16 de junho de 2014

ELEIÇÃO NO RIO: HÁ 4 MESES QUE O QUADRO É O MESMO!

1. Pesquisas do Gerp, Vox Populi, GPP e, agora, do Ibope, elas por elas, nada mudou após a saída do Cabral do governo. Na frente –sistematicamente- entre 30% e 40% os que não marcam nenhum candidato, optando por branco, nulo e não sabe. Garotinho e Crivella continuam liderando. Garotinho um pouco a frente, no entorno dos 20%. Crivella, em seguida, um pouco abaixo dos 20%. Somam surpreendentes quase 40%. Os dois trocam votos parcialmente na mesma base, evangélica e popular.

2. Garotinho lidera com folga no Interior. E como radialista, tem uma rede de inserções em rádios. Faz uma distribuição capilar de uma “prestação de contas” sobre sua atuação em 2014 e o que fez antes. Crivella lidera na Capital. E ambos lideram na Baixada e São Gonçalo, com ampla vantagem. Crivella –depois de ser ministro- viu seu piso aumentar. Dos 14% anteriores, para 16%, em números redondos.

3. Logo após assumir o governo no lugar de Cabral e aumentar exponencialmente a sua exposição, Pezão passou a se situar no entorno superior dos 10%. E aí está. Três meses depois de sua posse, esperava-se que estivesse um pouco acima. Afinal, na conjuntura atual –pela exposição na mídia- ele é candidato sozinho. A partir de 5 de julho, acaba a propaganda do governo, não pode mais inaugurar nada e os demais passam a ter uma cobertura eleitoral. O jogo complica para ele.

4. Cesar Maia –também surpreendentemente- se mantém no entorno dos 10%. Surpreende porque não tem nenhuma exposição, não faz pré-campanha e ainda é coberto por um noticiário especulando sobre sua candidatura a partir das informações vazadas pelo PMDB. Nas contas do PMDB e de setores do PSDB, sua candidatura afetará Pezão na Capital, já que, na Capital e em Niterói, Cesar Maia aparece em segundo lugar. As pressões vindas da estratégia do PMDB-RJ para eleger seu candidato com apoio em nível presidencial continuarão até as convenções.

5. Lindbergh também surpreende, mas negativamente. Depois de uma avassaladora vitória para senador e apontado como favorito, vai se equilibrando nos 10%, apesar do noticiário que cobre sua candidatura, a pré-campanha que realiza e o apoio de Lula. E ainda terá que enfrentar a pressão da base aliada para que Lula apareça em todos os programas dos candidatos da “base-aliada”.  Mesmo privilegiando Lindbergh, não poderá se negar a aparecer nos demais, confundindo o eleitor.

6. Miro vai sendo prejudicado pelo noticiário que dá conta dos conflitos internos entre PSB e PROS em função da elegibilidade de chapas conjuntas de deputados e que o atingem como candidato. Com isso, ele que vinha passando a fronteira dos 3%, volta a ficar no entorno negativo desses 3%.

7. A perspectiva hoje é a mesma dos últimos meses: quem estiver na fronteira dos 15% tem grande chance de ir para o segundo turno.

8. Uma novidade no Rio: os institutos de pesquisa não conseguem testar os nomes para o senado, pois mesmo os três nomes que são indicados ainda não têm certeza total de suas candidaturas.

9. O mais provável é que nada mude até o final da Copa. E que só pesquisas pós-Convenções e pós-Copa, a partir do dia 15 de julho, poderão informar se há tendências sobre o quadro atual, estável desde março.

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LEMBRANDO: O CINEMA LEBLON É TOMBADO DUAS VEZES!

(Fernanda Torres – Vejinha Rio, 15) Li que o Cinema Leblon vai fechar as portas. Como pode o Leblon fechar as portas? Ele sempre esteve lá, numa das esquinas mais quentes do Rio. Assistir a um filme no Leblon é a experiência mais próxima que eu tenho da vida em um país civilizado. O Mundo Verde do lado, os restaurantes da Dias Ferreira a algumas quadras dali, a praia logo atrás, além do predinho charmoso, com os cartazes dos lançamentos.  O Leblon leva com ele um pedaço de mim.  Devia existir um decreto para impedir que, ao crescerem, as cidades deixem de ser o que são.

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“VAREJO RESTRITO” EM RECESSÃO!

(Editorial Folha de SP, 16) A baixa pronunciada e até agora progressiva da atividade econômica neste ano torna-se evidente também nas vendas do varejo, indicam os números divulgados pelo IBGE a respeito do resultado do comércio em abril. As vendas do assim chamado “varejo restrito”, nas quais não se contam automóveis e materiais de construção, recuaram 0,4% em relação a março, que também foram inferiores às de fevereiro. Não se tinha notícia de tal retração desde o final de 2008, quando a economia brasileira sentia o golpe do início da grande recessão mundial.

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A ASCENSÃO DA EXTREMA DIREITA EUROPEIA NÃO É UM CASO DE POPULISMO!

(Michael Löwi – Ilustríssima – Folha de SP, 15)  1. As eleições europeias confirmaram uma tendência observada já há alguns anos na maior parte dos países do continente: o crescimento espetacular da extrema direita. Esse é um fenômeno sem precedente desde os anos 1930. Em muitos países, essa corrente obtinha entre 10 e 20%. Hoje, em três países (França, Inglaterra e Dinamarca), ela já atinge entre 25 e 30% dos votos. Na verdade, sua influência é mais vasta do que seu eleitorado: ela contamina com suas ideias a direita “clássica” e até mesmo uma parte da esquerda social-liberal. O caso francês é o mais grave; o avanço da Frente Nacional ultrapassa todas as previsões, mesmo as mais pessimistas.

2. O conceito de “populismo”, empregado por alguns cientistas políticos, pela mídia e mesmo por uma parte da esquerda, não é de modo algum capaz de dar conta do fenômeno em questão, servindo apenas a semear a confusão. Se na América Latina, desde os anos 1930 até os 1960, o termo correspondia a algo relativamente preciso –o varguismo, o peronismo etc.–, seu uso na Europa a partir dos anos 1990 é cada vez mais vago e impreciso.

3. O populismo é definido como “uma posição política que está do lado do povo contra as elites”, o que é válido para quase qualquer movimento ou partido político. Esse pseudoconceito, aplicado aos partidos de extrema direita, leva, voluntariamente ou não, a legitimá-los, a torná-los mais aceitáveis, e até mesmo simpáticos –quem não é a favor do povo contra as elites?–, evitando cuidadosamente os termos que contrariam: racismo, xenofobia, fascismo, extrema direita. “Populismo” também é utilizado de maneira deliberadamente mistificadora por ideólogos neoliberais para amalgamar a extrema direita e a esquerda radical, caracterizadas como “populismo de direita” e “populismo de esquerda”, opondo-as aos políticos liberais, à Europa etc.

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BLAIR: GRAVE SITUAÇÃO NO IRAQUE PROVÉM DO FRACASSO OCIDENTAL NA SÍRIA!

(BBC, 14) O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, atribuiu a recente onda de violência no Iraque ao fracasso do Ocidente para intervir na Síria.  Em um ensaio publicado em seu site, Blair negou que a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003, em que a Grã-Bretanha foi aliada, seja a causa dos problemas no Iraque.  Blair diz que o avanço dos militantes islâmicos deve ser combatida com vigor, mas acrescenta que isso não significa, necessariamente, uma outra invasão do território.