(El País, 03) 1. Vamos começar com as estatísticas de desemprego, uma vez que na América Latina, ao contrário da Europa, o número não inclui as pessoas que trabalham na economia informal. Colômbia, Costa Rica, Paraguai e Venezuela são os países latino-americanos mais afetados pelo desemprego. Panamá, Equador e Brasil, apesar de seu baixo crescimento, estão na outra extremidade. Por sua vez, nos dez anos entre 2003 e 2013, se destacam melhorias em relação à Colômbia, Venezuela, Uruguai, Argentina, Brasil, Equador e Panamá. Por sua vez, o desemprego se agravou na Costa Rica e no México. (TABELA 1)
2. Um aspecto particularmente preocupante do desemprego é que está afetando os jovens. Pessoas de 15 a 24 que estão procurando trabalho e não encontram sofrem uma exclusão particular. Em alguns casos particulares, podem cair nas mãos de redes criminosas, tais como gangues ou tráfico de drogas. Mas não se pode generalizar. Uruguai, Argentina e Colômbia têm as maiores taxas de desemprego entre os jovens. México, Panamá e Peru, as menores. O caso do México mostra que um desemprego relativamente baixo entre os jovens não resulta em diminuição da atividade destes no tráfico de drogas. (TABELA 2)
3. Um dos grandes dramas do trabalho na América Latina é que existem muitas pessoas que têm emprego, que não sofrem com o desemprego, mas, de qualquer maneira, são pobres. E em parte isso acontece porque eles estão trabalhando ou estão empregados na economia informal, sem contribuições para Previdência Social, sem cobertura de saúde ou contribuições para pensão futura para a aposentadoria, e sem condições de trabalho que, teoricamente, são garantidas pela lei. O Uruguai é o único país onde quase todos os trabalhadores contribuem para a previdência ou plano de saúde. Costa Rica e Panamá vêm em seguida no ranking. Paraguai, El Salvador e México têm os piores índices. Se for observada a evolução de 2008 a 2012, houve uma melhora significativa no Panamá, Brasil, Peru, Equador e Paraguai. Por outro lado, o panorama piorou para os mexicanos e colombianos. (TABELA 3)
4. O que aconteceu com o salário? A OIT utiliza como base a média da folha de pagamento dos países e as ajusta pela inflação para descobrir o poder de compra real. Considerando a evolução desta variável entre 2004 e 2012, os uruguaios, peruanos e chilenos são os mais favorecidos. Os venezuelanos são os únicos que perderam poder de compra, enquanto os nicaraguenses e mexicanos melhoraram muito pouco. Os dados da Argentina não aparecem, provavelmente porque a OIT não confia no manipulado índice de preços ao consumidor (IPC) daquele país. (TABELA 4)
Se analisarmos a evolução dos salários mínimos reais, isto é, ajustados pela inflação, pode-se detectar os países onde os governos optaram por aumentá-los como estratégia para reduzir a desigualdade e a pobreza. É claro que o salário mínimo só se aplica ao emprego formal e só influencia a decisão dos empregadores para a economia paralela ao determinar a folha de pagamento. Uruguai, Honduras e Nicarágua foram os que mais elevaram o mínimo entre 2004 e 2012. México, Paraguai e Panamá, os que menos elevaram. (TABELA 5)
5. Finalmente, vamos ver quantos dólares por hora ganha um trabalhador industrial entre as três principais economias da América Latina, Brasil, México e Argentina, em comparação com os países em várias regiões e desenvolvimento. São dados do governo dos EUA de 2011. Os trabalhadores argentinos eram os que ganhavam mais, em relação aos brasileiros e, em particular, aos mexicanos, mas a desvalorização do peso argentino em janeiro mudou a equação. Mas os trabalhadores da Argentina estão abaixo da média dos países analisados e recebem muito menos do que os espanhóis, por exemplo. Os mexicanos estão entre aqueles que têm os piores salários, juntamente com húngaros e filipinos. Os que causam inveja são os noruegueses, suíços e dinamarqueses. (TABELA 6)