REFORMA MINISTERIAL: (FALSO) SEGURO CONTRA O IMPEACHMENT! A “BABELIZAÇÃO” DA POLÍTICA!
1. A crise brasileira –econômica, política, social e moral- tem um caráter cumulativo: um novo fato negativo agrava os demais. A projeção de cenários para quando todos os nomes de políticos envolvidos estiverem denunciados é de um impasse parlamentar. Vai se sentir saudades da dinâmica parlamentar dos últimos meses. A cada medida econômica que o governo propõe sem pré-consulta e esta se mostra inviável –total ou parcialmente-, a percepção posterior da crise se torna maior que a anterior. CPMF é um dos exemplos. O dólar um indicador.
2. O tamanho da inorganicidade ministerial e parlamentar é de tal ordem que vários analistas, fazendo um exercício de laboratório, passaram a achar que o melhor seria Dilma assumir-se apartidariamente e pagar para ver, organizando um governo de quadros. Isso, ao tempo que produziria dissensos parlamentares, construiria consensos internos e externos e poderia reverter as expectativas. Seria um risco. Mas a paralise atual é a certeza que o fundo do poço continuará se ampliando.
3. A crise política tem duas dimensões. Por um lado a inorganicidade parlamentar e por outro a desintegração da autoridade política da presidente, numa situação de impopularidade sem precedentes. A consequência disso é não ter nem base parlamentar, nem unidade em seu partido e muito menos apoio junto aos sindicatos, associações e ONGs atreladas ao PT e financiadas pelo governo. Há uma “babelização” da política.
4. O clamor por corte de despesas levou a um foco prioritário: os 39 ministérios, que só não são 40 pelas piadas nas redes sobre Ali Babá. Mesmo que não produzisse redução significativa nas despesas, seria simbólico da disposição de Dilma em fazê-lo. Sendo assim, esse passou a ser o foco. E iniciou-se a discussão e os vazamentos.
5. Até se entendia que a presidente fizesse concessões em nome da governabilidade. Mas o que se está vendo não é isso. Dilma tem um só foco, na dita reforma ministerial, uma só preocupação, que nada tem a ver com o país nem com a crise econômica. O único foco de Dilma é construir uma base parlamentar contra seu impeachment, custe o que custar, faça as concessões que tiver que fazer. Seu passeio diário de bicicleta, inevitavelmente leva à lembrança das “pedaladas”.
6. A resultante desse quadro é mais um fato, impulsionando a cumulatividade da crise, a sua impopularidade e, em seguida, a se submeter a mais um jogo das pressões menores. Ou seja, a continuidade da desintegração de sua autoridade. Não há nenhuma reforma ministerial, seja por despesas, seja por qualificação do gabinete, seja por governabilidade.
7. A reforma ministerial –para a delícia dos que têm suas próprias bancadas, partidárias ou não- é um mercado persa contra o impeachment hoje. Mas como não é sustentável, o jogo continua, em direção a novas concessões. O que Dilma imagina ser sua defesa contra o impeachment será a aceleração do processo em direção a esse mesmo impeachment.
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FGTS/CEF EMPRESTA MAIS R$ 1,5 BILHÃO PARA ÁREA PORTUÁRIA DO RIO! CEPACs MICARAM! SÓ 9% PARA PRÉDIOS!
(Folha de SP, 29) 1. A Caixa Econômica Federal teve de aportar mais R$ 1,5 bilhão do FGTS no fundo imobiliário que custeia a revitalização da zona portuária do Rio, um dos principais projetos urbanísticos na cidade. O depósito foi feito para compensar o ritmo de venda dos títulos imobiliários da região, que ficou abaixo da expectativa do banco, e permitirá que o banco cumpra o cronograma de desembolso para as obras na região.
2. O projeto inicial era que a prefeitura negociasse os títulos diretamente no mercado, o que deixaria mais lenta a arrecadação para o projeto. A participação da Caixa, autorizada nos últimos dias de governo Lula, permitiu que as obras no porto do Rio fossem aceleradas. O fundo imobiliário da Caixa comprou em 2011 todos os 6,4 milhões de títulos que permitem a construção de edifícios com altura acima do permitido na região portuária —o chamado Cepac (certificado de potencial adicional construtivo). Na operação, também passou a ter direito sobre todas as terras públicas da área.
3. O banco pagou inicialmente R$ 3,5 bilhões, com recursos do FGTS. Mas se comprometeu a custear toda as obras e serviços da região por 15 anos, de R$ 8 bilhões. Nesse período, o fundo renegociaria os títulos e os terrenos para superar o custo total. Agora, o prazo foi estendido para 25 anos. Mas, para manter o cronograma de desembolso, o FGTS teve de fazer um novo repasse ao fundo, em maio. “As expectativas em relação à velocidade de desenvolvimento no porto se frustraram. O ciclo do mercado imobiliário está muito diferente”, disse Vitor Hugo Pinto, gerente nacional de fundos imobiliários da Caixa.
4. O desembolso adicional para a prefeitura está condicionado à aprovação do plano de habitação social da região até novembro. Apenas 9% dos títulos (564 mil) foram para o licenciamento de novos prédios até junho —o que indica que muitos ainda não saíram do papel. “Tudo isso tem um timing de maturação mais longo. Não dá para forçar a barra no investimento”, declarou o gerente da Caixa.
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DOMINGO, 04/10, ELEIÇÕES NACIONAIS EM PORTUGAL! PSD (GOVERNO) ABRE VANTAGEM!
(JN, 28) 1. A pesquisa diária da Aximage mostra que a vantagem da coligação do governo face ao Partido Socialista atingiu, este domingo, o valor mais elevado. 5,6 pontos separam, agora, as duas forças políticas. Nos últimos nove dias, as intenções de voto na coligação Portugal à Frente (PàF) e no Partido Socialista têm seguido tendências opostas. É isso que mostram os inquéritos diários realizados pela Aximage desde 19 de Setembro. Na altura, as intenções de voto eram, respectivamente, de 35,3% e 34,7%. Ou seja, a coligação e os socialistas estavam separados por 0,6 pontos percentuais.
2. Nove dias passados, a 27 de Setembro, as intenções de voto na coligação Portugal à Frente aumentaram para 37,9% e no Partido Socialista diminuíram para 32,3%. As duas forças políticas estão, agora, separadas por 5,6 pontos percentuais, de acordo com o inquérito diário da Aximage para o Negócios e Correio da Manhã. Em terceiro lugar surge a CDU com uma intenção de voto de 8,6%, um aumento de 0,3 pontos percentuais face a 19 de Setembro. A coligação que une o Partido Comunista Português e Os Verdes é seguida pelo Bloco de Esquerda, com uma intenção de voto de 7%, um aumento de 1,2 pontos percentuais face ao início destes inquéritos diários.
3. A abstenção tem vindo a situar-se entre os 38% e os 40%, atingindo neste nono inquérito o valor mais alto (40,1%) da série. Os que se confessaram indecisos somaram 6,8% dos votantes, o segundo valor mais baixo desde o início do inquérito (tracking poll 9).