07 de abril de 2017

JORNAIS E REVISTAS SÓ CRESCEM EM SUAS EDIÇÕES DIGITAIS!

(Poder 360, 04) 1. Já há 588 mil assinantes online de 11 grandes jornais. “Veja” e “Época” somam 438 mil “cópias” digitais. Jornais perderam 162 mil de tiragem no ano passado.

Os veículos jornalísticos mais tradicionais do Brasil ganharam 88 mil novos assinantes digitais em 2016. Já as edições impressas tiveram grandes perdas no ano passado: uma queda de 162 mil exemplares na tiragem média diária.

O Poder360 analisou 11 grandes jornais diários.

No início de 2017, considerando janeiro e fevereiro, essas 11 publicações tinham juntas 891 mil exemplares impressos (média diária) e 588 mil assinantes digitais. Em janeiro de 2015, há 2 anos, os números eram 1,3 milhão e 532 mil, respectivamente.

O jornal que apresenta números mais positivos no mundo digital é a Folha de S. Paulo. Suas assinaturas online em fevereiro (171 mil) superam com folga os exemplares impressos (143 mil).

Ocorreu algo oposto em O Globo. O diário do Rio terminou dezembro de 2016 com 156 mil cópias impressas e 151 mil assinaturas digitais. Agora, essas cifras recuaram para 149 mil e 92 mil, respectivamente.

O Poder360 checou no IVC (Instituto Verificador de Circulação) e os dados estão corretos. É possível que o Globo tenha feito algum expurgo na sua base de assinantes digitais. É comum os jornais adotarem essa prática de tempos em tempos, eliminando assinantes que continuam tendo acesso mesmo depois de interromperem o pagamento.

2. Embora as assinaturas digitais cresçam e as impressas encolham, uma coisa muitas vezes não compensa a outra. Basta observar e comparar o valor mensal de cada modalidade de assinatura:

Valor:
digital: R$ 42,90
impresso + digital: R$ 74,20

Folha de S. Paulo:
digital: R$ 29,90
impresso: R$ 50,90

Estadão:
impresso + digital: R$ 52,90
[não oferece no site opção apenas impressa]

O Globo
impresso + digital – R$ 59,90
[não oferece no site opção apenas impressa]

Correio Braziliense
impresso + digital + Caras – R$ 68,88
[não oferece no site opção apenas impressa]

Como é possível constatar nesses 5 exemplos acima, o único jornal que continua a oferecer plano de assinatura apenas impressa é a Folha de S. Paulo.

Quando se faz as contas é possível notar que mesmo os maiores jornais continuam em dificuldades para rentabilizar a operação de venda de exemplares impressos ou assinaturas digitais.

Tome-se a Folha de S. Paulo como exemplo. Em 2016, esse jornal perdeu 29.779 cópias de sua tiragem impressa. Ganhou 32.717 assinantes digitais. O saldo é positivo de 2.938, mas os leitores que pagam para ler on-line desembolsam muito menos dinheiro.

Outro diário paulista, o Estadão, tem situação ainda mais dramática. Terminou 2016 com 22.307 exemplares impressos a menos em sua circulação. No mesmo período, conquistou apenas 12.313 leitores digitais. Ou seja, ficou com 1 déficit de 9.994.

Os veículos do Grupo Diários Associados enfrentam dificuldades. Correio Braziliense e Estado de Minas reduziram suas tiragens impressas e perderam ao mesmo tempo assinantes digitais.

VALOR ECONÔMICO: 34 MIL CÓPIAS IMPRESSAS POR DIA

O diário mais importante sobre finanças e economia segue com penetração modesta no mercado. O Valor tem uma média de apenas 34 mil exemplares impressos por dia e 26 mil assinantes digitais. Em 2016, o jornal foi comprado inteiramente pelo Grupo Globo. Antes, era uma joint venture entre os grupos Globo e Folha.

O grande modelo de faturamento do Valor é a publicação de balanços de empresas em suas páginas. Como se sabe, no Brasil a lei obriga companhias de capital aberto a publicar seus balanços em jornais impressos. Nos meses de março e abril o Valor faz sua grande colheita anual nesse mercado.

3. REVISTAS

Para as duas grandes publicações jornalísticas semanais que têm tiragem auditada pelo IVC há bons números na virada do ano. A Veja saltou de 260 mil assinantes digitais em dezembro de 2016 para 345 mil em fevereiro de 2017. A Época saiu nesse período de 50 mil para 94 mil assinantes online.

SAIBA QUANTOS EXEMPLARES POR DIA TÊM CADA VEÍCULO

O Poder360 apresenta, a seguir, a evolução dos assinantes das versões impressas e digitais dos principais veículos impressos em 2015, 2016 e no início de 2017.

4.  JORNAIS NO EUA

Os jornais norte-americanos fecharam mais da metade dos postos de trabalho entre janeiro de 2001 a setembro de 2016, segundo o Bureau of Labor Statistics. Em 15 anos, foram 246 mil vagas a menos –de 420 mil para 174 mil.

Por outro lado, o número de postos de trabalho em publicações jornalísticas na internet mais que triplicou em menos de 10 anos. Eram 67.000 em 2007, passando para 206 mil em 2016.