07 de outubro de 2016

DATAFOLHA APRESENTA A PRIMEIRA PESQUISA: UMA ANÁLISE DINÂMICA!

1. O Datafolha divulgou a sua primeira pesquisa para o segundo turno no Rio de Janeiro: Crivella 44% e Freixo 27%. Sobre votos totais Crivella cresceu 100% sobre os 22% que teve no primeiro turno. Freixo teve 27%, crescendo 93% sobre os 14% DE votos que obteve no primeiro turno. Era um resultado inicial esperado.

2. Esses 17 pontos de frente –por coincidência- são os mesmos 17 pontos que Conde atingiu na primeira pesquisa Ibope no segundo turno na eleição de 2000. A diferença de tempo de TV no primeiro turno ajuda a explicar. Conde tinha 10 vezes o tempo de TV de Cesar Maia no primeiro turno. A mesma proporção que Crivella tinha sobre Freixo no primeiro turno, embora em tempos diferentes. Mas essa diferença proporcional carrega memória para o início do segundo turno.

3. Conforme este Ex-Blog avaliou ontem em uma análise espacial, os votos de Bolsonaro pela razões apresentadas, cairia no colo de Crivella. A migração dos votos de Jandira também era prevista embora em proporções muito pequenas já que Jandira obteve menos de 3%. A migração maior para Crivella dos eleitores de Pedro Paulo, corresponde a uma maior proporção dos votos na áreas de liderança de Crivella.

4. A aproximação maior dos eleitores de Indio a Crivella da mesma forma assim como a distância maior dos eleitores de Osório. Não é equivocado dizer que em boa medida o segundo turno começa tudo de novo. Mas depende dos candidatos.

5. Segunda-Feira começam os programas de TV. Freixo vai sair dos 11 segundos para 10 minutos. As inserções de Crivella e Freixo ocuparão por dia 35 minutos cada durante todo o dia.  Crivella além de ter tido um maior tempo que Freixo, ainda tem uma memória muito maior de outras eleições majoritárias em que participou e da capilaridade corporativo-religiosa.

6. Provavelmente o impacto dos 10 minutos de Freixo será maior que os de Crivella. As pesquisas de depois de 10 dias de TV deverão mostrar uma convergência na relação de intenções de voto embora com Crivella ainda na frente.  As diferenças tenderão a se aproximar na medida que o programa de Freixo, além de Chico Buarque, Caetano Veloso etc., que serão animadores e emocionadores dos eleitores, conseguir principalmente  reduzir a taxa de insegurança dos eleitores médios quanto aos discursos de Freixo e do PSOL nesses anos.

7.  Por outro lado Crivella dará continuidade a desreligiozação de sua hipotética condição potencial de prefeito. E se diferenciará das corporações como na escolha ontem de seu futuro secretário de saúde.

8.  Ontem este Ex-Blog quando fez uma análise espacial com o voto georreferenciado, mostrou que cada um deles terá que ampliar a mancha de seu apoio, a partir das fronteiras internas e externas de seu voto.  Ambos em direção a Zona Norte e Jacarepaguá.  Ambos deveriam se associar nos bairros de “cor cinza”, a lideranças políticas e sociais nos bairros em que sejam condutores de opinião. Crivella terá mais facilidade de fazer isso. Freixo deverá tentar essa expansão através do voto corporativo e ideológico, tarefa mais difícil. Melhor seria flexibilizar o discurso

9.   Freixo poderia lembrar e reler a Carta de Lula aos brasileiros e seguir por esse caminho com Carta aos Cariocas. As redes falam para tribos e são mais eficientes nas críticas.  E devem estar rigorosamente conectadas na comunicação do candidato que apoia para não produzir curto-circuito. Aqui o risco maior é de Freixo, com seus “fios desencapados”  atirando para todo lado.

10.  Portanto –olhando tantas eleições anteriores –aqui e em outras regiões e países- a passagem do primeiro para o segundo turno, é apenas um momentum de desdobramento do primeiro turno.  O jogo começa para valer-aqui entre nós- depois de 10 dias de TV.  Tarefa político-comunicacional.  E controle dos nervos e dos “amigos”. Só lá poderemos dizer se há favorito ou não.

SEGUNDO TURNO! AVALIAR OS RISCOS PARA O RIO!

(uol, 06) Terceiro mais votado, o vereador reeleito Cesar Maia afirmou ainda não ter se decidido sobre o candidato que apoiará. “Só vou pensar nisso na semana da eleição, depois de acompanhar os programas, os debates e as pesquisas. Vou avaliar os riscos que a cidade, o carioca e a prefeitura vão enfrentar com um e outro”, disse o ex-prefeito do Rio.