A DEMOCRACIA CRISTÃ E A AMÉRICA LATINA!
Destaques dos pronunciamentos no plenário do antigo Congresso do Chile – 26/05/2016.
1. Ex-Presidente Eduardo Frei Ruiz Tagle.
O Partido Democrata Cristão se dividiu quando chegou ao poder com Frei Montalva 1964-1970. O poder nos dividiu.
2. Michele Bachelet, atual presidente do Chile.
Saber construir amplas alianças é uma obra de arte da política. Colocar na frente o que nos une e não o que nos separa. Em 1973 não soubemos construir alianças amplas e veio a desintegração política. Ex-Presidente Patricio Alwin nos ensinou: derrotar a ditadura (e os adversários) usando as suas próprias regras (deles). Depois nos unimos pluripartidariamente exatamente porque soubemos somar os distintos. Transformar promessas políticas em compromissos de governo.
3. Senadora Carolina Goic, atual presidente do Partido Democrata Cristão.
Desafio: como construir uma agenda do futuro nesta época de desconfiança e incerteza. América Latina: 1) desigualdade. 7 dos 15 países do mundo com mais desigualdade. Reforma Educacional + Política Inclusiva. 2) Melhorar a qualidade das políticas democráticas. As pessoas estão vendo a política como problema. Revolução digital empodera as pessoas. Agora são mais canais e outros canais. Interação, Informação tem destruído lideranças. Agora sim é democracia de opinião pública. Reformas: Corrupção vem da relação entre política e dinheiro. Como reduzir as incertezas das famílias. Renovar os partidos políticos. Temos aprendido a golpes, como com os casos de corrupção. Uma nova lei dos partidos políticos tramita no Congresso do Chile e é fundamental. Política deve ser como poesia: importantes tanto o conteúdo como a forma. Relação entre múltiplos pontos do desenvolvimento econômico e social. Reanimar a Democracia.
4. Juan Carlo Delatorre, deputado PDC eleito presidente da ODCA.
A memória é um dever. Espaço da política exige um projeto. Esperança é espera ativa. Hoje há uma grave ausência de utopias. Reafirmar nossa identidade não só pelo discurso mas principalmente pela ação. Ter um claro consenso sobre o Estado de Direito. Fraternidade e liberdade devem ser simultâneas.
5. Marcus Rosemberg, representante da Fundação Konrad Adenauer (FKC), do CDU, Alemanha.
Debilidade dos bolivarianos na América Latina não significou crescimento das Democracias Cristãs, que perderam influência. América Latina continua sendo prioridade da FKA, (CDU). Problemática influência da China na América Latina e na África, como se um poder estatal centralizado pudesse responder aos nossos desafios. Devemos afirmar a Democracia e o Pluripartidarismo. Macri enfrenta desafio das resistências. Morales e Correa não conseguiram mudar constituição para reeleição indefinida. No Peru o Partido Popular Cristão cometeu um erro ao se aliar ao ex-presidente Allan Garcia na eleição desse ano. Brasil em crise. Dilma suspensa. Crise econômica e corrupção. Modelo via exportação de matérias primas não é sustentável. México: o desafio do crime organizado. FKA intensifica colaboração internacional com AL.
* * *
A ESQUERDA SUL-AMERICANA NO GOVERNO: REFLEXÕES DE UM POLÍTICO CHILENO DEMOCRATA-CRISTÃO!
Trechos do livro (2003) “A Democracia Cristã” de Ricardo Hormazabal, ex-deputado da DC no Chile.
1. O Senador Mariano Ruiz-Esquide nas suas análises, escreveu em 1973. ” De fato um governo da esquerda na região, mobiliza-se para a conquista de todo o poder e jogar nisso todas as suas cartas. Não se importa em obstruir o desenvolvimento e os investimentos. Não se importa em incubar uma inflação crescente. Não se importa em usar as reservas monetárias. Não se importa em desmontar o sistema produtivo nacional. Não importa, se apesar de tudo o que faça, for possível ter todo o poder e consolidar-se indefinidamente. Seu princípio é gastar tudo hoje para comprar o poder total. E deixar para investir no futuro, mas desde que com a totalidade do poder nas mãos.”
2. São Tomas de Aquino ao falar do legítimo direito à rebelião exigia pelo menos um pré-requisito para seu exercício: que a solução que se pretende não traga mais males que os que pretende evitar.
3. Numa conjuntura dessas é comum a inabilidade das propostas de setores da direita.
4. Kissinger cita um comentário que lhe fez, na época, o primeiro ministro da China Chou En-Lai: “Nós falamos a governos da esquerda sul-americana, dos riscos que corriam. Mas não acreditaram. Essa crise e esses desdobramentos foram provocados por eles mesmos. Pedi que não fizessem tantas coisas ao mesmo tempo e com tanta pressa. No fundo se tratava dos graves problemas econômicos que eles deveriam ter previsto. Não deviam ter feito tudo ao mesmo tempo, mas dar um passo de cada vez. Constitui um erro grave prometer demasiadas coisas ao povo que seriam impossíveis de cumprir. A vida das pessoas só pode ser melhorada sobre a base da produção.”