VENEZUELA!
1. Um responsável do Fundo Monetário Internacional estima que a crise econômica venezuelana se intensifique nos próximos meses e atinja o ponto mais crítico em 2018, quando a inflação seja superior a 2000 por cento. A advertência teve lugar durante um fórum sobre perspectivas econômicas para 2017, organizado em Trinidad & Tobago pelo banco central desse país e o FMI.
2. Segundo o FMI, a Venezuela terminará 2017 com uma contração do PIB de 7,4%, completando quatro anos consecutivos de queda do PIB – 3.9% de queda em 2014, 6.2% em 2015 e uma quebra de 18% em 2016. Para 2018, o FMI estima que a recessão será de 4.1%.
3. Quanto à inflação, as projeções apontam que passará de três dígitos para hiperinflação, em 2018, passando de 720,5% em 2017 para 2.068,5 no próximo ano, o que representa “uma calamidade econômica enorme”.
4. Segundo o FMI, “a pobreza atingiu 82% e a taxa de assassinatos está a aumentar”, situação que obriga os venezuelanos a emigrar.
5. (Globo, 21) 5.1. Cada vez mais isolado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou ontem uma mudança estratégica da cúpula das Forças Armadas, fortalecendo a ala mais radical dos militares e enfraquecendo Vladimir Padrino López, que embora tenha sido ratificado como ministro da Defesa perdeu o poderoso Comando Estratégico da Força Armada Nacional Bolivariana (Ceofanb). Para seu lugar, o presidente nomeou o almirante Regimio Ceballlos e ainda determinou que se incorporem, de forma imediata, 40 mil jovens à Guarda Nacional Bolivariana e à Policia Nacional, medidas que mostram um presidente cada vez mais dependente das Forças Armadas para se manter no poder, segundo analistas locais.
5.2. No mesmo dia, a Justiça autorizou o início de um processo contra a procuradora-geral, Luisa Ortega — chavista ferrenha que se tornou umas das principais críticas do governo — por não respeitar as “decisões democráticas do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ)”. — As mudanças poderiam levar a uma radicalização das medidas adotadas pelos militares, já que Ceballos é muito mais linha-dura do que seu antecessor — alertou ao “El Nacional” a advogada Rocío San Miguel, presidente da ONG Controle Cidadão.
5.3. O debate sobre a situação do país dominou o segundo dia da 47ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Cancún, no México. Enquanto os países que tentaram aprovar uma resolução contra o regime buscavam outras formas de agir, a chanceler Delcy Rodríguez, representante de Caracas no encontro, bloqueava a agenda, aproveitando o momento para atacar os países mais críticos à Venezuela.