19 de novembro de 2015

GENERAIS MOLTKE E SCHLIEFFEN, OPOSIÇÃO E IMPEACHMENT!

1. Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, dois dos principais generais do exército alemão apresentaram seus planos para o conflito em duas frentes: oeste/França e leste/Rússia. O Plano Moltke (sobrinho do invicto geral Von Moltke, de Bismarck) previa dividir o exército em duas partes iguais nas duas frentes. Em ambas se colocaria na defensiva.

2. A França atacaria Alsácia-Lorena. Frustrada essa ofensiva, se passaria para o terreno político, a paz de compromisso, avançando os interesses germânicos. Na Rússia faria o mesmo. Uma ocupação em fronteira provocando a ofensiva russa. Após a inevitável vitória alemã se passaria para o terreno político, a paz de compromisso em torno dos interesses alemãs.

3. O plano Schlieffen, chefe do estado maior do exército germânico, rechaçou a preferência de Moltke pelo compromisso político por cima da vitória total. Seu objetivo era uma vitória militar e rendição incondicional. O Plano levaria a uma vitória rápida e decisiva numa frente (oeste/França) e, em seguida, concentraria todas as forças no outro adversário (leste-Rússia), logrando a vitória em ambas as frentes.

4. Schliefen atacaria pela Bélgica, rompendo a sua neutralidade. Em seguida, tomaria Paris e atacaria o exército francês pela retaguarda. E avançaria para o leste/Rússia com enorme superioridade. A vitória seria exclusivamente militar. Moltke lembrava que a Grã-Bretanha não admitiria quebrar a neutralidade dos países baixos. E que a ocupação da capital –Paris- obstruiria qualquer acordo de paz posterior.

5. Prevaleceu o Plano Schliefen. Um ciclo de mobilização e entusiasmo totais da população, ofensiva…, até o desastre completo em 1918, retratado no clássico “Sem Novidade no Front” (Lewis Milestone, 1930).

6. Após a eleição brasileira de 2014, as crises econômica, política, moral e social, explicitas, mostraram a fragilidade do governo Dilma e a fragilidade de sua base parlamentar aliada. As duas frentes entusiasmaram a oposição. As pesquisas deram recordes de impopularidade à Dilma. Voltaram as mobilizações populares.

7. No Congresso, a base parlamentar, fraturada, do governo, abriu caminho à vitória dos blocos independentes e críticos, que assumiram as mesas da Câmara e do Senado e, em seguida, mostraram várias vezes que o governo não tinha maioria. A fragilidade política do governo Dilma entusiasmou os principais líderes da oposição – de fato.

8. Iniciou-se o Plano Schliefen da oposição: um impeachment rápido e sem negociação política. Uma batalha de Verdun, onde as enormes perdas, iguais para cada lado, só fizeram fragilizar as forças de um lado e de outro. Agora, a oposição deve rever a tática, mantendo a estratégia. Volta o Plano Moltke.

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OBAMA E O ESTADO ISLÂMICO! McNAMARA E O JAPÃO (AGOSTO-1945)!

1. (Ex-Blog) No documentário vencedor do Oscar “Sob a névoa da guerra” (disponível no YouTube), McNamara diz que as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki foram a opção dos EUA, já que o uso de tropas de ocupação territorial no Japão seria um enorme banho de sangue nas tropas americanas, com um corpo a corpo generalizado contra o fanatismo existente.

2. (Folha de SP, 17) 2.1. Tudo para combater o terrorismo, menos envolver “tropas em grande número”. É esse o resumo da entrevista coletiva que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concedeu nesta segunda-feira (16), horas depois de encerrada a cúpula do G20 em Antalya, no litoral turco.  O presidente defendeu as medidas militares, econômicas, diplomáticas, de inteligência e de apoio ao desenvolvimento que os EUA já estão adotando contra a milícia radical Estado Islâmico (EI).

2.2. Com relação ao envio de tropas para combate em solo, argumentou: “Não porque os nossos militares [que definiu como “os melhores do mundo”] não possam tomar Mossul, Raqqa ou Ramadi [ocupadas hoje pelo EI] e temporariamente limpá-las. Mas seria a repetição do que vimos antes [possível alusão à invasão do Iraque]: se você não tiver uma população local comprometida com governança inclusiva e que enfrente os extremos ideológicos, eles [os terroristas] ressurgirão, a menos que nós estejamos preparados para ter uma ocupação permanente desses países.”