RAZÕES DA CRISE POLÍTICA-INSTITUCIONAL DO RIO!
1. A ausência de oposição –efetiva- por vários anos criou a sensação de que tudo era possível. Leis tramitavam como decreto. Vários municípios adotaram o mesmo método.
2. No Estado não foi criado nenhum sistema de controle interno profissional.
3. Os poderes executivo e legislativo atuavam como um só poder, o que se estendeu a vários municípios.
4. A expectativa de que o Rio de Janeiro vivia um novo e longo ciclo expansivo levou a Imprensa a acreditar, divulgar e se associar ao projeto e não cumprir sua função de controle de qualidade do governo. A cobertura atual dos fatos pode ser vista como autocrítica.
5. Os empresários acreditaram nisso e também se associaram. E mais ainda: passaram a participar das festas, das viagens e das reuniões lúdicas.
6. O governo federal se tornou sócio desse otimismo e vitórias eleitorais financiaram a irresponsabilidade fiscal. E, assim como empresários, Lula passou a fazer parte do círculo íntimo e também passou a integrar festas e reuniões lúdicas.
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ALGUMAS RESPOSTAS DO ARQUITETO PAULO MENDES DA ROCHA A ARQUITETOS NO SEGUNDO CADERNO DO GLOBO!
1. Arquitetura é uma questão política. Objetivamente, nossa maior preocupação deve ser nesse campo. Nós devíamos procurar influir cada vez mais para que a visão política se sobressaia em relação aos projetos. Ou seja, a ideia é pensar e planejar muito antes sobre o que fazer nas cidades e na sociedade de um modo geral. Em resumo, nós estamos aqui, como arquitetos ou em qualquer profissão, para resolver problemas. O que há são sempre problemas, e a forma como pensamos neles e nos planejamos para resolvê-los nos define politicamente.
2. Todo mundo sabe o que representa, desde as nossas origens, a ideia de habitar um lugar. O que temos visto é a degenerescência dessa extraordinária forma de conhecimento que é a arquitetura e o urbanismo. O que há é a desastrada falta de planejamento na ocupação dos territórios, principalmente entre nós. Estamos condenados a transformar sempre ideia em coisa, porque você só vê coisas e não pode ver as ideias. É uma questão curiosa, enquanto indagação sobre o que se chama de público e de privado. Para a arquitetura, não há privado. Se há espaço, é público.
3. Esse espaço é o que costumamos chamar de “universidade”. É onde, construído por nós, conversamos uns com os outros. É, provavelmente, esse espaço, a razão da construção da cidade. Na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2012, o tema, muito apropriado, era “Common ground” (terreno comum, em tradução livre). Poderíamos dizer que um objeto primordial da arquitetura seria amparar a imprevisibilidade da vida. Não é necessário você saber de antemão o que vai fazer: pode ir ao bar encontrar com um amigo e depois ir ao teatro assistir a uma peça que lhe foi sugerida e depois pegar o metrô para estar em casa em dez minutos. Sustentar essa imprevisibilidade, com transporte público, não é apenas conforto, mas ampliar o desfrute da cidade. É ampliação do espaço público, sob todos os sentidos, inclusive quando constrói a habitação. Não se sabe quem vai morar lá. A melhor virtude de uma “casa” é o endereço.