O PMDB: UMA CONFEDERAÇÃO COM O MAIS COMPETENTE CONSELHO DE CARDEAIS!
1. O programa de TV do PMDB –analisado pelo Ex-Blog dias atrás- deixava transparente que o partido estava de saída da base de apoio de Dilma. Repetia –sem muita sutileza- a história das cartas de falecimento do gato: Dilma subiu no telhado. O PMDB é um partido confederado inorgânico entre seus diretórios estaduais e sem condições de seus líderes na Câmara e no Senado darem ordem unida. Sempre é governo e, com peso maior ou menor, oposição.
2. Sua unidade formal é produto da enorme capacidade –e elasticidade política- de seus dirigentes máximos, de seu Corpo de Cardeais. Em 1990, através de sua presidência, reuniu um forte grupo de intelectuais e desenhou uma proposta de Programa do Partido que, aliás, a legislação requer. Pronto o Programa do PMDB, nunca se conseguiu aprovar pelas características da Confederação. Até hoje o PMDB não tem um Programa formal registrado. Um problema? Não, uma solução.
3. Um mês atrás, setores do PMDB em articulação com Dilma usaram de todos os recursos para vencer a eleição de líder na Câmara de Deputados. A sessão mais anti-impeachiment foi a do Rio, que realizou acrobacias, tirando e colocando deputados para vencer a eleição de líder. Mas tudo mudou. O grupo de Cunha, que perdeu a eleição para líder, hoje se confunde com o grupo vencedor, com o líder Leo Picciani. Ninguém é mais Dilmista. O Dilmista número 1 –governador Pezão- arranjou uma consulta médica para não ir à convenção do último fim de semana, pois ficaria totalmente isolado. O temporal ajudou o prefeito Paes –Dilmista número 2- a dar a sua desculpa. Pela manhã não chovia.
4. O mais competente corpo de cardeais entre os partidos brasileiros –o do PMDB- enviou duas cartas seguintes à Dilma, desde os correios da Convenção de sábado. A primeira: Dilma caiu do telhado, ou seja ninguém do PMDB pode aceitar cargo no governo. E a segunda: Dilma está sendo operada, ou seja, em 30 dias o diretório nacional do partido decide se fica ou sai do governo.
5. E ninguém se sente incomodado ou desconfortável, nem o líder recentemente eleito: o Corpo de Cardeais assumiu todas as responsabilidades. O presidente da Câmara arrematou: o processo de impeachment se inicia nestes próximos 30 dias. Coincidência?
6. E os contatos com os deputados da dita base aliada vão abrindo os caminhos de trocas de partidos para não haver qualquer dúvida que os 2/3 necessários para autorizar o Senado julgar Dilma virão. E a base sólida de Dilma no Senado dependia da temperatura, assim como o gelo. A temperatura aumentou e o gelo se tornou líquido, com plasticidade total para as decisões que virão.
7. E os sábios do Instituto Lula, discretamente torcem para Dilma pedir licença, pois, assim, fica com todos os seus direitos e Lula e PT partem mordendo o punhal afiado para a oposição; e ainda sonhar com a eleição de 2018 e Lula como abre alas. O Corpo de Cardeais do PMDB sorri, respeitosamente. E seu presidente pede unidade nacional…, em torno, claro, de seu nome.
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OFENSAS E GROSSERIAS DE LULA AO STF, UMA REAÇÃO TORPE E INDIGNA, DIZ MINISTRO DECANO DO STF!
(Folha de S. Paulo, 18) 1. Integrante mais antigo do STF o ministro Celso de Mello afirmou nesta quinta-feira (17) que as “ofensas” e “grosserias” do ex-presidente Lula ao tribunal representam uma reação “torpe e indigna”, que é típica de “mentes autocráticas e arrogantes” que temem a prevalência da lei.
2. Segundo o ministro, “condutas criminosas perpetradas à sombra do poder jamais serão toleradas”. O discurso ocorreu logo na abertura da sessão e foi acertado como uma resposta institucional às gravações que mostram Lula afirmando a presidente Dilma que o STF é um tribunal acovardado.
3. A resposta do Supremo começou a ser traçada na noite desta quarta (16), logo após a divulgação do diálogo entre Lula e Dilma pela operação Lava Jato, quando ministros acertaram que Celso de Mello faria uma fala dura.