POPULISMO NA AMÉRICA LATINA E EUROPA E TRANSPARÊNCIA DOS GOVERNOS!
Fundação Konrad Adenauer –Punta Del Este, Uruguai- 26 e 27 de outubro com jovens de 16 países da América Latina.
Relatório de Antonio Mariano presidente da Juventude do Democratas na cidade do Rio de Janeiro.
Quinta, 26
– Diálogo Político: Populismo (Agustina Carriquiry, coordinadora de proyectos KAS Montevideo)
O populismo trata de entrar nos medos fundamentais das pessoas.
O discurso populista se encontra dentro dos ressentimentos sociais para tratar de canalizar através de um discurso fortemente polarizado.
– Corrupción, transparencia y acceso a la información publica (Dra. Laura Brunet, profesora universitaria)
Pobreza não gera corrupção, mas a corrupção é que gera a pobreza.
Na América Latina o PIB perdido com corrupção é estimado entre 10 e 15%.
Não é a ética que está em ascensão, mas a “etiquética”, a ética de etiqueta, apenas porque é moda no momento.
A transparência inibe, é um barômetro ético da própria conduta, é uma fonte de controle social, é um fator chave para a democracia do futuro e ajuda a modernizar o Estado.
– El populismo y otros lastres de la democracia (Cayetano Stopingi, Alcalde de Sarandí Grande y Andrés Abt, Alcalde de CH en Montevideo)
Populismo tem origem na filosofia marxista, visto que pretendia dividir a sociedade, polarizando entre burgueses e operários.
Princípios comunistas: 1) definir-se através dos seus adversários e; 2) dirigir-se a um público em específico.
Para populismo existir, deve existir uma população insatisfeita e com expectativas frustradas. Em geral são uma parte à margem da sociedade e minorias.
Ódio, divisão, ressentimento, povo x anti-povo, salvadores de todos.
A política econômica do populismo é sempre a curto prazo, com incremento dos gastos públicos e políticas sociais.
Populismo não é exclusivo da esquerda, vide Trump e Marine Le Pen.
Como identificar um populista: não tem ideologia, apresenta soluções impossíveis, joga com as necessidades do povo e se nutre da frustração e da pobreza.
Do que precisa o populismo: um líder e que pense pelos outros e ir contra as instituições. Em resumo: a opinião do líder vale mais que os poderes, ele decide, ele comunica, ele é a lei e não tem oposição.
Como surge o populismo: sistema político desacreditado, grandes desigualdades sociais, má distribuição de renda, falta de conhecimento das competências das instituições e geração de soluções mágicas e impossíveis.
Como enfrentar o populismo: através da democracia e da república, o livre debate, propostas, real participação, oposição com garantias, meios de comunicação livres e ferramentas tecnológicas.
Popular é construir cidadania, ter vínculo com a sociedade civil, trabalhar pelo bem comum e qualidade de vida, manter os partidos próximos da população e ter o governo como um instrumento de desenvolvimento humano. Ou seja, totalmente diferente do que é o populismo.
– El ascenso del populismo nacionalista en Europa (Roland Theis – Secretario General de la CDU en Saar, Alemania)
O populismo alemão nasceu nos anos 1980, crescendo pouco a pouco, até a crise de 2009, quando houve uma explosão.
As igrejas, que sempre tiveram papel fundamental de estabilização política, vem perdendo fiéis. O mesmo fenômeno está ocorrendo com os sindicatos.
Se apenas jovens e mulheres tivessem votado, CDU teria tido uma votação muito melhor.
FDP tem flertado levemente com o populismo e não é mais o partido liberal econômico de 20 anos atrás.
DIA 2 (Sexta, 27)
– Desafíos en Europa (Roland Theis – Secretario General de la CDU en Saar, Alemania)
Muitos partidos, ao invés de se renovarem para atrair voluntários, preferem continuar fazendo política tradicional e antiga sentados em uma mesa.
Não percebem que, mesmo que queiram manter o controle, perdem militância gratuita para as campanhas. E isso não é um problema unicamente da Europa, mas do mundo inteiro.
Os partidos que permitiram o maior trabalho dos jovens tiveram êxito em ter contato com a sociedade, o que a médio e longo prazo gera melhores votações.
– Visita a intendência de Maldonado
Maldonado, apesar de ser a intendência mais jovem, é também uma das cosmopolitas do país.
Frente Amplio governou por muitos anos e, “inexplicavelmente”, perderam a última eleição, em 2015.
Três pilares da campanha: moradia, segurança e trabalho.
Nós fazemos campanha todos os dias. Não é porque a eleição passou que a comunicação deve parar. Campanha se faz constantemente, para lembrar a população dos feitos.
A intendência está instalando 1200 câmeras na cidade, parte do plano de segurança. “Alta tecnologia, única em toda América Latina”.
Na comunicação política, conte histórias, as pessoas lembram mais fácil delas do que dos conceitos.
De uma conversa só vamos lembrar 66% após 24 horas e 10% após 30 dias. Levando em consideração que 70% da comunicação é não-verbal, invista na imagem.
O estilo das pessoas mudou e o político deve acompanhar: barba agora é aceitável e até bem visto.
Campanha eleitoral é tipo um filme: deve começar e terminar prendendo a atenção de quem vê.
Redes sociais são informais, logo, nunca responda os demais com “olá, boa noite, tudo bom?”, por exemplo. Seja direto.
– Cornelia Schmidt-Liermann (Presidente da Comissão de Relações Internacionais da Câmara de Deputados da Argentina)
Macri tem foco na educação, visto que há uma grande quantidade de jovens “nem-nem” (nem estudam, nem trabalham)
Muitas das mudanças poderiam ser feitas via decreto, mas Macri preferiu discutir com o Congresso, de modo a dar mais legitimidade e segurança.
Desde a redemocratização, é a eleição com maior comparecimento às urnas: resultado de maior interesse pela política.
Resultado foi tão expressivo, que ganharam em províncias onde acreditavam na derrota.