ANÍBAL, ROMA, DILMA E A OPOSIÇÃO! MAÁRBAL ENSINA!
1. O governo Dilma está sob cerco do Congresso e da Opinião Pública. Cada emenda constitucional e lei aprovada é uma batalha perdida. O governo desintegra e como barata tonta vai anunciando novas táticas: o vice Temer fala em pacto nacional, ministros falam em reforma ministerial, vazam que Lula pode ser ministro, informam que virá uma reestruturação da base aliada, etc.
2. Enquanto isso a oposição parlamentar, política e social, afirma o cerco ao governo e, pelos canais mais diversos, diversifica suas táticas: esperar as decisões do TSE e TCU sobre contas de campanha e de governo, mobilizar pelas redes sociais, chamar novas eleições, impedir ou contar com a renúncia de Dilma e formar um governo de coalizão nacional na forma que fez Itamar, pautas bombas no parlamento, votar o impedimento com as iniciativas já apresentadas, etc.
3. Com o cerco montado, o tempo vai passando. Alguns acham que esse sangramento levará o governo ao colapso e a formação de um novo governo dessa ou daquela maneira, com renúncia ou impedimento. O tempo passa e corre a favor de Dilma. Vai conseguindo solidariedade interna pela falta de alternativa para o PT. O programa eleitoral do PT -ao contrário do que se pensava- não defendeu o partido, mas o governo Dilma e a herança de Lula.
4. Nas batalhas que Aníbal vencia desde Cartago, atravessando o mediterrâneo, conquistando a hispânica, a Galia e a itálica, os soldados se motivavam com os saques. Mas no cerco, esta motivação vai sendo eliminada. Roma fecha os portões e reorganiza as suas forças. A oposição não tem o que distribuir aos soldados durante o cerco, Dilma tem. E os soldados (os parlamentares, prefeitos e governadores) querem saber onde farão os “saques” durante o cerco.
5. A oposição vai ficando ansiosa e os conflitos internos surgem, conflitos de opinião, de análise e de táticas.
6. O grande general e estrategista -Aníbal- 200 ac, após derrotar os exércitos romanos, rumou para Roma. Mas querendo conquistar aliados, liberta aliados italianos e inicia o cerco. Isso permite que sobreviventes informem ao senado romano sobre a situação. O senado manda fechar os portões de Roma e protege e reorganiza seus exércitos.
7. Aníbal perdeu a chance de concluir seu intento e atacar diretamente Roma. Esse erro acabaria por selar sua derrota no final da guerra. Maárbal, seu comandante da cavalaria númida, instou-o a marchar sobre Roma, mas ele o recusou, ao que Maárbal lhe replicou: “Seguramente nenhum homem tem sido abençoado com todos os dons de Deus. Você, Aníbal, sabe como ganhar uma vitória; você não sabe como usá-la.”
NOTAS ECONÔMICAS!
1. (FSP, 11) O café, um dos produtos que vinham subindo e sustentando o saldo da balança comercial no ano passado, mantém tendência de queda nos preços neste início de mês. Negociada a US$ 205 no final de 2014, a saca esteve em US$ 157, em média, na primeira semana de agosto, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A queda ocorre mesmo com o volume exportado pelo Brasil ficando estável em relação ao de agosto do ano passado.
2. (ESP, 11) Sobe tamanho da dívida bruta do governo central em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Os dados do Banco Central mostram uma clara piora nos últimos anos.Em junho,essa relação ficou em 63% do PIB, o pior resultado da história. No mesmo mês de 2014, estava em 55% do PIB. O tamanho da relação dívida bruta/PIB é um dos principais pontos analisados pelas agências de classificação de risco e pode levar a economia brasileira a perder o grau de investimento.
3. (AS – FSP, 12) Nos 12 meses terminados em junho deste ano, a posição do BC no mercado futuro de câmbio acumulou prejuízo pouco superior a R$ 70 bilhões, equivalente a 1,2% do PIB, maior do que a meta original para o superavit primário de 2015.
4. (FSP, 12) Delta diz que não vai mais participar de obras públicas. Principal empreiteira da primeira etapa do PAC no governo Lula, a Delta desistiu de concorrer a obras públicas.
5. (Ex-Blog) Alexis Tsipras, primeiro ministro da Grécia, era “tigre de papel” e ninguém notou.
“NAS MÍDIAS SOCIAIS FICA DIFÍCIL A IDEIA DE APRENDER ALGUMA COISA QUE NÃO SOUBESSE”!
(Richard Sennet –Professor da London School of Economics e da New York University – Folha de SP, 10) 1. Há 40 anos, havia muitas questões sobre a transformação da presença física das pessoas em público, e agora temos os mesmos problemas: perguntamo-nos sobre a presença na web. As mídias sociais aumentam a discussão entre o público e o privado. Não tínhamos nada parecido nos anos 70 e fico impressionado como ainda nos atingem questões sobre a noção do uso de espaço público para autoexposição e interação real. Como analista social, é deprimente para mim que esses problemas persistam, agora no espaço eletrônico.
2. O mais triste sobre o ciberespaço é que há cada vez menos chance para a surpresa. Quando você caminha na rua, coisas que não espera podem acontecer. Quando está no Facebook, isso é feito tão sob medida que fica difícil a ideia de aprender alguma coisa que não soubesse, afinal, tudo é customizado, feito para seu perfil. Isso é um tipo de redução de quão inteligente o público a minha volta pode ser.
3. No regime liberal, o círculo de controle se reduz, cada vez menos pessoas tomam as decisões. Eu gostaria de ver o monopólio de empresas como Microsoft, Google, Amazon quebrado. Mas quando elas têm um competidor, compram-no ou fecham-no. Quando começou a crise de 2008, achei que haveria um movimento para destruir isso, mas essas empresas se mostraram mais resistentes e sobreviveram.