16 de janeiro de 2017

CRIAR UM MINISTÉRIO DE REPRESSÃO ÀS DROGAS E ARMAS!

Ex-Blog 15/05/2006. Texto e vídeo.

1. “Os fatos ocorridos e ocorrendo em SP só fazem demonstrar mais uma vez que as policiais estaduais não terão como reprimir crimes sem fronteiras, como os tráficos de drogas e de armas. Por melhor que seja uma polícia estadual, ela não tem articulação internacional direta para trocar informações e tomar a iniciativa como prevenção.

2. O crime se diz organizado quando o objeto do crime tem alto valor de troca e permite profissionalizar o núcleo de uma quadrilha. Não há como dar combate ao crime organizado lastreado nos tráficos de drogas e armas, sem que o governo federal assuma funções de comando, coordenação e liderança.

3. Não há federação mais forte que a dos EUA. No entanto, o combate ao crime organizado tem nas instâncias federais – DEA, FBI e Guarda Nacional – sua matriz de responsabilidade. Mais uma vez, um estado vive uma situação de emergência como a que SP vive. Já ocorreu no Rio de Janeiro, no Espírito Santo. E sempre com o sistema prisional (controlado pelas quadrilhas ou facções) como referência. Tais organizações só existem da forma conhecida pelo tipo de crime que as sustenta. E este crime, sem fronteiras, não poderá ser reprimido sem comando federal.

4. O presidente da República e o ministro da Justiça oferecerem apoio, como já o fizeram outras vezes em outros estados neste governo e em governos anteriores, é de uma hipocrisia a toda prova. É como se não fosse problema dele e que apenas se prestam a ajudar. Não é assim. É problema diretamente da instância federal pela característica do crime. Perguntem se as autoridades brasileiras, da Policia Federal por exemplo, se relacionam com as polícias de Ohio, Los Angeles ou New Jersey em relação à repressão aos tráficos de drogas e de armas? Certamente, não. Seus contatos são o DEA, o FBI e a Interpol.

5. O crime com base no tráfico de drogas se espalha pelo Brasil a taxas alarmantes. Seu principal indicador é o índice de homicídios de jovens/homens entre 16 e 24 anos. Conheçam as estatísticas para cidades tão pacatas como Cuiabá ou Macapá há 25 anos atrás, em 1980. Cuiabá passou de 2 homicídios por 100 mil jovens de 16 a 24 anos, para quase 120. Macapá, de menos de 10 para quase 120. Isso para não falar do Rio, SP, Vitória, Recife, Baixada Fluminense, Grande SP, Baixada Santista etc., onde a comparação entre 2000 e 1980 oferece taxas de crescimento estonteantes.

6. Não há mais como os governos federais se omitirem atrás do mesmo discurso de apoio. Cabe ao Congresso Nacional, se o governo federal não aceitar que seja por lei, aprovar emenda constitucional atribuindo ao governo federal tal função de coordenação, comando e liderança nesse processo. E criar, nessa mesma emenda constitucional, o Ministério de Segurança Pública. Antes que tenhamos saudades dos fatos de hoje.

7. Centenas de comentários de políticos e cidadãos de Vitória e do Rio,neste fim de semana, comparando suas tragédias similares com esta de SP, e dando a elas caráter menor, é prova disso. Que o Congresso Nacional não apenas debata. Mas tenha a iniciativa que tais graves fatos merecem. Já!”

8. Veja o vídeo assinado pelo DEM na época.