15 de dezembro de 2015

PESQUISA SOBRE O QUADRO NACIONAL NA VISÃO DO CARIOCA!

Pesquisa GPP realizada entre 5 e 6 de dezembro com 800 entrevistas na Cidade do Rio de Janeiro.

1. O que você considera pior para o Brasil: Dilma presidente da República ou Eduardo Cunha presidente da Câmara de Deputados? Pior Dilma 49,1% / Pior Eduardo Cunha 34,3%.

2. 2.1. Você soube que foi aberto o processo de impeachment da presidente Dilma? Sim, soube 94,8%. Não, não soube 5,2%.

2.2. Você é a favor ou contra o impeachment da presidente Dilma? A favor 62,2% / Contra 30,9%.

3. 3.1. Qual é o principal CULPADO por tantos escândalos de corrupção que estão sendo apurados pela operação Lava-Jato da Polícia Federal (espontânea)? Não sabe, não respondeu 47,3% / A presidente Dilma 13,5% / PT 13,4% / Todos os Políticos 6,9% / Lula 5,7% / O eleitor 3,2% / Governo Federal 2,5% / Eduardo Cunha 2,1% / Petrobrás 1,3% / Cerveró 0,7% / etc. Dilma+PT+Lula+Governo Federal = 35,1%.

3.2. Quem é o principal RESPONSÁVEL pelas operações e investigações da Lava-Jato que estão colocando políticos e empresários na cadeia? Não sabe, não respondeu 62,7% / Policia Federal 13% / Juiz Moro 9,6% / Ministério Público 2,5% / Poder Judiciário-Juízes 1,9% / Dilma-Governo Federal 1,5% / Joaquim Barbosa 1,2% / STF 1,2% / Eduardo Cunha 1,1% / etc.

4. Avaliação dos seguintes políticos. Em Ordem decrescente. Ótimo+Bom (O+B) e Ruim+Péssimo (R+P) / Marina Silva O+B 24,3% e R+P 38% / Bolsonaro O+B 20,2% e R+P 44,3% / Lula O+B 16,6% e R+P 60.3% / Aécio Neves O+B 15,1% e R+P 54,3% / Sergio Cabral O+B 7,3% e R+P 68,8% / Governador Pezão O+B 7% e R+P 59,9% / Presidente Dilma O+B 6% e R+P 74,6%.

5. Hoje você acha que as Olimpíadas serem realizadas em 2016 no Rio, foi uma decisão positiva ou negativa? Positiva 41,9% / Negativa 51,9%.

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CAEM AS VENDAS DE SMARTPHONES NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA!

(Cristina Frias – Folha de SP, 14) 1. As vendas de smartphones no Brasil caíram 15% no terceiro trimestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da consultoria GfK e mostram que a América Latina é a região do globo com a maior perda de vendas de aparelhos.  Em unidades, o continente comercializou 5% a menos do que no ano passado. Em valor em dólares, o recuo foi maior, de 22,1%.

2. O desempenho é explicado pela fraca situação econômica do Brasil e da Argentina, segundo o relatório. Foram vendidos menos de 25 milhões de celulares na América Latina. No mundo inteiro, as vendas aumentaram em 7,4%, puxadas por Ásia e África. Na China, onde esse mercado voltou a crescer, foram quase 100 milhões de smartphones vendidos só no terceiro trimestre.

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COALIZÃO DE 34 PAÍSES ISLÂMICOS PARA COMBATER O TERRORISMO!

(Agência EFE/Folha de SP, 15) 1. A Arábia Saudita anunciou uma coalizão militar de 34 países islâmicos para combater o terrorismo, que também conta com o apoio de outros dez, entre eles a Indonésia, e que terá seu centro de operações conjuntas em Riad, a capital da monarquia wahabita. Segundo informou na madrugada desta terça-feira (15) a agência saudita SPA, o objetivo da aliança islâmica é proteger seus integrantes “dos males de todos os grupos armados e organizações terroristas –seja qual for sua doutrina e título– que ampliaram os massacres e a corrupção no mundo e foram criadas para aterrorizar os inocentes”.

2. O propósito da coalizão é “unir esforços para combater o terrorismo” em todas as suas formas e manifestações e a eliminação de seus objetivos e suas causas, além de assegurar o direito dos Estados à legítima defesa. As operações militares para combater o terrorismo e para desenvolver os programas e mecanismos necessários para apoiar estes esforços serão coordenadas em Riad.

3. Além da Arábia Saudita, os países que participam da aliança são: Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Bahrein, Bangladesh, Benin, Turquia, Chade, Togo, Tunísia, Djibuti, Senegal, Sudão, Serra Leoa, Somália, Gabão, Guiné, Palestina, Comores, Qatar, Costa do Marfim, Kuwait, Líbano, Líbia, Maldivas, Mali, Malásia, Egito, Marrocos, Mauritânia, Níger, Nigéria e Iêmen. Outros dez países islâmicos expressaram seu apoio a essa aliança e tomarão as medidas necessárias a respeito, entre eles a Indonésia, segundo o comunicado.

14 de dezembro de 2015

PESQUISA DO GPP MOSTRA QUADRO POLÍTICO NO RIO!

1. O Instituto GPP realizou pesquisa entre os dias 5 e 6/12 na cidade do Rio de Janeiro.

2. O enquadramento eleitoral para prefeito 2016 procurou avaliar os nomes alternativos ao PMDB e a Romário, neste caso supondo que a preferência dele será por permanecer no Senado com a cobertura de imunidade para qualquer eventualidade. Incluiu-se o nome do ex-prefeito Cesar Maia (embora seja candidato a reeleição de vereador) para se testar a ocupação desse espaço eleitoral.

3. Num primeiro quadro, com 5 nomes, Crivella obteve 26,4% (na pesquisa anterior, em maio, obteve 18,9%). Freixo praticamente repetiu o seu número de maio (11,5%) e alcançou 11,3%. Cesar Maia, que em maio havia obtido 9,9%, agora ficou num patamar semelhante, com 11,1%. Jandira Feghali atingiu 4,8% e Molon 3,5% (em maio 2,4%). A força maior de Crivella está na Zona Oeste, onde sobe para um nível de 30%. Freixo cresce na área litorânea, mas, especialmente na região que vai do Centro, Tijuca, Santa Teresa, Vila Isabel, Grajaú, Andaraí…, com 22%. Jandira (7,7%) e Molon (5,8%) só na região Litorânea. Cesar Maia sobe na Zona Oeste para a faixa dos 15%. Crivella e Maia somam quase 50% das intenções de voto na Zona Oeste.

4. Em seguida, se oferece uma extensa lista de deputados, se exclui Cesar Maia e Jandira. Crivella amplia suas intenções de voto para 28,3%, Freixo cresce pouco para 11,6%, assim como Molon com 3,9%. Os demais nomes (Otávio Leite. Clarissa, Índio, Leonardo Picciani, Rodrigo Maia) oscilam entre 2% e 3%. Crivella, na Zona Oeste, passa para 35% e Freixo, sem Jandira, cresce na região litorânea para 15,2%, mantendo seus 22% do Centro em direção à Tijuca, etc.

5. 26,8% votariam em Eduardo Paes e 52,4% não votariam. Eduardo Paes só venceria “outro candidato qualquer” na região Meier-Madureira. A avaliação do prefeito Eduardo Paes lhe dá 26,8% de ótimo+bom, 32,2% de ruim+péssimo e 39,8% de regular. Esta avaliação é a mesma de maio de 2015 e semelhante a abril de 2014. A mudança de patamar ocorre desde as manifestações a meados de 2013, e entre 2014 e 2015 se estabilizaram neste patamar de agora. A avaliação positiva ultrapassa a negativa na regiões litorânea e Centro, Tijuca, etc. Na região Meier-Madureira há uma equilíbrio. A pior na faixa das favelas da Zona Norte.

6. Em seguida a pesquisa pergunta se votaria para prefeito do Rio num candidato: do PSDB -não 61,2%, sim 28,6% / do PMDB -não 63,6%, sim 25,8% / do PT não 78,9%, sim 16% / de Eduardo Paes não 59,1%, sim 33,7% / de Lula não 77,2%, sim 16,7% / de FHC não 76,4%, sim 14,9% / de Marina Silva não 54,2%, sim 36%.

7. Você votaria em Sérgio Cabral para prefeito do Rio? Não 82%, SIM 14,2% / Em respostas espontâneas 54,3% responderam corretamente sobre quais os problemas que envolvem no noticiário o secretário Pedro Paulo e candidato do prefeito. 38,3% não se lembram e 7,4% erraram. / Sobre quais os problemas que envolvem no noticiário o Senador Romário 43,7% responderam corretamente 54,2% não se lembram.

8. 33,5% tomaram conhecimento da série de matérias da TV Record sobre os governos do Rio, chamado Rio de Lama. 65,5% não tomaram conhecimento.

9. Qual desses é o problema mais grave do Rio? Saúde 54% / Segurança 23,7% / Corrupção 19,1%.

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CLASSE MÉDIA NOS EUA DIMINUI E POLARIZA!

(Clovis Rossi – Folha de SP, 12) 1. Pesquisa que o Centro Pew divulgou na quinta-feira, 10, mostra que pela primeira vez há mais norte-americanos nos extremos (pobres ou ricos) do que na classe média: são 120,8 milhões de adultos em residências de classe média (50% do total, contra 61% 1971). Em lares de renda baixa e alta vivem, na soma, 121,3 milhões de adultos.  A pesquisa Pew mostra que a fatia que cabe à classe média no bolo da renda caiu de 62% em 1970 para 43% em 2014.

2. Uma outra pesquisa (NBC/”The Wall Street Journal”) mostra, por exemplo, que, em 1990, eram apenas 12% os republicanos que se diziam “muito conservadores”. Em 2015, a porcentagem mais que dobrara (para 28%).  Entre os democratas, deu-se o fenômeno inverso: os muito liberais (o máximo de esquerda que se permitem os americanos) passaram de 13% para 26%. É significativo que em conceitos políticos tenha se dado crescimento dos extremos tal como ocorreu com a renda.

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INDICADOR DE CIMENTO MOSTRA CONSTRUÇÃO CIVIL DESPENCANDO 20% EM 2 ANOS!

(George Vidor – Globo, 14) 1. O consumo de cimento este ano vai encolher cerca de 10%. E no ano que vem provavelmente outros 10%. E a explicação é simples: há muitas obras terminando e poucas começando. A queda vertiginosa dos investimentos é o lado mais terrível da atual crise econômica, em razão da degradação das finanças públicas e das dificuldades em que o setor privado esbarra para levar adiante novos empreendimentos. Em novembro, a redução no consumo de cimento passou de 15%.

2. A construção civil foi um dos motores do crescimento da economia a partir de 2005, e acabou sendo uma das responsáveis pelo “apagão” de mão de obra que o Brasil enfrentou em 2012 e 2013. O consumo de cimento chegou a ultrapassar o patamar de 70 milhões de toneladas anuais. Manteve-se assim até 2014. Quando o calendário virou, entrou em trajetória de declínio acelerado e pode recuar para a casa de 60 milhões no fim de 2016. A indústria se preparou para a expansão do mercado e hoje tem capacidade para produzir cem milhões de toneladas.

11 de dezembro de 2015

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA PREFEITURA DO RIO ATÉ 31/10/2015! DÉFICIT CRESCE R$ 1,371 BILHÃO DE REAIS EM RELAÇÃO A 2014!

Comparação com execução de 2014 até outubro usando IPCA como deflator – Diário Oficial 30/11/2015, páginas 67, 66 e 65.

     A) RECEITAS!
        RECEITAS TRIBUTÁRIAS: R$ 8,011 bilhões.  Queda real de -3,1%.
     IPTU: R$ 1,864 bilhão de reais.  Queda real de -6,5%.
ISS: R$ 4,685 bilhões de reais. Queda real de -0,1%.
ITBI: R$ 526 milhões de reais.  Queda real de -18%.
     FPM: R$ 156 milhões de reais. Queda real de -14,9%.
ICMS: R$ 1.576 bilhão de reais. Queda real de -3,3%.
IPVA: R$ 518,9 milhões de reais.  Crescimento real de +0,8%.
     DÍVIDA ATIVA: R$ 337,1 milhões de reais. Crescimento real de +14,4%.
     ALIENAÇÃO DE BENS: R$ 21,3 milhões de reais.  Queda real de -77,5%.
     OPERAÇÕES DE CRÉDITO: R$ 1,448,3 bilhão de reais. Crescimento real de +24,7%.

     B) DESPESAS!
     PESSOAL E ENCARGOS: R$ 10,059 bilhões de reais. Crescimento real de +0,3%.
     SERVIÇO DA DÍVIDA: R$ 645 milhões de reais.  Queda real de. -24%.
     INVESTIMENTOS: R$ 3,243 bilhões de reais. Crescimento real de +60,3%.
     APOSENTADOS: R$ 2,336 bilhões de reais. Crescimento real de +2,6%.
PENSIONISTAS: R$ 429,2 milhões de reais. Crescimento real de +0,8%.

C) RESULTADO PRIMÁRIO: Déficit de (- R$ 850,9) milhões de reais. Em 2014 havia um superávit até outubro, em valores deflacionados, de +R$ 521 milhões de reais. Uma perda de resultado primário de R$ 1,371 bilhão de reais.

D) DÍVIDA CONSOLIDADA. Em 31/12/2014 eram R$ 13,687,1. Corrigindo pelo IPCA: R$ 15.046 bilhão de reais. Em 31/10/2015 eram R$ 16,692 milhões de reais. Portanto, um crescimento real de +10,9%.

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PREFEITURA DE S. PAULO PREPARADA PARA UM FORTE FINAL DE GOVERNO!

1. A execução orçamentária da Prefeitura de S. Paulo, até outubro 2015, mostra uma significativa perda real de ICMS de 26,7%, ou R$ 1 bilhão de reais. Essa perda foi compensada pela redução real dos juros pagos da dívida, conforme a re-renegociação com o Governo Federal, de também 1 bilhão de reais. A amortização da dívida se manteve no mesmo nível real (deflator IPCA). As despesas de pessoal corrigidas pelo IPCA cresceram 5,5%, ou 737 milhões de reais.

2. A Prefeitura de S. Paulo não recorreu às operações de crédito que fecharam outubro em ínfimos 15 milhões de reais.

3. Os investimentos liquidados até outubro alcançaram R$ 2,4 bilhões de reais, uma redução real em relação ao mesmo período de 2014 de 611 milhões de reais. O total de investimento empenhado alcançou R$ 3,4 bilhões de reais, abrindo um espaço orçamentário de R$ 1 bilhão de reais. Em 2014 ocorreu a mesma coisa, mas ainda não havia espaço aberto com a redução dos juros.

4. A Prefeitura de S. Paulo apresenta robustez financeira, fechando a execução orçamentária até outubro com um Resultado Primário positivo de R$ 4,7 bilhões de reais, com as despesas liquidadas.  Quando se analisa o Resultado Primário pelas Despesas Empenhadas, o déficit seria de (-R$ 539 milhões de reais), R$ 300 milhões a menos que em 2014.

5. Combinando as operações de crédito ínfimas, com espaço orçamentário de R$ 1 bilhão de reais para investimentos, e com o superávit primário amplo, se pode concluir que a Prefeitura de S.Paulo tem gordura para gastar num ano eleitoral como o de 2016, com todos os problemas da economia nacional.  Se a expansão possível do gasto em 2016, se der através dos investimentos, estes terão que ser de prazo curto –e pulverizados- para que possam ser efetivamente realizados.

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59 MILHÕES DE CONSUMIDORES IMPEDIDOS DE OBTER NOVOS CRÉDITOS POR ATRASOS!

(Editorial da Folha de SP, 08) 1. São preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento. Segundo a entidade, havia, em outubro, 59 milhões de consumidores impedidos de obter novos créditos por não estarem em dia com suas obrigações. Trata-se de alta de 1,8 milhão em dois meses. O valor em atraso (de 30 a 60 dias) monta a R$ 255 bilhões e inclui dívidas variadas, de financiamentos a débitos com varejistas, passando por contas de luz, água etc.

2. Até há pouco, as empresas evitavam demitir, pois tendem a perder investimentos em treinamento e incorrer em custos trabalhistas. Dado o colapso da atividade econômica, porém, jogaram a toalha. A partir do segundo trimestre deste ano, o fechamento de postos formais de trabalho escalou para cerca de 170 mil ao mês, em média. Desde setembro do ano passado, o desemprego nacional subiu de 6,8% para 8,9%.  Tudo se passa como se deixasse de integrar o universo de pessoas elegíveis para crédito. Está fora do jogo da economia de mercado, por assim dizer.

Cesar Maia contra projeto que acaba com Centro Histórico do Rio

Com a oposição do prefeito, e por iniciativa de vereadores do Rio de Janeiro, foi apresentado o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 120/2015. A reação de urbanistas foi imediata. Esse PLC liquidaria a Apac da Cruz Vermelha, no Centro do Rio, pois aumentaria em 50% o gabarito na área da Avenida Henrique Valadares e Rua da Relação, e aumentaria em 500% a volumetria. E sem nenhuma precisão de pagamento de mais-valia pelo solo criado, estimado em R$ 1 bilhão de reais.

Com apoio do prefeito se tem conseguido obstruir a votação desde setembro. Mas agora o absurdo PLC volta à carga. As críticas relativas a tal aberração vieram de especialistas da Prefeitura do Rio com ampla experiência e do próprio gabinete do prefeito, que informou que era radicalmente contra a aprovação do PLC-120. Em setembro, o PLC obteve em horas, tempo recorde, parecer favorável de todas as comissões envolvidas. Na época, numa manobra de plenário, se tentou votar na frente dos vetos em pauta.

A resistência foi feita por outros vereadores por obstrução em plenário. Um mês depois, caiu de paraquedas no plenário da Câmara uma carta da Cruz Vermelha dizendo que tinha interesse na aprovação do PLC supostamente por razões ligadas às suas atividades de origem. Simultaneamente, o setor de comunicação da prefeitura enviou a vereadores uma lista de matérias publicadas pela imprensa em 2014 mostrando que a Cruz Vermelha do Rio estava sob suspeição e auditoria da Cruz Vermelha Internacional por desvios levantados. Por isso, não teria credibilidade para pedir voto para o PLC, especialmente por ir muito além da área que já controlou. Era muito estranha a tal carta.

E tudo ficou mais claro com a leitura em plenário da justificativa que acompanhou o PLC-120, apresentado por Vereadores 30 dias antes do “voo” da Cruz Vermelha local. Nada, rigorosamente nada, tinha a ver com qualquer coisa relacionada à Cruz Vermelha. Nada! Diz assim: “O Projeto de Lei Complementar em tela busca fomentar o desenvolvimento de toda zona de comércio e empresarial compreendida entre a Avenida Henrique Valadares e a Rua do Lavradio. É crescente a necessidade de infraestrutura que atenda à demanda tanto do turismo convencional quanto do turismo de negócios, bem como o incremento das zonas de comércio quando existe aumento também para diversas atividades econômicas relacionadas.” Recentemente, foi apresentada uma emenda ao PLC com apoio da maioria de todas as comissões, incluindo o uso misto — residencial além de comercial.

No dia 8 de setembro de 2015, o prefeito publicou o decreto 40.593, criando uma comissão especial para analisar quaisquer propostas e projetos de mudanças no Centro do Rio. O Centro é dividido em oito áreas. A área 6 é exatamente a Apac da Cruz Vermelha. Uma possibilidade de se dificultar o desastre urbano no Centro Histórico do Rio.

A partir desta semana, o PLC-120 estará nas pautas de votação da Câmara. Que as faculdades de Arquitetura e Urbanismo, que urbanistas, procuradores, defensores do patrimônio histórico, moradores e políticos, soltem bem a voz, pois ainda há tempo de obstruir e sepultar definitivamente este escárnio contra a história urbana do Rio, desintegrando a Apac da Cruz Vermelha.

10 de dezembro de 2015

UM CRIME CONTRA O CENTRO HISTÓRICO DO RIO!

(Cesar Maia – Globo, 09) 1. Com a oposição do prefeito, e por iniciativa de vereadores do Rio de Janeiro, foi apresentado o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 120/2015. A reação de urbanistas foi imediata. Esse PLC liquidaria a Apac da Cruz Vermelha, no Centro do Rio, pois aumentaria em 50% o gabarito na área da Avenida Henrique Valadares e Rua da Relação, e aumentaria em 500% a volumetria. E sem nenhuma precisão de pagamento de mais-valia pelo solo criado, estimado em R$ 1 bilhão de reais.

2. Com apoio do prefeito se tem conseguido obstruir a votação desde setembro. Mas agora o absurdo PLC volta à carga. As críticas relativas a tal aberração vieram de especialistas da Prefeitura do Rio com ampla experiência e do próprio gabinete do prefeito, que informou que era radicalmente contra a aprovação do PLC-120. Em setembro, o PLC obteve em horas, tempo recorde, parecer favorável de todas as comissões envolvidas. Na época, numa manobra de plenário, se tentou votar na frente dos vetos em pauta.

3. A resistência foi feita por outros vereadores por obstrução em plenário. Um mês depois, caiu de paraquedas no plenário da Câmara uma carta da Cruz Vermelha dizendo que tinha interesse na aprovação do PLC supostamente por razões ligadas às suas atividades de origem. Simultaneamente, o setor de comunicação da prefeitura enviou a vereadores uma lista de matérias publicadas pela imprensa em 2014 mostrando que a Cruz Vermelha do Rio estava sob suspeição e auditoria da Cruz Vermelha Internacional por desvios levantados. Por isso, não teria credibilidade para pedir voto para o PLC, especialmente por ir muito além da área que já controlou. Era muito estranha a tal carta.

4. E tudo ficou mais claro com a leitura em plenário da justificativa que acompanhou o PLC-120, apresentado por Vereadores 30 dias antes do “voo” da Cruz Vermelha local. Nada, rigorosamente nada, tinha a ver com qualquer coisa relacionada à Cruz Vermelha. Nada! Diz assim: “O Projeto de Lei Complementar em tela busca fomentar o desenvolvimento de toda zona de comércio e empresarial compreendida entre a Avenida Henrique Valadares e a Rua do Lavradio. É crescente a necessidade de infraestrutura que atenda à demanda tanto do turismo convencional quanto do turismo de negócios, bem como o incremento das zonas de comércio quando existe aumento também para diversas atividades econômicas relacionadas.” Recentemente, foi apresentada uma emenda ao PLC com apoio da maioria de todas as comissões, incluindo o uso misto — residencial além de comercial.

5. No dia 8 de setembro de 2015, o prefeito publicou o decreto 40.593, criando uma comissão especial para analisar quaisquer propostas e projetos de mudanças no Centro do Rio. O Centro é dividido em oito áreas. A área 6 é exatamente a Apac da Cruz Vermelha. Uma possibilidade de se dificultar o desastre urbano no Centro Histórico do Rio.

6. A partir desta semana, o PLC-120 estará nas pautas de votação da Câmara. Que as faculdades de Arquitetura e Urbanismo, que urbanistas, procuradores, defensores do patrimônio histórico, moradores e políticos, soltem bem a voz, pois ainda há tempo de obstruir e sepultar definitivamente este escárnio contra a história urbana do Rio, desintegrando a Apac da Cruz Vermelha.

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“HOUSE OF CARDS”! BIOTECH: CAI A PRIMEIRA “OS” DA SAÚDE NA PREFEITURA DO RIO! DESVIO INICIAL DE R$ 43 MILHÕES DE REAIS! VEM MAIS POR AÍ!

1. Este Ex-Blog vem denunciando há 4 anos o descontrole em relação à entrega de hospitais e postos de saúde às OS pela prefeitura do Rio. O gasto com as OSs, em um ano, corresponde a quase todo o IPTU arrecadado em um ano. Não há controle do preço dos medicamentos. Desde o início do ano que o vereador Cesar Maia apresentou projeto de lei obrigando trimestralmente a prefeitura publicar no Diário Oficial uma tabela com os preços dos medicamentos praticados pela prefeitura e pelas OSs, e não consegue tramitar. Hoje está meio escondido nas gavetas. Esse é um caso. Virão outros. O caso da Biotech é um clássico em fraudes na saúde no setor público: as notas fiscais vão do fornecedor às unidades de saúde, são carimbadas e retornam à contabilidade dos fornecedores. E os medicamentos não saíram do lugar. Se fizerem delação premiada, cai o castelo de cartas envolvendo políticos e burocratas.

2. (Globo, 10) Sangria nos hospitais. Quadrilha desviou pelo menos R$ 48 milhões de duas unidades da rede municipal da prefeitura do Rio. Ontem, durante a operação, oito pessoas ligadas à Biotech Humana, Organização Social de Saúde, entre elas dirigentes, foram presas acusadas de ter desviado pelo menos R$ 48 milhões dos dois hospitais, administrados pela entidade. Foram descobertos desvios em contratos que somam R$ 151 milhões firmados pela Biotech com oito fornecedores de insumos e medicamentos.   De acordo com a apuração, as empresas fornecedoras faturaram do esquema faturaram contratos até 394% acima dos valores de mercado.  -A organização criminosa funcionava como uma nuvem de gafanhotos. Eles se aproximavam dizimavam e se deslocavam, afirmou o promotor Mateus Picanço Pinalti.

09 de dezembro de 2015

PROJETO IMOBILIÁRIO DO PORTO MARAVILHA, FRACASSANDO!

1. O coração do projeto Porto Maravilha, quando lançado em 2009, era a ocupação imobiliária com grandes e altos edifícios de escritórios. Para isso, foi criada uma empresa gestora, Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP).

2. Foram criados os Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs) que seriam vendidos através de lei da prefeitura do Rio, pela CDURP, autorizando aumento de gabarito das novas construções imobiliárias para 24 andares. O primeiro leilão foi vazio. Então a CEF foi autorizada a comprar todos eles pelo conselho do FGTS.

3. No Diário Oficial (DCM) do Município do Rio de Janeiro, de 2 de dezembro de 2015, a CDURP publicou seu relatório trimestral. Na página 8, apresenta o Balanço de Projetos Imobiliários na Região Portuária até 30 de setembro de 2015.

4. O primeiro quadro é a Evolução dos Certificados de Potencial de Adicional de Construção –  CEPACS. Estoque dos CEPACS: 6.436.722. Comprados no período anterior portanto desde 2009 até junho de 2015: 564.038 ou 8,76%.

5. No último trimestre, entre julho e setembro de 2015, foram consumidos apenas 1.668 CEPACs ou 0,03%. Consumo total de CEPACS até 30 de setembro: 565.706 ou apenas 8,79%. Novo estoque disponível 5.871.016 CEPACs ou 91,21% do total de CEPACs emitidos e, em seguida, comprados pelo FGTS.

6. O consumo de insignificantes 1.668 CEPACs durante todo o último trimestre foi um aumento de área em projeto anteriormente licenciado no Edifício Odebretch, na avenida Cidade de Lima 86, que na origem havia comprado 18.601 CEPACs para esse edifício comercial. E o relatório conclui: “Não houve Projetos Imobiliários (com ou sem consumo de CEPACs) na Região Portuária entre 1 de julho e 30 de setembro de 2015.”

7. Portanto, o projeto imobiliário do Porto Maravilha, depois de 6 anos, está sendo um enorme fracasso. Os CEPACs micaram. E o retorno que a CEF tem que dar ao FGTS -poupança compulsória-  dos trabalhadores não está ocorrendo.

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ÍNDICE DE EMPREENDEDORISMO! AS DEZ PRIMEIRAS CIDADES BRASILEIRAS!

(Estado de SP, 04) 1. Índice elaborado pela Endeavor, instituição sem fins lucrativos que fomenta a livre iniciativa de alto impacto econômico em todo o mundo. Além de concentrar cerca de 60% do capital disponível para o financiamento de negócios em estágio inicial (o chamado venture capital), São Paulo reúne outros fatores que contribuem para a posição de liderança, como a infraestrutura logística privilegiada, pois está próxima do principal porto (Santos) e aeroporto (Guarulhos) do País.

2. O estudo da Endeavor leva em consideração sete pilares: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. Neste ano, a Endeavor analisou a situação de 32 cidades brasileiras. As 10 primeiras posições da lista: 1. São Paulo 8,45 / 2. Florianópolis 8,36 / 3. Vitória 7,70 / 4. Recife 6,94 / 5. Campinas 6,83 / 6. São José dos Campos 6,74 / 7. Porto Alegre 6,60 / 8. Curitiba 6,54 / 9. Joinville 6,51 / 10. Rio de Janeiro 6,48.

FHC fala sobre Cesar Maia em seu livro “Diários”

Abril de 1996

1. Depois do almoço no Rio, vim para Brasília. Deu tempo de conversar com o Marcelo Alencar, que na verdade não quer ceder na questão relativa à composição com o PFL do Rio. Ele quer a composição, diz que o Cesar Maia está maluco – aliás o próprio Cesar diz que é maluco – mas o Marcelo quer que o candidato seja o Sérgio Cabral e não quer o Ronaldo Cezar Coelho nem o Arthur da Távola. Por que não quer? Acha que eles não têm chances, enquanto o Serginho Cabral teria. E Cesar Maia não aceita Sérgio Cabral.

2. Isso já me tinha sido dito pelo Jorge Bornhausen, quando esteve aqui e conversou comigo sobre a ida dele para Portugal, sobre a candidatura no Rio do Sérgio Cabral. Voltando ao Marcelo Alencar, não creio que dê pra espichar muito essa questão da sucessão. Ele vai apoiar Sérgio Cabral mesmo e acha que no fundo Cesar Maia, a Sandra Cavalcanti, todos, vão apoia-lo – todos contra Miro Teixeira.

3. Falei com Josa Nascimento Brito. No fundo Josa me disse que o JB está com Miro, mesma coisa O Globo. Eles são pelas reformas, o Miro é líder contras reformas, mas” Miro não sei o que é carioca… é amigo” e lá vai o Miro. Não sei se ganha mas vai dar trabalho. Eles dizem que isso afunda o Brizola, porque o Miro trai o Brizola. Belo elemento para apoiar Miro: trair seu patrono! Fantástico!

Junho de 1996

1. Estive com Dornelles e ele disse que Marcelo Alencar conduziu mal a questão da sucessão. E impôs o Sérgio Cabral. Disse que a campanha vai ser dura, que está conosco mas dificilmente atrairemos o Cesar Maia. A noite jantei com Ali Kamel e Moreno do O Globo, a Ana Tavares também. Conversa muito amena, o João Roberto Marinho mandou um abraço, mandou dizer que eles apoiam nos editoriais o candidato do PSDB, que vai ser o Sérgio Cabral, eles preferiam o Ronaldo, mas apoiarão o Cabral. Ele soube que eu estava preocupado com fato de eles darem muito espaço para o Miro Teixeira. Ali Kamel também pensa em votar no Cabral, não acha o melhor candidato, preferia Ronaldo ou Arthur da Távola.

Dezembro 1996

A tarde recebi o prefeito Cesar Maia, ele tinha criticado o governo pela imprensa, no dia anterior, mas comigo tudo foram rosas. Cesar é inteligente, disse que o governo ajudou bastante o Rio, que gosta muito do Jatene, do Paulo Renato, do Cutolo, enfim só rosas. Aproveitei para perguntar se ele poderia ceder o seu secretário de saúde para trabalhar com o novo Ministro da Saúde, que deseja aproveitar esse profissional.

08 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA DOS CUSTOS DOS INVESTIMENTOS NA LINHA 4 DO METRÔ DO RIO!

(Auditor S) 1. A Linha 4 inicialmente custaria R$ 4 bilhões em obra civil, sendo R$ 1,2 bilhão o trecho em NATM entre a Barra da Tijuca (Jardim Oceânico), São Conrado e Gávea e R$ 2,8 bilhões o trecho entre Ipanema (Gal. Osório) até a Gávea, via Leblon, em shield. Isso foi o que noticiaram primeiro com alarde em todos os jornais. Depois a FGV após um estudo encomendado pelo Governo do Estado, apresentou para a mesma obra, um custo de R$ 5,6 bilhões, sem apresentar quanto custaria cada trecho.

2. Depois o próprio consórcio construtor RioBarra apresentou um outro custo só de obra civil, que seria R$ 7,5 bilhões para a mesma obra, sem detalhamento de quanto custaria cada trecho. E agora a soma já passa dos R$ 10 bilhões. Isso só em obra, sem contar o custo adicional de R$ 1 bilhão em infraestrutura de via permanente, energia, sinalização e material rodante (15 novos trens) que será bancado pela concessionária MetrôRio.

3. Prefeitura autorizou a venda dos terrenos do Metrô para o financiamento da Linha 4. Primeiro anunciaram que conseguiriam R$ 800 milhões. Depois R$ 1 bilhão. Depois R$ 700 milhões. Mas nunca foi divulgado quanto realmente foi arrecadada junto a iniciativa privada o valor total da venda desses terrenos.

4. O Governo do Estado conseguiu um empréstimo de 500 milhões de Euros, com adicional de mais 150 milhões de Euros, junto a AFD (Agencia Francesa de Desenvolvimento). O Governo do Estado depois conseguiu ainda outro empréstimo, de US$ 750 milhões junto ao Bank of America. Além dos empréstimos em Euros contraídos junto a AFD e em Dólar contraído junto ao Bank of America, o Governo do Estado ainda conseguiu um financiamento de R$ 4,3 bilhões junto ao BNDES.

5. No final de 2013, o governador ainda autorizou um outro empréstimo de mais R$ 3,5 bilhões junto ao BNDES, para assegurar a conclusão das obras. E agora no final de 2015, o atual governador ainda vai ao BNDES pedir mais R$ 1,2 bilhão junto ao mesmo BNDES, para a conclusão das obras da mesma Linha 4.  

6. Quanto custou e custará ao Governo do Estado a Linha 4? Quanto custará cada trecho, cada estação, conforme previsto no contrato de 1998 “por etapa de obra medida”?

* * *

“NOVA LEI DIMINUI VERBA PÚBLICA DE PUBLICIDADE A PARTIR DAS ELEIÇÕES DE 2016”!

(Meio & Mensagem, 04) A nova lei eleitoral brasileira, que irá vigorar pela primeira vez no ano que vem, diminui a verba de publicidade dos órgãos públicos em anos de eleições. Considerando, por exemplo, as prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro, o investimento da administração direta disponível para ações no primeiro semestre será cerca de 60% menor. Embora aprovada por boa parte do mercado, a mudança nas regras agrava a situação de agências que atendem governos e convivem com contingenciamento de orçamentos.

Como ficou: No 1º semestre do ano eleitoral é proibido realizar despesas com publicidade dos órgãos públicos que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito.

                                                    * * *

PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA!

A Desindustrização do Estado do Rio de Janeiro – 2013 – Globo (07).

São Paulo 39,6%
Minas Gerais 10,3%
Rio Grande do Sul 9%
Paraná 8,4%
Santa Catarina 7,3%
RIO DE JANEIRO 6%.

* * *

O PODER DO LEGISLATIVO NA VENEZUELA! OPOSIÇÃO JÁ ELEGEU 110 DEPUTADOS! FALTAM OS DOIS A SEREM INFORMADOS: AMAZONAS E DISTRITO DE ARAGUA!

(El País, 08) A maioria simples (absoluta no Brasil – 84 deputados de um total de 167) permite designar mesa da Câmara, que tomará posse 5 janeiro, designar os magistrados Tribunal Supremo e o Procurador Geral. Também poderia aprovar uma lei de anistia que permitiria libertar vários opositores presos.

Três quintos (a partir de 101 deputados). Pode aprovar leis habilitantes, transferir poder ao Poder Executivo e aprovar voto de censura ao vice-presidente e aos ministros, o que implicaria a destituição.

Dos terços (112). Permitiria designar ou remover as autoridades de outros poderes, como os magistrados do Supremo ou os Ministros do Conselho Nacional Eleitoral. Pode promulgar leis orgânicas, promover referendos, reformas constitucionais ou assembleias constituintes; e submeter tratados internacionais a referendo se vulneram a soberania nacional.

(Ex-Blog) Em dezembro, Maduro poderá legislar à vontade, aprovando, por exemplo, uma lei habilitante, transferindo poder para o presidente.

07 de dezembro de 2015

UM JANTAR EM HAVANA EM DEZEMBRO DE 2004!

1. Em dezembro de 2004, o prefeito do Rio, Cesar Maia, foi convidado para os eventos em torno dos 490 anos de Havana, fundada em 1514. O prefeito do Rio teve oportunidade de conversar com o vice-presidente da república, com o responsável do comitê central para a América Latina e com o coordenador da revitalização do centro histórico, também membro do comitê central.

2. O tema que mais preocupava o secretário para a América Latina era a política econômica do governo Lula, classificada por ele como neoliberal e inadmissível. No jantar com o comandante José Ramon Fernandes, Vice-Presidente, e o Embaixador do Brasil, Tilden Santiago, o tema foi a reunião em 2002 que Cuba realizou de análise da crise dos mísseis de 1962, 40 anos depois, dirigida por FIdel Castro e coordenada por duas universidades norte-americanas, com a presença dos personagens da crise, como McNamara. O prefeito Cesar Maia pediu e conseguiu um vídeo completo dessa reunião.

3. Dois dias depois, o Embaixador Tilden Santiago e sua esposa convidaram para jantar o prefeito Cesar Maia, seu secretário de governo, o vice-prefeito de São Paulo à época, Dr. Helio Bicudo, e um jovem secretário de relações internacionais da prefeitura de S. Paulo.

4. O Embaixador falou da pesquisa que estava fazendo sobre a participação de um padre na guerrilha de Sierra Maestra. O Embaixador, nos anos 60/70, quando padre, fez parte do movimento dos Padres Operários e serviu no Oriente Médio.

5. Naturalmente, a conversa passou à situação do Brasil e a política econômica do governo Lula e as críticas da esquerda sobre o seu caráter neoliberal. O prefeito Cesar Maia falou sobre a inevitabilidade daquelas medidas de continuidade do governo FHC, produto da crise anterior.

6. Foram interrompidos pelo Dr. Hélio Bicudo, que disse a todos que o problema do governo Lula e do PT não era a economia, mas a CORRUPÇÃO que se ampliava e generalizava.

7. O prefeito do Rio, constrangido, pediu licença para se retirar, pois era uma conversa pessoal entre Dr. Hélio Bicudo e o Embaixador Tilden Santiago. O Dr. Hélio Bicudo pediu que o prefeito permanecesse, pois não era segredo e o assunto era muito grave. E falou dos problemas em nível federal e municipal e o choque que teve da forma que se financiou a campanha eleitoral de 2004 em S. Paulo.

8. E esse foi o tema que acompanhou o jantar até o final, com cordialidade e sem estresse. Para surpresa do prefeito.

* * *

SUBSÍDIOS DADOS POR DILMA DOBRARAM E SÓ O AUMENTO DARIA PARA COBRIR O AJUSTE FISCAL!

(Estado de SP, 06) 1. O ‘Estado de SP’ teve acesso em primeira mão, a um estudo que quantifica o tamanho da conta. De 2011, ano em que Dilma assumiu, a 2015, os benefícios fiscais dobraram: passaram de R$ 209 bilhões para R$ 408 bilhões. No ano que vem, vão a R$ 419 bilhões. A maior parte desses benefícios, 75% do total, é constituída pelos gastos tributários: cortes de impostos e contribuições – renúncias de arrecadação – que levam à redução da receita da União.

2. Neste ano, em que o governo está no vermelho e ameaçou não pagar até as contas de água e luz, serão R$ 309 bilhões que não vão entrar no caixa. Para os autores do estudo, a crescente dispensa de grande volume de recursos desorganizou as finanças públicas e reduziu o poder de investimento do governo. “O excesso de benefícios abalou a geração de recursos do governo e ajudou a empurrar o País para o abismo da pior recessão do pós-guerra”, diz um dos autores do estudo, o economista do Ibre/FGV, e professor do Instituto Brasileiro de Direito Público. Afonso é referência no estudo do tema.

3. O levantamento atual, chamado “Benefícios Fiscais, tão requisitados tão desconhecidos” é um dos mais completos. Consolida valores no longo prazo, dando uma ideia mais precisa sobre em quanto aumentou a concessão de incentivos. É possível ver que os valores hoje são muito generosos para os padrões de outros tempos. Entre 1988, quando se promulgou a Constituição, e 2003, a soma dos benefícios concedidos anualmente, equivalia a 2% do PIB. Entre 2003 e 2010, no mandato de Lula da Silva, subiu para 4% ao ano. A partir de 2011, quando Dilma assume, a alta engrenou. As benesses passam a consumiu, em média, por ano, o equivalente a 6% do PIB. Em 2015, vão bater record :6,5%. Como o ministério da Fazenda conseguiu cortar alguns incentivos, o total cede para 6,2% do PIB em 2016. Se Lula e Dilma tivessem mantido os 2% do PIB, hoje o governo teria disponível cerca de 4% do PIB – perto de R$ 200 bilhões. “Em tese, dispensaria ajuste fiscal.”

* * *

OPOSIÇÃO VENCE ELEIÇÃO NA VENEZUELA: JÁ ELEGEU 60% DOS DEPUTADOS. FALTAM APURAR 13%! PSUV DE MADURO 27%!

(UOL, 07) A oposição conquistou a maioria da Assembleia Nacional da Venezuela na eleição parlamentar deste domingo, numa vitória arrasadora que reequilibra forças num país onde o governo chavista exerce poder hegemônico há 16 anos. O resultado foi anunciado à 0h30 (3h no horário de Brasília) pela presidente do órgão eleitoral (CNE), Tibisay Lucena. Com 96% dos votos apurados, ela afirmou que os candidatos opositores, agrupados na coalizão MUD (Mesa da Unidade Democrática), obtiveram ao menos 99 das 167 cadeiras do Parlamento unicameral –72 por voto nominal e 27 por lista. O PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) obteve 46 deputados. A participação foi de 74,25%, um número que superou com folga as projeções.

04 de dezembro de 2015

TRECHOS DOS DIÁRIOS DE FHC EM QUE TRATA DE CESAR MAIA!

Abril de 1996

1. Depois do almoço no Rio, vim para Brasília. Deu tempo de conversar com o Marcelo Alencar, que na verdade não quer ceder na questão relativa à composição com o PFL do Rio. Ele quer a composição, diz que o Cesar Maia está maluco – aliás o próprio Cesar diz que é maluco – mas o Marcelo quer que o candidato seja o Sérgio Cabral e não quer o Ronaldo Cezar Coelho nem o Arthur da Távola. Por que não quer? Acha que eles não têm chances, enquanto o Serginho Cabral teria. E Cesar Maia não aceita Sérgio Cabral.

2. Isso já me tinha sido dito pelo Jorge Bornhausen, quando esteve aqui e conversou comigo sobre a ida dele para Portugal, sobre a candidatura no Rio do Sérgio Cabral. Voltando ao Marcelo Alencar, não creio que dê pra espichar muito essa questão da sucessão. Ele vai apoiar Sérgio Cabral mesmo e acha que no fundo Cesar Maia, a Sandra Cavalcanti, todos, vão apoia-lo – todos contra Miro Teixeira.

3. Falei com Josa Nascimento Brito. No fundo Josa me disse que o JB está com Miro, mesma coisa O Globo. Eles são pelas reformas, o Miro é líder contras reformas, mas” Miro não sei o que é carioca… é amigo” e lá vai o Miro. Não sei se ganha mas vai dar trabalho. Eles dizem que isso afunda o Brizola, porque o Miro trai o Brizola. Belo elemento para apoiar Miro: trair seu patrono! Fantástico!

Junho de 1996

1. Estive com Dornelles e ele disse que Marcelo Alencar conduziu mal a questão da sucessão. E impôs o Sérgio Cabral. Disse que a campanha vai ser dura, que está conosco mas dificilmente atrairemos o Cesar Maia. A noite jantei com Ali Kamel e Moreno do O Globo, a Ana Tavares também. Conversa muito amena, o João Roberto Marinho mandou um abraço, mandou dizer que eles apoiam nos editoriais o candidato do PSDB, que vai ser o Sérgio Cabral, eles preferiam o Ronaldo, mas apoiarão o Cabral. Ele soube que eu estava preocupado com fato de eles darem muito espaço para o Miro Teixeira. Ali Kamel também pensa em votar no Cabral, não acha o melhor candidato, preferia Ronaldo ou Arthur da Távola.

Dezembro 1996

A tarde recebi o prefeito Cesar Maia, ele tinha criticado o governo pela imprensa, no dia anterior, mas comigo tudo foram rosas. Cesar é inteligente, disse que o governo ajudou bastante o Rio, que gosta muito do Jatene, do Paulo Renato, do Cutolo, enfim só rosas. Aproveitei para perguntar se ele poderia ceder o seu secretário de saúde para trabalhar com o novo Ministro da Saúde, que deseja aproveitar esse profissional.

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AGORA O DESRESPEITO É COM OS FALECIDOS BUSCANDO VAGAS EM CEMITÉRIOS MUNICIPAIS PRIVATIZADOS!

(PCH) O que está acontecendo nos cemitérios do Rio?  A mulher do meu tio faleceu e hoje seria enterrada, aconteceu tanta coisa que absurda que não dá nem para acreditar. Primeiro, pois a maioria da família mora em Jacarepaguá, ela seria enterrada no Pechincha, aí um tal de SINAF para quem o prefeito atual arrendou os cemitérios disse que não teria vaga. Aí seria no Caju, depois na Ilha, e por fim em Irajá.

Marcado o enterro para 16:30, de repente esse Sinaf disse que não daria mais tempo e seria para o dia seguinte. Por indignação da família o enterro aconteceu às 18:00. Um desrespeito total às pessoas já abatidas emocionalmente pela perda do ente querido. A pergunta que eu gostaria de fazer o que está acontecendo, minha família é proprietária de uma vaga no cemitério de Irajá, comprada há muitos anos pelo meu avô, nós teremos que pagar a Rio Pax um “IPTU” desse carneiro?

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O CAMINHO DO ZIKA VÍRUS DA ÁFRICA ATÉ A AMÉRICA!

(Estado de SP, 04) 1. O zika vírus passou por adaptações genéticas que o tornaram cada vez mais eficiente para infectar humanos, de acordo com um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Pasteur de Dacar (Senegal).Em seu longo caminho entre a África e a América– cruzando a Ásia e o Oceano Pacífico –, o vírus adquiriu características genéticas que aumentaram sua capacidade de se replicar nas células humanas, de acordo com um dos autores do estudo, Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

2. Segundo Zanotto, a linhagem africana do vírus, identificada em meados do século 20, infectava principalmente macacos e mosquitos, causando pouquíssimos problemas para humanos. Mas, em sua jornada até o Pacífico, ele passou a “imitar” os genes que o corpo humano mais expressa, a fim de produzir em grande quantidade proteínas que esses genes codificam. Com esse processo, apelidado pelos cientistas de “humanização do vírus”, a infecção ficou mais eficiente

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SISTEMA PRISIONAL DE S. PAULO: 40 MORTES POR MÊS!

(Blog Drive – Fernando Rodrigues, 03) Sistema prisional paulista. O número é horroroso: 40 mortes, em média, são registradas por mês nos presídios do Estado de São Paulo. De janeiro de 2014 a junho de 2015 foram 721 casos. O levantamento é inédito e foi feito pela Fiquem Sabendo com base nos dados fornecidos pela Secretaria de Administração Penitenciária via Lei de Acesso à Informação. Em junho havia 224.965 detentos em São Paulo. O equivalente a um terço da população carcerária do país. Até dezembro de 2013 o governo paulista não contabilizava esses dados. Mas informa que as mortes caíram no primeiro semestre de 2015, mesmo com o aumento no número de presos. Foram 239 óbitos de janeiro a junho em sua “grande maioria mortes naturais”.

Cesar Maia analisa as consequências dos pedidos de impeachment da presidente Dilma

1. Um momento que o Brasil nunca viveu antes: os presidentes do poder executivo e do poder legislativo estão sob processos de impeachment. A fragilização dos dois poderes tira de ambos poder de decisão e autoridade.

2. O impeachment da presidente foi apresentado por dois juristas renomados. A assessoria técnica-jurídica da Presidência da Câmara de Deputados entendeu que o pedido de impeachment tem base legal.

3. A tramitação do processo de impeachment, antes da votação final autorizando, passa por uma grande comissão especial, abertura de prazos para a defesa da presidente, retorna à comissão especial que analisa e debate, até que opina e encaminha ao plenário, que obedecerá novos prazos de contraditório, até ser colocada em votação.

4. Esse processo nunca ocorrerá em prazo inferior a seis meses, devendo a conclusão ocorrer no entorno da metade de 2016. Durante todo esse processo prevalecerá a incerteza com os desdobramentos políticos, econômicos e sociais relativos.

5. O processo político será estressado em nível parlamentar e especialmente nas ruas. A mobilização nas ruas estimulada pelas redes por um lado e por associações e sindicatos por outro e, claro, por militantes partidários, naturalmente tenderá à radicalização.

6. Haverá um amplo desdobramento internacional dividindo ainda mais a América Latina e afundando a credibilidade presidencial e parlamentar brasileira.

7. Se as previsões para 2016 eram muito ruins, certamente haverá um deságio sobre elas, tornando-as mais graves. A imprevisibilidade e os riscos indicarão que o fundo do poço pode ter qualquer profundidade.

8. Não haverá como projetar cenários. O quadro geral será de um clima de salve-se quem puder.

03 de dezembro de 2015

CONSEQUÊNCIAS POLÍTICAS E ECONÔMICAS DO PEDIDO DE IMPEACHMENT ACEITO PELO PRESIDENTE DA CÂMARA DE DEPUTADOS!

1. Um momento que o Brasil nunca viveu antes: os presidentes do poder executivo e do poder legislativo estão sob processos de impeachment. A fragilização dos dois poderes tira de ambos poder de decisão e autoridade.

2. O impeachment da presidente foi apresentado por dois juristas renomados. A assessoria técnica-jurídica da Presidência da Câmara de Deputados entendeu que o pedido de impeachment tem base legal.

3. A tramitação do processo de impeachment, antes da votação final autorizando, passa por uma grande comissão especial, abertura de prazos para a defesa da presidente, retorna à comissão especial que analisa e debate, até que opina e encaminha ao plenário, que obedecerá novos prazos de contraditório, até ser colocada em votação.

4. Esse processo nunca ocorrerá em prazo inferior a seis meses, devendo a conclusão ocorrer no entorno da metade de 2016. Durante todo esse processo prevalecerá a incerteza com os desdobramentos políticos, econômicos e sociais relativos.

5. O processo político será estressado em nível parlamentar e especialmente nas ruas. A mobilização nas ruas estimulada pelas redes por um lado e por associações e sindicatos por outro e, claro, por militantes partidários, naturalmente tenderá à radicalização.

6. Haverá um amplo desdobramento internacional dividindo ainda mais a América Latina e afundando a credibilidade presidencial e parlamentar brasileira.

7. Se as previsões para 2016 eram muito ruins, certamente haverá um deságio sobre elas, tornando-as mais graves. A imprevisibilidade e os riscos indicarão que o fundo do poço pode ter qualquer profundidade.

8. Não haverá como projetar cenários. O quadro geral será de um clima de salve-se quem puder.

* * *

FINALMENTE SE DECIDE SOBRE IMPEACHMENT!

(Editorial da Folha de SP, 03) Talvez, entretanto, Eduardo Cunha tenha razão em uma das considerações com que acompanhou sua desesperada artilharia. O impasse político em torno do impeachment tem feito mal ao país. Que se decida de uma vez, renovando a legitimidade da presidente Dilma Rousseff, ou negando-a em favor de uma solução pacífica, institucional e democrática –por traumática que possa ser. O processo que ora se abre dará ocasião a que todos examinem, com paixão, mas também com razão e prudência, os motivos concretos em torno do impeachment.

* * *

IPSOS: SÓ 8% DOS BRASILEIROS ACHAM QUE A ECONOMIA VAI BEM!

(Maria Cristina Frias – Folha de SP, 02) 1. O Brasil ficou na pior colocação no ranking de percepção econômica feito pela empresa de pesquisa norte-americana Ipsos em 24 países. Apenas 8% dos brasileiros definiram a situação da economia nacional como muito boa ou boa. Logo acima estão Coreia do Sul e França, com 12%. Nos Estados Unidos, por exemplo, a tendência é de maior otimismo.

2. A sondagem também questionou os participantes sobre o futuro da economia local. Nesse caso, o Brasil foi mais otimista: 51% disseram que o próximo semestre será melhor para os negócios do que foi no período da pesquisa.  O levantamento, que é mensal, foi feito com base em 17.537 entrevistas realizadas entre os dias 23 de outubro e 6 de novembro.

* * *

ESTADO ISLÂMICO SE DESLOCA TAMBÉM PARA A LÍBIA!

(Jim Michaels – USA TODAY/Estado de SP, 02) 1. Os militantes do Estado Islâmico, que se encontram sob crescente pressão da coalizão militar liderada pelos EUA no Iraque e na Síria, estão estabelecendo uma perigosa base na Líbia. O grupo terrorista aproveita do caos que se instalou no país depois que o ditador Muamar Kadafi foi deposto e morreu numa revolução, em 2011, enquanto a presença do Ocidente vem declinando na região. Os EUA planejavam colaborar na reconstrução da Líbia depois da marginalização de Kadafi, em meio à crescente violência, e do ataque terrorista de 2012 contra as instalações diplomáticas em Benghazi, no qual o embaixador Chris Stevens e três outros americanos perderam a vida.

2. O EI fixou-se na cidade costeira de Sirte e tenta expandir sua influência na Líbia. “O que mais preocupa é que, se a central do EI decidir investir mais recursos lá, a situação poderá se agravar”, disse Frederic Wehrey, analista do Carnegie Endowment for International Peace. “Os militantes estão pressionando, ao sul e a leste de Sirte, com o objetivo de conquistar o controle das instalações petrolíferas na área”, disse. “Neste momento, a Líbia, provavelmente, corre o risco de se tornar um santuário do EI”, afirma Patrick Johnson, analista de contraterrorismo da RAND Corp.

3. A expansão do EI ocorre enquanto a iniciativa dos EUA para a formação de um governo de união na Líbia declinam. Washington admitiu, no ano passado, que suspendeu o treinamento de uma força líbia de 5 mil a 8 mil homens, enquanto cresciam os confrontos entre as facções em guerra, até mesmo pelo fato de a Líbia não ter um governo dotado de base ampla, segundo afirma o Pentágono. Os EUA prosseguem os esforços diplomáticos para a criação de um governo unificado no país. “Nosso comprometimento com a Líbia sempre foi modesto”, disse Daniel Serwer, professor da Johns Hopkins School of Advanced International Studies e pesquisador no Middle East Institute. “Considerávamos a Líbia uma responsabilidade da Europa.” Por outro lado, também os países europeus pouco fizeram para conter a violência crescente. E a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) atualmente não está fornecendo nenhuma assistência militar para a Líbia.

4. Depois da queda de Kadafi, com a ajuda de ataques aéreos liderados pela Otan, a Líbia parecia um país promissor e muitos líbios confiavam na ajuda do Ocidente. Em 2012, o país realizou suas eleições com sucesso. O ataque a Benghazi provocou outra reviravolta e um declínio mais acentuado da presença americana. Em 2014, os EUA fecharam sua embaixada em Trípoli. Desde então, intensificou-se a anarquia no país, enquanto governos rivais se estabeleciam na capital e em Tobruk, na Líbia oriental. Os EUA e outros países aliados recorreram à diplomacia para incentivar as facções em guerra na Líbia a buscarem um acordo político. Será difícil mobilizar as forças contra o EI sem a existência de um governo unificado na Líbia. “O Estado Islâmico mostrou-se muito propenso a preencher todo e qualquer vazio”, disse Serwer.

02 de dezembro de 2015

PREVENÇÃO AO TERROR NAS OLIMPÍADAS-2016!

Entrevista com Cesar Maia, prefeito durante os Jogos Pan-americanos 2007.

1. Ex-Blog: Que ensinamentos podemos tirar dos Jogos Pan-americanos de 2007 em relação a medidas de segurança e em especial relativas ao terrorismo para as Olimpíadas-2016? CM: Vamos separar as duas coisas. Em relação a segurança pública, a experiência do Rio e do Governo Federal em grandes eventos é mais do que suficiente. Lembro a Eco-92, os Jogos Pan-americanos de 2007 e a Copa do Mundo de 2014. Não vejo problemas maiores.

2. Ex-Blog: E em relação ao terrorismo? / CM: Bem, nesse caso há que qualificar. Em 2007, como prefeito, fui contatado pela Sra. Cônsul dos EUA para uma reunião com agentes do FBI. Chamei minha assessoria militar/segurança. Os EUA pediram que sua delegação ficasse em prédios isolados na Vila do PAN. Que todos os serviços contratados pela Prefeitura/COB fossem feitos através da delegação americana/FBI. Ou seja, ônibus, motoristas, mecânicos, abastecimento, horário de alimentação, entrega de materiais e segurança dos atletas nas diversas modalidades, etc. E que a mobilidade da delegação para as diversas modalidades fosse acompanhada e feita a segurança pelos EUA.

3. Ex-Blog: Algum problema em 2007? / CM: Não. A memória das torres gêmeas deve ter intensificado os cuidados. Tudo ocorreu normalmente, sem que as medidas adotadas produzissem qualquer destaque e visibilidade. // Ex-Blog: E qual a diferença agora para as Olimpíadas de 2016? / CM: Com os atentados do avião russo e de Paris, a amplitude dos instrumentos de terror aumentou. As fronteiras -de todos os tipos- do Brasil são abertas.

4. Ex-Blog: Você acha que possam ocorrer atentados que coloquem em risco as pessoas nas ruas, bares, restaurantes e locais de eventos? / CM: Em geral, não. Vamos qualificar. Em 2007 tínhamos apenas um alvo potencial: a delegação dos EUA. Assim mesmo não eram os atletas de primeiro plano mundial. Todas as medidas de segurança adotadas pelo FBI para a delegação americana agora serão multiplicadas e intensificadas.

5. Ex-Blog: Explique melhor. / CM: Pense bem. Todas as medidas que listei de isolamento dos prédios, pessoal escolhido por eles para a mobilidade, serviços e segurança, etc., agora terão que ser adotadas para outras delegações. // Ex-Blog: Pode especificar? / CM: Vejamos alguns casos evidentes. Estados Unidos, França, Rússia, Reino Unido, Espanha, Turquia, Israel e Síria, todos inimigos declarados pelo Estado Islâmico. Imagine todas as medidas adotadas para os EUA em 2007 reproduzidas para estes países. A gestão integrada desses processos será complexa. Os custos aumentarão, assim como a complexidade da gestão. E, claro, a quantidade dos quartos de hospedagem nos prédios das delegações.

6. Ex-Blog: E o que mais deve preocupar? / CM: Cada delegação cuidará de si mesma com policiais e equipes de alto nível. Isso deve dar tranquilidade. Mas o problema maior são os eventos e modalidades em que esses países participam. Nesses casos, o risco potencial atinge o público. A segurança desses equipamentos deve ser de responsabilidade compartilhada da segurança brasileira e desses países. E isso é que deve preocupar -prioritariamente- a todos.

* * *

O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO CAMINHA PARA A RUPTURA!

(Vinicius Mota, Secretário de Redação da Folha de SP, 01) 1. O sistema político brasileiro caminha para a ruptura, embora nada indique que ela implicará quebra ou relativização do regime democrático. Depois da explosão, o mais provável é que uma nova maioria se erga dos destroços. A inércia, o marketing e a contingência produziram um grave descompasso entre a tipologia do governo eleito e a dos remédios exigidos para tocar os assuntos públicos. O Brasil reconduziu um projeto intervencionista e paternalista de centro-esquerda, quando a realidade já requeria uma guinada no sentido oposto.

2. O acaso também fez coincidir no tempo a afirmação das instituições de controle do abuso de poder. Policiais, procuradores e juízes extraem provas criminais a mancheias com a escavação de camadas geológicas sedimentadas no conúbio entre políticos e empresários, exacerbado pela lógica do nacional-desenvolvimentismo.

3. O resultado dessa confluência de fatores é que o governo eleito por estreita maioria em outubro de 2014, além de ver-se compelido a contrariar suas promessas e convicções, também agrega ao seu redor os políticos que, um a um, vão caindo na teia de inquéritos e condenações criminais. Ruíram as sucessivas tentativas de remendar o que nasceu torto.

* * *

LINHA 4 DO METRÔ DO RIO VAI CUSTAR R$ 10,3 BI! ESTADO AINDA PRECISA DE EMPRÉSTIMO DE MAIS R$ 1 BILHÃO!

(UOL, 02) 1. A obra mais cara em execução para a Olimpíada de 2016 custará ainda mais do que esperado. Todo o projeto para a construção de uma nova linha de metrô no Rio consumirá ao menos R$ 10,3 bilhões –R$ 1,5 bilhão a mais do que os R$ 8,8 bilhões divulgados pelo governo estadual. E para pagar essa diferença bilionária, o Estado precisará de mais um empréstimo. Este de R$ 1 bilhão. A construção da Linha 4 é uma das maiores promessas olímpicas. A obra é considerada fundamental para o esquema de transporte de torcedores e turistas que estarão no Rio de Janeiro durante os Jogos de 2016. Também é um dos maiores legados que o megaevento esportivo pode deixar para a cidade.

2. A execução da obra começou ainda em junho de 2010. Naquela época, estimava-se os 16 quilômetros de linhas metroviárias subterrâneas entre a zona sul do Rio e a Barra da Tijuca custariam R$ 5,6 bilhões –orçamento estimado pela FG (Fundação Getulio Vargas). Anos depois, projetos foram detalhados e o custo da obra, revisado. Em abril de 2014, o governo do Rio incluiu a Linha 4 do metrô na lista oficial de obras da Olimpíada e informou que ela custaria R$ 8,8 bilhões.

3. No mês passado, entretanto, após a presidente Dilma Rousseff visitar o canteiro de obras do metrô, o Palácio do Planalto divulgou um novo orçamento para as obras da Linha 4: R$ 10,3 bilhões. Sabendo disso, o governo do Rio já solicitou ao BNDES um novo empréstimo, de R$ 1 bilhão. O crédito foi aprovado pelo banco. Contudo, a liberação do dinheiro depende de uma autorização da Secretaria do Tesouro Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda.  O Estado do Rio de Janeiro passa por uma grave crise financeira.     

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51,5% DOS MÉDICOS BRASILEIROS TRABALHAM TANTO NA REDE PÚBLICA QUANTO NA PRIVADA!

(Renata Mariz/Jaqueline Borges – Globo, 01) 1. Há três vezes mais médicos no setor privado do que no Sistema Único de Saúde (SUS) em relação ao público que é atendido em cada uma das redes. A pesquisa Demografia Médica no Brasil 2015, divulgada ontem, concluiu que 73,1% dos profissionais no país atuam na rede pública, que cobre 150 milhões de pessoas. Já no setor privado, que conta com 78,4% da força de trabalho, a clientela é bem menor, de 50 milhões de pessoas. As proporções são semelhantes porque 51,5% dos médicos brasileiros trabalham nas duas esferas; apenas no SUS estão 21,6% do total, e 26,9% são exclusivos da iniciativa privada.

2. — Isso significa que o paciente do SUS tem três vezes mais dificuldades do que o da rede privada. Isso pode melhorar com políticas públicas. Nos últimos 13 anos, perdemos R$ 171 bilhões que estavam disponíveis, mas não foram usados — disse o presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima. O estudo, feito pela Faculdade de Medicina da USP com apoio do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), mostra ainda que, do total de 399.692 médicos no país, 33.178 (7,6%) têm mais de um registro, o que pode indicar atuação em dois estados ou mais.

3. A desigualdade na distribuição de médicos se repete ao verificar onde estão os especialistas. Embora quase 60% dos profissionais tenham especialização, Sul e Sudeste concentram 71,63% deles. Quase 50% estão concentrados em seis das 53 áreas reconhecidas. Clínica médica é a campeã, seguida de pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, anestesiologia e cardiologia. Nove áreas têm menos de mil médicos, entre elas radioterapia; cirurgia de cabeça e pescoço; e medicina legal e perícia médica

4. O levantamento aponta também que a classe médica cresceu mais do que a população entre 2000 e 2010: subiu 24,95%, contra 12,48%. Mesmo assim, o país, que tem 2,11 médicos por mil habitantes, está abaixo do índice de nações que são referência, como Estados Unidos (2,5) e Canadá (2,4). A meta do governo é chegar a 2,7 por mil habitantes em 2026. Também será preciso reduzir a concentração geográfica: capitais e regiões metropolitanas concentram 23,8% da população, mas têm 55,2% dos médicos.

01 de dezembro de 2015

O STRIKE ATINGIU AMPLAMENTE A CÚPULA POLÍTICA DO PT, QUE JUSTIFICA COMO “EXPROPRIAÇÕES”!

1. A nota oficial do PT e as declarações de Lula na CUT após a prisão do senador Delcídio Amaral mostraram de forma transparente que prevalece a “moral revolucionária” da clandestinidade. Delcídio Amaral expropriou para benefício próprio e isso é inadmissível nessa lógica. Os demais expropriaram (?) para a “causa”, para o fortalecimento do partido.

2. No mensalão e no petrolão, a lista dos expropriadores é abrangente e atingiu e continua atingindo a cúpula do PT. Os ex-presidentes do PT, José Dirceu e José Genoíno. O ex-tesoureiro Delubio Soares e o atual João Vacari Neto. O ex-presidente da Câmara de Deputados, João Paulo Cunha e agora o líder do governo e poderoso presidente da Comissão de Economia e Finanças do Senado, central para as medidas de ajuste fiscal, acumuladas pelo Senador Delcídio Amaral.

3. O comportamento de Delubio Soares em seus depoimentos na CPI dos Correios e nas entrevistas foi considerado exemplar pelo PT. A tudo respondia com o mesmo slogan: “são recursos não contabilizados”. Em nenhum momento a cobertura de seus depoimentos traçou uma linha de conexão com a origem ilícita, tipo propinas, destes recursos não contabilizados.

4. Os empresários condenados o foram pela cobertura dada aos recursos usados no mensalão, mas não pela origem ilícita dos mesmos.  Ou seja, confirmando que eram recursos não contabilizados usados para comprar o voto de deputados e, nesse sentido, os crimes imputados, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, etc.

5. Nenhum dos dirigentes do PT presos e condenados no mensalão, em nenhum momento pensaram em qualquer coisa parecida a delação premiada. O delator premiado no mensalão, segundo se sabe, foi o doleiro de boa parte daquele processo. Nenhum empresário, nenhum político. Aliás, nenhuma das delações feitas por políticos de outros partidos que não o PT (como a que deu origem ao mensalão) usou o instrumento legal da delação premiada. Foram críticas aos critérios da partilha.

6. No petróleo, o quadro é muito mais abrangente, com provas acumuladas, escutas autorizadas, buscas e apreensões, dezenas de delações premiadas, inclusive de conglomerados econômicos, etc., e uma flagrante e comprovada origem ilícita de bilhões de reais desviados através das atividades da Petrobras.

7. A exemplo de Delubio Soares, João Vacari se manteve firme sem entregar nada nem ninguém do PT e adaptando a tese de Delubio. Agora diz que todos os recursos foram aplicados no financiamento do PT e de suas campanhas e registrados legalmente para análise dos tribunais eleitorais. De origem…, nada.

8. Em nenhum caso, desde o deputado José Dirceu, o PT tomou qualquer iniciativa de expulsão de seus quadros. Tratam-se de ações de expropriação e não de enriquecimento pessoal. Essa é a justificativa interna. Mas surgiu o caso do senador Delcídio Amaral, em que gravações reconhecidas por ele, feitas pelo filho de um diretor da Petrobras, deixaram claro que os recursos amealhados não tinham destino político.

9. Na lógica da “moral revolucionária”, todos os companheiros foram poupados pelo PT e Lula. Menos o senador e líder do governo, o senador Delcídio Amaral. Para o público interno, originário na chamada esquerda revolucionária, o argumento serve. Mas para o público interno e externo, é corrupção mesmo, e com dinheiro público e não por assaltos a bancos e a caixas pagadoras privadas como expropriações, que têm origem na segunda metade do século XIX.

10. Agora aguarda-se que o senador Delcídio Amaral faça uma delação premiada e mostre que o enriquecimento pessoal não é apenas o seu. Aliás, se há enriquecimento de parentes próximos (filhos, esposas, genros, noras, etc.) é claro que se trata de enriquecimento pessoal, e o PT deveria dar mesmo tratamento que a Delcídio. Talvez, outra diferença seja que Delcídio não é da velha guarda do PT.

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MONOPÓLIO DO PCC DERRUBA HOMICÍDIOS EM S. PAULO!

(Folha de SP, 29) 1. “As mudanças na organização do tráfico de drogas em São Paulo, com o monopólio do PCC [Primeiro Comando da Capital], promoveram a redução de mortes entre jovens de periferia, grupo em que houve a queda mais significativa”, afirma Luís Flávio Sapori, ex-secretário-adjunto da Segurança Pública de MG e professor da PUC de Minas. “O PCC estancou a guerra entre grupos rivais e implementou autocontrole entre criminosos”, diz André Zanetic, do NEV (Núcleo de Estudos da Violência) da USP. “Estudos apontam que mortes consideradas injustas passaram a ser punidas em tribunais do crime”, diz.

2. De acordo com Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, “a política de segurança paulista não é tão diferente de outras” para justificar, sozinha, a totalidade da queda de homicídios. “Há etnografias que mostram que o PCC retirou armas de bocas de fumo e criou um modelo menos violento de tráfico”, diz. Para Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apesar de relevante, a participação do PCC na diminuição dos homicídios não passa, no entanto, de 17% da queda no índice.

3.  Homicídios dolosos até outubro de cada ano por 100 mil habitantes: 2001: 32,55/ 2002: 30,51/ 2003: 27,85 / 2004: 21,98 / 2005: 17,56 / 2006: 14,86 / 2007: 11,83 / 2008: 10,64 / 2009: 10,85 / 2010: 10,18 / 2011: 10,08 / 2012: 11,53 / 2013: 10,5 / 2014: 10,06 / 2015: 8.94

4. (Ex-Blog) Em palestra na Associação Comercial de São Paulo, anos atrás, e em artigos mais recentes, Cesar Maia, além do monopólio do PCC para explicar a forte queda de homicídios em S. Paulo, ainda agregou o deslocamento do corredor de exportação de cocaína para o Nordeste, com o respectivo aumento da taxa de homicídios.

30 de novembro de 2015

ELEIÇÕES NO RIO SOFREM NOVA TURBULÊNCIA!

1. O processo eleitoral no Rio, ainda na fase de pré-campanha, sofreu forte impacto. O PMDB acredita que o tempo vai mitigar os problemas de imagem de seu candidato, ao sair do noticiário.  Mas, mesmo que isso aconteça, o problema não está aí, e sim na projeção de cenários para a campanha eleitoral, de como os fatos serão reavivados na reta final. Essa expectativa termina gerando pesquisas e avaliações internas que ampliam as incertezas dentro do PMDB. As pesquisas de hoje podem ser projetadas para agosto/setembro de 2016? Como?

2. A candidatura do senador Romário está praticamente inviabilizada com o noticiário (além de foto e gravações) no gabinete do senador Delcidio Amaral. A Procuradoria Geral da República informou que irá investigar o caso. O senador Romário, em entrevista ao Globo (27), disse que tinha conta no banco citado, mas que estava fechada depois que parou de jogar na Europa. E não se lembra da data que a conta fechou. Os levantamentos que a PGR solicitará ao MP suíço levam meses. A suspeita despertada pelas gravações que o banco-filial em que existiria a conta teria cancelado por ordem da matriz interessada num acordo entre o senador e o PMDB exigirão uma varredura no banco filial na Suíça. O que levará algum tempo. Muito dificilmente o senador Romário trocaria a imunidade parlamentar pelo cargo de prefeito, que não conta com imunidade.

3. Para efeito de cálculo, excluindo a candidatura do PMDB, que tem máquina, e de Romário que desistiria, ficam 3 blocos. O primeiro é o de Freixo e Molon. A vantagem que terão nesse novo quadro são novos espaços abertos na área popular, especialmente para Freixo. O segundo bloco são os candidatos que aparecem lá embaixo em pesquisas, hoje. Como os deputados Otavio Leite, Indio da Costa e Clarissa Garotinho. Estes não se beneficiam imediatamente desse novo quadro e terão que esperar a campanha. Há a hipótese do PR de Garotinho vir a apoiar Crivella num acordo de compensações regionais no Estado.

4. O terceiro bloco é Crivella, que é, imediatamente e de longe, o mais beneficiado pelos fatos. O espaço popular se abre ainda mais para ele, o que o impulsiona da faixa dos 15% para a faixa dos 20%. A série de matérias na TV Record sobre a situação do governo do Estado e do PMDB-RJ impulsiona ainda mais essa tendência. Conseguindo o apoio do PR, seu tempo de TV passa a ser significativo e Crivella se torna favorito para ir ao segundo turno.

5. De forma hipotética se poderia projetar as tendências pré-eleitorais, DE HOJE, com o novo quadro. Crivella estaria encostando nos 25%, Freixo nos 15%, Molon e o PMDB entre 10% e 5%, e os demais de 5% para baixo. Os partidos estão em campo com suas pesquisas. Até o final da primeira semana de dezembro se terá um quadro consolidado delas fornecendo mais informações sobre o imbróglio eleitoral carioca.

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RJ: QUEDA DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO PASSA DE 70% EM 4 MUNICÍPIOS!

(Maria Cristina Frias – Folha de SP, 27) 1. A queda na arrecadação com royalties pela exploração de petróleo neste ano já supera os 70% em quatro municípios da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro. Na cidade de Arraial do Cabo, a redução no acumulado do ano, até outubro, chega a 100% na comparação com 2014. As retrações de receitas também foram expressivas em Macaé (88%), Niterói (71%) e Campos (70%).

2. “Há uma cadeia de empresas de médio porte –de transporte a fornecedores. Com o freio da Petrobras, diversas delas deixam de investir”, diz o presidente da Ompetro (Organização dos Municípios Petroleiros), Aluizio dos Santos. “A segunda metade de 2015 foi crítica para a região. Tínhamos 163 mil empregos formais, só neste ano, perdemos 7.000 postos de trabalho.”  Macaé aprovou um pacote de redução tributária, que desonera em 25% a alíquota de ISS (Imposto Sobre Serviços) das companhias ligadas à atividade petroleira.

3. “O cenário atual é de grandes empresas terem de deixar o país, pela dificuldade de atuação no setor de petróleo e gás, caso a Petrobras se mantenha como operadora única”, avalia Santos, que também é prefeito de Macaé. “A indústria hoje tem um ‘mantra’ de corte de custos. A redução de impostos é uma forma encontrada pela cidade para dar fôlego ao setor.”

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ESPANHA: ELEIÇÃO COMPLETAMENTE INDEFINIDA!

1. O jornal El País publicou pesquisa do instituto Metroscopia neste domingo. Três semanas da eleição geral há um empate rigoroso entre as 4 principais forças.

2. PP, que governa, tem 22,7%, Ciudadanos, um partido novo que flutua em torno do centro, tem 22,6%, o PSOE tem 22,5% e o Podemos, esquerda em base às redes sociais, tem 27,1%.

3. Na pesquisa espontânea o empate se reproduz na faixa dos 15%.

4. O regime parlamentarista espanhol vai exigir uma composição entre duas forças políticas para formar maioria de governo. Assim como em Portugal, mesmo a vitória do PP trará dificuldade em formar maioria.

5. Conheça a pesquisa completa.

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CRESCE A CENTRO-DIREITA NA AMÉRICA DO SUL!

(Folha de SP, 29) 1. Uma nova geração de políticos de centro-direita vem emergindo como alternativa aos governos de esquerda “nacionais e populares” instalados na última década nos países da América Latina. A vitória de Mauricio Macri, na Argentina, coloca em evidência essa nova liderança, que se replica em países como Brasil, Uruguai, Venezuela e Peru. Em comum, eles têm como bandeira o pragmatismo. Pouco afeitos aos discursos ideológicos e às categorizações de esquerda versus direita, eles construíram sua identidade no confronto com o discurso do grupo político que está no poder, cujos símbolos maiores são o kirchnerismo, na Argentina, e o chavismo, na Venezuela.

2. Aécio Neves, Senador, presidente do PSDB, ex-governador de MG (2003-2010). Perdeu a eleição presidencial de 2014 para Dilma Rousseff por 3 pontos de diferença.  Filho de um ex-presidente, o conservador uruguaio Luis Lacalle Pou, 42, do Partido Nacional, também se vende como “alternativa jovem”.  Representando a nova direita, ele perdeu a eleição em 2014, mas deu trabalho para Tabaré Vázquez, que só o superou na segunda rodada. No país governado por Nicolás Maduro, as duas principais caras desse movimento são o opositor preso Leopoldo López e o governador Henrique Capriles.

3. No Peru, que em abril vota para presidente, a direitista Keiko Fujimori, 40, lidera as pesquisas eleitorais com o slogan “Tenho a força de ser jovem e de ser mulher”. Apesar de carregar o legado do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko repaginou a proposta do pai. Condena alguns aspectos de sua gestão, como as esterilizações forçadas.

27 de novembro de 2015

OS VETOS E A BATALHA DE ÁSCULO!  CPMF JÁ ERA! MAIORIA PARLAMENTAR JÁ ERA!

1. A votação dos vetos da chamada “pauta bomba” mostrou a verdadeira correlação de forças na Câmara de Deputados. Depois de um enorme esforço de redistribuição de ministérios e cargos, os votos a favor do governo, mesmo os que se esconderam atrás de suas ausências, mostraram que o governo continua claramente minoritário.

2. A votação dos vetos é o simples desdobramento de iniciativas de leis e emendas aprovadas pelo poder legislativo. Portanto, independentemente dos resultados das votações, o governo foi apenas reativo e, em certos casos, desesperadoramente reativo para impedir que o voto contra as teses do governo não alcançassem maioria absoluta.

3. Em todos os casos, o governo perdeu se levarmos em conta o critério de maioria simples. Isso no auge do clientelismo. Ou seja, todos os projetos de lei que tramitarem sem exigência de maioria absoluta, bastando maioria simples, o governo será derrotado em plenário, tendo que se socorrer aos vetos. E a cada novo veto a ser votado, realizar acrobacias políticas, “rodando a bolsinha” e se fragilizando mais e mais.

4. Supondo que os votos conseguidos neste momento pelo governo sejam sustentáveis, a situação, hoje, tem novidades. Os votos contra o governo são amplamente majoritários, mas não alcançam maioria absoluta. Ou seja: emendas constitucionais só por consenso. E o governo não pode nem sonhar com suas iniciativas que exijam emenda constitucional e mesmo lei complementar.

5. O cenário se complica ainda mais com a prisão do senador Delcidio. (G1, 26/11) Sem acordo, sessão de votação na Câmara cai pelo segundo dia seguido. Projeto que regula teto dos salários dos servidores tranca a pauta da Casa. Segundo deputados, clima é de ‘ressaca’ pela prisão de senador do PT.

6. Vale dizer: a CPMF já era. E a DRU depende do estabelecimento de um consenso, o que é possível. Mas se o governo tentar atropelar seus critérios em relação a DRU, não terá a mínima chance de vencer. E o tempo –em ambos os casos- aponta contra a cronologia fiscal do governo.

7. Mais do que nunca destaca-se a frase atribuída ao general Pirro: “Com mais uma vitória dessas estaremos liquidados”. (Batalha de Ásculo em 279 aC. Os romanos perderam 5.000 soldados e Pirro 3.500).

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EQUADOR: PETRÓLEO BARATO E DOLARIZAÇÃO DA MOEDA ENCILHAM A ECONOMIA!

(The Wall Street Journal, 25) 1. O Equador tem o azar de ser um produtor de petróleo com uma economia dolarizada, que usa a moeda americana como divisa. A dolarização ajudou o governo a domar a inflação em 2000. Agora, ela está privando o país da válvula de escape que uma moeda fraca pode fornecer num momento em que a queda dos preços do petróleo prejudica as exportações.

2. Sarah Glendon, chefe da área de pesquisa de dívida soberana na Gramercy Funds Management, que administra US$ 6 bilhões em ativos de mercados emergentes, duvida que o Equador seja capaz de arcar com suas dívidas depois deste ano.

3. A posição do Equador o torna um caso vulnerável no mundo precário da dívida de mercados emergentes. Grande parte da renda do país vem das exportações de petróleo, e a queda dos preços neste ano criou um déficit no orçamento e está pressionando a dívida do país.

4. É verdade que o governo equatoriano vem tentando reduzir sua dependência da receita do petróleo. Neste ano, ele criou o Ministério de Comércio Exterior para ajudar a impulsionar as exportações de produtos de outros setores. Mas a alta do dólar prejudicou esses esforços, além de tornar os produtos equatorianos menos competitivos do que os de vizinhos como Brasil e Colômbia, cujas moedas sofreram fortes desvalorizações.

5. Durante os primeiros oito meses deste ano, as exportações equatorianas de produtos não petrolíferos, como banana, flores e camarão, caíram 4% ante o mesmo período de 2014, em grande parte devido à valorização do dólar, segundo dados oficiais. Já a receita com exportações de petróleo despencou 48%.

26 de novembro de 2015

“ANARQUISTAS EXPROPRIADORES”!

1. Da enorme quantidade de artigos sobre a ação terrorista do ‘Estado Islâmico’ contra Paris, um tema tem despertado a atenção de analistas. Não há nenhuma base religiosa efetiva dos terroristas. O Islã é usado apenas para justificar o terror e ganhar simpatia entre os 1,6 bilhão de muçulmanos. Suas fontes de financiamento, tipo sequestro, assaltos e operações no mercado clandestino de petróleo e armas ajudam a entender sua dinâmica.

2. Três fatos lastreiam essas análises. a) Ao contrário do mundo árabe, não há quaisquer atos e nem mesmo retórica sistemática que se dirijam contra Israel, ali ao lado. b) As Mesquitas não surgem como cenário nas imagens divulgadas nas redes pelo EI. c) Apesar de ocupar um território do tamanho da Bélgica, as ações do EI, mesmo no território da Síria ou do Iraque, não são realizadas por exército, mas por milícias.

3. As razões que explicam a dinâmica do EI, como a ocupação de território, desde a origem como terror individual clássico tipo Al Qaeda, devem ser buscadas com muita atenção. O fato de não ter base religiosa efetiva e não ter como objetivo organizar um Estado com suas estruturas institucionais, nos remete à história do anarquismo radical.

4. Os anarquistas –em nome da liberdade- orientavam as suas ações contra a propriedade e contra as estruturas de poder. Mas nunca para a tomada do poder, construindo instituições alternativas como os socialistas e comunistas. Suas ações eram efetivadas individualmente ou por pequenas milícias espalhadas, social ou sindicalmente.

5. Nos anos 1920 cresce um segmento anarquista radical: os “Anarquistas Expropriadores”, que adotavam métodos violentos em relação a seu fortalecimento financeiro através de assaltos, especialmente a bancos e pagadorias, e a execuções dos que consideravam os inimigos dos trabalhadores, em geral autoridades políticas e policiais. Os recursos conquistados através de “expropriações” tinham três objetivos: fazer assistência social principalmente às famílias dos seus militantes e simpatizantes, pagar advogados e financiar a sobrevivência dos milicianos em clandestinidade.

6. A pesquisa realizada por Oswaldo Bayer, jornalista e historiador argentino, “Anarquistas Expropriadores” originalmente publicado na Argentina e Uruguai e depois publicado no Brasil, conta com detalhes a dinâmica desse grupo. E destaca o anarquista espanhol Buenaventura DURRUTI, que com um pequeno grupo veio para a América Latina realizar expropriações para ter uma fase financeira. Realizaram ações desse tipo no México, em Cuba, Chile, Uruguai e Argentina.

7. Finalmente, Durruti migrou, no início de 1936, para participar da Guerra Civil Espanhola e se tornou o líder maior de todos os anarquistas do mundo que foram combater na Espanha. Sua ação mais destacada foi quando saiu de Aragón com 3 mil milicianos mal vestidos e expulsou um exército franquista de Madrid. Morto em novembro de 1936 por um franco atirador, teve um funeral multitudinário em Barcelona, como herói.

8. Num momento como esse, de terror internacional, com um enorme desemprego juvenil no Brasil (Folha de SP, 22: a faixa etária mais afetada é a de jovens de 18 a 24 anos, entre os quais o desemprego saltou de 11,8% para 19,5% em apenas 12 meses), com grupos depredadores de violência urbana tipo black blocs; com o narcotráfico que em vários momentos realizam ações de terror fechando lojas, incendiando veículos e executando policiais; com fronteiras flexibilizadas; com o crescimento de milícias; e com justificativas “intelectuais” para o terror tipo EI, nunca será demais ficar atento para que se evite a germinação de “anarquistas expropriadores” por aqui.

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REDE DE BOLSAS SOCIAIS CHEGA A 28% DAS FAMÍLIAS ARGENTINAS E É PROTEGIDA POR LEI! AÍ MACRI PERDEU!

(Estado de SP, 25) Os programas sociais que beneficiam 28% das casas argentinas, segundo a Universidade Católica Argentina, ganharam proteção por lei este ano. Sua manutenção foi um compromisso-chave de campanha do presidente eleito Mauricio Macri, um empresário milionário associado, nas localidades mais pobres, ao fim das bolsas estatais. Seu pior desempenho na eleição de domingo, na qual venceu o governista Daniel Scioli por 51,4% a 48,6%, foi nas regiões sul, norte e nordeste do país, além das zonas com menor estrutura da região metropolitana de Buenos Aires. São áreas com forte dependência dessas ajudas.

25 de novembro de 2015

CRISE FINANCEIRA DO ESTADO DO RIO VEM DESDE ANTES DA QUEDA DO PREÇO DO BARRIL DO PETRÓLEO!

A. (Ex-Blog) A.1. O IBGE divulgou os dados do PIB dos Estados entre 2010 e 2013. Os dados que surpreenderam a todos foram os relativos ao PIB do Estado do Rio de Janeiro. Toda a propaganda oficial e o noticiário local e nacional destacavam que o Estado do Rio vivia uma ressureição. Investimentos privados e públicos, parceria íntima entre os governos estadual, federal e municipal, destaque nacional, gestão elogiada, privatizações e terceirizações, agências dando grau de investimento, a volta dos empréstimos internacionais por bancos privados, etc.

A.2. Mas a divulgação pelo IBGE, semana passada, dos dados dos PIBs estaduais entre 2010 e 2013, portanto bem antes da queda dos preços do barril do petróleo que derrubaram em mais de 50% o valor dos royalties transferidos ao Rio, mostrou que a crise econômica do Rio vinha de antes. Nesse período, o PIB do Rio foi o que teve menor crescimento no país: apenas 60% da média nacional. E tomando só o ano de 2013 o PIB do Rio cresceu 40% da média nacional.

A.3. Se o PIB do Rio tivesse crescido com a média nacional, o ICMS seria hoje mais de 6 bilhões maior do que é, aliviando a crise fiscal do Estado na pós-queda dos royalties. A imprensa divulgou (20) os dados novos do IBGE para o Estado do Rio.

B. (Globo, 20) B.1. O Rio de Janeiro foi o estado com menor avanço do PIB entre 2010 e 2013, com 5,7%, segundo os dados das contas regionais do IBGE divulgados, para R$ 626,320 bilhões. A média nacional foi de expansão de 9,1%, para R$ 5,316 trilhões. Considerando apenas o ano de 2013, o PIB fluminense cresceu 1,2%, também abaixo da média nacional, de 3%. Naquele ano, o estado com pior desempenho foi o Espírito Santo, com 0,1%.

B.2.  — O Rio de Janeiro tem uma estrutura produtiva oca e, assim, fica mais vulnerável, dependendo da indústria do petróleo — diz Bruno Sobral. Para o professor da Uerj, os números mostram uma “estagnação” da presença do Rio no cenário nacional: — A economia do Rio de Janeiro aproveitou de forma insatisfatória as potencialidades da economia do petróleo para incentivar sua indústria de transformação.

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QUEDA DAS RECEITAS DO ESTADO DO RIO EM 2015 É DE R$ 11 BILHÕES, SEGUNDO SECRETÁRIO DE FAZENDA!

(Cristina Frias- Folha de SP-23) 1.  A expectativa de queda de receitas do setor de óleo e gás continua a se deteriorar em Estados com forte presença da Petrobras e de outras empresas do segmento. No Rio de Janeiro, a Fazenda estadual estimava no início deste ano, uma queda de mais de 30% nas receitas de royalties e Participações Especiais do Estado em 2015, na ordem de R$ 6 bilhões, em relação a 2014 (R$ 8,7 bilhões). Hoje, a projeção já é de um recuo de 62% em relação ao ano passado -a arrecadação no setor não deve passar dos R$ 5,4 bilhões.

2. O Rio, sede da Petrobras, concentra 80% das operações da companhia e a recente paralisação nas atividades da empresa afetou o Estado. O recuo bem mais acentuado do que o que se esperava anteriormente, se deve, segundo o secretário estadual de Fazenda do Rio de Janeiro, Julio Bueno, à crise no setor e à queda do preço do petróleo, que representa cerca de R$ 3 bilhões.  “O outro fator, mais profundo, é a retração da arrecadação pela falta de crescimento do Rio de Janeiro, que é de aproximadamente R$ 8 bilhões. Então, a perda total da economia do Estado em 2015, por causa da crise do setor de óleo e gás e a queda nos preços do petróleo, está em torno de R$ 11 bilhões”, afirma Bueno.

3. “Houve um tombo brusco em 2014. Como a receita estava crescendo de forma sustentada nos últimos anos, o Estado estava programando receitas e despesas contando com uma continuidade no ritmo de crescimento da arrecadação. Bruscamente, o cenário mudou completamente.”

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RELAÇÃO DÍVIDA/PIB CRESCE E BRASIL VAI PERDER GRAU DE INVESTIMENTO DAS DEMAIS AGÊNCIAS DE RISCO!

(Alexandre Schwartsman – Folha de S. Paulo, 25) 1. A relação dívida-PIB é uma fração na qual o numerador, a dívida, cresce em linha com a taxa de juros, na ausência de um saldo primário. Já o denominador, o PIB, cresce pela combinação do aumento real da atividade e dos preços, este segundo conhecido como inflação.

2. É óbvio que a fração só aumenta se o numerador crescer mais rápido que o denominador, ou seja, se a taxa de juros for maior do que a combinação entre inflação e crescimento real do PIB. Posto de outra forma, na ausência de um saldo primário, a razão dívida-PIB só cresce se a taxa real de juros (isto é, a diferença entre a taxa nominal de juros e a inflação) for maior que o crescimento real do PIB.

3. A evolução da dívida-PIB, portanto, depende da taxa real de juros, conclusão que só escapa a quem não distingue numerador de denominador. Isto dito, vamos aos números.

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VENDAS DE IMÓVEIS NO RIO CAEM 41% EM 5 ANOS!

(Globo, 23) 1. Dez anos. É o quanto o mercado imobiliário residencial do Rio recuou em termos de unidades lançadas neste ano de crise. De janeiro a agosto, foram 4.431, mesmo volume registrado em igual período de 2005, de acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Em vendas, a marcha a ré chega a 2010, despencando de 9.678 para 5.638 unidades comercializadas, queda de 41% em cinco anos. Os números refletem, ao mesmo tempo, o esforço do mercado para vender e, principalmente, reduzir o gordo estoque de imóveis novos. Nos primeiros oito meses de 2015, bateu 12.515 unidades. Em agosto de 2013, eram 9.471.

2. — É o pior resultado em lançamentos em dez anos. E não há sinal de melhora. É que vivemos, agora, o oposto do que ocorreu nessa década, quando a estabilidade econômica e a maior oferta de crédito, a juros mais acessíveis, para empresas e consumidores impulsionaram o mercado — avalia João Paulo de Matos, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-RJ).

3. A crise de confiança, continua ele, freou demanda, investimentos e vem fazendo o setor encolher. Matos destaca que o desempenho do mercado imobiliário acompanha o da economia. Em 2010, foram 10.692 unidades lançadas no Rio, mais que o dobro deste ano, de janeiro a agosto. Naquele ano, o PIB do Brasil foi de 7,5%, o maior resultado desde 1986. De lá para cá, a taxa de crescimento econômico vem caindo. A previsão de economistas do mercado financeiro para este ano é de retração de 3,10%, segundo o último Boletim Focus, pesquisa do Banco Central.

4. — O setor está encolhendo, a exemplo de outros no país. Em poucos anos, saltamos da escassez de mão de obra para o corte de empregos — destaca Matos. No estado do Rio, houve retração de 18.533 postos de trabalho na construção civil de janeiro a setembro, segundo o Sinduscon-Rio, entidade fluminense que reúne a indústria do setor. O sindicato destaca, porém, que a perda está abaixo da média do país, pois as obras de mobilidade e revitalização urbana, em consequência da realização dos Jogos 2016 na cidade, mantêm canteiros em atividade. Com isso, o resultado do ano ainda é positivo, com 666 vagas de trabalho.

24 de novembro de 2015

ARGENTINA: OS DESAFIOS DE MACRI!

1. A euforia da imprensa local e internacional e dos políticos de centro e direita com a derrota do candidato apoiado pela presidente Cristina Kirchner encobre as enormes dificuldades e desafios que Macri terá.

2. Assim como no Brasil, o fator crítico, apesar de todo o imbróglio econômico, será o fator político.

3. Desde o final do primeiro turno, as pesquisas de todos os institutos confiáveis davam a Macri uma vitória com 8 a 10 pontos de diferença. Até mesmo as de boca de urna.

4. Mais que em Macri, calcado em uma coligação heterogênea, foi o voto genérico anti-Cristina que derrotou Scioli. E assim mesmo por uma diferença de 2,8 pontos que as pesquisas classificariam como empate técnico.

5. Das duas uma, ou as duas. Parte do eleitorado decidiu por Scioli em cima da eleição. Ou havia um eleitor oculto que preferia não abrir o voto. Talvez a campanha do “cuidado que Macri possa tirar seus direitos sociais” tenha funcionado.

6. A maioria no Senado permanece com o peronismo. Na Câmara, todos os partidos e blocos são minoritários. Macri terá que negociar para dentro com a UCR e para fora com De La Sota/Massa para equilibrar as forças.

7. Esses podem não querer participar do ministério, se manter como força independente e priorizar a disputa pela hegemonia dentro do próprio, e elástico, peronismo.

8. Em mais dois anos há a renovação de 50% do parlamento. Inevitavelmente, Macri terá que concentrar-se também nessa eleição, dividindo o tempo com a gestão econômica e administrativa.

9. Um processo complexo, parente do brasileiro, que é para acompanhar e aprender, para o bem ou para o mal.

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CORRUPÇÃO: LORD ACTON, MONTESQUIEU, BRASIL E ARGENTINA!

(Natalio Botana, cientista político – La Nacion, 20) 1. Se os órgãos do Poder Executivo são independentes da rede de controles previstos no sistema legal, então a probabilidade de corrupção aumenta. Se o governo, aproveitando esta circunstância, usurpa atividades próprias da sociedade civil com regalias e privilégios (ou se colonizar por grupos oligárquicos que compram os legisladores no Congresso), então também pode surgir a corrupção. E do mesmo modo, se o Judiciário não tem a capacidade para fazer valer a sua autoridade, então é provável também que a corrupção chegue através dessas lacunas.

2. É a vigilância recíproca entre os poderes separados que conta com o auxílio inestimável da opinião pública e da liberdade de dizer o que se pensa sem a censura prévia ou perseguição do governo. Dessa forma aumenta a probabilidade de se levantar uma cerca para impedir aqueles que infringem os limites constitucionais, aqueles que utilizam privilégios de uma legislação ruim e aqueles que, na ausência de um controle efetivo entre as diferentes agências governamentais, se escondem atrás do aparato policial e burocrático para lucrar, enriquecer e, se necessário, matar. O reino do pior, bem caracterizada pela famosa frase de Lord Acton: o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente.

3. Os fenômenos de corrupção são difundidos por duas razões principais, já destacadas pela frase imortal do “Do Espírito das Leis”. De acordo com Montesquieu, o autor desse livro clássico, haveria duas classes de corrupção: uma, quando as pessoas não observam as leis; a outra, quando as leis estão corrompidas. “Mal incurável – disse ele – porque a corrupção está no próprio remédio”. Este aviso parece ter sido escrito nos dias de hoje, porque sem dúvida suportamos a violação das leis, mas também nos enlaça um emaranhado de leis, decretos, portarias e regulamentos que parecem ter sido feitos sob medida para práticas corruptas.

4. Não se trata apenas das grandes leis; são também as leis próprias da gestão econômica do Estado, dos regimes das empresas estatais, dos contratos públicos, das licitações e das obras públicas. Mais uma vez, neste ponto, a ação de um Judiciário independente é vital porque dele depende processar e punir aqueles que não obedecem a lei, e desafiar, se necessário, os vícios de constitucionalidade intrínsecos de uma legislação que se desvia do preceito republicano de igualdade perante a lei.

5. Assim como a corrupção é descendente direto do fracasso do Estado, também é da decomposição da sociedade: uma sociedade dividida, com fortes níveis de desigualdade, é terreno fértil para o crime organizado e o tráfico de drogas. Com seu enorme poder econômico, esses aparatos usurpam a soberania do Estado nos territórios urbanos e destacam a viciosa porosidade das instituições policiais e judiciárias, através das quais, voltamos as preocupações teóricas do princípio: é preciso seguir na tarefa de arrancar nossas lideranças das práticas patrimonialistas que se apropriam dos recursos do Estado, colocando-os a serviço de seus interesses particulares. Se as lideranças e os cidadãos não entenderem este problema, todos irão acabar por acentuar a degradação da nossa democracia.

6. Para isso, são necessários líderes de reconstrução institucional. Desafio para a renovação dos partidos e da cultura política. E desafio também para os conteúdos éticos da sociedade civil. Por um lado, uma boa notícia, a cidadania na América Latina, de Norte ao Sul, da Guatemala ao Brasil, está mobilizada com a ajuda das redes sociais que pedem justiça e transparência. Por outro lado, os setores marginais, aqueles que sobrevivem graças à proteção do Estado e cuja pobreza é explorada por governos populistas, não reagem de forma tão veemente, pelo contrário, aceitam o que acontece se essas necessidades básicas insatisfeitas forem de alguma forma compensadas.

7. É uma máscara que mostra que a corrupção dos poderosos pode corromper o povo: a partir do vértice, se manipula aqueles que estão embaixo. Persistindo, essa divisão ética pode cobrir áreas maiores. Em uma recente pesquisa do Gallup, cinco em cada dez argentinos dizem que para subir a escala social, têm de ser corrupto ou haver recebido uma herança. Atmosfera contaminada que, com renovação ética e espírito de reconstrução institucional, devemos dissipar.

23 de novembro de 2015

A CRISE JÁ ATINGE OS MAIS POBRES E COMEÇARÁ A TER REPERCUSSÕES POLÍTCAS!

1. Este Ex-Blog, numa nota, dias atrás, chamava a atenção para uma característica da crise brasileira. A crise atual começou afetando as empresas, inclusive as maiores atingidas pela lava-jato, diretamente e em seu multiplicador. Em seguida, chegou à classe média. A venda de bens duráveis, automóveis em primeiro lugar, despencou. As inadimplências bancária e comercial subiram.

2. Os setores de baixa renda eram os menos atingidos em função da rede de proteção social construída nos últimos 20 anos e intensificada nos últimos 10 anos. Essa rede de proteção social vai muito além do bolsa-família, pois abrange os sistemas sociais, previdenciário e de emprego. Na medida em que aumente a taxa de exclusão e de pobreza, a demanda de entrada na rede de proteção social aumentará. Mas as medidas adotadas contra a crise fiscal reduzem a rede de proteção social e dificultam a entrada nela dos novos pobres. E isso ocorre nos níveis federal, estadual e municipal.

3. O editorial da Folha de SP (22) é elucidativo: “Em meio à queda livre da economia brasileira que se observa desde o início do ano, o aumento do desemprego é o dado mais preocupante. Projeções de que a taxa de desocupação atingirá dois dígitos, consideradas alarmistas há poucos meses, soam agora plausíveis.   A população ocupada caiu 3,5% em outubro, em relação ao mesmo mês de 2014, um ritmo inédito na série histórica. Por sua vez, a taxa de desemprego subiu para 7,9%. Há um ano, era de 4,7%.  A alta só não é maior porque continua a encolher a parcela dos que procuram emprego que diminuiu de 56,2%, há um ano, para 55,4% em outubro.”

4. “Se o índice tivesse ficado constante, o desemprego estaria em torno de 9%. Talvez esteja em curso, por ora, o chamado “efeito desalento” –muitos indivíduos deixam de procurar emprego por acreditar que dificilmente terão sucesso em uma conjuntura tão negativa. Alguns recorrem às famílias, outros contam com seguros pagos pelo governo. Outra consequência desse quadro está na queda da massa real de salários: decréscimo de 10,3% no período. Trata-se do pior resultado desde 2003, quando caiu 12%. Não espanta que a recessão ora se aprofunde, com queda adicional das vendas e dos empregos.”

5. O Globo (20) mostra que a desintegração do mercado de trabalho ocorre principalmente nas metrópoles. Isso sempre amplia a violência pelo estresse que provoca nas famílias, nas escolas, nos locais de entretenimento e nas ruas. “825 mil pessoas perderam o emprego elevando para 1,9 milhão o número de desempregados das seis maiores regiões metropolitanas do país, 67,5% mais que um ano antes. Já a renda média real dos trabalhadores (já descontada a inflação) ficou 7% menor. — Esse salto astronômico anual da taxa é simbólico. É a deterioração de um dos índices mais importantes do mercado de trabalho. Uma calamidade. É surpreendente que você conseguiu no décimo mês do ano ter um recuo considerável em várias variáveis: na taxa de desemprego, na renda, ocupação e no trabalho com carteira — destaca o economista João Saboia, professor da UFRJ.”

6. “O rendimento médio real dos trabalhadores foi R$ 2.182,10, contra R$ 2.345,81 de outubro de 2014. A queda de 7% só é menor do que os 13,5% registrados em 2003. A massa de rendimento, ou seja, o total pago a todos os trabalhadores, ficou em R$ 49,6 bilhões em outubro. Caiu 1,7% frente a setembro e despencou 10,4% na comparação com igual mês do ano anterior.”

7. As pesquisas de opinião nos últimos dias mostram que as taxas de rejeição aos governos e aos políticos já equiparam a classe média aos mais pobres. E mais grave: cresce a taxa de desesperança em relação ao futuro e o número de empresas e de pessoas que emigram na busca de dias melhores é recorde. A crise social chegando aos mais pobres torna a crise política ainda mais complexa, as ruas mais ocupadas e dificulta a aprovação de leis de ajuste fiscal com repercussões sociais.

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CRISE IMABILIÁRIA: DEPOIS DE UM ANO, SÓ 6% DOS APARTAMENTOS DA VILA OLÍMPICA DO RIO FORAM VENDIDOS!

(Simon Romero – New York Times, 20) 1. As construtoras na segunda cidade do Brasil estão lutando para encontrar meios de desovar apartamentos, oferecendo vantagens como pagar condomínio durante anos, cortar as prestações em 50% e dar viagens para Nova York. Despencando de sua posição como um dos mercados imobiliários mais caros do mundo, o Rio hoje luta com seu maior excedente em décadas, levantando temores de uma quebra.

2. Dezenas de novos edifícios elegantes construídos para os Jogos Olímpicos de 2016 não atraem compradores, e os esqueletos de obras de hotéis abandonadas enfeiam a silhueta urbana.  As autoridades anunciaram a realização das Olimpíadas no Rio como uma maneira de levantar os ânimos e as fortunas da cidade.

3. Essas crises econômicas costumam ocorrer depois de Olimpíadas, quando os gastos em construção secam e a enxurrada de turistas diminui. Mas o Rio está acrescentando uma nova visão, pois a economia se deteriora acentuadamente nos meses antes dos jogos, com a oferta excessiva de propriedades construídas para o evento exacerbando a recessão nacional e os baixos preços do petróleo.

4. Alguns dos empreendimentos mais reluzentes se classificam entre os mais decepcionantes —como a Vila Olímpica, concebida para alojar 18 mil atletas, que será transformada em apartamentos de luxo depois dos jogos.  Os desenvolvedores do projeto, que inclui 31 torres, jardins tropicais e piscinas, começaram a vender unidades depois que o Rio abrigou a final da Copa do Mundo de futebol no ano passado. Um ano depois, somente 230 dos 3.604 apartamentos foram vendidos, segundo os empreendedores.

5. Os preços dos imóveis residenciais no Rio caíram até 12% no último ano. Com a inflação anual chegando a quase 10%, isso significa que os preços das propriedades em algumas áreas diminuíram mais de 20% em termos reais. E depois de computada a queda do real em 2015 muitos apartamentos custam cerca da metade do preço de 2014 em dólares. A crise imobiliária fervente do Rio é uma questão delicada para as autoridades que se preparam para as Olimpíadas. “Imaginávamos que esta crise só ocorreria depois das Olimpíadas em 2016”, disse Leonardo Schneider, vice-presidente da Secovi, uma associação de agências imobiliárias. “Mas está acontecendo agora, pondo em questão as apostas agressivas feitas em projetos que visavam os Jogos Olímpicos.”

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NOTAS INTERNACIONAIS!

1. Macri vence a eleição para presidente da Argentina: 51,4% x 48,6%. Diferença de 2,8 pontos foi muito menor dos 8 a 10 pontos que davam as pesquisas e boca de urna. Com país dividido e sem maioria parlamentar, o primeiro desafio será a gestão política. Posse em 15 dias.

2. (Estado de S.Paulo, 23) A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) assina acordo de livre comercio. A organização, criada em 1967, é formada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã. A cúpula terá ainda encontros paralelos com as delegações de EUA, China, Japão, entre outros, onde deve se abordar as disputas territoriais no Mar da China Meridional entre Pequim e vários sócios do grupo.

3. (Folha de SP, 23) Na segunda metade dos anos 1990, a Argentina representava cerca de 12% do comércio internacional brasileiro. Nos últimos 5 anos, o comércio com a Argentina tem estado por volta de 7% do total do comércio internacional do Brasil.

4. (Folha de SP, 23) Os ataques de Paris, que deixaram 130 mortos, reacenderam o debate sobre o uso da criptografia nas comunicações digitais.  Defendidas por quem deseja evitar o monitoramento governamental, as mensagens cifradas podem ajudar grupos radicais a planejar ataques, vêm repetindo oficiais de órgãos de segurança. Na semana passada, começaram a surgir notícias de que integrantes da milícia radical Estado Islâmico teriam usado a tecnologia para coordenar o massacre na França. O diretor da CIA, John Brennan, veio a público criticar o fortalecimento da criptografia entre as empresas de tecnologia do Vale do Silício.