14 de janeiro de 2015

2015: UM ANO CRÍTICO PARA PREFEITOS E PARTIDOS NO PODER COM VISTAS A 2016!

1. Os 4 anos de governo têm nos dois anos intermediários, anos decisivos para as pretensões eleitorais. O primeiro ano é sempre o de preparação das ações de governo buscando apoio e popularidade para o final do governo. Os dois anos seguintes são anos de execuções e realizações. O último ano é o ano eleitoral em que se conclui o que está sendo feito e não se inicia nada de significativo.

2. Nesse sentido, o penúltimo ano é o ano crítico que amadurece as realizações com vistas ao ano eleitoral seguinte.  Por isso mesmo, 2015 é um ano fundamental com vistas a 2016.

3. Mas desta vez, 2015 é um ano especialmente crítico, em função das crises econômica e política. Os ajustes a serem feitos vão aprofundar os problemas em curto prazo. Os cortes atingirão direta ou indiretamente as prefeituras.  E o escabroso caso do Petrolão vai gerar uma parálise política na medida em que nomes forem sendo anunciados a partir de fevereiro.

4. Do ponto de vista da crise econômica, escaparão os municípios que estão abrigados pelo Agronegócio. As grandes cidades onde os serviços e a indústria são as bases de seus PIBs serão as mais atingidas.

5. Os governos estaduais -independente do grau de dependência a eles dos municípios- serão decisivos, sempre que as crises econômica e política os atinja diretamente.

6. Como desdobramentos, será importante avaliar a sincronização partidária entre Estados e grandes Cidades. Na medida em que sejam geridas por um mesmo partido, os efeitos das crises sobre os Estados atingirão politicamente as grandes Cidades governadas pelo mesmo partido.

7. Será impossível pedir aos governadores -enquadrados nestas situações- que evitem medidas que possam afetar as grandes Cidades dirigidas pelo seu partido. Isso seria desconstruir seus próprios governos estaduais no nascedouro, alargando o período de crise para 2016, afetando definitivamente a imagem de seus governos até 2018.

8. Sempre se pode reduzir o impacto. O primeiro passo é ter consciência dos riscos inerentes a conjuntura e atuar de forma sincronizada, pois de nada servirá dizer que o município nada tem a ver com seu partido no estado. O eleitor, sentindo o peso das crises, identificará como culpados os que governam.

* * *

APENAS METADE DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO RJ FOI DE FATO SUBMETIDA AO ENEM!

1. (Extra, 11) Essa é a dura realidade da rede estadual do Rio, que, mesmo com avanços, teve 217 colégios “reprovados” em pelo menos um dos critérios do Inep segundo o resultado do Enem de 2013.  O número representa 43% das 508 instituições da rede estadual que tiveram mais da metade da turma e pelo menos 10 alunos fazendo o exame no ano — critérios para entrarem no ranking.

2. Link da matéria.

3. (Ex-Blog). A rede estadual tem 1.024 escolas. Portanto, só 49,6%, ou 508 foram submetidas ao ENEM e assim mesmo parcialmente (…pelo menos 10 alunos…). Qual seria o resultado com a submissão de 100% dos alunos ao ENEM?

* * *

GOVERNO TERÁ QUE DEVOLVER R$12 BILHÕES AOS BANCOS PÚBLICOS!

(Estado de SP, 13) O governo Dilma Rousseff poderá ter de enfrentar um novo impacto fiscal que não estava nas contas da equipe econômica. As “pedaladas fiscais”, comprovadas em relatório de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), revelado pelo Estado, vão forçar o governo a tomar duas medidas: devolver imediatamente os recursos devidos pelo Tesouro Nacional aos bancos públicos e fazer o Banco Central incorporar “corretamente” na estatística da dívida pública o passivo do Tesouro com o BNDES – o que elevará o endividamento total da União.   O impacto fiscal, caso o relatório seja aprovado pelos ministros do TCU, seria equivalente a R$ 12,2 bilhões, a valores de junho de 2014.

* * *

NOVO PRESIDENTE DO URUGUAI NÃO PENSA COMO O ANTERIOR SOBRE A LIBERAÇÃO DA MACONHA!

(Andrés Oppenheimer – La Nacion, 13) 1. Um ano depois que o Uruguai se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a legalização da maconha, mediante o qual o governo irá produzir e vender a droga, existem crescentes dúvidas sobre se o presidente eleito, Tabaré Vázquez, irá cumprir essa lei em sua totalidade. Vazquez, que assumirá em março, expressou publicamente seu ceticismo sobre algumas partes da lei, como o plano para permitir que as farmácias uruguaias vendam a maconha distribuída pelo governo.

2. Vazquez, que pertence à mesma coalizão de centro-esquerda do ex-presidente José Mujica, é um médico que durante seu mandato anterior, entre 2005 e 2010, liderou uma cruzada contra o consumo de tabaco. Muitos uruguaios se perguntam se poderá um presidente com uma longa história de antitabagismo tornar-se um defensor da maconha. Ele aplicará a lei contra seus próprios princípios?

3. “Não há dúvida de que Vazquez não gosta da lei de maconha”, disse o ex-presidente Julio María Sanguinetti. “Ele não vai acabar com ela, porque não pode ir contra o bloco majoritário do seu partido no Congresso, mas é mais provável que tente diluí-la no processo de execução.”