19 de fevereiro de 2016

TORONTO! ENTREVISTA COM CESAR MAIA!

1. Ex-Blog- Como ex-prefeito, o que destacaria em Toronto na visita que fez semana passada? CM- Certamente a qualidade urbana. Toronto é uma cidade comparável à Boston e Chicago. Na semana do NBA All-Star, em que estive, as temperaturas variavam de menos 5 graus a menos 20 graus. Em Niágara menos 35 graus no sábado em que estive. A neve que produz a lama que vemos em New York, e os seus problemas de mobilidade, em Toronto, não afetam a vida e a mobilidade da cidade, em nada. Seu sistema de drenagem e conservação é exemplar. E por falar nisso, Canadá é o único país das Américas em que o Zika vírus não chegou.

2. Ex-Blog- E a demografia de Toronto? CM- Toronto tem 3 milhões de habitantes e uma grande diversidade demográfica. Quase uns 30% são asiáticos de diversas origens mas com a semelhança que percebemos. São 10% os afro-canadenses. A percepção nas ruas, shoppings e na arena do evento, é de proporções ainda maiores. Os de origem europeia são principalmente ingleses (uns 18%), escoceses (uns 14%) e irlandeses (uns 13%). Vivem em Toronto uns 15 mil brasileiros. O Canadá é um país bilíngue – inglês e francês, mas são dezenas de dialetos. É uma cidade de imigrantes construída a partir do final do século 18.

3. Ex-Blog- Como avaliar seu desenvolvimento? CM- É a capital financeira do Canadá, uma cidade global. No Informe Cities of Opportunity, Toronto está entre as 3 principais cidades em Capital Intelectual e Inovação, Transporte e Infraestrutura, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Meio Ambiente. Em Facilidades para fazer Negócios, Toronto só perde para Singapura, Hong Kong, Londres e New York. É primeira em Risco Trabalhista, segunda em Facilidades para abrir um Negócio, quarta em Proteção aos Acionistas, e Risco Operacional.  É a quarta em Cargas Impositivas mais baixas.

4. Ex-Blog- E a economia de Toronto. CM- O PIB per capita supera os 40 mil dólares. É o principal polo financeiro, comercial e industrial do Canadá. É um porto muito importante após a abertura do Canal Marítimo de São Lourenço que abriu o tráfego de navios entre o Oceano Atlântico e os Grandes Lagos. Toronto margeia o Lago de Ontario.  A Bolsa de Valores de Toronto é a maior do Canadá a segunda das Américas após New York e está sempre entre as 10 maiores do mundo.  A taxa de homicídios está em 2 por 100 mil habitantes.

5. Ex-Blog- E a vida cultural? CM- Toronto é sede de importantes museus, teatros e salas de ópera, concerto e balé. Tive oportunidade de ir a três museus importantes com acervos próprios extraordinários do melhor nível internacional. Royal Ontario Museum -museu de história natural e de história/arqueologia-, a Arte Gallery of Ontario -de arte contemporânea, e o Gardiner Museum, com suas espetaculares coleções de cerâmica desde milhares de anos, chinesa, japonesa, da meso-américa…, até uma interessantíssima coleção e história da cerâmica na Inglaterra, com a “guerra” para controle da tecnologia no século 17 e 18, a partir das cerâmicas chinesa e japonesa, e como objeto das elites. Fui também ao Aquário de Toronto, um destaque por sua função educativa, variedade de espécies e facilidade de percurso através de uma esteira rolante de mínima velocidade. Com tecnologia avançada em grandes filtros, mereceria uma visita dos responsáveis pelo Aquário que está sendo instalado na área portuária do Rio.

6. Ex-Blog- Que área urbana o mais impressionou? CM- Certamente um quadrilátero com a combinação de uma grande praça arborizada, da Victoria University, dos Museus Royal Ontario e Gardiner de Cerâmica, (prêmio em arquitetura e uma loja de cerâmica única), uma antiga Igreja Anglicana, e prédios residenciais no estilo londrino. Todo esse conjunto é atravessado pela rua das principais grifes internacionais de moda. Um conjunto eclético, harmônico e exuberante. Todos os projetos de reforma urbana -localizados- deveriam visitar esta área, este conjunto. Bem, e saindo do centro de Toronto em direção a Niágara Falls, visitar a pequena cidade de Niágara on the River, é imperdível. Talvez chamar de uma arquitetura de cidade de bonecas possa ajudar a entender. E um comércio alimentício de alta sofisticação artesanal.

7. Ex-Blog- E você não viu defeitos? CM- Vi dois. Motoristas -pelo menos os de táxi- não usam cinto de segurança.  É o mais intrigante. Na saída quando no aeroporto de Toronto ia pegar o avião para New York. Uma enorme burocracia de controles que nunca havia visto em lugar algum, nem nos EUA. Passei (com minha filha e neto) meu boarding pass em sete pontos de revisão, sendo que em quatro checando o passaporte. A checagem é quase sempre duplicada -eletrônica e fisicamente. E no final -surpresa- há um posto policial de migração dos EUA, com seus policiais fardados e a bandeira dos EUA. Ou seja, território dos EUA no aeroporto de Toronto. Na passagem dos passaportes -com as tradicionais impressões digitais e foto, o oficial perguntou sobre a bagagem, nossas 2 malas despachadas. Ele clicou o computador e apareceram na tela as fotos das duas malas para confirmarmos. E uma pergunta “casual”: -Nas últimas semanas você este na Guiné? -Não, a resposta. Como se sabe Guiné é um narco-estado. Então havia um duplo foco nesses controles: terrorismo e tráfico de drogas. Bem, pelo menos há uma vantagem: a migração dos EUA no aeroporto de Toronto libera totalmente a migração nos EUA e inclusive as malas a serem transferidas ao voo para o Rio não precisam ser rechecadas, como ocorre na passagem pelo aeroporto JFK para outro aeroporto em conexão.

8. Ex-Blog- Mas não poderíamos deixar de perguntar, qual o foco principal de sua ida a Toronto na semana passada?  CM- Foi o NBA ALL-STAR WEEKEND, que é uma festa anual do basquete dos EUA, cujo ponto culminante é o jogo exibição entre os maiores craques da NBA nesse momento. O jogo exibição realizado domingo na arena AIR CANADA CENTRE (umas 30 mil pessoas, completamente lotada), é alternado com homenagens aos veteranos, com malabaristas, com os tradicionais grupos femininos de dança, com rappers… Neste ano houve a apresentação impressionante do Cirque de Soleil (basquete como tema coreográfico), e o show do cantor Sting. São 3 dias de eventos que vão da tecnologia aplicada ao basquete, a reunião com celebridades do basquete e ao jogo exibição dos novos craques, além, claro, do domingo. A cidade fica em festa com os hotéis lotados de turistas/fãs do basquete e as lojas focalizando o tema estão cheias.

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GOVERNO DE GOIÁS DO PSDB PRIVATIZA A EDUCAÇÃO ENTREGANDO AS ESCOLAS A OSs!

(EBC, 18) A partir deste ano, Goiás começará a transferir a administração de escolas estaduais que passarão a ser geridas por organizações sociais (OS). O modelo já é aplicado no sistema de saúde do estado. A implementação em escolas é, segundo o próprio governo, inédita no Brasil. A questão, no entanto, gera polêmica. Um grupo de professores e alunos é contra o modelo de gestão e pede mais diálogo. Já o governo acredita que o setor privado poderá trazer mais eficiência ao sistema de ensino. No estado, 27 escolas estão ocupadas por estudantes em protesto contra as OS.

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NOTAS LATINO-AMERICANAS!

1. Venezuela: Maduro desvaloriza o câmbio oficial de 6,3 para 10 bolívares e simplifica o controle cambial de 3 para 2 bandas.

2. Domingo, plebiscito na Bolívia para mais um mandato de Evo Morales até 2025. Pesquisas dão empate, resultado indefinido.

3. (El País, 18) Venezuela: Maduro se nega sancionar a lei de anistia a presos políticos. Seriam 78 beneficiados, incluindo Leopoldo López.

4. (BBC, 17) Maduro aumenta o preço da gasolina depois de 20 anos. Baixa octanagem custará 1 bolívar e alta 6 bolívares.

18 de fevereiro de 2016

AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS: A FEBRE DE ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DOS ANOS GEISEL, ORIGEM DE MUITAS DISTORÇÕES E DESVIOS!

1. Nos anos 1970, no período do presidente Geisel, surgiu como solução mágica para os problemas governamentais a descentralização administrativa através da criação de novas autarquias, fundações e empresas. Governar-se-ia melhor através da “administração indireta e fundacional”, diziam.

2. No período Geisel foram criadas mais empresas estatais, fundações e autarquias que em toda a história da administração pública brasileira, desde a Proclamação da República, até os dias de hoje. Várias delas -anos depois- foram extintas após escândalos demonstrados, como a SUNAMAM e a INTERBRÁS, para citar casos mais eloquentes.

3. Com isso, produziram-se várias distorções, que vão desde o descontrole, a duplicidade administrativa, a descoordenação, a quebra da autoridade, programas e investimentos que surgiam sem articulação com outros órgãos, sem responsabilidade de ministros, secretários e até dos chefes do poder executivo. Depois -já mais recente- veio a febre das ONGs e em seguida das OSs, cujos desvios começam a ser destacados. Virão mais.

4. O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Julio Coutinho, no início dos anos 80, antecipou-se aos problemas que já ocorriam e publicou decreto, depois com força de lei, autorizando o enxugamento destes órgãos. Não se tratava -na maioria dos casos- de eliminar as suas funções, mas de retornar com elas à administração direta, dando unidade e coordenação à gestão e responsabilizando gestores.

5. O prefeito Marcelo Alencar retomou, com ênfase e prioridade, à ideia de multiplicar a administração indireta. As várias autarquias e fundações criadas passaram a ter a palavra RIO como prefácio de praticamente todas. Com a criação da Controladoria Geral do Município, em 1993, se passou a avaliar com o cuidado e o tempo necessários, as funções que exerciam e a desorganização administrativa que provocavam.

6. O prefeito Cesar Maia, em base ao decreto transformado em lei do prefeito Julio Coutinho, priorizando a administração direta e, portanto, responsabilizando os secretários, em base ao decreto/lei do prefeito Julio Coutinho, realizou um amplo enxugamento, devolvendo às secretarias as suas funções precípuas, retomando unidade, coordenação, articulação entre órgãos e programação.

7. A redução de custos, poderia ocorrer naturalmente, mas o objetivo central era re-responsabilizar a administração direta e reforçar os controles e a gestão. No caso das empresas, a burocracia legal existente exigia um processo de liquidação e, com isso, a existência de uma micro-direção responsável. Mas as funções voltavam ao órgão central.

8. Como os atos foram administrativos -decreto- por força da lei existente, tudo ocorreu sem ruídos, sem conflitos e sem publicidade. A lista de fundações, autarquias e empresas que já não existem e foram alimentadas na época é grande: Rio-Esporte, Fundes, Fundação João Goulart (responsável pelos concursos), SMTU, Rio-Arte, Rio-Aguas, Fundação Rio… Empresas como a Fábrica de Escolas, ainda em liquidação, o Rio-Centro, mantida na época com estrutura mínima para fiscalizar a concessão… A memória deste Ex-Blog certamente falhou em outros casos não listados. Com os decretos publicados, no dia seguinte não ocorreram chuvas nem trovoadas, e as funções necessárias foram absorvidas pelas respectivas secretarias.

9. Agora, o governador Pezão apresentou projeto de lei eliminando autarquias e fundações. Mas o fez com foco errado: o custo. O custo reduzido será naturalmente a derivada segunda da decisão. Mas não deve ser a justificativa. Com isso, o debate foge daquilo que deveria ser: a unidade, a coordenação, o controle, o planejamento e a eficácia estratégica da administração direta. Aliás, cuja debilidade nesses anos responde por grande parte dos problemas financeiros que hoje enfrenta.

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PARA ONDE VAI A ECONOMIA BRASILEIRA?

(Maria Cristina Frias – Folha de S. Paulo, 15) 1. “As receitas do governo vão demorar a voltar ao que eram. Temos de ter senso de urgência na aprovação das medidas necessárias. Só assim voltaríamos a ter a confiança para a recuperação da economia”, diz Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco. “Aprovar medidas estruturais de contenção dos gastos públicos, como limite para os gastos públicos na Lei de Responsabilidade Fiscal e instituir uma idade mínima para a aposentadoria, não só é viável, mas fundamental.”

2. Como a queda na arrecadação torna ainda mais difícil cumprir 0,5% do PIB de superavit fiscal primário neste ano, é preciso buscar uma saída. “Precisaria aprovar medidas, como a CPMF, no Congresso para chegar a 0,5%”, reitera. O Banco Itaú projeta estabilização da economia ainda neste ano e uma queda de 4% do PIB em 2016. “Acreditamos que a economia deverá se estabilizar a partir do segundo semestre deste ano.”

3. Para 2017, Goldfajn espera uma alta de 0,3% [antes, era zero], dependendo da reação da política econômica e dos choques internacionais. O mercado de trabalho, por sua vez, ainda deverá reagir à queda do PIB com alguma defasagem temporal. A taxa de desemprego projetada pelo banco é de 13% em 2016 e deverá atingir 13,4% em 2017.

4. Com relação à forte reação dos mercados internacionais no início deste ano em decorrência da derrocada do preço do petróleo e da China, Goldfajn é menos pessimista. “O mercado exagerou. Não vai durar meses e meses. Os Estados Unidos continuam a crescer, estão saindo da crise.” O patamar, porém, mudou. “Estamos na era de expectativas baixas”, lembra. “A queda do petróleo e da China nos trazem [ao Brasil] inflação via câmbio e recessão via perda de renda”, afirma o economista.

17 de fevereiro de 2016

A DÍVIDA PÚBLICA DA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO! UM CRESCIMENTO DE 29% QUE EXIGE ANÁLISE! QUEDA DA LIQUIDEZ DO FUNPREVI DE 31%: OUTRO PONTO A SER ANALISADO!

1. O relatório de execução orçamentária, na forma determinada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi publicada no Diário Oficial de 29 de janeiro de 2016. Este Ex-Blog sentiu a falta dos quadros sobre a Dívida Pública e alertou a assessoria parlamentar do prefeito. A Controladoria reconheceu a omissão e no Diário Oficial de 04 de fevereiro de 2016 publicou as tabelas que faltavam.

2. A Dívida Consolidada do Município do Rio de Janeiro alcançou em 31 de dezembro de 2014 o valor de R$ 13 bilhões e 687 milhões de reais. Em 31 de outubro de 2015, o valor da dívida alcançou R$ 16 bilhões e 692 milhões de reais, num crescimento nominal de surpreendentes 22%, quase o triplo da inflação nesse período.

3. Em 31 de dezembro de 2015, o valor da Dívida Consolidada alcançou R$ 17 bilhões e 654 milhões de reais. Um crescimento nominal de 29% quase o triplo da inflação, que chegou a 10%. Em dois meses, de outubro a dezembro de 2015, o crescimento nominal foi de 5,76%, mantendo um valor muito acima da inflação nesse período, que chegou a 1,01% em novembro e 0,96% em dezembro, somando 2%. Ou seja, o crescimento da dívida municipal foi 2,9 vezes maior que a inflação nos dois últimos meses do ano.

4. Caberia ao TCM realizar uma análise das razões, lembrando que o serviço da dívida diminuiu em função da lei aprovada em 2014 e efetivada em 2015, alterando o índice de correção da dívida.

5. No quadro da Dívida Consolidada Previdenciária há um quadro de decisões que na prática corresponde a liquidez do FUNPREVI – fundo de pensão dos servidores municipais. São as Disponibilidades de Caixa, somadas aos Investimentos Financeiros e demais Haveres financeiros.

6. Em 31 de dezembro de 2014 somavam 1 bilhão e 906 milhões de reais. Em 31 de outubro de 2015 alcançaram 1 bilhão 434 milhões de reais. Uma queda tão surpreendente quanto grave de 24,7% em 10 meses. Em 31 de dezembro de 2015 a liquidez do FUNPREVI alcançou 1 bilhão e 447 milhões de reais, acusando nestes 3 meses uma certa estabilidade. Mas comparando com 31 de dezembro de 2014, a queda da liquidez imediata do FUNPREVI em 1 ano foi de 24% nominal.

7. Se aplicarmos a inflação anual de 10%, o mínimo para que um fundo de aposentadoria e pensão mantenha seu valor real, a queda em um ano foi de 31%. Outro número que exige uma atenção e análise ampliadas por parte do TCM.

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ZOOLÓGICO DO RIO: QUE LICITAÇÃO É ESSA?

1. A licitação (?!) do ZOOLÓGICO da Prefeitura do Rio está marcada para o dia 25/02 próximo.

2. Estranhamente, a prefeitura vem realizando investimentos que caberiam ao futuro concessionário. São reparos e obras no ZÔO com mais de 100 trabalhadores através da Comlurb, Parques e Jardins, SECONSERVA, SMAC…

3. Só a SMAC (Secretaria de Meio Ambiente) disponibilizou três empresas privadas, alegando operações compensatórias.

4. O valor desta verdadeira doação ao vencedor da licitação (dizem na rádio corredor que será a Cataratas ou controlada, que já tem outras no Rio) é desconhecido do Zoo e da Controladoria.

5. Talvez o TCM saiba. E o MP possa saber.

16 de fevereiro de 2016

DICK MORRIS: “A ÚNICA MANEIRA DE UM POLÍTICO SAIR VIVO DE UM ESCÂNDALO É FALAR A VERDADE E AGUENTAR O TRANCO”! “UMA MENTIRA LEVA À OUTRA”!

Nota postada no Ex-Blog em 09/06/2011. Cada vez mais atual.

1. The New Prince: Machiavelli Updated for the Twenty-First Century (El Nuevo Príncipe, editora El Ateneo), de Dick Morris (coordenador de Clinton em 2006), é leitura básica para entender a complexidade da comunicação política dos governos, muito maior que a do marketing eleitoral, pois ocorre dia a dia. E se insere num universo diversificado, de imprensa, comunicação direta, boatos, opinião pública segmentada, contracomunicação da oposição e dos insatisfeitos e da internet. Morris fala disso em Governar, na parte 2 de seu livro. Nele, trata de temas como popularidade cotidiana, exercício da liderança, agressividade ou conciliação, inércia burocrática, cuidar das costas (controlar seu partido), cortejar a oposição, grupos de pressão, buscar recursos e continuar sendo virtuoso, o mito da manipulação da mídia e como sobreviver a um escândalo.

2. A este último ponto Morris dedica atenção. “Não há como ganhar na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar”. Com vasta experiência junto à imprensa dos EUA, lembra que, quando ela abre um escândalo, tem munição guardada para os próximos dias. Os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para a cada dia ter uma nova revelação. De nada adianta querer suturar o escândalo com uma negação reativa, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. E outros veículos entram com fatos novos para desmentir. Para Morris, a chave é não mentir. O dano de mentir é mortal. “Uma mentira leva à outra e o que era uma incomodidade, passa a ser obstrução criminal à Justiça”.

3. A força de um escândalo é a sua importância política. As pessoas perdoam muito mais aqueles fatos sem relação com o ato de governar. E ir acompanhando a reação do público. “Se os eleitores se mostram verdadeiramente escandalizados com o que se diz que ele fez, é melhor que não tenha feito. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa”. Em outros tipos de escândalo, como os de comportamento, os eleitores se mostram mais suaves e compreensíveis. Os mais velhos são sempre menos tolerantes. Os de idade intermediária tendem a ser mais flexíveis, especialmente com escândalos de comportamento. Os eleitores jovens se fixam mais no caráter do governante. Assim, além da complexidade de enfrentar um escândalo, a comunicação de governo deve ser, pelo menos, etariamente segmentada. Na medida em que o governante nada tenha a ver diretamente com o fato, que os responsáveis sejam de fato afastados por traição de confiança. Caso contrário, o próprio governo será contaminado e terá perdido precocemente a batalha de opinião pública e, assim, a batalha política.

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A QUEDA DOS HOMICÍDIOS EM S.PAULO E O MONOPÓLIO DO PCC!

(Folha S. Paulo, 12) 1. Em anúncio recente, o governo de São Paulo informou ter alcançado a menor taxa de homicídios dolosos do Estado em 20 anos. O índice em 2015 ficou em 8,73 por 100 mil habitantes – abaixo de 10 por 100 mil pela primeira vez desde 2001.

2. Para um pesquisador que acompanhou a rotina de investigadores de homicídios em São Paulo, o responsável pela queda é outro: o próprio crime organizado – no caso, o PCC (Primeiro Comando da Capital), a facção que atua dentro e fora dos presídios do Estado. “A regulação do PCC é o principal fator sobre a vida e a morte em São Paulo. O PCC é produto, produtor e regulador da violência”, diz o canadense Graham Willis, em defesa da hipótese que circula no meio acadêmico e é considerada “ridícula” pelo governo paulista.

3. Professor da Universidade de Cambridge (Inglaterra), Willis lança nova luz sobre a chamada “hipótese PCC”, num trabalho de imersão que acompanhou a rotina de policiais do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo entre 2009 e 2012.  A pesquisa teve acesso a dezenas de documentos internos apreendidos com um membro do PCC e ouviu moradores, comerciantes e criminosos em uma comunidade dominada pela facção na zona leste de São Paulo, em 2007 e 2011.

4. Em geral, a argumentação de Willis é a seguinte: a queda de 73% nos homicídios no Estado desde 2001, marco inicial da atual série histórica, é muito brusca para ser explicada por fatores de longo prazo como avanços socioeconômicos e mudanças na polícia. Isso fica claro, diz o pesquisador, quando se constata que, antes da redução, os homicídios se concentravam de forma desproporcional em bairros da periferia da capital paulista: Jardim Ângela, Cidade Tiradentes, Capão Redondo, Brasilândia.  

5. A pacificação nesses locais – com quedas de quase 80% – coincide com o momento, a partir de 2003, em que a estrutura do PCC se ramifica e chega ao cotidiano dessas regiões. “A queda foi tão rápida que não indica um fator socioeconômico ou de policiamento, que seria algo de longo prazo. Deu-se em vários espaços da cidade mais ou menos na mesma época. E não há dados sobre políticas públicas específicas nesses locais para explicar essas tendências”, diz ele, que baseou suas conclusões em observações de campo.

15 de fevereiro de 2016

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO ESTADO DO RIO EM 2015!

Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro de 28 de janeiro de 2016.

A. RECEITAS:
                    1. Receitas Tributárias 2015: R$ 29,071 bilhões.
                    2. ICMS: R$ 19,189 bilhões.
                    3. IPVA: R$ 920 milhões.
                    4. ITCD: R$ 680 milhões.
                    5. FPE: R$ 933 milhões.
                    6. Dívida Ativa R$ 285 milhões.
                    7. Operações de Crédito: R$ 4,994 bilhões.
                    8. Alienação de Bens: R$ 1,084 bilhão.
                    9. Royalties do Petróleo: R$ 2,308 bilhões.
                   10. Transferências do SUS: R$ 605 milhões. Atenção: A Prefeitura do Rio de Janeiro recebeu de transferência federais via SUS um total de R$ 1,403 bilhão de reais, 131% a mais que o Estado.

B. DESPESAS:
                    1.  Despesas Previdenciárias Liquidadas. Pessoal Civil. Aposentadorias: R$ 7,377 bilhões. Pensões: R$ 2,705 bilhões / Pessoal Militar.  Reformas/Aposentadorias: R$ 2,799 bilhões.  Pensões: R$ 387 milhões.
2.  Pessoal e Encargos Sociais: R$ 19,146 bilhões.  Atenção: Aproximadamente igual a Receita com o ICMS.
                    3.  Serviço da Dívida Pública: R$ 7,285 bilhões. Atenção: O Serviço das Dívidas Interna e Externa são aproximadamente iguais.
                    4.  Legislativo: R$ 1,262 bilhão.
                    5.  Judiciário: R$ 3,864 bilhões.
6.  Ministério e Defensoria Públicos: R$ 1,982 bilhão.
7.  Segurança Pública: R$ 8,627 bilhões.
8.  Educação: R$ 6,191 bilhões;
9.  Saúde: R$ 5,113 bilhões.
10. Transportes: R$ 5,215 bilhões.  Atenção: Dentro destes há um subitem das despesas com Transportes Urbanos de R$ 3,611 bilhões que são subsídios/compensações ao setor.

C. Déficit Fiscal Primário: R$ 3,627 bilhões.

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VÍDEO PELA INTERNET COMEÇA A AFETAR A TELEVISÃO!

(Folha de S. Paulo, 13) 1. Relatório do Instituto Reuters, da Universidade de Oxford, aponta que o vídeo pela internet “começa a afetar a televisão” no mundo. Entre outros dados, compara assinaturas de TV paga e as chamadas “over the top”, diretamente pela internet, como Netflix, de 2011 para 2015 nos Estados Unidos:  A TV paga caiu de 100,9 milhões de domicílios para 97,1 milhões, enquanto o vídeo OTT cresceu de 28 milhões para 50,3 milhões.

2. O Brasil não é destacado no estudo, mas as assinaturas de TV paga recuaram no ano passado após uma década de crescimento, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações):  A queda foi de 3%, passando de 19,6 milhões em dezembro de 2014 para 19 milhões em dezembro de 2015.  Não há dados abertos sobre assinaturas OTT no país, mas a Anatel registrou que as assinaturas de banda larga fixa cresceram de 24 milhões para 25,6 milhões no mesmo período, apesar da crise.

3. Além de um “grande ano para o Netflix”, o Reuters Institute prevê a estreia do “streaming” da Apple, “finalmente”, e o aumento nos serviços via internet das operadoras, como Verizon.  “A disrupção da televisão” já ameaça a TV aberta. Uma amostra teria sido a queda de 5% na audiência, sobretudo telejornalismo, no ano passado no Reino Unido.  O estudo, chefiado por Nic Newman, ex-executivo da BBC, se baseia em respostas de “mais de 130 líderes digitais de 25 países”.

4. Em seu relatório de resultados de 2015, há duas semanas, o Netflix anunciou ter ultrapassado 75 milhões de assinantes “poucas horas depois” da virada do ano, graças a um crescimento recorde fora dos EUA.  Ao vivo pelo YouTube, o presidente-executivo e fundador, Reed Hastings, lembrou que os primeiros passos no exterior não foram fáceis como parecem agora.

5. “O primeiro ano no Reino Unido foi de mercado muito difícil, a mesma coisa no Brasil, por razões diferentes”, destacou, referindo-se aos tropeços com os pagamentos on-line, por aqui.  São ambos hoje “altamente bem-sucedidos para nós”, mas novos problemas se apresentam, agora que falta pouco (China, Coreia do Norte e Síria) para o Netflix chegar a todos os países. O principal é a obtenção de “licenças globais” para séries e filmes, buscando reduzir o desnível nos catálogos.

12 de fevereiro de 2016

SE OS PRINCIPAIS EIXOS RODOVIÁRIOS DO RIO NÃO TIVESSEM SIDO MUNICIPALIZADOS EM 1993, 1994 e 2007, A CIDADE, HOJE, SERIA UM CAOS IRREVERSÍVEL!

1. A desintegração do Estado do Rio de Janeiro sob a gestão do PMDB em seus governos sucessivos, desde 2003, foi um processo cumulativo que atingiu o clímax na implosão em 2015. Suas consequências sobre a capital se fazem sentir progressivamente.

2. Essa situação teria produzido um quadro inadministrável na capital se em 1993 o prefeito Cesar Maia não tivesse decidido municipalizar os principais eixos rodoviários da cidade que haviam sido assumidos pelo governo estadual desde a fusão.

3. Em 1993, numa reunião entre o prefeito Cesar Maia e o governador Leonel Brizola, no Palácio Laranjeiras, foi decidido municipalizar o parque viário na capital. Com isso, o Estado, através do DER-RJ, se concentraria na área do antigo Estado do Rio.

4. Foram municipalizadas a Avenida das Américas, a Avenida -hoje- Airton Senna, a Estrada Lagoa-Barra, o Túnel -hoje- Zuzu Angel e o Viaduto do Joá, o Túnel Rebouças, o Viaduto Paulo de Frontin, a Perimetral (Viaduto JK, demolido em grande parte), a Avenida Automóvel Clube (hoje Luther King). Em 1994, o prefeito Cesar Maia e o Governador Nilo Batista decidiram municipalizar a Avenida Brasil em toda a sua extensão e a Francisco Bicalho.

5. Esse intenso processo de municipalização dos principais eixos viários da cidade do Rio de Janeiro se completa em 2007, quando o prefeito Cesar Maia e o governador Sergio Cabral decidiram municipalizar a Linha Vermelha em seus dois segmentos: o inicial inaugurado para a Eco-92 até o aeroporto do Galeão, e depois, toda a Linha Vermelha (Avenida João Goulart) até a Baixada Fluminense, nos dois vetores em direção a Belo Horizonte e a São Paulo.

6. Essa foi uma decisão estratégica, tanto levando em conta que seria inviável a gestão dos transportes na capital sem o controle completo de seu parque rodoviário, como pela maior capacidade administrativo-financeira da capital.

7. Essa decisão só poderia ter sido tomada quando a legislação nacional decidiu a autonomia política/administrativa das capitais com a eleição direita de seus prefeitos, a partir de 1985. Os impasses entre prefeitura da Capital e governo do Estado em matéria viária eram crescentes, sem assunção central de um responsável. A absurda situação dos veículos (automóveis, ônibus, caminhões, micro-ônibus…) rodarem sobre bases/pavimentos no Rio sob duas jurisdições exigia a municipalização.

8. Agregue-se a essa decisão de municipalização dos principais eixos viários da capital a decisão do governador Marcello Alencar fazer as concessões do transporte sobre trilhos, metroviário e ferroviário. Com isso, a articulação público-privada entre prefeitura e setor privado se deu de forma nova, sem impasses políticos.

9. Assim, o sistema como um todo se expandiu, tanto o rodoviário (Linha Amarela, duplicações das principais vias nas zonas norte e oeste, reconstrução da Avenida Brasil…), como o Metroviário alcançando toda a zona sul e chegando agora à Barra da Tijuca.

10. Com isso, a desintegração estadual não alcançou o sistema de transportes da capital, o que -de outra forma- seria um caos inimaginável nas condições estaduais -cumulativas- desde 2003 até hoje.

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HOSPITAL DIGITAL EM TORONTO: ELOGIOS…, E CONFLITOS TRABALHISTAS!

(Toronto Star, 09) 1. Novo Hospital “digital first” (primariamente digital) de Toronto afligido por problemas pessoais. Os trabalhadores têm queixas sobre a Humber River, mas os executivos da ultra moderna unidade de saúde dizem que sua operação é um sucesso. O hospital tem sido celebrado por seus robôs que preenchem prescrições e o mantra de “digital first”. Mas, enquanto o Hospital Humber River se muda para uma nova instalação de 1,8 milhão de pés quadrados, seus problemas parecem distintamente humanos.

2. Desde que abriu suas portas em outubro, a instalação de North York teve de lidar com a duplicação do seu tamanho, adição de mais 100 leitos, e uma revolução tecnológica. Adicione a tudo isso uma guerra de palavras muito análoga sobre condições de trabalho e de uma efervescente disputa trabalhista entre sindicatos rivais, e se tem uma receita para confrontos – e, de acordo com a representante do sindicato Tim Oribine, risco para a saúde pública.

3. “A frustração está presente em todos os lugares de lá”, disse o representante da Teamsters Local 419, que representa os funcionários da limpeza do hospital. Embora o hospital admita que nem tudo tem sido perfeito desde a abertura, diz que em geral a operação tem sido um sucesso. A controvérsia, agora objeto de um caso no Conselho de Relações Trabalhistas de Ontario, foi provocada em parte pela decisão do novo Hospital Humber River em subcontratar, para realizar alguns serviços de limpeza, a Crothall Healthcare, subsidiária da gigante corporativa Compass Canada.

4. A Teamsters afirma que isso viola os termos de seu acordo coletivo, que proíbe a subcontratação de serviço que poderia ser feito por membros da Teamsters. Isso também criou dois níveis de remuneração, de funcionários decentemente remunerados e terceirizados com baixos salários, argumenta Oribine.

11 de fevereiro de 2016

A FARSA SOBRE O ENGENHÃO NO ACORDO ODEBRECHT-PMDB!

1. No dia 01 de fevereiro de 2016, a Folha de SP publicou uma matéria mostrando que o fechamento do Engenhão foi um erro. Diz assim: “Empresa que projetou Engenhão diz que fechamento foi um erro.  Responsável por projetar o Engenhão a Racional Engenharia afirmou que a arena não deveria ter sido fechada por quase dois anos, como ocorreu. Disse ainda que a intervenção para reforçar a cobertura não era necessária.”

2. Na verdade, foi muito mais grave do que isso. E é a própria matéria da Folha de SP que explica: “A longa interdição beneficiou a concessionária do Maracanã, também liderada pela Odebrecht. À época do fechamento do Engenhão, a empresa negociava com os clubes do Rio para uso da outra arena e o Maracanã se tornou o único grande estádio disponível no período.”  

3. Para este Ex-Blog, nada disso é novidade. Em nota de abertura, o Ex-Blog de 02 de abril de 2013, portanto uns 3 anos atrás, explicava. Abaixo a nota do Ex-Blog na íntegra.

O “ESTRANHO CASO” DA LICITAÇÃO DA CONCESSÃO DO MARACANÃ E INTERDIÇÃO DO ENGENHÃO!

1. A cada hora que passa fica mais clara a conexão entre a interdição do Engenhão e a licitação do Maracanã. Ambas ocorrem no mesmo período. Dias atrás, o Flamengo e o Fluminense assinaram contrato de utilização do Engenhão por 2 anos. Dias antes foi divulgado o estudo de viabilidade do Maracanã com gestão privada, que sublinhava a necessidade de que dois grandes times (Flamengo e Fluminense) fizessem parte do projeto com uso exclusivo –por eles- do Maracanã. O Flamengo tem um campo de treinamento na Gávea. O problema seria o Fluminense. Mas, rapidamente, uns 10 dias atrás, a prefeitura do Rio doou 5 milhões de reais para seu novo centro de treinamento.

2. Surpreendentemente –antes mesmo de conhecer o relatório, como disse na TV- o prefeito do Rio determinou a interdição do Engenhão. Os vazamentos oficiosos produziram um noticiário distorcido na imprensa: risco de desabamento, erros de projeto, participação da Delta, e por aí foi. O caso da Delta tornou-se ridículo, pois a Odebrecht, que construiu a cobertura do Engenhão (com a OAS), se associou anos depois à Delta para ganhar e fazer as obras bilionárias de reforma e cobertura do Maracanã.

3. Já na quarta-feira (27), no final da tarde, menos de 24 horas do anúncio, se passou a saber que se trata de debate técnico entre os calculistas sobre pontos de resistência ao vento em altas velocidades. E se soube mais: essa questão foi levantada em 2010 e a conclusão é que mesmo no caso de reforço no ponto indicado, isso não exigiria interditar.

4. O Jornal Nacional (27) entrevistou o engenheiro calculista Flavio D’Alambert –top nacional em cálculo de estruturas metálicas- e ele disse que tem a mesma certeza que o “Engenhão é um local seguro para jogos esportivos”. E que levaria sua família sem susto ou risco. Ele é também responsável pelas estruturas metálicas dos estádios de Brasília e Cuiabá, em construção.

5. Curiosamente –digamos- o novo estudo foi pedido pela Odebrecht, que constrói o novo Maracanã, à empresa alemã Schlaich Bergerman und Partner (SBP) que, aliás, também é responsável pela cobertura do Maracanã. Essa fez um laudo que informa ser ideal um reforço no tal ponto que estaria um detalhe além do calculado, de forma a se ter garantias plenas para resistir a ventos com velocidade superior a 115 km por hora.

6. Como já havia sido dito e escrito em 2010 (9/11, O Dia), mesmo que houvesse a necessidade de reforço, esse poderia ser feito isolando um trecho, colocando suportes e fazendo os ajustes com calma. No máximo bloquearia 10 mil lugares. O que, aliás, nada mudaria pelo público de futebol hoje no Brasil. Essa possibilidade foi repetida agora: não precisa interditar.

7. Bem, serviço feito para “fortalecer” o edital de concessão e os futuros e pré-conhecidos concessionários. E um dano de imagem para os JJOO-2016, por ser o Engenhão um estádio de atletismo, modalidade-eixo, desde sempre, das Olimpíadas. O COI mandou um recado: não gostou do que leu.

8. (Lance, 30) Dupla de empreiteiras responsável pela construção da cobertura do Engenhão a OAS e a Odebrecht estão de olho aberto na licitação que definirá o futuro grupo gestor do Maracanã.   Das 19 visitas técnicas de grupos interessados no estádio, sete fazem parte de uma das duas gigantes da construção. A lista é composta por Construtora OAS S.A, OAS Arenas S.A, OAS S.A, Construtora Norberto Odebrecht S.A, Odebrecht Properties Entretenimento S.A, Construtora Norberto Odebrecht Brasil S.A e Odebrecht Participações e Investimentos S.A. A OAS está por detalhes para fechar uma parceria com a francesa Lagardère, grupo de mídia com holding voltada à indústria esportiva, enquanto a Odebrecht e a IMX, do bilionário Eike Batista, costuram uma parceria para gerir o complexo esportivo.

9. Canal 51, Discovery em 31/03/2013. Documentário sobre a cobertura do Engenhão.  Os Engenheiros do Consorcio construtor Flavio Cesaris e Sancho Montaldon, disseram claramente que após o descimbramento os arcos se comportaram de acordo com o projeto e dentro do previsto.

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COM REDUÇÃO DA CONTA DE LUZ, ESTADOS PERDEM R$ 5 BILHÕES DE ICMS!

(Folha de SP, 08) 1. Com o cronograma já definido para a retirada dos encargos adicionados às contas de luz pelas bandeiras tarifárias, os governos estaduais devem perder cerca de R$ 5 bilhões nos próximos 12 meses na cobrança de ICMS. A perda mensal deve ficar em R$ 390 milhões, média arrecadada em 2015, quando, em todo o ano, ficou em vigor a bandeira vermelha na conta de luz, a mais cara.

2. O ICMS é um imposto que incide sobre as mercadorias e serviços e a maior fonte de arrecadação dos Estados. No ano passado, essa receita extra do tributo se transformou em uma espécie de 13º para os governos. Desde o início deste ano, o governo federal vem adotando medidas para retirar essa taxa extra cobrada nas contas de luz. Para o mês de fevereiro, foi criada a bandeira vermelha patamar 1, também chamada de bandeira rosa, que é mais barata do que a que estava valendo até janeiro.

3. O encargo adicionado na conta passou de R$ 4,50 para R$ 3 por 100 kilowatts-hora (KWh) consumidos. Para março, já está definido que a bandeira amarela entrará em vigor, reduzindo o encargo para R$ 1,50 por 100 KWh consumidos.

05 de fevereiro de 2016

O DESMONTE DA IMAGEM INTERNACIONAL DO BRASIL: O MAIS DEPRIMENTE LEGADO DO CICLO DO PT!

1. O desmonte da imagem internacional nos governos Lula-Dilma pode ser medido desde a foto de Obama apontando para Lula e dizendo “esse é o cara”, na reunião do G-20 em abril de 2009 (Vídeo). Obama diz que Lula é o político mais popular do mundo. Ironizava? Isso não importa, pois a imagem internacional do Brasil e a de Lula eram muito positivas em qualquer lado que se fosse.

2. A representação do DEM em Varsóvia na reunião do PPE (maioria no Parlamento Europeu), em 2009, ouviu isso. Em 2011, em reunião em Berlim, com a direção do CDU de Merkel, a representação do DEM não apenas ouviu isso, mas se ouviu o CDU que se dizia intrigado por que o DEM era tão crítico ao governo Lula se havia uma opinião positiva consensual sobre o governo dele.

3. O diretor da FLC-DEM, Cesar Maia, ofereceu dados econômicos sobre a balança comercial de produtos manufaturados, sobre a questão fiscal…, que mostravam claramente uma curva gravemente declinante e que o keynesianismo de consumo aplicado para resistir a crise internacional de 2008 estava levando o país para o fundo do poço e que não resistiria após a eleição presidencial de 2010. O deputado Aleluia falou da corrupção do PT já aberta desde o mensalão.

4. Lula circulava como líder popular e da esquerda internacional, queria vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, passeava pelo bolivarianismo latino-americano, assumia a intervenção em Honduras, assumia com sua equipe de marqueteiros campanhas na América Latina, revia contratos e os subsidiava, mostrava intimidade com Cuba, ia à Líbia de Kadhafi, ao Irã nuclear, às piores ditaduras africanas, abria dezenas e dezenas de representações diplomáticas sem nenhuma expressão, etc. Na carteira, levava perdão a países pobres da dívidas com o Brasil, linhas de crédito do BNDES e empreiteiras indicadas a fazer as obras de infraestrutura nesses países.

5. O desmoronamento era previsível para quem olhava as correntes por baixo da superfície dos mares. O desmonte econômico do Brasil, o pior e mais grave de sua história, ficou claro após o estelionato eleitoral de 2014. A economia foi para o buraco: PIB, déficit fiscal, inflação, desemprego, juros…. A corrupção no governo e entre os dirigentes do PT foi aberta na operação Lava-Jato, considerada a maior do mundo dentro de um governo em todos os tempos. A rejeição à Dilma foi para níveis nunca vistos.

6. Se todos estes vetores são graves, o mais grave de todos, pelo tempo que exigirá para sua reconstrução, é a imagem internacional do Brasil. Imagem econômica com a perda do grau de investimento. Imagem política com a desmoralização de seus principais líderes em governo. Imagem ética. Perda de capacidade até de liderar ideias de progresso e modernização na América Latina e África.

7. A reconstrução das imagens pessoais e públicas sempre foi um processo mais complexo e lento, pois além dos fatos deverá conseguir agregar o fator confiança. Será o governo? Serão os políticos? Serão as elites, inclusive empresariais? Dúvidas que só serão corrigidas com o tempo. Tempo que pode ser igual ou maior que o ciclo petista de 16 anos. Isso tem um custo, inclusive social.

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OCDE:  PROJEÇÕES DE CRESCIMENTO DO PIB DE 31 PAÍSES E REGIÕES! 2015, 2016, 2017: EUROPA, EUA, JAPÃO E CHINA!

1. Tabela que saiu no relatório quadrimestral da Comissão Europeia, da União Europeia. Foi publicado dia 04/02/2016 em Bruxelas. Mostra a previsão de crescimento econômico para 2016 e 2017 dos países da UE, EUA, Japão e China, com um comparativo de 2015.  Destaco a Espanha, com previsão de quase 3% e Portugal com quase 2% este ano. E para 2017, a Grécia com quase 3%, também. Enquanto isso, o Itaú prevê uma contração de até 5% do PIB brasileiro em 2016.

2. Parágrafo que foi destacado no site da comissão, sobre a situação europeia. “As economias europeias têm se beneficiado da conjugação em simultâneo de inúmeros fatores favoráveis. Os preços do petróleo mantêm-se a níveis relativamente baixos, o crescimento mundial é estável, o euro continua a desvalorizar-se e prosseguem as políticas económicas de apoio na UE. Quanto à vertente monetária, as medidas de flexibilização quantitativa adotadas pelo Banco Central Europeu têm tido um impacto significativo nos mercados, tendo contribuído para a descida das taxas de juro e a criação de expectativas quanto à melhoria das condições de concessão de crédito. Dada a neutralidade geral da orientação orçamental da UE no seu conjunto – nem restritiva, nem expansionista – a política orçamental apoia igualmente o crescimento. A prossecução das reformas estruturais e o Plano de Investimento para a Europa deverão igualmente surtir efeito ao longo do tempo.”

04 de fevereiro de 2016

“O ESTADO BRASILEIRO PERDEU A CAPACIDADE DE LIDERAR O DESENVOLVIMENTO”!

1. No sábado (30), final da noite, o programa Painel, da Globo News, trouxe ao debate os consagrados economistas -especialistas em política econômica brasileira- Luiz Carlos Mendonça de Barros, Marcos Lisboa e Mansueto Almeida. A mediação coube ao jornalista William Waack, que mais que mediador integrou o debate na mesma linha -e até com mais intensidade- que os expositores em alguns momentos.

2. Duas teses ganharam consenso nesse debate. a) O governo Dilma já acabou. b) O Estado brasileiro perdeu completamente a capacidade de impulsionar e liderar o desenvolvimento econômico. Pelo menos nesta quadratura.

3. Sendo assim, é a primeira vez desde Visconde de Uruguai -no final da regência- que o Estado brasileiro perde a capacidade de liderar o desenvolvimento. Sobre isso, uma leitura importante é “Raízes do Brasil Político” do professor de ciência política Marcus André Melo, da UFPE (Caderno Ilustríssima da Folha de S.Paulo 31/01/2016).

4. Um desdobramento -até certo ponto otimista- desse consenso dos 3 economistas e do mediador, formulado por Mendonça de Barros, é que o setor privado estaria entrando neste vácuo e assumindo o papel que foi do Estado nesses 175 anos.  

5. Outro desdobramento consensual levantado é que apenas no próximo governo, portanto a partir de 2019, esse quadro de anemia estatal e econômica poderia ser revertido. Nesse caso, há alguma dose de otimismo, na medida em que dependeria do novo presidente eleito e sua equipe.  

6. Ou -voltando a tese de Mendonça de Barros- nesse novo ciclo com o setor privado amadurecido pela crise atual, lideraria o desenvolvimento econômico e o setor político -desgastado na crise atual- se ajustaria a esse novo ciclo, lastreado pela opinião pública.

7. Marcos Lisboa sinalizou a tendência da Dívida Pública se aproximar dos 90% do PIB nos próximos anos, e sublinhou que o setor público já está onerado nesse momento com despesa de um serviço da dívida de mais de 8% do PIB. São números que só enfatizam que o Estado, hoje, apenas corre atrás dos fatos.

8. Quase se disse que, num quadro desses, reversões mais intensas da política econômica, especialmente tributárias, só fariam ampliar as distorções existentes, agravando a crise. E que o menos pior seria remar o barco, nesses três anos, evitando turbulências ainda maiores, para não virar, o que -aliás-  interessaria ao governo, para evitar o impedimento presidencial como solução para antecipar 2019.

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100 CIDADES MAIS VISITADAS NO MUNDO!

(Euromonitor – BBC, 01) 1. A Copa do Mundo fez o Rio de Janeiro subir 12 posições no ranking das 100 cidades mais visitadas do mundo da consultoria Euromonitor International, que considera dados de 2014. Como resultado, o Rio subiu da 92ª para a 80ª colocação do ranking. No total, 2,4 milhões de turistas estrangeiros teriam visitado a cidade em 2014. No ano anterior, teriam sido 1,6 milhão.

2. Na América Latina, o Rio ficou atrás de cinco destinos no ranking: Cancun e Cidade do México, no México (respectivamente 44ª e 75ª posições), Lima, no Peru (45ª), Punta Cana, na República Dominicana (65ª) e Buenos Aires, na Argentina (67ª).

3. Pelo ranking da Euromonitor, Hong Kong teria sido o destino mais visitado do mundo em 2014 pelo quinto ano consecutivo.  A cidade asiática, que atrai principalmente turistas chineses, teria recebido um total de 27,7 milhões de visitantes estrangeiros em 2014, cerca de 10 milhões a mais que Londres, o segundo colocado (com 17,3 milhões de turistas). O terceiro colocado da lista da Euromonitor seria outra cidade asiática. Cingapura, que tem uma ampla tradição de turismo de negócios, teria recebido em 2014 cerca de 17 milhões de turistas.

4. Bangkok, na Tailândia, ficou em quarto lugar, apesar do número de pessoas que visitaram a cidade ter caído 7% em 2014 (em função das tensões políticas e de uma queda no número de turistas russos).  Já a quinta posição ficou com Paris, que recebeu 14,9 milhões de turistas em 2014 (1,9% a menos que em 2013).

03 de fevereiro de 2016

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA PREFEITURA DO RIO EM 2015!

Diário Oficial de 29 de janeiro de 2016. Variações Nominais – IPCA acumulado no ano: 10,67%.

A) RECEITAS:

1. Receitas Tributárias: 2015: R$ 9,598 bilhões e 2014: R$ 9,148. Variação: + 4,9%. / IPTU: R$ 2,031 bilhões e 2014: R$ 2,000 bilhões. Variação: + 1,55% / ISS: R$ 5,728 bilhões e 2014: R$ 5,352 bilhões. Variação + 7% / ITBI: R$ 667,093 milhões e 2014: R$ 737,217 milhões. Variação (- 9,5%).

2. Cota Parte do FPM: R$ 189,034 milhões e 2014: R$ 206,585 milhões. Variação: (-8,5%) / Cota Parte do ICMS: R$ 1,916 bilhões e 2014: R$ 1,810 bilhões. Variação: + 5,8 % / Cota Parte do IPVA: R$ 538,929 milhões e 2014: R$ 504,118 milhões. Variação + 6,9%.

3. Dívida Ativa: R$ 493,631 milhões e 2014: R$ 352,069. Variação: + 40%, (Programa de Anistia/Remissão Parcial) / Alienação de Bens: R$ 52, 156 milhões e 2014: R$ 224,740 milhões. Variação: (- 76,8%). Saldo Negativo da soma: (- R$ 31 milhões).

4. Operações de Crédito: R$ 1,872 bilhões e 2014: R$ 1,635 bilhões. Variação + 14,4%.

5. Transferência do SUS: R$ 1,403 bilhão.

B) DESPESAS:

1. Despesas Previdenciárias Liquidadas: 2015. Aposentadorias R$ 2,977 bilhões. Em 2014 foram R$ 2,635 bilhões. Variação + 12,97%. / Pensões: R$ 544,266 milhões. Em 2014 foram R$ 491,645 milhões. Variação + 10,7%.

2. Pessoal e Encargos Sociais –liquidados. 2015.  R$ 12,959 bilhões. Em 2014 foram R$ 11, 796 bilhões. Variação: +9,85%.

3. Serviço da Dívida Pública –juros + amortização. 2015. R$ 787,582 milhões. Em 2014 foram R$ 1,020 bilhões. Variação: (-22,78%). Ganho nominal em função da revisão do serviço da dívida por lei federal: R$ 232,42 milhões.

4. Investimentos: R$ 4,928 bilhões. Em 2014: R$ 3,205 bilhões. Variação: +53,7%.

C)  RESULTADO PRIMÁRIO:

Déficit em 2015: (-R$ 2,292) bilhões.  Em 2014: R$ (-1,405) bilhões.  Variação. Déficit Primário cresceu 63,1%.

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PORTO MARAVILHA CONTINUA “MICADO”!

1. Ver detalhes no anexo: Diário da Câmara Municipal de 26/01/2016 que traz Relatório Trimestral da CDURP sobre Investimentos imobiliários na “nova” Região Portuária.

2. Na página 6, o relatório diz que não houve NENHUM projeto licenciado no último trimestre de 2015, com ou sem CEPACs consumidas. As 38 CEPACS referem-se a mera modificação.

3.  Das 6.436.722 CEPACS apenas 565.706 foram adquiridas ou 8,7%, um fracasso depois de 5 anos.  Nada aconteceu em 91,3% delas.

4. As CEPACS compradas autorizam as edificações com gabaritos de mais de 20 andares.

5. Conheça.

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“BOOM” NOS PEDIDOS DE DEVOLUÇÃO DE IMÓVEIS!

(G1, 01) 1. 41% das vendas tiveram distratos nos 9 primeiros meses de 2015, diz Fitch. Queda dos preços dos imóveis e situação econômica elevaram pedidos. Preço dos imóveis tiveram queda real de 8,48% em 2015, diz FipeZap / Preço médio do aluguel teve queda real de 12,66% em 2015, diz FipeZap / Essa desvalorização, aliada aos juros mais altos para financiar a casa própria, complicou a vida de muita gente. O pedido de devolução, conhecido como distrato, é um direito de quem comprou o imóvel na planta e ainda não fez um financiamento com o banco após a entrega das chaves. Ao quebrar o contrato com a construtora, o comprador, mesmo inadimplente, recebe de volta parte do que pagou e o imóvel retorna para ser revendido ao mercado.

2. Nos primeiros nove meses de 2015, as construtoras receberam de volta 41% das unidades vendidas em lançamentos, um total de R$ 4,9 bilhões, apontou um relatório divulgado este mês pela agência Fitch. Em 2014, esse percentual foi de 29% e, em 2013, de 24%.  O estudo abrange as nova incorporadoras avaliadas pela agência. “Em um cenário em que 35% das unidades vendidas programadas para serem entregues sejam canceladas, os distratos poderiam totalizar R$ 6 bilhões em 2016”, prevê o relatório.

3. No escritório paulista Tapai Advogados, especializado em mercado imobiliário, 73% das ações na justiça em 2015 correspondiam a pedidos de distrato. Em 2014, essa proporção foi de 43% e em 2013, de apenas 16%.   Antes de entrar na justiça, o primeiro passo de quem quer devolver é comunicar a intenção à construtora e tentar negociar uma alternativa, orienta a Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências (AMSPA). José Paulo, por exemplo, pagou quase R$ 50 mil à construtora até a conclusão da obra e outros R$ 8 mil de taxa de corretagem e vai conversar com a construtora.

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SEGREDOS QUE FAZEM DA ALEMANHA A ECONOMIA MAIS SÓLIDA DO MUNDO!

(BBC, 29/01/2016) 1. Milagre do pós-guerra, a “economia social de mercado” alemã parece ser inabalável: superou as explosões nos preços do petróleo nos anos 1970 e 1980, o impacto da reunificação nos 1990, a recessão mundial de 2008-2009 e está passando firme pela atual crise que atinge a zona do euro. Hoje, o país é um dos três maiores exportadores globais, tem o crescimento per capita mais alto do mundo desenvolvido e um índice de desemprego de 6,9%, bem inferior à média da eurozona, de 11,7%.

2. Segundo o professor Reint Gropp, presidente do Instituto Hall para a Investigação Econômica (IWH), da Alemanha, o modelo germânico se diferencia de forma muito clara do anglo-saxão dos Estados Unidos e do Reino Unido. Mas o que faz dele algo tão particular? Quais são os segredos de seu êxito? “É um sistema baseado na cooperação e no consenso mais do que na competência, e que cobre toda a teia socioeconômica, desde o setor financeiro ao industrial e ao Estado”, explicou Gropp à BBC Mundo.

3. A chamada “economia social de mercado” teve sua origem na Alemanha Ocidental do pós-guerra, que estava sob o governo democrata-cristão do chanceler Konrad Adenauer, e se manteve, desde então, como uma espécie de política de Estado. Sebastian Dullien, economista do Conselho Europeu de Relações Exteriores, concorda que o consenso e cooperação estão presentes em todos as camadas da economia. “No centro estão os sindicatos e os patrões, que coordenam salário e produtividade com o objetivo obter um aumento real dos rendimentos dos funcionários, além de manter os postos de trabalho. A integração é tal que, por lei, os sindicatos estão representados no conselho de administração, participam das decisões estratégicas nas empresas”, afirmou.

4. No sistema financeiro, as cooperativas e os poderosos bancos públicos se encarregam de fazer com que o crédito alcance a todos, não importa o tamanho da empresa ou o quão distante ela fica de um centro econômico. Essa filosofia permite superar uma das limitações do sistema anglo-saxão, no qual as pequenas e médias empresas, diferentemente das multinacionais, não têm acesso ao mercado de capitais e muitas vezes enfrentam dificuldades para se financiar.

5. “Os bancos públicos têm regras claras. Por exemplo: para favorecer o desenvolvimento local, podem emprestar para empresas de sua área, mas não para as de outras regiões. O governo tem representantes nestes bancos, e eles são fundamentais na tomada de decisões. Um princípio que rege sua política de crédito é a manutenção do emprego”, afirma Gropp.

6. ‘Mittelstand’. Esse modelo está enraizado na história germânica. A unificação nacional de 1871, sob Bismark, reuniu 27 territórios governados em sua maioria pela realeza e que haviam crescido rapidamente e de forma autônoma durante a Revolução Industrial.  Dessa semente histórica surgem as Mittelstand (pequenas e médias empresas), que, segundo os especialistas, formam 95% da economia alemã. Diferentemente do modelo anglo-saxão, centrado na maximização da rentabilidade para os acionistas (objetivo de curto prazo), as Mittelstand são estruturas familiares com planos a longo prazo, forte investimento na capacitação do pessoal, alto sentimento de responsabilidade social e forte regionalismo.

7. “A Alemanha é especialmente forte em empresas que têm umas 100 ou 200 pessoas. Com uma característica adicional: apesar de seu tamanho, muitas dessas firmas competem no mercado internacional e são exportadoras”, explica Dullien.

02 de fevereiro de 2016

FECHAMENTO DO ENGENHÃO FOI GOLPE DA ODEBRECHT!

Empresa que projetou Engenhão diz que fechamento foi um erro.

1. Responsável por projetar o Engenhão e realizar a maior parte da obra do estádio do Rio, a Racional Engenharia afirmou que a arena não deveria ter sido fechada por quase dois anos, como ocorreu.

2. Disse ainda que a intervenção para reforçar a cobertura não era necessária. A Racional é uma das construtoras do consórcio RDR (Recoma, Delta e Racional), que se encarregou da primeira -e mais longa- etapa da construção.

3. É a primeira vez que uma das empresas do RDR se manifesta sobre o fechamento da arena levantada para receber o Pan de 2007 e que será sede do futebol e do atletismo na Rio-2016.”

4. Interditado em março de 2013, o Engenhão voltou a receber jogos em fevereiro de 2015, com parte do estádio fechado. A reabertura total ocorreu em julho.  A longa interdição beneficiou a concessionária do Maracanã, também liderada pela Odebrecht. À época do fechamento do Engenhão, a empresa negociava com os clubes do Rio para uso da outra arena e o Maracanã se tornou o único grande estádio disponível no período.

5. Matéria completa

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TV RECORD PASSA SBT E SE CONSOLIDA COMO SEGUNDA AUDIÊNCIA!

(Cristina Padiglione – Sem Intervalo – Estado de SP, 29) 1. Um levantamento feito pela Record, com base no Ibope da Grande São Paulo, de janeiro de 2006 a janeiro de 2016, mostra que a TV de Edir Macedo subiu em todas as faixas horárias, entre 7h e 0h, enquanto o SBT caiu – na madrugada, quando a Igreja Universal está no ar, os seriados exibidos pelo SBT levam a melhor.       

2. Das 7 à 0h, a Record subiu de 5,2 pontos para 6,8. No mesmo período, o SBT caiu de 7,6 pontos para 6,2. A maior virada foi pela manhã (7h às 12h), onde o SBT despencou de 5,5 pontos para 3,9, enquanto a Record subiu de 2,6 para 4,7. A Record foi de 4,4 para 6,5 das 12h às 18h, e de 8,2 para 9 das 18h à 0h. Já o SBT caiu de 8,7 para 6,3 à tarde, e de 8,3 para 7,8 pontos à noite, quando a disputa é mais acirrada.

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ZERO HORA, JORNAL DE MAIOR CIRCULAÇÃO NO RS, NÃO VAI MAIS CIRCULAR AOS DOMINGOS!

(Folha de SP, 30) O jornal gaúcho “Zero Hora” não vai mais circular na versão impressa aos domingos a partir de março. Nos fins de semana, a publicação, uma das maiores do país, terá edição única, ampliada e com mais colunistas e reportagens especiais, e começará a ser distribuída aos sábados pela manhã. Em comunicado, o grupo RBS, dono do jornal, disse ter constatado, após seis meses de pesquisas, que a atual edição de sábado tem uma “vida curta” porque a de dominical circula já no início da tarde de sábado. Aos domingos, os assinantes poderão acessar em tablets uma edição digital do jornal com as últimas notícias.

01 de fevereiro de 2016

2018: CAMPANHA PRESIDENCIAL SERÁ PULVERIZADA!

1. Pela primeira vez desde a eleição presidencial de 1989, a eleição presidencial de 2018 tende a ser pulverizada, com muitos candidatos relevantes. A última vez que isso aconteceu foi em 1989, com Collor, Lula, Brizola, Covas, Afif, Ulysses, Aureliano Chaves, Caiado…Todos os partidos maiores lançaram seus candidatos. E emergiu uma força ruralista hoje fundamental no jogo parlamentar. A partir daí, as eleições presidenciais têm obedecido um sistema binário ou ternário, embora a quantidade de partidos tenha crescido exponencialmente, inclusive com novos partidos relevantes.

2. Por que isso tem ocorrido nesses 20 anos, de 1994 a 2014? O cientista político Jairo Nicolau esclarece: “Um desafio é entender por que diversos partidos importantes têm se recusado a apresentar candidatos à Presidência, preferindo participar de coligações com outros, ou simplesmente não concorrer. Algumas hipóteses podem ser sugeridas. A primeira decorre da estrutura fortemente descentralizada dos partidos brasileiros. Como as unidades da federação são os distritos eleitorais na eleição de quatro dos sete cargos eletivos (deputado federal, deputado estadual, governador e senador) é natural que a política estadual tenha centralidade no sistema político brasileiro. Algumas lideranças partidárias são importantes no âmbito estadual, mas incapazes de se projetarem como lideranças nacionais. Consequentemente, fazem todos os cálculos eleitorais de forma a priorizar a sobrevivência política no estado de origem, deixando em segundo plano as disputas políticas no âmbito nacional.”

3. Mas por que em 1989 isso não ocorreu? A explicação está na imprevisibilidade eleitoral a partir da descontinuidade do regime autoritário –com eleições indiretas até ali, para presidente- e pelo aquecimento do debate político na Constituinte com afirmação de líderes políticos estabelecidos e a ascensão de novos líderes políticos impulsionados nacionalmente pelo debate constitucional e a ampla cobertura que receberam. A partir da acomodação política, com Itamar Franco, e da crise econômica, abriu-se um novo e paradoxal sistema: pulverização partidária e concentração –binária e ternária- na eleição presidencial. Jairo Nicolau –acima- dá as razões.

4. Assim foi em 1994, 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014. No entanto, as razões da abertura do leque de candidaturas presidenciais em 1989 são similares às que se apresentam de hoje até a eleição presidencial de 2018. Primeiro a enorme imprevisibilidade eleitoral e a ausência de favoritismo. O quadro binário PT e PSDB se desintegra na medida em que nenhum deles têm hoje capacidade de aglutinação e seus nomes não contam com a popularidade de favoritos. Nem Lula.

5. Junto à imprevisibilidade eleitoral vem a imprevisibilidade política, ou seja, a pulverização parlamentar de hoje tende a ser muito diferente da pulverização parlamentar que sairá das eleições de 2018. Inclusive com uma pulverização ainda maior que a atual.

6. E fechando o triângulo, a imprevisibilidade econômica. Com metade do governo Dilma perdido, o ano de 2017 estará longe de apontar para uma reversão clara do quadro atual. Longe de qualquer consenso e com a necessidade de atrair o eleitor, candidatos portadores de ideias –as mais diversificadas- vão proliferar. E não se trata de candidatos nanicos como em outras eleições.

7. Em 2018, o PT, o PMDB, o PSDB, o PDT, o PV, a Rede, o PP, etc., já estão em campo, com nomes política e eleitoralmente relevantes. E outros pensam em ocupar espaços com candidaturas presidenciais, que mesmo com uma votação menor se tornam relevantes no segundo turno. E a crise profunda que o país atravessa, com seus desdobramentos sociais, poderá abrir caminho para a emergência de novas forças políticas ou novas lideranças, como ocorreu na Espanha, na Itália e na Grécia nas eleições recentes.

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ABANDONO DO PASSEIO PÚBLICO É CRIME CONTRA A HISTÓRIA DO RIO!

(Jane Santucci, autora de “Os Pavilhões do Passeio Público”, “Cidade Rebelde”, “Babélica Urbe – o Rio dos anos 30) 1. Estamos alarmados com o que está acontecendo com o Passeio Público. Foi tomado por uma população de rua que conta com muitos viciados. Não há a menor possibilidade de visitar o local sem correr grandes riscos. Os ocupantes fizeram buracos nas grades para poder ir e vir mesmo com os portões fechados. Aliás, soube que o Passeio está fechado ao público por falta de segurança.

2. Outras coisas estão acontecendo e merecem explicação, uma das esculturas em ferro fundido das Quatro Estações não se encontra mais no parque. Soube recentemente que o anjinho da bica também não está lá. Uma funcionária da prefeitura disse que foram retirados para reparos, mas diante da situação tão caótica mereceria mais esclarecimentos: em que oficina as peças se encontram? Poderiam ser fotografadas?

3. prefeitura atual que aprecia tanto divulgar suas obras não aproveitaria a oportunidade com as esculturas históricas? A situação é muito preocupante. Depois da reforma de 2004 alimentei a esperança que o Passeio entrasse em uma nova fase e tivesse todo reconhecimento que merece pela grandeza de sua história, mas nos últimos anos foi totalmente abandonado.

29 de janeiro de 2016

MICROPOLÍTICA E O PODER!

1. A expressão Micropolítica é um desdobramento de uma teoria que ganhou expressão no século XIX: a microssociologia. Microssociologia, cujo maior expoente foi o francês Gabriel Tarde, tinha –e tem- como coluna vertebral a ideia que a opinião pública se forma a partir da opinião dos indivíduos e dos fluxos de suas interações.

2. As escolas estruturalistas –Marx e Durkheim- ganharam hegemonia no século XX (apagando a microssociologia). Foi assim até a ascensão da interação eletrônica que, partindo de um simples correio eletrônico, ganhou projeção e amplitude com as redes sociais. A equipe de comunicação política de Margareth Thatcher foi a primeira, nos tempos recentes, a usar a micropolítica para transformar suas ideias em opinião pública e, assim, atuar eleitoralmente e em governo.

3. O marketing político, como meio de atingir as massas, é a negação da micropolítica. Por isso a equipe de Thatcher ficou isolada no uso desse método no ciclo de hegemonia do marketing político de massas. A explosão das redes sociais impôs ao marketing político outra leitura do indivíduo como ator político e eleitoral, e dessa forma relançou a micropolítica que volta a ser um método hegemônico de formar opinião pública.

4. A economia neoclássica passa a ser um vetor de explicação da dinâmica econômica a partir do século XIX. Foi a expressão do liberalismo renovado. Os cursos de economia passaram a ter dois vetores: a microeconomia e a macroeconomia. No entanto, são vetores teóricos que não se excluem na medida em que o indivíduo na microeconomia é um ser genérico que representa a demanda seus estímulos e desestímulos através dos preços, etc.

5. A versão recente da microeconomia é o empreendedorismo. Nesse sim, o indivíduo tem nome e sobrenome. Nesse sentido, passa a ser um terceiro lado do triângulo: microssociologia, micropolítica e microeconomia. Uma vez fechado este triângulo, as visões socialistas da política, da economia e da comunicação de massas perdem crescentemente a hegemonia que tiveram até bem pouco tempo.

6. As redes sociais são –nesse sentido- um método que sempre que usadas pelos socialistas, pela esquerda, só fazem reforçar a hegemonia metodológica da micropolítica e de seu triângulo constituinte. O marketing político finalmente entendeu que além da tela da TV as pessoas deveriam ser alcançadas cada vez mais pela interação direta, seja ela pessoal, seja ela eletrônica.

7. Essa ultrapassagem do triângulo Micro, sobre o triângulo Macro é recente e seu tempo histórico é mínimo, é como um ponto do tempo. Nesse sentido, a tendência é que os elementos teóricos constitutivos do Micro, o triângulo SPE (sociologia, política e economia) ganhem profundidade e sofisticação e se tornem a cada dia mais e mais hegemônicos, cada dia mais Poder.

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A CRISE FINANCEIRA DO ESTADO DE MINAS GERAIS!

(Monica Bergamo – Folha de SP, 28) 1. O governo de Minas Gerais anunciará em breve o corte de 165 mil vagas do funcionalismo que hoje não estão preenchidas. O número corresponde a 42% do total de trabalhadores ativos na máquina pública, que chega a 391 mil pessoas. Outros 228 mil são aposentados. A administração também anunciará a fusão de 26 órgãos e secretarias estaduais. “Vamos fazer um corte grande”, diz o governador Fernando Pimentel (PT-MG).

2. O governador afirma que as vagas serão fechadas e que, portanto, não serão realizados novos concursos para que elas sejam preenchidas, como demandam sindicatos de várias categorias. Algumas poucas áreas devem ser poupadas, como a de segurança.

3. Pimentel afirma que a medida é necessária para enfrentar a queda de receita causada pela recessão. Em 2015, a previsão de arrecadação estadual era de R$ 81 bilhões. Entraram nos cofres públicos, no entanto, R$ 75 bilhões. Só o ICMS caiu 8%. O Estado gasta 48,7% da receita com folha de pagamento –perto do teto de 49% autorizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

28 de janeiro de 2016

NO RIO IMPACTO DA CRISE SERÁ MAIOR EM 2017 QUE EM 2016!

1. O ciclo imobiliário mais intenso no Rio até 2014, acentuado pelas mudanças permissivas na legislação urbanística e agregado aos incentivos à construção de hotéis para os JJOO-2016, rebaixando o ponto de equilíbrio da ocupação, gerou uma curva ascendente cujo declínio a partir de 2015 tem sido mais intenso que a média nacional.

2. Os JJOO-2016 suavizam o declínio desta curva e a estendem um pouco mais dentro de 2016 em direção ao final do ano. Com isso, a crise imobiliária no Rio terá um forte gap entre o auge e o fim do declínio, muito mais acentuado que a média nacional.

3. Na medida em que a curva descendente desse ciclo avança, a competitividade por preços se acentua e o impacto vai muito além do desemprego, afetando a própria capacidade financeira de várias empresas imobiliárias. As bolsas de valores já acusam a queda de preços das ações das grandes empresas abertas do mercado imobiliário. Mas essa transparência não é a mesma nas empresas de capital fechado e provavelmente seus problemas de capitalização e solvência são maiores.

4. Da mesma forma convergem as obras urbanas justificadas pelos JJOO-2016. O governo federal atua nas duas pontas. Numa como financiador das obras. Em outra como sócio dos JJOO-2016. Esta condição de sócio e a imagem externa do país nos JJOO-2016 exigem que que o governo federal garanta a sustentação dos JJOO-2016 até as delegações partirem.

5. A partir daí o tombo será explícito e as medidas compensatórias mais amplas. Todas essas são razões suficientes para se entender que no ano de 2017 a crise econômica do Rio será mais intensa que a de 2016 e que a da média nacional.

6. Os vetores da crise econômica nacional no Rio (Petróleo-Siderurgia-Veículos-Setor Imobiliário…) já são mais graves. A também grave crise fiscal do governo do Estado, que começou a ser verdadeiramente enfrentada a partir de 2016, entrará por 2017 para abrir caminho político para as eleições de 2018.

7. E a partir do final pós-olimpíadas de 2016, a prefeitura do Rio será parte do problema, seja pela queda natural dos investimentos, seja pelas consequências fiscais do esforço de gasto tendo os JJOO-2016 como justificativa. Além de ser o primeiro ano de um novo governo municipal, com o tradicional freio de arrumação, alternativamente, a herança perversa.

8. E pelo contra-ciclo do Rio, a situação fiscal municipal em 2017 será grave e se não ocorrer o ajuste inicial em 2017, poderá se tornar crítica. A sinergia de todos estes pontos garante que 2017 terá no Rio a crise mais intensa do Brasil.

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NORMAS DA AERONÁUTICA E AS TORRES DO PORTO MARAVILHA – CONFLITOS POTENCIAIS!

(Blog Urbe Carioca, 27) 1. Em julho/2014 entrou em vigor a Portaria nº 957/GC3 de 09/07/2015 do Ministério da Defesa – Comando da Aeronáutica, que “Dispõe sobre as restrições aos objetos projetados no espaço aéreo que possam afetar adversamente a segurança ou a regularidade das operações aéreas, e dá outras providências”. Entre os ‘considerando’ destacamos os que se relacionam a índices construtivos na vizinhança de aeroportos, heliportos e helipontos:
CONSIDERANDO que a segurança e a regularidade das operações aéreas em um aeroporto ou em uma porção de espaço aéreo dependem da adequada manutenção de suas condições operacionais, que são diretamente influenciadas pela utilização do solo;
CONSIDERANDO que a existência de objetos, aproveitamentos ou atividades urbanas que desrespeitem o previsto nas normas vigentes pode impor limitações à plena utilização das capacidades operacionais de um aeroporto ou de uma porção de espaço aéreo;
CONSIDERANDO a importância da aviação para as atividades sociais e econômicas, requerendo o constante aprimoramento dos mecanismos que estimulem a coordenação entre os órgãos de âmbito federal, estadual e municipal, visando ao cumprimento das normas e à adoção de medidas para regular e controlar as atividades urbanas que se constituem, ou venham a constituir, potenciais riscos à segurança operacional ou que afetem adversamente a regularidade das operações aéreas (…).

2. Tema complexo para quem não lida com as questões da aeronáutica, a longa portaria apresenta gráficos e tabelas que, entre vários aspectos, definem as alturas máximas de obstáculos permitidas na vizinhança de aeródromos, helipontos, em rotas especiais de aviões, helicópteros, e em zonas de proteção de auxílios à navegação aérea (v. artigo 1º). As medidas determinarão eventuais restrições, por exemplo, para as zonas de influência dos aeroportos do Galeão, Santos Dumont, e de Jacarepaguá. Artigos publicados em sites ligados à indústria da Construção Civil e ao Mercado Imobiliário demonstram preocupações a respeito:

Sinduscon-CE promove Seminário Técnico sobre a nova Portaria do Comaer –20/11/2015
Nova portaria da Aeronáutica que dispõe sobre entorno de aeroportosmotiva protestos do setor da construção – 29/12/2015
Portaria 957/GC3 de 2015 – Comando da Aeronáutica – Comentário da ADEMI

3. O site da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro – ADEMI-RJ também informa que é possível verificar se os empreendimentos pretendidos estão nas áreas de influência definidas pela Portaria 957/GC3 através do site do DECEA na página:  http://servicos.decea.gov.br/aga/

4. Resta saber se as novas regras atingirão os terrenos do Porto Maravilha e suas torres projetadas com até 150,00m de altura e as pretendidas quitinetes que voltarão à cidade quase meio século após terem sido banidas da legislação urbanística do Rio de Janeiro. Portaria nº 957/GC3 na íntegra.

27 de janeiro de 2016

2015: HOMICÍDIOS DOLOSOS NOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO E SUAS CAPITAIS! TAXAS, NÚMEROS E CARACTERÍSTICAS!

1. Há pelo menos 15 anos que as Taxas de Homicídios Dolosos no Rio de Janeiro e em São Paulo vem decrescendo. Este Ex-Blog já comentou algumas vezes que a razão básica para isso é o deslocamento dos corredores de exportação de cocaína para a Europa (Ásia e África) para o Nordeste do Brasil. A entrada passou a ser feita pela África Ocidental, em função do policiamento ostensivo nas costas do sul da Europa. E a proximidade com o Nordeste é evidente.

2. Antes, o tráfico de drogas para a Europa usava basicamente os grandes Portos e Aeroportos Internacionais brasileiros. Vale Dizer: Santos, São Paulo, Rio de Janeiro –Porto e Aeroporto. Com o deslocamento dos corredores de exportação de cocaína para o Nordeste, com destino à África Ocidental, o processo ficou mais simples através de avionetas e barcos médios.

3. Desta forma, ocorreu uma “troca” na taxa de homicídios dolosos: caem as taxas no Rio e S. Paulo e sobem no Nordeste, especialmente nas suas capitais, todas com seus aeroportos e portos pelo menos médios. Um segundo movimento ocorreu em S. Paulo. Como se sabe, cerca de 2/3 dos homicídios ocorrem diretamente relacionados com os pontos de venda de drogas e seu processo.  No Rio continuaram 3 facções e seus desdobramentos, inclusive em presídios. Mais recentemente, algumas Milícias se associaram ao tráfico de drogas num perigoso processo de mexicanização.  

4. Em S. Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC) foi progressivamente eliminando a concorrência de outras facções até se tornar monopólico. Com isso, os homicídios dolosos, cuja maioria ocorre diretamente relacionados com os pontos de vendas de drogas e seu processo, sofreram uma redução adicional à transferência dos corredores de exportação de cocaína para o Nordeste. Esse processo de transferência dos corredores para o Nordeste tem sido contínuo e ainda prossegue.

5. Por isso, a queda dos homicídios dolosos deixou de ser uma referência de violência. As estatísticas de outros delitos (especialmente roubos+furtos, estupros, celulares, veículos, etc.) mostram isso, já que em vários casos continuaram subindo e em outros tiveram um leve declínio. O uso da Taxa de Homicídios se descolou da tendência dos demais indicadores de violência dos demais delitos.

6. Os governos dos Estados do Rio e de São Paulo divulgaram nesta semana as estatísticas completas de Homicídios Dolosos de 2015. A taxa de Homicídios Dolosos se calcula por 100 mil habitantes, usando as projeções das populações pelo IBGE para 2015.

7. Estado de S. Paulo. 2015. Número de Homicídios Dolosos: 3.757. População 44.396.484. Taxa de HD/100 mil habitantes: 8,46. / Cidade de S. Paulo: 991 Homicídios Dolosos. População: 11.967.825.  Taxa de HD/100 mil habitantes: 8,28.

8. Estado do Rio de Janeiro. 2015. Número de Homicídios Dolosos: 4.197. População 16.550.024. Taxa de HD/100 mil habitantes: 25,36. / Cidade do Rio de Janeiro. 1.202 Homicídios Dolosos.  População: 6.453.682. Taxa de HD/100 mil habitantes: 18,62.

9. O Estado do Rio e sua Capital com população muito menor têm quantidades de Homicídios Dolosos maiores que S. Paulo, tanto Estado como Capital. A razão dessa diferença, como explicado acima, é que em S. Paulo o tráfico/varejo de drogas é monopolizado pelo PCC e no Rio há pelo menos três facções (Comando Vermelho, Terceiro Comando…), além da perigosa entrada de algumas Milícias se associando.

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CAMPUS DA GOOGLE PARA STARTUPS, EM S. PAULO!

(Maria Cristina Frias – Folha de SP, 24) 1. Uma semana depois de anunciar um prédio para abrigar start-ups (novas empresas de tecnologia) em São Paulo, o Google recebeu 5.000 pedidos de pessoas interessadas em trabalhar no centro, chamado de Campus. Os postulantes poderão frequentar o edifício, de seis andares, e participar de encontros lá, mas não terão espaço fixo para suas atividades. Os critérios de escolha das empresas que vão se instalar no local não foram revelados.

2. A maioria dos interessados é de sócios de start-up ou trabalham em uma, diz André Barrence, diretor do Campus. Mas a porcentagem de pessoas que ainda não pertencem a esse universo e se inscreveram surpreendeu, afirma o executivo. “Eles foram 35%, o que indica que há demanda reprimida de gente que gostaria de trabalhar com novas empresas de tecnologia.” Cerca de 25% dos que pediram acesso ao prédio são mulheres. É um índice mais alto do que o de outras cidades, como Madri e Tel Aviv, de onde saiu o Waze.

3. O centro de São Paulo será inaugurado no dia 17 de fevereiro. É o sexto que a empresa dos EUA abre no mundo.

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DEM SUSPENDE A VENDA DA GASPETRO!

(Drive Político, 26) Uma decisão da Justiça Federal de ontem (25.jan) suspendeu a venda de 49% da Gaspetro à japonesa Mitsui.

Oposição em ação
Uma outra ação, com o DNA do Democratas, acabou prosperando. A Justiça Federal da Bahia então suspendeu de uma vez a venda da Gaspetro. A Petrobras deve recorrer, mas a chance de esse caso ser solucionado com rapidez é mínima.

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PROFESSOR DA PUC-MG: MONOPÓLIO DO PCC TAMBÉM EXPLICA A QUEDA DE HOMICÍDIOS EM S. PAULO!

(Professor PUC-MG – Luis Flavio Sapori – Folha de SP, 27) 1. São dois os fatores que explicam esses resultados tão bons. Primeiro, uma boa atuação das polícias Militar e Civil na investigação dos homicídios. São Paulo adotou medidas muito consistentes de inteligência policial, na investigação de homicídios, de aumento do aprisionamento. Isso ajudou muito na redução.

2. No segundo aspecto, no decorrer disso houve uma clara mudança do PCC. Uma clara monopolização do tráfico, no varejo, por parte da facção criminosa, com uma imposição de uma prática de tráfico não violenta. A combinação desses fatores é, pra mim, a principal explicação.

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CRISE AUMENTA VENDAS DAS FARMÁCIAS! DEPRESSÃO? DOR DE CABEÇA?

(Maria Cristina Frias – Folha de SP, 27) As grandes drogarias cresceram 12% em vendas no ano passado, de acordo com a Abrafarma (entidade do setor). As empresas movimentaram R$ 35,9 bilhões em 2015. Na comparação entre dezembro de 2015 com o mesmo mês do ano anterior, o aumento foi de 13,1%.  A comercialização de medicamentos atingiu R$ 23,86 bilhões, alta de 7,41% entre 2014 e 2015. Já o número de lojas cresceu 7,1%, de 5.570 para 5.964 no mesmo período. No ano passado, os genéricos somaram R$ 4,1 bilhões. O montante é 11,5% superior ao de 2014. Ao todo, foram vendidas mais de 271,5 milhões de unidades.

26 de janeiro de 2016

GOVERNO DO ESTADO DO RIO VAI FECHAR O CENTRO DE ESTUDO E PESQUISA DO ENVELHECIMENTO!

1. Esta semana os servidores foram informados que o Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE), localizado no bairro da Gávea será desativado pelo Governo Estadual do Rio de Janeiro. Este serviço vinha desenvolvendo programas educativos interessantes, direcionados tanto aos profissionais da especialidade quanto à comunidade em geral, com incentivo a projetos de pesquisa e realização de intercâmbios e parcerias com entidades internacionais.

2. O CEPE foi inaugurado em Março de 2012, pertence à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro e está sob a gestão do Instituto Vital Brazil. Mais um retrocesso lamentável nos projetos públicos direcionados a questões sobre a Pessoa Idosa e o Envelhecimento no Brasil. O presidente de honra do CEPE é o médico Alexandre Kalache, há mais de 20 anos o chefe do projeto de pesquisa do idoso da Organização Mundial de Saúde, autoridade máxima do envelhecimento reconhecido do mundo.

3. Vídeo com o professor Kalache. São 17 minutos.

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IBOPE: 82% ACHAM QUE BRASIL ESTÁ NO RUMO ERRADO!

(José Roberto Toledo – Estado de SP, 25) 1. Desde o início da era petista, em 2003, nunca tantos brasileiros avaliaram que o Brasil está indo na contramão quanto agora. Recordes 82% acham que o País está no rumo errado, segundo pesquisa inédita do Ibope, exclusiva para a coluna. Só 14% acham que o Brasil vai na direção certa; 4% não sabem dizer. É como se o País seguisse pelo acostamento da mão oposta.

2. A contrariedade com o rumo nacional é maior entre os jovens (88%), nas grandes cidades (87%), no Sudeste (87%) e entre quem ganha mais (88%). Mas também é alta em redutos governistas: 77% no Nordeste e entre os mais pobres. Pior: pela primeira vez, as opiniões dos brasileiros sobre os rumos do País coincidem com o que eles leem e ouvem falar. A percepção pessoal costuma ser bem mais otimista do que a coletiva. Não mais: 82% versus 85%.

3. No Brasil, a incapacidade de a oposição ganhar uma eleição que lhe era francamente favorável bloqueou a mudança de rumo pelas urnas, levando a um impasse que paralisou o País política e economicamente ao longo de 2015. E, pelo que indica esta pesquisa Ibope, o “standoff” deve se estender em 2016.  Em relação à política, apenas uma minoria dos brasileiros – 28% – acredita que o novo ano será melhor. Como 2015 foi de impasse, os 31% que apostam que 2016 será igual somam-se aos 38% que acham que o ano será ainda pior. Ou seja, dois em cada três não demonstram esperança de saída para a crise política. Como consequência, 46% acham que a economia do País vai piorar, e 26%, que ficará igual – ou seja, na pior recessão desde 2002.

25 de janeiro de 2016

O DILEMA DA POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO DO PT:  IMPEACHMENT OU IMPASSE!

1. Na campanha eleitoral de 2002, a busca da vitória ao meio de uma crise econômica levou Lula, conduzido pela publicidade e por Duda Mendonça, a falar com o eleitor básico de FHC, que saía. A prioridade era “acalmar os mercados”.

2. Deu certo e criou mais que um compromisso com “os mercados”, um compromisso e convencimento a si mesmo. Na medida em que os primeiros movimentos da política econômica do governo Lula construíram a “calma” desejada, a partir daí o autoconvencimento da Carta aos Brasileiros construiu a política econômica do governo Lula.

3. O ‘documento’ básico desse processo foi uma reunião do ministro José Dirceu com o partido no auditório de sua sede. A razão era o susto de todos com a adoção de medidas “neoliberais” tão criticadas pelo partido. José Dirceu explicou -a uma câmera oculta da TV Globo que se encarregou de divulgar- que todos entendessem bem que a correlação de forças exigia essas medidas para se fazer a travessia. E que a política efetiva do partido estava sendo realizada no setor externo, entregue à Marco Aurélio Garcia.

4. Essa disjuntiva -interna/externa- serviu para acalmar o público interno e os resultados da política econômica agregados a medidas de inclusão social pela renda foram catapultados por uma conjuntura econômica externa favorável, impactando a popularidade de Lula.

5. A apropriação do Estado pelo Partido (e daí os escândalos posteriores) construiu o consenso partidário necessário e o interesse patrimonialista da base aliada. Tudo ia muito bem com a sinergia de uma política econômica adotada por pragmatismo, a política de renda mínima e a conjuntura externa favorável.

6. A crise internacional de 2008 começou a expor as dificuldades que esse trinômio teria para sua sustentabilidade. Um keynesianismo de consumo disfarçou a crise e sustentou o PIB. Mas começou a estilhaçar a política econômica adotada. O resultado era inevitável.

7. A política econômica -dita neoliberal- num quadro de crise tem um custo social elevado, como se vê na Europa. E o hibridismo petista -na tentativa de ganhar tempo- levou a economia e a política ao impasse e ao fundo do poço que vemos hoje.

8. A política econômica de Cristina Kirchner assumiu a sua natureza, abandonando qualquer expectativa em relação aos investidores e ao mercado internacional. Assumiu uma política econômica populista de intervenção direta nos mercados -especialmente o comércio exterior- e deixou a inflação subir à vontade, fixando-se na manipulação dos índices. Deu certo política e eleitoralmente, até na eleição recente que perdeu por uma diferença mínima.

9. Mas Dilma optou pelo hibridismo e trouxe para ministro da Fazenda Joaquim Levy. O consenso interno do PT se desintegrou. A mudança de ministro nada pode mudar. A única saída -pela esquerda- da política econômica do governo Dilma seria abandonar qualquer expectativa em relação ao controle da inflação, intensificar a intervenção nos mercados interno e externo e, assim, fazer uma nova opção política, importando o kircherismo.

10. Mas nem isso dá mais tempo, até porque -nesse caso- a espada de Damocles do impeachment baixaria inevitavelmente. Ou seja: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Abrir mão da política econômica por uma alternativa populista é jogar com o impeachment. Manter o discurso atual é afundar na crise com o hibridismo do governo e do PT e da CUT.

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SECRETARIA DE SAÚDE DA PREFEITURA DO RIO FECHOU 80 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO EM DOIS ANOS!

(G1, 21) 1. Em meio à crise que a saúde do Rio de Janeiro vive desde o ano passado, um levantamento mostra que quase 70% de tudo o que foi contratado nos últimos dois anos pela RioSaúde foi feito com dispensa emergencial de licitação. Ou seja, a empresa pública de saúde da Prefeitura do Rio – que administra quatro unidades municipais – fechou 80 contratos sem licitação alguma. Foram quase R$ 13 milhões gastos dessa forma. A informação foi divulgada com exclusividade pela GloboNews nesta quinta-feira (21).

2. A empresa pública de saúde do Rio de Janeiro, conhecida como RioSaúde, foi criada por lei em 2013, e começou a funcionar no ano seguinte. O órgão, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, administra quatro unidades de saúde da cidade do Rio: o Centro de Emergência Regional da Barra da Tijuca, e três unidades de pronto atendimento nas zonas Norte e Oeste da cidade. Em 2014 e 2015, a RioSaúde fechou 116 contratos, sendo que 80 deles não precisaram de licitação. Isso corresponde a 69% do número de contratos. Dos mais de R$ 28 milhões contratados, quase R$ 13 milhões foram gastos sem que nenhum processo licitatório fosse feito.

22 de janeiro de 2016

ASSALTOS NO CENTRO DO RIO!

(Cel-PM-R-L) 1. Gostaria de levar aos amigos minhas impressões sobre o que vem acontecendo no Centro da nossa Cidade e que tem sido muito explorado pela mídia. Temos visto na TV uma série de reportagens sobre ação de Quadrilhas de Pivetes, comandados por maiores de idade, que vêm agindo no Centro da Cidade, praticando uma modalidade criminosa (furto/roubo ao transeunte) que muito afeta ao Cidadão, causando grande sensação de insegurança na população.

2. Parece-me, e isto é apenas a observação de um Oficial Reformado, que houve uma pasteurização das ações policiais, visando, principalmente o Narcotráfico, o que a meu ver não deveria ser a visão do Comando do 5 BPM. As características do Centro da Cidade são completamente diferentes das características das demais áreas de atuação dos nossos diversos Batalhões.

3. O nosso Centro da Cidade conjuga diversas atividades que fazem com que a afluência de pessoas a este espaço seja muito grande, além de diversificada, pois ademais de área comercial e financeira, temos um grande afluxo de turistas que para ali se deslocam em busca de um turismo cultural sobre a formação da Cidade do Rio de Janeiro, que recebeu a família Real Portuguesa, no início do Século XIX, etc. Ali se concentram, além de Bancos, Casas Comerciais e outras Empresas, uma série de Equipamentos Culturais, tais como Museus, Espaços Públicos, Conventos, enfim, uma série de Equipamentos que mostram o desenvolvimento da nossa Cidade, e artes plásticas, fazendo com que mais de 70% dessas pessoas se desloquem a pé, para conhecer tais pontos.

4. No meu Ponto de Vista, o tipo de policiamento empregado deveria ser, prioritariamente a pé, com a colocação de Viaturas em alguns Pontos Estratégicos para o rápido Apoio Tático, quando necessário, à tropa destendida no terreno. O que vemos hoje é um grande número de Viaturas se deslocando o tempo todo e, sabemos, por experiência que, de dentro de uma Viatura, nosso poder de observação diminui em relação a quando patrulhamos a pé.

5. Se quisermos copiar algo, poderíamos colocar nas principais Avenidas do Centro, onde o fluxo de pessoas é muito grande, aquelas Cabinas de Observação que existem em São Paulo (Av Paulista e outros logradouros de grande movimento), onde o Policial, munido de rádio transmissor, fica num nível mais elevado que os pedestres que se deslocam pela via, observando e informando ao efetivo que patrulha aquela via a pé, sobre situações suspeitas que venham a acontecer no local.

6. Note-se que isto não são Cabinas de Policiamento, onde o Policial fica imobilizado, tomando conta da Cabina ou no seu interior lendo jornais, completamente alheio ao que acontece fora dela. Este tipo de Cabina de Observação, pode ficar descoberta a qualquer momento e em qualquer horário, pois em seu interior não tem qualquer tipo de Equipamento que se tenha que tomar conta, nem mesmo um banco para o Policial sentar.

7. Hoje a Viatura passou a ter uma relevância no Policiamento que, falar em Policiar é falar em adquirir mais Viaturas e mais Equipamentos. Na crise que hoje o Estado enfrenta, e a PMERJ deve ser também afetada por ela, este procedimento de colocar o Policial a pé, além de mais eficaz é também, mais econômico, pois diminui o gasto com Viaturas, manutenção, gasolina e mais gastos.

8. Outra atitude que considero fundamental é o entrosamento com os Delegados responsáveis pelas Delegacias de Centro da Cidade, visando uma ação conjunta da P/2 do Batalhão com os Investigadores da Policia Civil, levantando local de reunião desses Meliantes; quem são os Adultos que os protegem e orientam? Onde é dividido o produto do furto? etc. Tudo isto acompanhado de uma forte divulgação das ações na Mídia. Caso contrário, vamos a cada troca de Comando, oferecendo excelentes Oficiais em holocausto, vendo a Imprensa desqualificando-os, diariamente.

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GOVERNO FEDERAL ESTÁ DEMITINDO 600 MIL AGENTES DE VIAGEM!

(Agentes de Viagem) 1. A imprensa não destacou talvez por faltar informação. Mas os momentos são angustiantes que nós, agentes de viagem, estamos passando. No dia 1o. de janeiro entrou em vigor a nova lei que taxa todas as remessas ao exterior em 33,33%. As associações do nosso mercado como a ABAV e a BRAZTOA já haviam negociado em dezembro com o Ministro Joaquim Levy uma taxa menor de 6,38%, igual à cobrada pelos cartões de crédito em compras no exterior.

2. O ano virou, a taxa de 33% entrou em vigor e novamente houve uma reunião em Brasília com o Ministro do Turismo no dia 14 de janeiro onde ficou acertada a nova taxa de 6,38% a ser publicada no Diário Oficial até o dia 19 de janeiro. Dia 19 de janeiro chegou e nada foi publicado.  Ou seja, se você com passageira comprar um hotel em Miami pela internet por US$ 100 no seu cartão de crédito, o total pago na fatura será de US$ 106,38. Se você comprar em qualquer agência ou operadora de turismo, o mesmo hotel sairá por US$ 133,33.

3. Esta nova tributação aniquila todo o mercado de agências e operadoras no Brasil, inclusive as gigantes CVC e Decolar.com. Por serem as maiores prejudicadas, estão lutando em Brasília em nome de todo o mercado.  As consequências são graves. 600 mil desempregados e o fechamento de milhares de agências e operadoras de turismo por todo o Brasil. A melhor forma de entender é lendo os artigos do Jornal do Panrotas que representa a nossa classe.

Projeto de Cesar Maia pretende transformar a Rua das Flores em patrimônio cultural

Matéria de O Globo sobre Projeto de Lei de autoria do vereador Cesar Maia.

Beleza preservada
Projeto que tramita na Câmara dos Vereadores pretende transformar a Rua das Flores em patrimônio cultural

Referência na Tijuca quando o assunto é amor ou saudade, e muito procurada em datas comemorativas, a Rua das Flores é um dos endereços mais charmosos do bairro. A pequena via de pedestres, que tem sete quiosques centrais que formam um grande canteiro, ganhou a configuração atual em 1993 e está perto de se tornar tornar patrimônio cultural do Rio. A iniciativa é do vereador Cesar Maia (DEM), que busca proteger a tradição da especulação imobiliária e, assim, preservar o tradicional comércio popular de arranjos florais.

O projeto de tombamento foi aprovado em primeiro turno na Câmara dos Vereadores no dia 27 de novembro de 2015. A segunda votação está prevista para acontecer a partir de fevereiro, quando acaba o recesso parlamentar.

Dona do quiosque número um da Rua das Mores, a vendedora Cineida Lopes lembra como era a via antes da reurbanizaçâo que permitiu que os lojistas se instalassem no local. Sem saudades dos problemas enfrentados na época, apoia a iniciativa de Cesar Maia.

— Ela deve aumentar a atenção e o cuidado com a Rua das Flores, o único ponto da Tíjuca que funciona 24 horas. Antes das obras, isto aqui era uma via muito perigosa, com moradores de rua, assaltantes e uma vala negra. Hoje há uma igreja na esquina. Na época, funcionava ali o Cinema Carioca, que não podia abrir suas entradas laterais por causa do risco de assalto — lembra.

Cesar Maia era prefeito do Rio quando a área foi revitalizada. Ele defende que a ação do município no local foi a primeira experiência bem-sucedida de requalificação de um espaço e de seu entorno na cidade.
— Em 1993, a Rua das Flores era como uma cracolândia piorada. Fizemos uma operação de acolhimento dos moradores de rua e uma transformação, com urbanização e embelezamento. Depois disto, os quiosques foram autorizados a se instalar e fizeram um contraponto à situação anterior. O projeto atual busca preservar a qualidade de vida alcançada pelos moradores — explica o parlamentar.

Marido de Cineida, Humberto Lopes administra o negócio junto com a mulher. Ele se lembra da recepção dos moradores aos lojistas na chegada.

— Ficávamos em variados pontos do Rio e depois nos concentramos aqui. O pároco da Igreja de Santo Afonso abençoou a rua e pediu para que os fiéis nos ajudassem, comprando nossas flores. Estávamos às vésperas do Dia das Mães e vendemos muito. Só restou a estrutura dos quiosques, de metal e madeira. Flor e planta, não havia mais — conta Lopes.

Dona de outro ponto, Patrícia Oliveira conta que os moradores, ainda traumatizados com os episódios de violência que aconteceram no trecho, ficaram felizes com a mudança.

— Muita gente passava pelas galerias e lojas para ir à Rua Santo Afonso só para não passar por aqui. Depois das obras de reurbanização e da nossa chegada, eles vinham conversar. Alguns traziam água, café e bolinhos para nos agradecer — recorda a vendedora.

O sucesso do comércio no local foi tão grande que, em 1998, o trecho se emancipou e deixou de ser parte da Rua Major Ávila para se tornar, oficialmente, Rua das Flores.

21 de janeiro de 2016

O BOCA A BOCA E O DEDO A DEDO POLÍTICO E ELEITORAL!

1. No jornal Estado de SP (14), o analista José Roberto de Toledo comenta os novos números de pesquisas que mostram uma redução na proporção dos eleitores que afirmam que suas decisões políticas e eleitorais tomadas pelo contato direto com outras pessoas, o “boca a boca”, vem perdendo importância a favor do que ele chama de “dedo a dedo”, via internet.

2. Ele escreve: “Na política, o boca a boca está perdendo espaço para o dedo a dedo. Ao decidir o voto, pesa cada vez menos o bate-papo a viva-voz e, cada vez mais, chats digitados no celular. Segundo o Ibope, as conversas com amigos e parentes caíram à metade na hora de o eleitor escolher candidato, enquanto as interações digitais foram multiplicadas por seis. Essa revolução de comportamento terá impacto determinante nas eleições deste ano.”

3. “Em 2008, apenas duas eleições municipais atrás, 47% do eleitorado dizia ao instituto que o diálogo cara a cara com as pessoas do seu círculo familiar, de amizades e profissional era muito importante para coletar informações e alimentar seu processo decisório sobre em quem votar. Em dezembro de 2015, o Ibope descobriu que essa taxa caiu para apenas 22%. Em grande parte, essa perda de importância das conversas presenciais foi compensada pelo crescimento explosivo das consultas a sites de internet: subiu de 3% para 14% a fatia de brasileiros que cita esse meio de informação eleitoral.”

4. “Ao mesmo tempo, as redes sociais (Facebook, WhatsApp e Twitter), ignoradas em 2008, são lembradas hoje por 5%. Somando-se sites e redes, os meios digitais influenciam 19% do eleitorado. Ficam tecnicamente empatados com a propaganda eleitoral oficial (19% de citações como fonte de informação), com as conversas com amigos e parentes (22%) e com o rádio (18%). Só perdem para a TV, cujo prestígio segue aparentemente inabalado. Era citada por 48% em 2008, foi lembrada por 51% em 2015.  Os meios impressos (jornais e revistas) oscilaram de 12% para 10%.”

5. Não há nenhuma dúvida que o multiplicador do boca a boca cresceu enormemente com o boca a boca eletrônico que Toledo chama de dedo a dedo. Mas continua prevalecendo a lógica de Gabriel Tarde (As leis da Imitação, final do século XIX). É no contato pessoal direto que uma opinião individual se afirma e dá força para que o indivíduo repasse essa opinião com argumentos.

6. Uma vez nas redes e confirmados pessoalmente, o multiplicador cresce e ganha velocidade. Se antes (Gabriel Tarde) a opinião pública se formava por estes fluxos de opinamento pessoais e individuais e era multiplicada ou acelerada primeiro pelos panfletos e pichações, depois pelo telefone, depois pelo rádio e finalmente de forma explosiva pela TV, agora as redes sociais passam a cumprir a função dos meios de comunicação tradicionais.

7. Por um lado -via redes- ganham velocidade e alcance, mas, por outro lado, pela característica desierarquizada, individualizada e pulverizada das redes, esse multiplicador das redes tem um grau muito grande de dispersão. De certa forma ocorrendo o que Tarde entende como fluxos de opinamento, nos pontos onde surgem convergências, as redes aceleram a formação de opinião enormemente.

8. Tarde destaca os indivíduos iniciadores de fluxos (que chama de “loucos”). Nas redes, com certeza o número e a proporção de “loucos” é muito maior que no boca a boca pessoal. E a quantidade de fluxos de opinamento aumenta nesta proporção. A TV e os jornais sabem tanto disso. Depois de resistirem entrar neste jogo, hoje são parte integrante e importante dele.

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“QUEM GANHA COM OS JOGOS OLÍMPICOS É O COI!”

(BBC, 18) 1. E em meio aos prognósticos de que a situação neste ano não melhorará, a BBC ouviu economistas e analistas para saber se os Jogos poderão agravar ainda mais o cenário ou até trazer benefícios econômicos. “Quando falamos sobre retorno econômico financeiro, a conta parece não fechar em lugar nenhum do mundo”, diz o economista Juan Jensen, ‎da 4E Consultoria e professor do Insper. Para ele, o balanço financeiro dos Jogos é “deficitário”.  

2. O especialista em Gestão, Marketing e Direito no Esporte da FGV Pedro Trengrouse, que foi consultor da ONU para a Copa, afirma que os Jogos Olímpicos “são um bom negócio para o COI (Comitê Olímpico Internacional), mas nem tanto para o país-sede. “É preciso desmistificar essa ideia de que Jogos Olímpicos têm o poder de transformar a realidade de uma cidade.

3. Sem o “lucro” imediato com o evento, a melhor estratégia, segundo Jensen, é fazer das duas semanas de Jogos uma “bela festa” para que isso contribua para a imagem do Rio de Janeiro como destino turístico – algo que pode gerar ganhos econômicos à cidade e ao país no futuro.

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COMÉRCIO ENTRE PAÍSES DA AMÉRICA LATINA CAIU 21% EM 2015!

(Estado de SP, 21) 1. A evasão fiscal chega a US$ 320 bilhões anuais nos países latino-americanos, segundo a secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Barcena. O dinheiro enviado ilegalmente ao exterior soma US$ 150 bilhões por ano. O estudo com esses dados e informações detalhadas por país ainda será publicado pela organização. A secretária Alicia Barcena coordenou ontem à tarde, no Fórum Econômico Mundial, um painel sobre transformações na região.

2. Ela mesma contribuiu com um dado importante para mostrar a baixa integração econômica na região. No ano passado, enquanto o comércio exterior latino-americano diminuiu 14%, as trocas intrarregionais encolheram 21%. Os países mais fechados da América Latina continuam sendo os do Mercosul e sua negociação mais ambiciosa – com a União Europeia – continua emperrada.