09 de novembro de 2015

2016: PT EM S. PAULO E PMDB NO RIO SE DILACERAM! LAZARSFELD ENSINA!

1. Paul Lazarsfeld, fundador dos estudos sobre opinião pública e as pesquisas políticas no final dos anos 20, na Universidade de Columbia, afirmava que uma eleição era como a fotografia (da época). Devia ser entendida e subdividida em pré-campanha e campanha propriamente. Como numa fotografia (da época), a pré-campanha era o momento de se clicar a foto. A campanha era a revelação da foto numa câmara escura. E concluía: sem pré-campanha não há o que revelar na campanha.

2. A pré-campanha começa mais ou menos um ano antes da campanha e ficará até os últimos meses, quando começa a campanha em direção à eleição. Usando o raciocínio de Lazarsfeld, os candidatos devem, um ano antes da eleição, começar a fixar sua imagem, clicar as fotos que vão revelar na campanha. Nos Estados Unidos, esse processo se dá através das eleições primárias que duram meses até a convenção. E daí para frente entra a campanha. Em outros países, como o Brasil, a pré-campanha se constrói pelas performances e exposições dos candidatos. Uma pré-campanha exemplar foi a que Lula apresentou Dilma ao distinto público, a partir do ano anterior às eleições de 2010. Contava com sua própria popularidade para alavancar a pré-campanha e registrar os cliques.

3. No sentido de Lazarsfeld, já estamos na pré-campanha municipal de 2016. Os partidos com a pacificação interna apresentam seus candidatos. Alguns fazem até pré-convenções de lançamento.

4. Nas duas principais cidades brasileiras, S. Paulo e Rio, esse processo já estava iniciado quando ruídos surgiram e aumentaram muito nos partidos no poder: PT em S. Paulo e PMDB no Rio. A ex-prefeita e atual senadora Marta Suplicy, pré-candidata a prefeita de SP, não esperou a crise se aprofundar e o PT afundar com ela, e saltou do barco. A última pesquisa Datafolha justificou sua decisão. A avaliação negativa (ruim+péssimo) do prefeito Haddad subiu para 49%, e sua aprovação (ótimo+bom) desmanchou para 15%. A rejeição ao PT atingiu impensáveis 70%.

5. Ainda em S. Paulo, o PMDB se dilacera entre apoiar Haddad, como defende Chalita de dentro da prefeitura, ou ir com Marta. Naquela mesma pesquisa, o comunicador e deputado Russomano parte bem na frente com uns 35%. Marta e Haddad ficam empatados em uns 14%. Fracionados, o PT e o PMDB seguem na pré-campanha, sem levar em conta Lazarsfeld: o clique, registrando as fotos, carrega imagem negativa de um e outro lado.

6. No Rio, a situação se tornou ainda mais complexa. No sábado, jovens com camisa amarela distribuíam panfletos/folders coloridos de Romário, com slogan lembrando Benedita: da favela ao Congresso. Abordados (mas, afinal, ele não está comprometido com o PMDB?), três jovens deram a mesma resposta: Sim, mas o compromisso era com o candidato que não será mais candidato e, por isso, Romário está livre.

7. O PMDB do Rio se dilacera a partir de Brasília com a ruptura entre seu líder e seu presidente da Câmara. Os bastidores do PMDB vão dizendo que se o candidato do prefeito, Pedro Paulo, não for mais candidato, o líder na Câmara de Deputados, Leonardo Picciani, estará à disposição. E, se for assim, o PT volta a ocupar a posição de vice. Só que aquele ainda é candidato. Enquanto isso, corre por fora Cabral, pacientemente esperando junho para ver como anda a sua avaliação e se volta a ser competitivo. E outros calados, mas ansiosos.

8. Assim como em S. Paulo, os conselhos de Lazarsfeld caem por terra. Os cliques das fotos vão impregnado imagens negativas que quando reveladas em campanha não ajudarão nada, muito pelo contrário. Que rapidamente pacifiquem seus ambientes internos e levem aos cliques da pré-campanha imagens positivas a serem reveladas. Os milhões de publicidade não resolvem essa parada. O eleitor já não acredita em nada dos governos e dos políticos apresentados na TV.

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POPULAÇÃO CARCERÁRIA FEMININA CRESCEU 567% EM 15 ANOS!

(Drive – Fernando Rodrigues, 06) 1. A população carcerária feminina subiu de 5.601 para 37.380 detentas de 2000 a 2014. Um salto de 567% em 15 anos. A maioria dos casos é por tráfico de drogas, motivo de 68% das prisões. Os dados inéditos são do CNJ.       

2. Mulheres são 6,4% da população carcerária do Brasil, cujo total é de 607 mil detentos. Na comparação com outros países, o Brasil tem a 5ª maior população carcerária feminina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (205.400 detentas), China (103.766) Rússia (53.304) e Tailândia (44.751).