12 de abril de 2016

A ORDEM DE VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT! ANTECEDENTE!

1. A imprensa informa que a ordem de votação na Câmara de Deputados, relativa ao Impeachment de Dilma, será pelos Estados e de Sul em direção ao Nordeste. Segundo essas matérias, como os votos a favor do impeachment são maiores no Sul e assim por diante e menores no Nordeste, a votação avançaria com vantagem para os pró-impeachment. E assim criaria um ambiente favorável e estimulante para aqueles que ainda estiverem indecisos.

2. Um importante antecedente a respeito aconteceu na convenção do PSD de 10 de fevereiro de 1955 para a escolha do candidato a presidente. JK, governador de Minas Gerais, surgia como candidato. Mas o líder mineiro Benedito Valadares, ex-governador, espalhava ruído nos bastidores que não era o candidato ideal.

3. JK foi um governador muito próximo ao presidente Getúlio Vargas. Mesmo após o suicídio de Getúlio essa marca se mantinha. A polarização Getulistas x AntiGetulistas alcançou o auge em 1954, até seu suicídio. O nome de JK, colocado como pré-candidato a presidente, gerou reações dentro e fora do PSD.

4. O jornal O Globo publicou editoriais sistemáticos -de capa- assinados por seu controlador, tentando mostrar os riscos de uma candidatura de JK, pois esta seria a continuidade explícita de Getúlio Vargas.

5. O resultado futuro da Convenção do PSD continuava indefinido, mesmo com a Convenção muito próxima. O presidente do PSD –Amaral Peixoto- genro de Getúlio Vargas e íntimo deste, naturalmente assumiu a candidatura de JK. Mas a insegurança em relação aos VOTOS ABERTOS na Convenção era muito grande.

6. O fator decisivo era o voto de Benedito Valadares e dos delegados de Minas Gerais que o acompanhavam. Como os adversários de JK não eram de Minas Gerais, Amaral Peixoto adotou uma tática para levá-lo à vitória. Em vez da votação ser por Estado –que independente do sentido colocava Minas Gerais no meio da votação- Amaral Peixoto, com seu poder de presidente do PSD, abriu a sessão.

7. Ao definir as regras para a votação, surpreendeu e disse que a votação nominal seria delegado a delegado independente do Estado, e obedeceria a ordem alfabética. Dessa forma, Benedito Valadares seria dos primeiros a votar e não poderia votar contra o candidato de Minas Gerais. Fechou a cara e votou por JK. Isso levou todos os delegados mineiros a acompanhar seu voto. Não havia como realizar reuniões paralelas no meio da votação. Criou-se o ambiente de vitória para JK.

8. Venceu JK, que passou a ser candidato a presidente pelo PSD. Amaral Peixoto narra este episódio no livro Amaral Peixoto, editado pela FGV. A partir daí as regras da sequência dos votos nas Convenções e no Legislativo passaram a ser elemento significativo para o resultado de votações indefinidas.

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PROJEÇÕES DA VOTAÇÃO DÃO IMPEACHMENT NO DOMINGO EM PLENÁRIO!

(Eduardo Zylberstajn – Estado de SP, 12) 1. Para o impeachment ser aprovado são necessários 342 votos a favor. Usando técnicas estatísticas, Guilherme Stein, pesquisador da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE/RS), o prof. Marcelo Griebeler, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e eu fizemos simulações para o resultado final da votação.

2. Para cada deputado que ainda não declarou voto, atribuímos uma probabilidade de voto a favor do impedimento com base nas declarações de voto dos demais deputados, levando em consideração qual a Unidade da Federação que o deputado representa, sua filiação partidária e se o deputado é suplente ou não. Ou seja, a atribuição da probabilidade de voto a favor ou contra é um exercício que atribui a cada indeciso uma chance de decidir a favor ou contra de acordo com o comportamento dos demais deputados de seu Estado e partido e se ele substitui alguém que está licenciado (normalmente exercendo algum outro cargo público).

3. Os resultados: com base na probabilidade de cada deputado, estimamos que, dos 106 votos ainda não declarados, aproximadamente 75 serão favoráveis ao impeachment, dando à oposição um total de 367 votos. Ou seja, estimamos que cerca de 72% dos deputados devem votar pelo impedimento de Dilma. Fizemos também exercícios para identificar os casos mais favoráveis ao governo e à oposição. Com base em 1.000 simulações, o impeachment teria entre 357 e 375 votos a favor.

4. De todo modo, podemos afirmar com segurança que o resultado da votação deve caminhar para a aprovação do impeachment sob a razoável hipótese de que os indecisos e não declarantes vão seguir a tendência de seus Estados e partidos observada no Placar do Impeachment do jornal Estado de S.Paulo.

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A CRÍTICA SITUAÇÃO DO ESTADO DO RIO! SERVIDORES PAGAM O PATO!

(Marco Aurélio Canônico – Folha de S.Paulo, 12) 1. Até dezembro passado, o Estado do Rio pagava seus servidores no segundo dia útil do mês. A partir de janeiro, começou a pagar no sétimo dia; em março, no 10º. Agora, em abril, anuncia que, além de atrasar, não vai pagar a todos integralmente.

2. A situação beira o inacreditável. Com 462 mil servidores, entre ativos e inativos, uma folha salarial em torno de R$ 2 bilhões mensais e um déficit de R$ 20 bilhões neste ano, o Estado começou a escolher quem vai receber seu salário de uma única vez e quem vai ter de engolir um parcelamento. É claro que a corda estourou no lado mais fraco.