06 de março de 2017

DESEQUILÍBRIO FEDERATIVO ACENTUARÁ O ANTERIOR NO SUDESTE, NA CRISE E PÓS-CRISE!

1. Os três grandes estados do sudeste –São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais- têm respondido por pelo menos 55% do PIB brasileiro. A atual crise econômica, política e ética pela qual atravessa o Brasil está desequilibrando ainda mais a relação entre os PIBs desses 3 estados, ampliando a participação de São Paulo.

2. São Paulo representava quase 60% do PIB destes 3 estados, e Rio de Janeiro e Minas Gerais somados pouco mais de 40%. A amplitude da crise do Rio de Janeiro, alcançando seu setor mais importante –Petróleo- e sua cadeia produtiva e multiplicador econômico, afeta forte e diretamente seu PIB. E a crescente participação do Pré-Sal na extração de Petróleo tem aumentado significativamente a participação de São Paulo.

3. À crise econômica do Rio de Janeiro se acresce dramaticamente a falência e desintegração do governo estadual e, com isso, derruba o multiplicador fiscal sobre a demanda efetiva e, portanto, sobre o PIB. A crise política no Estado do Rio de Janeiro, resultante da operação Lava-Jato e outras, estará afetando não só as principais lideranças políticas-governamentais como chegando às instituições. Mais uma vez o efeito sobre o PIB estadual será significativo. A queda mais que proporcional do PIB de serviços no Rio de Janeiro é outro indicador, assim como o descontrole na área de segurança pública.

4. A mudança de perfil dos prefeitos do Rio de Janeiro e de São Paulo é outro dado importante. O novo prefeito do Rio, não correspondendo aos tradicionais elementos de identidade da cidade, cria insegurança nos investidores na área de serviços – especialmente. Ao contrário, o novo prefeito de São Paulo, com seu perfil de animador e indutor do setor privado, atrairá capitais desanimados com o Rio. Um sinal disso é o crescimento dos blocos no carnaval de São Paulo.

5. Minas Gerais atravessa sua crise ética com a insegurança e instabilidade da situação do governador. A crise econômica o afeta na média nacional, mas a recuperação pelas características de sua economia não terá o empuxe de outros estados, especialmente de São Paulo. E a crise fiscal o iguala ao Rio de Janeiro e atinge o PIB da mesma forma, com a redução da demanda efetiva relativa.

6. A crise econômica de São Paulo não tem sido acentuada pela crise política e ética na proporção do país, e nem falar do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A crise da indústria paulista reduziu seu peso no PIB brasileiro e gerou forte perda de empregos pela situação das empresas. Mas a recuperação econômica brasileira que se inicia alavancará outra vez a indústria de São Paulo com todo o multiplicador de sua cadeia produtiva.

7. A balança comercial brasileira, tanto nas exportações quanto nas importações, já mostra que São Paulo retoma o efeito locomotiva. Esse conjunto de situações aponta claramente para um desequilibro econômico e político contra o Rio de Janeiro e a favor de São Paulo.

8. É provável que os quase 60% de São Paulo neste triângulo, em poucos anos, avance para 65%.