoura. Os meios de comunicação irrigam. Mas só o contato direto semeia. As redes sociais são contatos diretos.
6. Candidato que se explica, perde.
7. Tenha sempre a iniciativa. Jogue com as “brancas”.
8. Discuta só o tema que você propôs. O tema proposto pelo adversário deve ser simples ponte para você chegar ao seu.
9. Defina o “inimigo”. Depois dê nitidez a ele. Só você pode desmontá-lo.
10. Candidato tem que se comprometer.
11. Em debates perguntar é sempre mais arriscado que responder. Na resposta você fala por último. A pergunta tem que imobilizar o adversário e impedi-lo de mudar de tema.
12. O tema honestidade é visto pelo eleitor de outra forma. O tema certo é CONFIANÇA.
13. Primeiro se reconquista o seu eleitor. Depois o indeciso.
14. A comunicação de campanha tem que mostrar que os valores do candidato são os mesmos do eleitor. Valores e crenças básicas são a base da campanha.
15. O desafio das campanhas é fazer com que se sonhe.
16. A linguagem do marketing político é a do marketing de valores, e não do marketing comercial.
17. Candidato tem que ter CRENÇA.
18. O eleitor quer votar racionalmente, embora com pouca informação. Ou seja: relaciona causa e efeito.
19. O centro é o alvo, não é o ponto de partida. Ou seja, se parte desde posições nítidas para se atingir espaços políticos de centro.
20. O voto mistura crenças e conjuntura. Esquecer quaisquer das duas é perder a eleição.
21. Cuidado com os fotógrafos em campanha.
22. Só divulgue a agendam que interessa.
23. As pesquisas mexem com o animus de campanha. E com o financiamento.
24. Não ataque diretamente. Use –ouvi falar-  -dizem-  -soube-  ou na TV usar locutor ou testemunhais.
25. Os ataques devem ser desconcertantes, surpreendentes. As agressões –gritos e palavras chulas- ofendem o eleitor.
26. Ataque mantendo a serenidade, a tranquilidade.
27. Quase sempre ganha o candidato mais determinado.
28. Currículo não ganha eleição. O que ganha eleição é capacidade de desenvolver a campanha. É a campanha.
29. O eleitor decide em termos de Fla x Flu. Polarize a eleição. Deixe claro contra quem você é candidato.
30. O eleitor vota pragmaticamente. Ele sabe como usar as pesquisas. O voto útil é fundamental e já ocorre no primeiro turno.
31. Não ataque todas as candidaturas no primeiro turno. Você precisará de uma delas –pelo menos- no segundo turno.

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IBOPE: DESABA A CONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS!

(José Roberto de Toledo – Estado de S.Paulo, 30) 1. O Índice de Confiança Social de 2015 do Ibope, mostrará queda abrupta do prestígio de tudo relacionado à política. Congresso Nacional e Presidência da República desmancharam aos olhos do público. Numa escala em que 0 é desconfiança total e 100 implica confiança absoluta, ambos empataram em míseros 22 pontos. A confiança na instituição Presidência, comandada por Dilma, caiu pela metade desde 2014. Tinha 44 e perdeu 22 pontos. Já a nos congressistas chefiados por Cunha e Renan Calheiros perdeu 13 dos 35 pontos que tinha.

2. É a primeira vez, em sete anos de pesquisa, que a Presidência não é mais confiável para a população do que o Congresso. Dilma quebrou outro recorde. Pela primeira vez, a instituição que representa, a Presidência da República, é menos confiável do que o governo que dirige. De 2009 a 2012, a Presidência ficou de 7 a 13 pontos acima do governo federal. Este ano, a confiança no governo está 8 pontos maior do que na presidente: 22 a 30.

3. Os governos municipais também sofreram desgaste, e não foi pequeno. O aumento da desconfiança fez os poderes executivos locais perderem 9 dos 42 pontos que tinham no índice. A marca projeta dificuldades para os atuais prefeitos se reelegerem em 2016.  “Houve uma diminuição da confiança nas instituições políticas como um todo”, avalia a CEO do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari. Na sua opinião, a causa mais provável é a recente sucessão de escândalos envolvendo políticos. Isso explicaria por que a recuperação parcial da confiança em 2014 não se sustentou. Uma instituição manteve-se como a recordista da desconfiança entre os brasileiros. Mais indigente do que a confiança na Presidência e no Congresso, só a nos partidos políticos. Seu prestígio esfarelou: de 30 para 17 pontos, em um ano.

4. Em tempos de Operação Lava Jato, o Judiciário é a única instituição, entre os Poderes da República, que conseguiu, a duras penas, manter o mesmo patamar de confiança de anos anteriores: foi de 46 pontos em 2013, para 48 no ano passado, e voltou agora a 46. No seu auge, em 2010, chegou a 53, mas era apenas a 3.ª instituição política que mais inspirava confiança. Agora, apesar da piora do índice, ganhou medalha de ouro. É o que se pode chamar de vitória por W.O. – não tem oponente.

5. A pesquisa do Índice de Confiança Social foi feita pelo Ibope entre 16 e 22 de julho, em 142 municípios de todo o Brasil.

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DATAFOLHA: 81% TÊM MEDO DE MORRER ASSASSINADOS!

(Folha de SP, 31) 1. Pesquisa Datafolha feita na última terça-feira (28) mostra que 62% dos moradores de cidades com mais de 100 mil habitantes têm medo de sofrer agressão da Polícia Militar. O levantamento foi feito por encomenda do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que reúne pesquisadores da área. Foram entrevistadas 1.307 pessoas em 84 municípios em todas as regiões do país. A margem de erro é de três pontos.

2. Em 2012, quando uma pesquisa semelhante foi feita, 48% dos entrevistados relataram esse temor. Naquele ano, porém, foram entrevistados moradores de cidades com 15 mil habitantes ou mais. “A população sente que ou vai ser vítima do criminoso ou da própria corporação”, diz Renato Sérgio de Lima, professor da FGV e vice-presidente do Fórum.  Entre os que relatam ter medo da PM, a maioria são jovens, pobres, autodeclarados pretos e moradores do Nordeste. A pesquisa mostra ainda que 53% da população tem medo de sofrer violência da Polícia Civil.

3. O levantamento do Datafolha mostrou também que 81% dos entrevistados temem ser assassinados. Na pesquisa de 2012, eram 65%. Dos que têm medo de morrer, 49% disseram acreditar que podem ser vítimas de homicídio já no próximo ano. Em 2012, eram 29%.

30 de julho de 2015

OBAMA NA ÁFRICA!

1. Barack Obama foi o primeiro Presidente norte-americano que discursou perante a União Africana, em Addis Ababa, no último dia da sua visita à África Oriental. Ele começou por se apresentar não só como um americano, mas também como um africano, contando que conheceu a história dos seus antepassados escravizados.

2. A partir dali, todo o seu discurso teve por base duas expressões: dignidade e trabalho conjunto – expressões que iniciaram, desenvolveram e terminaram a sua intervenção na sala Nelson Mandela.
Obama pediu ao Ocidente para deixar de olhar o continente africano de forma depreciativa, garantindo que se, em vez de ajuda financeira que torna África dependente, os países mais desenvolvidos ajudassem a desenvolver o comércio e a consequente criação de postos de trabalho, seria mais proveitoso tanto para África, quanto para a economia global.

3. Elogiou a organização pan-africana que o recebeu, assim como a Etiópia e todo o continente africano pelo seu rápido desenvolvimento. Mas também advertiu que muito trabalho ainda teria de ser feito para que a dignidade humana passe de utopia a realidade.

4. Barack Obama foi muito criticado por visitar um país acusado de restringir a liberdade de expressão. Além dos elogios que fez, o Presidente norte-americano acusou o Governo etíope de ter uma falsa democracia: “Vocês têm democracia no nome, mas não na consistência do país”. Disse ainda não compreender o fato de alguns líderes africanos “se negarem a deixar os postos”, referindo-se ao Presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, que alterou recentemente a legislação para poder ficar mais tempo no poder.

5. “Quer dizer, eu adoro o meu trabalho. E até acho que sou bastante bom no que faço, e que se concorresse outra vez à presidência ganharia, mas a lei é a lei, e nem os presidentes estão acima da lei. Não percebo como é que as pessoas querem ficar no mesmo trabalho tanto tempo, ainda por cima se essas pessoas são muito ricas”, brincou.

6. Outra palavra muito utilizada por Barack Obama, especialmente no que toca à segurança, foi confiança. A luta contra o terrorismo, que afeta o continente africano “só poderá ser bem-sucedida se houver confiança entre todos os países”, disse. Além disto, Obama pediu o fim do “cancro da corrupção”, apelou à distribuição justa da economia, ao investimento na educação, à construção de hospitais e outras infraestruturas sociais, e terminou abordando a igualdade de género.

7. Condenou a mutilação genital feminina, os casamentos infantis, e todo tipo de violência contra as mulheres sem as quais “África nunca poderá desenvolver-se completamente”. “Esquecemo-nos que vimos todos da mesma tribo”, disse Obama, referindo-se ao esqueleto da mulher mais antiga do planeta – a australopiteco Lucy.

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1280 LOJAS FECHARAM AS PORTAS NO RIO!

(Globo, 30) 1. Caso mais emblemático, segundo levantamento do Clube de Diretores Lojistas do Rio, é a Rua da Carioca, onde 33 dos 60 estabelecimentos comerciais encerraram atividades. De acordo com pesquisa do Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio (CDLRio), baseado em dados da Junta Comercial do Estado, entre janeiro e maio deste ano mais de 1.280 estabelecimentos comerciais do município fecharam as suas portas. O número é 33% superior ao mesmo período do ano passado. Em todo o estado, foram extintas mais de 3.290 empresas, um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2014.

2. Do total de estabelecimentos fechados, 449 foram na Zona Norte, 363 na Zona Oeste, 239 na Zona Sul e 233 no Centro.

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S&P REVISA DE ESTÁVEL PARA NEGATIVA PERSPECTIVA DOS DA RATINGS DA CIDADE DO RIO, E DOS ESTADOS DO RJ, SP, MG E SC!

(Estado de SP, 30) 1.A agência de classificação de risco Standard & Poor’s revisou de estável para negativa a perspectiva dos ratings de crédito global de longo prazo dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro e da cidade do Rio de Janeiro. Os ratings foram mantidos em BBB- para São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, BB+ para o Estado do Rio de Janeiro e BBB para a cidade do Rio de Janeiro.

2. A S&P também revisou para negativa a perspectiva dos ratings brAAA em escala nacional de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina e do rating brAA+ do Estado do Rio de Janeiro. Esses ratings também foram mantidos. O rating brAAA em escala nacional e a perspectiva estável da cidade do Rio de Janeiro foram mantidos.

29 de julho de 2015

POR QUE O POPULISMO CHEGOU À ESPANHA E NÃO A PORTUGAL! E O BRASIL?

1. Os rígidos programas econômicos de ajuste dos novos governos da Espanha e Portugal, 4 anos atrás, foram semelhantes. O de Portugal ainda mais forte, dada a sua situação. As consequências desses ajustes foram intensas em relação a renda, ao emprego e a produção. Ambos os governos perderam popularidade e viram suas aprovações despencarem.

2. Agora, quatro anos depois, Espanha e Portugal enfrentam eleições gerais que definirão as maiorias parlamentares e os novos governos. Na Espanha surgiram movimentos antipolíticos no rastro das redes sociais. Em seguida registraram-se como partidos políticos. Já nas eleições europeias, de um ano atrás, estes partidos elegeram deputados.

3. Nas eleições regionais deste ano não só elegeram legisladores, como obtiveram maiorias parlamentares simples em cidades tão importantes como Madrid e Barcelona e conquistaram o poder com apoio do socialista PSOE e da IU, esquerda unida. E mais ainda, quebraram a hegemonia nacional do PP e do PSOE que, por anos, se revezaram no poder.

4. Dos mais de 70% que somavam, agora tangenciam os 50%. É neste quadro que virão as eleições deste final de ano. A situação do PP, que governa, é muito difícil, pois mesmo que obtenha uma maioria simples, será muito difícil agregar forças, na medida em que os novos partidos tendem a formar maioria à esquerda.

5. Mas em Portugal -seu vizinho- enfrentando os mesmos problemas econômicos, nada disso ocorreu no nível político. Não surgiram movimentos antipolíticos relevantes e menos ainda transformados em partidos. No limite, nas eleições para municipais/prefeito, poucos candidatos independentes venceram, como por exemplo no Porto.

6. Com eleições marcadas para 4 de outubro, o mesmo quadro partidário dos últimos anos disputa o poder e as mesmas coligações em torno do PSD -de centro-direita- que governa e do PS -de centro-esquerda- governo anterior e atual oposição. E por que tamanhas diferenças políticas a partir de medidas econômicas semelhantes?

7. Talvez porque o processo de corrupção na Espanha tenha atingido os dois principais partidos. Em Portugal atingiu o Partido Socialista e mais grave, com prisão de seu ex-primeiro ministro. O PSD, no governo, carregou o ônus da austeridade, mas não da moralidade.

8. Com isso, não foram abertos espaços para o surgimento de forças antipolíticas nacionais à esquerda e a possibilidade de uma coligação em torno dos socialistas se diluiu, tornando a centro-direita, que governa, favorita em outubro.

9. No Brasil, quem governa é a esquerda. A corrupção atingiu o PT e contaminou suas referências. Cresceram os protestos nas ruas mobilizados pelas redes sociais. Mas as redes sociais não tiveram e não têm o tempero de esquerda, como na Espanha. E menos ainda se transformaram em partidos, em função das restrições da legislação partidária brasileira.

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QUANDO A DELAÇÃO NÃO ERA PREMIADA!

1. No auge de Hollywood quase todos os filmes que tratavam de julgamentos traziam a imagem de um juiz de toga no centro da mesa no plenário do julgamento e o acusado em pé, ao lado de seu advogado.

2. O réu era chamado à frente do juiz e de uma bíblia e o juiz pedia que colocasse a mão em cima dessa. E o juiz perguntava: Promete dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade? E o réu respondia sim.

3. Corria dois riscos: primeiro, mentir e pecar em um dos mandamentos da lei de Deus. Segundo na lei dos homens, prestar falso testemunho.

4. Dizem que aí está a origem da delação premiada. Foram tantos e tantos que mentiam, que aqueles juramentos deixavam de fazer sentido. Caberia apenas as investigações comprovarem e não contar mais com os réus.

5. O tempo corria contra a justiça. A delação premiada revive o juramento de antes -dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade. Com o prêmio de redução da pena, que passa a ser a novidade introduzida no juramento de tempos atrás. E -assim- acelerar as investigações.

28 de julho de 2015

A CRISE MAIS GRAVE: BRASIL PERDE UMA GERAÇÃO!

1. Em 2011, o populismo keynesiano adaptado aqui começava a diluir. Daí para frente os fundamentos macroeconômicos foram derretendo até tornarem a recessão “sustentável”. Em 2015, a situação dramática pós-eleitoral deu nitidez a tudo isso. As medidas de ajuste adotadas mostram-se insuficientes para dar uma resposta em curto prazo.

2. As projeções de cenários apontam para o alongamento da recessão até, pelo menos, 2017. Alguma luz no fim do túnel, talvez, em 2018, assim mesmo como transição e se o dever de casa for feito adequadamente. A alternativa seria a tradição latino-americana de tributar e crescer com a inflação. Mas a mudança em 2018 seria inevitável.

3. Serão 8 anos em 2018. Oito anos em que as perspectivas negativas das pessoas, das famílias e das empresas, como reação ao clima de desconfiança hoje e de imprevisibilidade amanhã, as faz atuar defensivamente. Vale dizer, perde-se a ousadia.

4. Supondo um jovem terminando o ensino fundamental, isso significa que dos 15 aos 23 anos esse pessimismo o estará contaminando. Nas empresas -além do desemprego- aumenta a rotatividade de forma a trocar funcionários de maior por menor salário, desestimulando todos.

5. Os governos municipais e estaduais, vivendo a mesma crise fiscal do governo federal, apontam contra sua maior despesa, que são os servidores públicos. Interrompem os concursos, aplicam reajustes menores que a inflação, interrompem políticas de estímulo e cortam quando podem. Com isso, o setor público perde dinamismo, criatividade e ousadia ou, em uma palavra, produtividade, acentuando as curvas da crise.

6. Portanto, a crise que o Brasil atravessa precisa ser medida muito além dos dados objetivos e mensuráveis, como inflação, juros, câmbio, taxa de desemprego, taxa de crescimento, taxa de inadimplência, etc. O impacto da crise é muito mais profundo, pois atinge a motivação e a formação dos jovens e, dessa forma, o futuro.

7. Após a crise, lá por 2018 ou 2019, o desenvolvimento brasileiro perderá impulso interno sustentável e terá que se valer de fatores humanos externos, importando ainda mais tecnologia, bens de capital e obras, e novos meios de desenvolvimento da educação, da saúde e da segurança.

8. Esse é o aspecto mais grave da atual crise.

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“LULINHA” DE MANGUINHOS -ABANDONADO- TERMINOU MORRENDO!

(Igor Gielow – Folha de SP, 25) 1. Em 2008, o diário “Extra” flagrou um menino negro nadando numa poça resultante de um vazamento na favela onde morava em Manguinhos, zona norte do Rio.  Consta que o então todo-poderoso presidente Lula se comoveu com a cena e resolveu transformar o local em vitrine de regeneração sob a bandeira do PAC, programa que tinha uma “mãe”, Dilma Rousseff.

2. O menino, Christiano Pereira Tavares, foi levado ao palanque das autoridades para as devidas fotos e a promessa de construção de uma piscina na “comunidade”, o eufemismo do politicamente correto para esses lugares esquecidos pelos políticos depois dos comícios. Agora, o mesmo “Extra” informa que Lulinha, como o garoto foi apelidado após encontrar Lula, morreu aos 15 anos sob suspeita de overdose na unidade de saúde que ostenta sua foto sorridente na parede.

3. Manguinhos segue pobre, e a piscina, segundo o relato, abandonada. A família de Lulinha melhorou um pouco de vida, mas o quadro de desagregação segue inalterado. Além de tragédia, a morte do garoto, se confirmada pelos motivos apontados, encarna um retrato da decadência do legado da era PT no poder. O investimento no combate à miséria, prioridade digna mesmo que tenha sido só eleitoreira, é tisnado pela realidade –do petrolão que já grassava à época ao desastre de gestão que atolou o país sob Dilma.

27 de julho de 2015

QUADRO ELEITORAL DO RIO PARA 2016 CONTINUA EM MUTAÇÃO!

1. Dois fatos ocorridos na semana passada, em nível nacional, mexeram com o quadro eleitoral do Rio para as eleições de prefeito em 2016. De um lado a denúncia sobre a hipótese do Deputado Eduardo Cunha ter recebido propina. Do outro, sobre a conta na Suíça do senador Romário.

2. A. denúncia relativa a Eduardo Cunha, com as impressões digitais do Planalto, e cuja tramitação com vistas a comprovação ou não durará no mínimo dois anos, ou seja, ultrapassará as eleições de outubro de 2016. Com isso, se elimina a possibilidade do PMDB e do PT estarem juntos em 2016, reproduzindo 2012. O mais provável é que o PMDB venha com uma chapa puro-sangue, liderada pelo deputado Pedro Paulo, empurrando o PT para uma candidatura própria.

3. O segundo fato é a conta de Romário na Suíça divulgada pela revista Veja, sublinhada em matérias de capa nos jornais do Rio e “suitada” nos principais jornais do pais (ao contrário da matéria da Veja sobre diretor da OAS que não foi “suitada”) constrói, da mesma maneira, um impedimento a candidatura de Romário a prefeito.

4. Com o depósito demonstrado, Romário teria que submeter sua elegibilidade ao TRE e ao TSE com todo o desgaste relativo. Com a mudança na legislação em 2012, depósitos não declarados no exterior passam a ser enquadrados criminalmente, além das questões tradicionais de sonegação. E ainda com o risco de, uma vez vitorioso, mudar de instância judicial, perdendo a imunidade que tem como senador para se defender ou arrastar sua investigação nos seis anos que restariam para seu mandato.

5. Com isso, o quadro de candidatos a prefeito muda. Muda sem o nome de Romário, o mais popular nas pesquisas. Muda com o PMDB sem o tempo de TV do PT, um handicap que o PMDB preza tanto.

6. Assim abre-se um vetor no voto popular, estimulando a candidatura do senador Crivella. A Rede, que conta aprovar o partido agora em agosto, terá que ter um candidato a prefeito, pois o Rio é a praça onde Marina detém a maior popularidade.

7. O PT terá que apresentar candidato na medida em que nem a Rede nem o PSOL aceitarão estar com ele. E -claro- o nome colocado do deputado Freixo do PSOL. O PSDB, para ter visibilidade, não poderá se coligar e terá que encontrar um nome como candidato próprio. Muito dificilmente a Rede aceitaria coligar com o PSDB, afinal 2018 está aí mesmo.

8. Sendo assim, novas pesquisas precisam ser feitas para ajustar as anteriores recentemente divulgadas e se redesenhar o Grid de largada.

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MUITO TEMPO CONECTADO: POUCO TEMPO PARA DIGERIR NOSSAS EXPERIÊNCIAS!

(Sérgio Dávila – Folha de SP, 26) 1. Segundo estudo recente da consultoria americana A.T. Kearney, o Brasil é o país com maior porcentagem de pessoas na faixa mais alta de permanência on-line: 51%, ante 37% do segundo colocado, a Nigéria, e 25% dos americanos. Somos um povo conectado/ disponível/ on-line.

2. Isso tem implicações. Uma delas o canadense Michael Harris chama de “o fim da ausência”, no poético título de livro recém-lançado nos EUA (“The End of Absence”, Penguin). Estamos o tempo todo não só acessíveis virtualmente como compartilhando tudo o que vivemos. Isso faz com que tenhamos pouco tempo para digerir nossas experiências –para viver.

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MEDALHAS DE OURO NOS 3 ÚLTIMOS JOGOS PAN-AMERICANOS!

Estados Unidos: 2007: 97 / 2011: 92 / 2015: 103.
Canadá : 2007: 39 / 2011: 30 / 2015: 78.
Brasil: 2007: 56 / 2011: 48 / 2015: 41.
Cuba: 2007: 60 / 2011: 58 / 2015: 36.

24 de julho de 2015

UM AMPLO PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO SOCIAL À CRISE!

1. A provável extensão temporal da crise brasileira levanta a necessidade de um amplo e diversificado programa de compensações sociais. Essa seria a mais importante e prioritária agenda positiva que presidenta, governadores e prefeitos deveriam adotar, em conjunto ou isoladamente.

2. O maior complicador para essa decisão é o componente fiscal da crise, que reduz receitas e exige contenção de despesas, fechando o caminho keynesiano. Por isto mesmo há a necessidade de imaginação e programas pulverizados de baixo custo unitário.

3. Programas de reciclagem de sobras em centros de venda de alimentos, redução de preços de transportes em horários de baixo uso, alongamento a juros menores da inadimplência de certos segmentos sociais, emprego mínimo localizado, aumento de vagas em serviços públicos, como nas escolas, uso de recursos digitais para compras coletivas, sites de preços comparados, reduções de tarifas públicas segmentadas sem impacto fiscal, etc.

4. Os governos abririam espaço na internet para que os cidadãos e empresas dessem sugestões, gerando uma ampla participação nesse programa e ampliando o leque de possibilidades e alternativas.

5. Custos de produtos e materiais comprados pelos governos teriam site comparativo para que se pudesse reduzir custos e, assim, ampliar a capacidade de investir. Da mesma forma as obras públicas, com seus custos segmentados comparados permitiriam significativa redução das despesas e, assim, ampliação dos investimentos. Em ambos os casos produz-se um impacto sobre o emprego. Da mesma forma critérios e prazos de reajustes e uso ou não de taxa de custos fixos.

6. Os clássicos programas de obras públicas simples e de conservação, especialmente no interior, através de pagamentos por tarefas, usando mão de obra dos que moram próximos a elas, têm sido usados em outros países.

7. São apenas sugestões inicias. A experiência das pessoas e das empresas e o uso de um canal digital descentralizado permitiria construir um amplo programa de compensações sociais à crise.

8. As enormes “gorduras” que os fatos ligados à corrupção estão mostrando nas grandes empresas estatais e privadas, indicam que a probabilidade de ocorrerem da mesma maneira nas relações entre os governos e fornecedores privados, em operações de muito menor porte, abrem um grande leque de possibilidades e de valores economizados que melhor aplicados teriam um importante efeito multiplicador sobre o emprego e serviços, funcionando como compensação social à crise.

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A CONSAGRAÇÃO DO RIO-CIDADE!

(Site do Globo, 23)  1. RIO — Devolver à população o espaço urbano em condições otimizadas de uso, valorizando os principais eixos estruturadores do comércio nos bairros. Nessas duas orações, o arquiteto, urbanista e ex-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) Luiz Fernando Janot sintetiza o Rio Cidade, intervenção urbana prometida para 30 bairros do Rio de Janeiro na década de 90 pelo então prefeito Cesar Maia e pelo seu sucessor Luiz Paulo Conde (falecido na última terça), que, na Zona Sul, contemplou Botafogo, Catete, Copacabana, Ipanema, Leblon, Laranjeiras e Santa Teresa.

2. No início da década de 90, o Rio atravessava um momento de explosão da violência e se ressentia de episódios como as chacinas da Candelária e de Vigário Geral, além dos primeiros arrastões nas praias. Na questão urbana, lembra o premiado arquiteto Luiz Eduardo Índio da Costa, a cidade “estava num estado terminal, péssima, toda esburacada e tapada”. Farta, a sociedade civil começava a participar das decisões municipais cobrando e sugerindo ações ao poder público.

3. Foi nesse contexto que, ao assumir o cargo de prefeito, em 1993, Cesar Maia, que tinha o arquiteto Luiz Paulo Conde como secretário de Urbanismo, decidiu implantar o Rio Cidade, para fazer intervenções e revitalizar os bairros do Rio. Janot lembra que os trabalhos começaram com a divulgação de um concurso público para a escolha de 12 projetos para contemplar 12 bairros. Cada escritório de arquitetura, urbanismo e paisagismo podia fazer uma proposta conceitual para um, dois ou todos os bairros, já que a aprovação não garantia necessariamente a execução dos trabalhos. Foram entregues aproximadamente 40 propostas.

4. Era pré-requisito que os projetos valorizassem os principais eixos estruturadores do comércio nos bairros, que promovessem melhorias viárias, no calçamento, tivessem arborização adequada e também finalização visual, como nomes de ruas, placas, sinais de trânsito, além de saneamento e instalação subterrânea de canos e fios.

5. Matéria completa.

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ENTENDA POR QUE A CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA AINDA VAI DURAR PELO MENOS 3 ANOS!

(Alexandre Schartsman – Folha de SP, 22) 1. Para entender o motivo imagine um país cujo PIB seja $ 100 e cujo governo deva $ 65. Suponha também que a taxa de juros (deduzida a inflação) seja 5% ao ano e que o país cresça, em média, 2% anuais. Dados os juros, a dívida cresceria de $ 65 para $ 68,3 entre o primeiro e o segundo ano, enquanto o PIB aumentaria de $ 100 para $ 102. Neste caso, a relação entre a dívida e o PIB se elevaria de 65% para 66,9% (68,3÷102).

2. Para manter a relação em 65% do PIB, dado que o PIB agora é $ 102, a dívida não poderia passar de $ 66,3 (65%×102). Ou seja, o governo precisaria economizar $ 2 (a diferença entre $ 68,3 e $ 66,3) para estabilizar a relação dívida-PIB, mesmo pagando $ 3,3 de juros naquele ano. O aparente milagre se deve ao crescimento do PIB, que “come” um pedaço da dívida (2%×65 = $1,3).

3. Como regra, portanto, o superávit primário do governo deve cobrir a diferença entre a taxa real de juros (5%) e o crescimento do PIB (2%), isto é $ 2 (3%×65%), de modo a estabilizar a dívida relativamente ao PIB.  Nossa dívida pública deve, ao final deste ano, atingir cerca de 65% do PIB. Já a taxa média de juros esperada para 2016, deduzida a inflação prevista, é da ordem de 7,5%, enquanto o crescimento projetado do PIB deve ficar em 0,3%, também segundo a média dos analistas pesquisados pelo Banco Central.

4. Sob estas circunstâncias, a aplicação da fórmula acima sugere que o governo precisaria gerar um superávit primário na casa de 4,7% do PIB para estabilizar a dívida no ano que vem. Apenas em um caso bem mais favorável, enfrentando taxa real de juros de 5% e crescimento de 2%, é que o governo poderia, como no exemplo fictício acima, se contentar com um superávit primário na casa de 2% do PIB.

5. Obviamente, mais à frente, a taxa real de juros deve cair, assim como o crescimento do PIB se acelerar. A média dos analistas sugere que a diferença entre a taxa real de juros e o crescimento do PIB se reduziria para algo em torno de 4,5% em 2017 e 3,2% em 2018. Neste caso, partindo de uma relação dívida-PIB algo inferior a 70% no começo de 2017, o superávit primário deveria atingir pouco mais de 3% do PIB naquele ano.

6. Decorrem disto ao menos três conclusões. A primeira, já adiantada, é que o esforço fiscal não se encerrará em 2015, nem mesmo em 2016, mas deve se prolongar até 2018. Como corolário desta análise, quanto mais demorarmos, tanto maior será o esforço à frente, pois a dívida crescerá adicionalmente.

23 de julho de 2015

OS PROCESSOS DE DEMOCRATIZAÇÃO EM CUBA E NA VENEZUELA!

1. As ditaduras têm dinâmicas distintas no processo de democratização. Algumas de dentro para dentro, como, por exemplo, nos anos 80 no Sul da Europa e na América Latina. Outras de fora para dentro, como, por exemplo, na segunda guerra mundial. Há casos mistos, como, por exemplo, a desintegração do sistema soviético.

2. Há situações em que a democratização se dá de dentro para dentro, mas de dentro -e entre- as próprias forças dominantes que governam.

3. Os casos de Cuba e Venezuela têm levado a construção de movimentos e partidos que lutam por suas democratizações. No caso de Cuba, organizados fora de seu território. Na Venezuela, dentro. Imaginam que esses regimes poderão desintegrar pela força dos grupos democratizadores internos – entro (Venezuela) e fora (Cuba) dos países- e pressão internacional. Ilusão!

4. Análises, estudos e pesquisas nesses países mostram que, no caso de ambos, o processo de democratização tenderá a ocorrer de dentro para dentro, mas de dentro das próprias forças dominantes que governam. Mas há nuances.

5. Nada ocorrerá em Cuba até o falecimento de Fidel Castro, que terá um velório de vários dias, com a presença de chefes de estado e governo de todo mundo, intelectuais, artistas, lideranças sociais…, e, depois, pelo menos seis meses de decantação. A democratização virá com grau decrescente de autoritarismo por vários anos, ajustando-se a um modelo econômico chinês (pela proximidade com os EUA) e político que tenderá a lembrar o desenho que o Marechal Tito deu à Iugoslávia no pós-guerra.

6. A condução será de lideranças internas que oferecerem maior taxa se confiabilidade e menor excitação pelos prazos ao partido comunista cubano e a base social do regime. Ou seja, uma transição sem traumas.

7. O caso da Venezuela virá com traumas, mas de dentro do próprio regime. A importância eleitoral dos partidos de oposição -e os acertos ou erros táticos- reduzirão ou ampliarão os traumas e os prazos. O poder na Venezuela é compartilhado por uns 5 grupos que a presença e o carisma de Chávez davam uma estabilidade relativa.

8. O anúncio de sua morte teve que ser prorrogado por semanas para que esses grupos pudessem definir os espaços de partilhamento. O caos econômico agrava os riscos de uma transição traumática em que os grupos dominantes percam poder.

9. Nesse sentido, prevalecerá o grupo que tenha -naturalmente- mais pontes de diálogo externo e com lideranças políticas -internas- moderadas e pacientes. Provavelmente a transição será conduzida pelos militares profissionais sem suspeitas de vínculos com narcos, com as FARC e sem dependência a Cuba.

10. Esses militares profissionais, naturalmente, ascenderão pelos riscos de desintegração com perda total de poder do consórcio chavista. Cabe às forças moderadas de oposição identificar esses militares e estabelecer com a discrição necessária, os contatos, sem ansiedade pelo exercício do poder.

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SUÍÇA ENTRA NO LAVA JATO!

(Drive – Fernando Rodrigues, 22) 1. Suíça entra na Lava Jato. Pânico entre políticos. O Ministério Público da Suíça já bloqueou centenas de milhões de dólares relacionados a investigações sobre a Petrobras. Cerca de 1.000 operações bancárias estão em análise em 30 instituições financeiras.

2. Operadores da Lava Jato que receberam ou enviaram dinheiro a políticos passando pela Suíça estão sendo devassados. Não há como se esconder atrás de empresas offshores. O políticos citados nesse caso estão encrencados. Há um clima de pânico em Brasília. Não há como evitar a coleta de provas –quando for o caso.

22 de julho de 2015

PESQUISA MDA/CNT 12-16/07: COMO ESTÃO PENSANDO OS BRASILEIROS NESTE MOMENTO DE CRISE!

1. Só 7,7% acham o governo Dilma ótimo+bom. 70,9% acham ruim+péssimo. Esse é o pior resultado de um presidente do Brasil em pesquisas / 79,9% desaprovam a presidente Dilma.

2. Governadores: 25,3% os acham ótimo+bom e 27,3% ruim+péssimo / Prefeitos: 29,2% os acham ótimo+bom e 37,8% ruim+péssimo. Crise afetou a todos os que governam.

3. 55.1% acham que o emprego vai diminuir e 15% que vai aumentar / Renda: 33,7% que vai diminuir e 13,8% que vai aumentar / Saúde: Vai piorar 47,5% e 13,6% vai melhorar / Educação 41% vai piorar e 15,1% vai melhorar / Segurança 46,2% vai piorar e 12,9% vai melhorar.

4. Num segundo turno Lula teria 28,5% e Aécio 49,6% / Lula 32,3% e Alckmin 33,9% / Lula 31,8% e Serra 40,3%. Ou seja, Lula só teria apoio de menos de 1/3 dos eleitores.

5. Como governaria Aécio em relação a Dilma: Melhor 44,8%, Igual+Pior 47,4%. Resposta surpreendente.

6. 21,7% nunca ouviram falar na operação Lava Jato. 78,3% sim. As respostas em seguida se referem a estes 78,3% / Dilma é culpada 69,3%, não 23,7% / Lula culpado 65%, não 27,2%.  Opinião Pública condena Lula igualmente / Culpados; Governo 40,4%, Partidos 34,4%, Empresas 17,7%. Opinião pública foca nos políticos a responsabilidade. / Para 67,1% não serão punidos, para 30% sim.  /

7. Para 86,8% corrupção na Petrobras prejudica o pais / Para 52,5% governo federal não será capaz de combater corrupção na Petrobras. 37% em parte. Sim só 8%. / As prisões foram exageradas? Não 90,2%. Sim 7,4%. / Só 37,3% sabem o que é Delação Premiada. / Corrupção é o principal problema do pais para 37,4%.

8. 62,8% são a favor do impeachment/afastamento de Dilma. 32,1% contra / Razões para impeachment: Prestação de contas de Dilma 26,8%, Petrobras 25%, Contas de Campanha 14,2%.  Todas as 3: 44,6%.

9. 50% tem medo de ficar desempregado e 43,7% não tem / 69,9% conhecem alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses. / 40,8% aceitariam redução de salário para não perder o emprego / Essa crise ainda vai durar 1 ano 6,8%, 2 anos 25,5%, Mais de 3 anos 61,7%.

10. Principal crise é a econômica 60,4%, é a política 36,2% / Custo de vida vai aumentar muito 31,6%, Vai aumentar 44,3%. Ficar igual 18,7%. Diminuir 4% / Tem prestações em atraso? Sim 28,2%. Não 71,1%. / Onde estão seus atrasos? Cartão de crédito 42,1%, Crediário em Lojas 24,2%. Luz 23,7%. Água 15,4%. Telefone 11%. Carro 8,7%. Aluguel 7,3%. Casa Própria 3%, Plano de Saúde 1,8%. Mensalidade escolar 1,2%.

11. Maioridade penal. 70% em qualquer caso. 18% em casos graves. 10,2% Em nenhum caso.  / isso vai reduzir a violência? Muito 37,4%, Parcialmente 40,2% / Não 20,6%.

12. Não Confia: Partidos Políticos 73,4%. Governo 56,2%. Congresso 51,6%. Justiça 24,8%. Polícia 23,5%. Imprensa 21,2%. Igrejas 11,7%.

* * *

PESQUISAS ELEITORAIS-PRESIDENCIAIS 2015 NA ARGENTINA!

(Clarín, 21)  1. Polldata 1.750 entrevistas domiciliares. 1) Macri 26,4% /  2) Massa 24,2% / 3) Scioli 23,1% / 4) Stolbizer 5,1% / 5) Altamira 3,3% / outro candidato 6,7% / Não sabe11,2%.

2. Management & Fit 2.400 entrevistas domiciliares e telefônicas. A ) 1) Scioli 29,5% / 2) Macri 28,8% / 3) Massa 14,6% /  4) Stolbizer 4% / 5) Altamira 3% ////// B)  1) Scioli 29,3% / 2) Macri 28,1% / 3) Massa 14,3% / 4) Cobos 6,2% / 5) Altamira 3,4%

3. Giacobbe & Asociados 1.500 entrevistas domiciliares. 1) Macri 31,2% / 2) Scioli 19% /  3) Massa 15,4% / 4) Binner 4,5% / 5) Altamira 3% / outros 10,4% / Não Sabe 14,5%.

4. Poliarquía 1.272 entrevistas domiciliares e telefônicas. 1) Scioli 31% / 2) Macri 25% / 3) Massa 21% / 4) Cobos 7% / 5) Altamira 3% / Brancos e Nulos 3% / Não vai votar 1% / Indeciso 10%.

21 de julho de 2015

O CUSTO MÉDIO DO VOTO PARA DEPUTADO FEDERAL EM 2014!

1. Entre os estudos que subsidiaram a lei infraconstitucional aprovada recentemente pela Câmara de Deputados, destacou-se o amplo e profundo estudo do politólogo da Universidade de Pernambuco Raphael Callou sobre o custo médio do voto para deputado federal, estado a estado e para o pais referente as eleições de 2014.

2. Leituras e análises com focos distintos podem tirar conclusões diversas.

3. Para este Ex-Blog, a principal é que o custo médio por voto dos deputados federais eleitos é semelhante ao custo médio por voto do conjunto dos candidatos a deputado federal de cada estado. Ou seja, o custo médio por voto dos que tiveram maior votação não é diferente dos que tiveram menor votação.

4. A diferença, portanto, estará no volume de recursos gastos por uns e por outros. Ou, de outra forma, muda a produtividade do gasto para se eleger um deputado federal pelo volume gasto e não pelo custo do voto.

5. Este Ex-Blog, deixa com cada um de vocês sua própria análise e destaca aqui apenas as 2 últimas colunas da tabela. No item seguinte estarão estado a estado-lado a lado o custo médio do voto por deputado-federal eleito ao lado do custo médio do voto para o total dos candidatos. R$- BRASIL 12,68 x 13,15.

6. AC 18,62 x 22,75 / AL 13.24 x 13,53 / AM 15,78 x 14,71 / AP 24,17 x 22,99 / BA 13,18 x 12,01 / CE 7,43 x 8,71 / DF 10,27 x 14,37 / ES 11,06 x 11,31 / GO 21,57 x 22,77 / MA 6,15 x 7,46 / MG 17,41 x 17,10 / MS 25,12 x 24,87 / MT 20,85 x 19,28 / PA 4,64 x 5,51 / PB 8,16 x 7,67 / PE 10,73 x 12,28 / PI 16,09 x 15,40 / PR 13,40 x 13,20 / RJ 17,14 x 15,50 / RN 9,83 x 9,82 / RO 20,79 x 22,93 / RR 43,48 x 37,04 / RS 10,68 x 10,01 / SC 8,59 x 10,16 / SE 6,48 x 7,86 / SP 10,53 x 12,28 / TO 20,48 x 22,20.

7. Dos Estados de maior população, o custo médio do voto para se eleger, Minas Gerais é o de valor maior, seguido pelo Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul e S.Paulo, conforme os dados acima.

8. Conheça a tabela completa.

* * *

A PAUTA DA PRIMEIRA SEMANA DE AGOSTO NO RETORNO DA CÂMARA!

(Painel – Folha de SP, 20) Apesar do ajuste no tom de seus ataques ao governo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai pautar para o primeiro dia de votações após o recesso, em 4 de agosto, o projeto que dobra a correção do FGTS. Antes do rompimento de Cunha com o Planalto, Dilma Rousseff havia pedido pessoalmente o adiamento da tramitação do texto. Na mesma sessão, Cunha pretende votar cinco contas de ex-presidentes para abrir caminho para a apreciação do balanço apresentado por Dilma em 2014.

20 de julho de 2015

CRISE BRASILEIRA VIRA ENCILHAMENTO GERAL!

1. O que se via até a semana passada era uma parálise do executivo, sua ausência no parlamento, um ativismo do judiciário pelo vácuo político, e a ocupação de espaços políticos pela Câmara e pelo Senado.  

2. O executivo desistiu de agir no parlamento e entregou a tarefa ao vice-presidente e presidente do PMDB. Duas semanas depois, o PT reclamava do trabalho de Temer. O novo ministro da fazenda tomou iniciativas no Congresso, conversando com senadores e deputados.        

3. Com a legitimação pela imprensa, Levy cresceu e as duas casas absorveram suas demandas iniciais. Mas -como dizia Jânio- a intimidade ou traz filhos ou aborrecimentos. E como não podia deixar de ser, vieram os aborrecimentos entre Levy e o Congresso.

4. O dinamismo do presidente da Câmara e sua surpreendente capacidade de gerenciar o plenário, gerando enorme maioria, construiu votações e vitórias sequenciais sobre temas da reforma política em nível constitucional e regulamentação das eleições em nível ordinário.

5. As acusações sobre Cunha foram respondidas num tom muito mais alto ainda que as respostas e afirmações de Renan. As respostas de Renan não tinham afetado a unidade de sua base no Senado. Mas as de Cunha afetaram sua base de deputados. Ainda não se sabe em que proporção. Mas qualquer que seja ela, afeta a maioria constitucional que havia construído. E, assim, compromete votações em segundo turno que ainda restam.  

6. Se o Senado ainda não está encilhado internamente, suas decisões precisam da segunda volta na Câmara, o que as compromete. Por outro lado, se Cunha pode ter perdido a maioria constitucional, não perdeu a maioria parlamentar. Até porque as nuvens de delações premiadas, já feitas ou por fazer, criam insegurança entre muitos parlamentares que precisam de alguém que tenha coragem, capacidade e liderança para enfrentá-las.

7. O judiciário, tendo em vista o encilhamento, intra e inter executivo e legislativo, tende a aprofundar as investigações e provas documentais de forma a mostrar sua isenção e impessoalidade. Isso estende o prazo das conclusões definitivas dos julgamentos e da remissão ao STF dos processos -bem- instruídos sobre parlamentares.

8. Nesse sentido, o fogo cruzado entre os poderes e dentro dos poderes continuará. A única certeza é que construiu-se um impasse geral, um encilhamento entre e dentro dos três poderes. Quem esperava soluções de poder em médio prazo terá que ter um pouco mais de paciência. Pense a figura de três rifles encilhados. Se se retira um, os outros dois caem. Ou se retiram os três ao mesmo tempo, ou não se retira nenhum.

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“NOVA ESQUERDA” AVANÇA PARA AS ELEIÇÕES GERAIS DESTE FINAL DE ANO, PULVERIZANDO A POLÍTICA ESPANHOLA!

PP e PSOE que juntos costumavam deter entre 70% e 80% dos votos, despencaram para o patamar de 52%.

(Folha de SP, 19) 1. No poder há cinco semanas, as prefeitas de Madri, Manuela Carmena, e de Barcelona, Ada Colau, estão provocando um terremoto político que altera o panorama de candidaturas de esquerda para as eleições parlamentares, previstas para novembro.  As coalizões que elegeram as duas –Agora Madri e Barcelona em Comum– uniram-se na frente Agora em Comum para a disputa que definirá se a Espanha continuará ou não a ser governada pelo premiê conservador Mariano Rajoy (PP).

2. A aliança, impulsionada pelo sucesso no pleito regional de maio, deixa de fora por enquanto o Podemos, maior força eleitoral de esquerda na Espanha de hoje, mas inclui a antiga Esquerda Unida, que vinha encolhendo.  Eleitas por frentes alternativas herdeiras do movimento dos indignados, o 15-M (fundado em 15 de maio de 2011, no auge da crise econômica), elas estão entre as caras mais visíveis da renovação da política espanhola.

3. Nos seus primeiros atos de governo voltaram suas prioridades para as pessoas mais afetadas pela recessão que atingiu a Espanha com a crise global de 2008. Tanto Carmena, 71, juíza aposentada, como Colau, 41, ativista social contra o despejo de quem não consegue mais pagar a hipoteca, escolheram esse grupo de vítimas da crise como foco inicial na gestão das duas maiores cidades espanholas.

4. O Podemos, partido surgido em 2014 e grande impulsionador desse novo estilo político, fez parte das coligações de Colau e Carmena, mas preferiu preservar sua marca para as eleições gerais.  Agora pode ficar fora da frente esquerdista. Seu líder, o eurodeputado Pablo Iglesias, considera “impossível” vencer a eleição se o partido ficar confinado à esquerda.

5. O surgimento do Podemos e de outras frentes, combinado com a expansão do Cidadãos, partido de centro-direita nascido na Catalunha em 2006 que obteve 6,5% dos votos nas últimas eleições, colocou em xeque a hegemonia das duas legendas tradicionais, PP e PSOE (centro-esquerda), que se alternam no comando da Espanha desde a redemocratização, em 1975.

17 de julho de 2015

PESQUISA MITOFSKY 2015:  APROVAÇÃO DOS PRESIDENTES EM TODO O MUNDO!

AMÉRICA LATINA:

a) Os mais bem aprovados:  Danilo Médina (R. Dominicana) 89% / Evo Morales (Bolívia) 75% / Varela (Panamá) 63% / Corrêa (Equador) 61% / Ortega (Nicarágua) 57%.

b) Os pior aprovados: Maduro (Venezuela) 26% / Cortes (Paraguai) 25% / Solis (Costa Rica) 20% / Humala (Peru) 17% / Dilma (Brasil) 10%.

EUROPA, ÁSIA, AUSTRÁLIA:

a) Os mais bem Orovados: Putin (Rússia) 89% / Grybauskaite (Lituânia) 67% / Merkel (Alemanha) 66% / Aquino (Filipinas) 54% / Cameron (Reino Unido) 49% / Tsipras (Grécia) 45%).

b) Os pior aprovados: Abbott (Austrália) 34% / Rajoy (Espanha) 25%/ Hollande (França) 19%.

Conheça o relatório completo com todas as tabelas (19 páginas).

* * *

MANIFESTAÇÕES POPULARES NO EQUADOR!

1. O Equador vive um estado de permanente e acentuada polarização.  As recentes mobilizações populares contra o Presidente Rafael Correa vêm durando pouco mais de um mês. Dentre as causas mais próximas dessa agitação social estão as tentativas governamentais de gravar as heranças e de aplicar a mais valia sobre os bens imóveis – esta lei contempla o pagamento sobre os lucros por revalorizações ligadas a especulações ou a projetos de investimento público.

2. Ainda que o Chefe de Estado haja retirado temporariamente as propostas de lei nesses sentidos, o mal estar da cidadania permaneceu nas ruas, impulsionado por outros fatores. Segundo levantamento em junho da empresa de sondagens de opinião Cedatos, 45% da população desaprovam a gestão de Correa, inclusive por certas demandas ignoradas. Dentre estas estão as leis de Justiça Trabalhista e de Águas. São também contrárias à população certas propostas de emendas constitucionais, como as que incluem a reeleição presidencial indefinida, o livre acesso às universidades e a criminalização dos protestos populares.

3. O discurso do atual governo é no sentido de que haja paz social. Sua mensagem aos opositores, que pediam em redes sociais vaiar o presidente, é que isso deixa mal a imagem do país – “Si buscanhacerle daño al presidente, le harán daño a lapatria”, disse Correa ao começo deste mês, às vésperas da visita a Quito do Papa Francisco.  O espírito autoritário de Correa está no substrato das manifestações populares dos últimos dias, que não aceitam a gestão ditatorial e permanente do atual chefe de estado.

4. Por outro lado, as políticas econômicas de Correa nos últimos anos levantaram um clima de dúvidas e de tensões, concorrendo para reforçar a oposição a ele. Por exemplo, a denúncia de 13 acordos bilaterais de investimentos, inclusive com os EUA, geraram incertezas e desestímulos ao investimento privado. A China se tornou o principal financiador do Equador desde que o país entrou em default em 2008 – US$ 9,9 bilhões para o financiamento de projetos petrolíferos, projetos de financiamento e projetos de apoio orçamentário em dezembro de 2013.

5. Os investimentos estrangeiros no Equador caíram para os mais baixos níveis da região como resultado da instabilidade e da fraqueza das leis. Em 2014, a produção de petróleo registrou um pequeno aumento, mas os respectivos preços se situaram nos níveis mais baixos dos últimos anos. Assim, a balança comercial registrou um déficit de US$ 1,1 bilhão. O Equador descriminalizou as violações do direito de propriedade em fevereiro de 2014. Em março de 2014, impôs tarifas adicionais de 5% e 45% sobre 32% das importações por 15 meses. Não são obviamente medidas populares.

6. O Equador tem uma substancial dependência do petróleo, que representou mais da metade das exportações e 25% da arrecadação fiscal do setor público nos últimos anos. Sua produção e sua exportação foram estimadas em 2013 em, respectivamente, 527.204  e 413,000 barris/dia.  Mas o petróleo é um produto com preços com tendência cadente no mercado mundial. Não é outro fator que concorra para fortalecer Correa.

7. Quito e Guayaquil foram em 25 de junho passado os mais importantes centros de manifestações populares contra Correa, lideradas por sindicatos, indígenas e organizações políticas que se mobilizaram aos gritos aos gritos de “Fora Correa, Fora!”. Foram elas incentivadas por seus prefeitos oposicionistas, respectivamente Maurício Rodas e Jaime Neobot. Ambos criticaram duramente as leis que procuraram aumentar os impostos sobre heranças e mais valia, bem como exigiam a saída de Correa do poder. Já Correa acusou os opositores de impulsionarem tentativa desestabilização e defendeu suas políticas, orientadas a seu ver para lograr o bem estar social e a justiça social da maioria da população.

* * *

PROBLEMAS NA MÍDIA!

(Radar on-line – Lauro Jardim – VEJA, 16) 1.  Nuno Vasconcellos, dono do Ongoing, e Evanise dos Santos, diretora de marketing do grupo, foram ao Palácio do Planalto anteontem para tentar convencer Edinho Silva a ajudar.

2.  Vasconcellos antecipou a Edinho que fecharia o Brasil Econômico amanhã e outras más notícias que se tornarão realidade em breve no grupo, se algum auxílio não for dado. O Ongoing é dono também de dois jornais populares no Rio de Janeiro (O Dia e Meia Hora) e do portal iG.

16 de julho de 2015

INTERNACIONAL DEMOCRATA DE CENTRO (IDC): DESTAQUES NOS DEBATES REALIZADOS ENTRE 9 e 10 DE JULHO NA CIDADE DO MÉXICO!

Relatório de Cesar Maia, do Democratas do Brasil, que foi reeleito um dos vice-presidentes.

1. Cresce o número de países que só existem no mapa: Líbia, Iraque, Síria, Somália…

2. Avança a antipolítica na Europa e na América Latina.

3. Nossos partidos devem aprender a contar o que fizeram e se acercar às pessoas.

4. Há 25 anos achávamos que a paz era permanente. Hoje há 55 milhões de refugiados. O que atrai de fato as inversões é a existência efetiva de um Estado de Direito.

5. Há que consolidar a democracia e desenvolver a capacidade institucional na África. Formação de jovens e mulheres para a política.

6. Hoje não se trata de uma época de mudanças, mas mudança de época. Sensação de perda de controle. Hoje se aplica o que Bretch dizia: “O velho não acaba de morrer e o novo não acaba de nascer” = crise. Perda de apoios da população afeta capacidade de gestão. Desigualdade é principalmente acesso desigual a educação, saúde, segurança…

7. Venezuela: judiciário atua através de medidas cautelares, sem prazo e que nas mãos de juízes do sistema não avançam e mantêm presos. Há uma verdadeira rede populista hispânica. 1,3 milhão de venezuelanos emigraram.

8. Oriente Médio. Terror é geral e joga futuro do mundo. 2 causas: a) cultura da morte e da violência; b) regimes autoritários prevalecendo e avançando fundamentalismos. A cultura da morte e da violência se difunde pela mídia e pela internet. A educação tem que focalizar uma contracultura desta. Já é um problema da sociedade e não só das pessoas. A intolerância contamina todo o Oriente Médio. Educação, bom governo e desenvolvimento. Não há noção de que seja liberdade.

9. “Fim da história” de Fukuyama se mostrou falacioso 25 anos depois. Hoje a política é a grande prioridade. Populismos e Terrorismos avançam.

10. A reação e a percepção no caso da Grécia devem afetar as eleições desse ano na Espanha e Portugal contra os partidos que governam. Tsipras e Iglesias (Podemos) apoiaram a prisão do prefeito de Caracas.

11. Levar observadores às eleições venezuelanas de dezembro.

12. Expandir IDC na Ásia. Democracia não pode entrar em recessão como está se vendo no mundo. Os Índices de Democratização da Ásia tem avançado. Na Ásia do Pacífico é o melhor dos últimos 5 anos. Maior crescimento das classes médias dos últimos 10 anos. Isso tem trazido maior bem estar. Para jovens serem atraídos para a política há que se ter boa governança, equidade social, oportunidades e logros. Por que alguns povos avançam mais? Instituições incluentes x excludentes. Os políticos que se esquecem da história perdem o sentido da responsabilidade. Hoje há muita insegurança e muita incerteza.

13. Dois temas para a IDC: fanatismo religioso e populismo. Jovens são objetivo fundamental porque hoje se afastam e estão abandonando a política. Há um excesso de fiscalização dos políticos. Criar escolas de lideranças na IDC e compartilhar experiências dos líderes. Outros temas relevantes: Corrupção, Narcotráfico… Reino Unido e Espanha têm o maior consumo de drogas per capita do mundo. Amazônia fornece 60% do oxigênio do mundo. Produção de drogas atinge o meio ambiente.

14. Há que manter os nossos princípios e nossos valores humanistas.

15. Partido Conservador da Colômbia oferece mil becas de formação de jovens.

16. Tripé para avanço político: Identidade, Formação de Quadros e Comunicação. Estimular redes sociais de temas. Políticas de ação.

17. Estudar e entender a lógica das redes sociais.

18. Após acordo com a Grécia, todos os 19 parlamentos têm que aprovar, um a um. No dia do referendo numa entrevista à BBC uma jovem disse: Votei não. Eu sei que vou ficar mais pobre. Mas votei na minha liberdade.

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PESQUISA NA GRÉCIA: 72% ACHAM QUE O ACORDO ERA NECESSÁRIO!

1. Num dia de greve dos funcionários públicos e de manifestações, incluindo com violência, junto ao parlamento grego, em protesto contra as medidas de austeridade acordadas para um novo resgate financeiro que são votadas esta quarta-feira, uma sondagem indica que 72% dos inquiridos consideram que o acordo com os credores era necessário porque não havia alternativas.

2. A sondagem, efetuada pela Kappa Research para o diário “To Vima” (“A Tribuna”, jornal de centro-esquerda), revela ainda que 51,1% encaram mesmo o acordo como “positivo”.

3. Ao serem questionados sobre a responsabilidade pelas novas medidas de austeridade que em princípio vão ser aplicadas, 48,7% referiram que os parceiros europeus não demonstraram compreensão pelos problemas da Grécia, enquanto 44,4% consideram que o Governo grego cometeu erros e perdeu muito tempo.

15 de julho de 2015

QUE DESDOBRAMENTO POLÍTICO-INSTITUCIONAL DA CRISE? SUPERAR O PRESIDENCIALISMO DE CLIENTELA!

1. Numa Câmara de Deputados onde o partido majoritário hoje não tem 15% das cadeiras e que há muitos anos não tem 20%, estabeleceu-se espontaneamente o que politólogos chamaram de Presidencialismo de Coalizão.

2. Aliás, uma expressão exagerada, pois coalizão mesmo, desde a democratização, nunca existiu. O que existe é a formação de maiorias movidas pelo clientelismo e, assim mesmo, que só funcionam dentro de ciclos econômicos favoráveis.

3. A crise atual mostra com toda a clareza que esse presidencialismo de coalizão chegou ao seu limite. Não será mais com um novo ciclo positivo que um novo momento do presidencialismo de coalizão voltará. Aliás, Presidencialismo de Clientela.

4. A saída dessa crise múltipla (política-econômica-moral-social) não ocorrerá, nem em médio prazo, se esse modelo pragmático tentar se sustentar. Por essa ou aquela alternativa, o único caminho para encurtar essa crise, ou seja, às sequelas sociais e econômicas, será um período de transição através de um governo de unidade nacional.

5. Os espaços políticos possíveis na Câmara de Deputados, com o seu perfil de hoje e dos últimos anos, só poderia ser levado aos limites da reforma política recém-votados. No entanto, um governo de coalizão nacional, com o peso da responsabilidade do encurtamento da crise múltipla, terá que construir uma nova estrutura institucional executivo-legislativo.

6. Com o sistema atual ainda se conviverá com um parlamento pulverizado. Como corrigi-lo, uma vez cumprido seu papel, num governo de unidade nacional?

7. Um caminho é o sistema alemão de ministérios com responsabilidades definidas em lei e, neste escopo, com autonomia dos ministros em suas atribuições específicas. Outro é o sistema inglês, com ministros representando frações da maioria, com garantia de sustentação dessas frações em suas pastas.

8. Outro é um presidencialismo parlamentar com funções claras de estado para o presidente e de chefe de governo para o primeiro ministro ou o nome que tenha. Seria um presidencialismo francês atenuado, sem tarefas claras de governo ao presidente da república.

9. O governo de unidade nacional será inevitável. Assim, as lideranças do congresso, lideranças sociais e politólogos terão tempo para negociar e desenhar um sistema que se ajuste à realidade brasileira, superando o atual presidencialismo de clientela.

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TSIPRAS: INCRÍVEL!

Falando nesta terça-feira à noite numa entrevista concedida à televisão estatal grega, Alexis Tsipras manifestou que não se irá demitir, apesar de reconhecer não acreditar no acordo que assinou.

“Eu assumo a responsabilidade por todos os erros que possa ter cometido, eu assumo responsabilidade por um texto em que não acredito, mas eu assinei para evitar o desastre para o país, o colapso dos bancos” afirmou.

14 de julho de 2015

VOTAÇÕES DOS DEPUTADOS E FORMADORES DE OPINIÃO!

1. As eleições de 2014, ao resultarem em uma maioria de opinião francamente conservadora, atingiram a importância dos formadores de opinião – intelectuais, artistas, grandes esportistas, atores, colunistas, editorialistas, professores ilustres…

2. Nas várias votações sobre reforma política e sobre maioridade, isso ficou evidenciado. Em todas elas -ou quase- a imprensa abriu o debate entre especialistas de todos os segmentos, dando ampla divulgação ao que pensavam em cada caso.

3. Obrigatoriamente, todos os deputados leram, viram e ouviram as diversas opiniões e, portanto, foram alcançados por elas. Todos os formadores de opinião eram contra o Distritão. Parte a favor do voto em lista e parte a favor do voto distrital-misto. Esses obtiveram uns 20 votos e outro uns 90.

4. Mesmo o Distritão não tendo alcançado maioria constitucional, obteve uns 250 votos. E as críticas dos formadores de opinião foram generalizadas. No final ficou o que ninguém queria: o sistema atual de voto proporcional aberto.

5. Da mesma forma ocorreu com financiamento de campanhas eleitorais, onde formadores de opinião legislados até por ministros do STF mostraram seus pontos de vista. Igualmente a votação da existência de coligações. Não mudar foi a maioria.

6. A maioridade penal da mesmíssima forma, sendo que esta com muito maior intensidade dos formadores de opinião. No final, alguns deputados alegaram questões regimentais, ou seja, tecnicalidades. E nas duas votações, os votos a favor da redução da idade penal para 16 anos obtiveram 303 votos numa votação e 327 noutra, obtendo mais de 50% do número de deputados que votaram contra.

7. Nesse último caso a própria opinião pública contraria os formadores de opinião já que uns 90% dos eleitores estão a favor da redução da maioridade penal.

8. Em geral, o que se chama de formadores de opinião corresponde à opinião dos que se colocam à esquerda do espectro ideológico. Um levantamento voto a voto mostra que os formadores de opinião -neste último sentido- correspondem a 15% dos deputados.

9. Certamente a debacle do PT e suas periferias explica essa minimização da expressão parlamentar dos formadores de opinião.

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COMITÊ OLÍMPICO DÁ CALOTE DE CERCA DE R$ 50 MILHÕES NO FUNDO DE PENSÃO DOS SERVIDORES DA PREFEITURA DO RIO!

(Extra, Extra – Berenice Seara, 13) 1.  Calote olímpico à vista. Os imóveis onde estão abrigadas a Rio 2016 e a Empresa Olímpica Municipal pertencem ao Funprevi — o fundo de previdência dos servidores da Prefeitura do Rio. Eles foram alugados pela prefeitura, que nunca pagou um centavo ao senhorio. Em dezembro de 2014, a dívida já estava em quase R$ 48 milhões, segundo o Tribunal de Contas do Município (TCM). Depois, a Prefeitura do Rio não sabe explicar por que o Funprevi está na pindaíba.

2. Um desses terrenos, supostamente, abrigará, depois, a futura sede da Câmara de Vereadores. Em permuta com o Legislativo municipal, o fundo levou imóveis e dinheiro.
Mas o TCM revela que a previdência dos servidores registrou uma perda contábil, com a operação, de R$ 53 milhões. Parece que está todo mundo querendo levar um dinheirinho do Funprevi. Aliás, quando tomou posse, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) encontrou, no fundo, quase R$2 bilhões. Agora…

13 de julho de 2015

DILMA NÃO TEM CONSCIÊNCIA DOS GRAVES ERROS DE ANTES E DE AGORA!

1. Desde a eleição de 2014 que Dilma vem insistindo em legitimar-se por ter participado da guerrilha urbana contra o regime militar, ter sido presa e torturada. Sua foto presa, estilizada, foi a imagem da campanha: Dilma guerreira.

2. Sua coragem pessoal não está em jogo, mas, sim, sua atuação política, antes e depois. Hoje há um consenso -começando pelos que participaram da guerrilha urbana foquista e passando por intelectuais, politólogos e historiadores- que a luta armada urbana foi um enorme equívoco, tático e estratégico, um aventureirismo que só serviu à ditadura.

3. Hoje, ao meio de uma gigantesca crise política, econômica, social e moral, Dilma não tem um gesto de grandeza e humildade, e não reconhece os enormes erros cometidos por seu governo.

4. E mais grave: é quase unânime a avaliação que Dilma perdeu a capacidade de governar.  Até setores importantes do PT admitem isso. A discussão sobre a eventual descontinuidade do governo é aberta. E até se entende que reaja exaltada, embora muitos dentro do PT e do governo entendam que a tranquilidade, o silêncio e demonstrações administrativas que governa, seriam mais úteis a ela.

5. Dilma não reconhece -ou pior- não tem consciência dos graves erros cometidos. Como nos ensinam os livros: na administração, na política, e na cirurgia, um diagnóstico equivocado leva ao desastre.

6. Como sempre -e agora outra vez- Dilma faz analogias entre a situação atual, as delações premiadas previstas em lei e autorizadas pelo STF, com as delações por tortura na ditadura.

7. É grave a situação. Dilma não reconhece -e o pior- não tem consciência disso, os erros de seu governo. E mais grave, Dilma não reconhece -e o pior- não tem consciência disso, dos equívocos táticos e estratégicos da guerrilha urbana foquista e aventureira que participou. Pelo que diz e repete acha que era o caminho certo.

8. Esse paralelismo só leva a uma conclusão: Dilma perdeu a bússola, perdeu a condição pessoal de governar.

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O IMPRESSIONANTE IMPÉRIO CRIMINAL DE “EL CHAPO”!

(El Universal, 12) 1. A rede criminal que construiu  “El Chapo” Guzmán está integrada por 288 empresas e 230 operadores chaves em 10 países da América e na Espanha, segundo dados do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos.

2. Na noite desse sábado (11), a Comissão Nacional de segurança informou da fuga do “El Chapo” Guzmán do presídio de segurança máxima do Altiplano.  Desde 2007 até hoje, o Departamento do Tesouro dos EUA— identificou o império financeiro e as redes operativas que construiu Guzmán e seus sócios em 10 países americanos e na Espanha.

3. São 288 empresas utilizadas para a lavagem de dinheiro de seu empório de drogas, seja butique, Aerolineas, imobiliárias, mineradoras, postos de gasolina e até criações de animais, que servem a seus objetivos. Nessa rede criminal foram identificados 230 operadores-chave, entre os que estão familiares dos chefes, mas também operadores aliados. de seis cartéis estrangeiros.

4. (Ex-Blog) A mais completa biografia de “El Chapo” é do jornalista britânico Malcolm Beith: EL ÚLTIMO NARCO. CHAPO.

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LEI DO DEPUTADO RODRIGO MAIA, NA LINHA DO LAVA-JATO, É APROVADA!

(Jornal Nacional, 09) 1. Os deputados aprovaram o que já está sendo chamado na Câmara de emenda Lava Jato: empresas que estejam fazendo obras não poderão fazer doações para os candidatos da região onde a empresa tem negócios.

2. “Nosso objetivo efetivo é dar uma resposta em relação a tudo o que vem acontecendo no Brasil, em relação à Lava Jato. Então, vamos, vamos ser bem claros: a vedação tem esse objetivo, que a gente dê uma resposta, então aonde uma empresa de obras públicas tiver contrato naquela circunscrição, naquele município, estado, na União, ele não poderá participar com doações da campanha eleitoral”, disse o deputado Rodrigo Maia, do DEM-RJ, e relator.

3. Veja o vídeo.

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ACORDO DE PRINCÍPIO COM A GRÉCIA!

1. Ao fim de uma maratona de negociações, os líderes da zona euro alcançaram esta manhã um acordo de princípio sobre a Grécia, que abre a porta à continuação das negociações e que exclui a hipótese da saída do país da zona euro.

2. A cimeira da zona euro alcançou um acordo por unanimidade. “Está tudo pronto para um programa de ajuda para a Grécia por via do Mecanismo Europeu de Estabilidade, com importantes reformas e um apoio financeiro”, escreveu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na sua conta no Twitter.

3. Angela Merkel garantiu que o Bundestag aprovará o novo resgate grego, depois de o parlamento helênico aprovar todas as condições do programa. O acordo prevê um fundo com ativos gregos no montante de 50 bilhões de euros. Merkel garantiu que não haverá a necessidade de um plano alternativo para a Grécia.

4. Caberá ao Eurogrupo aprovar o financiamento ponte para a Grécia – que deverá rondar os 7 bilhões de euros – e que visa salvaguardar as necessidades imediatas do país.