(Editorial Folha de SP, 08) 1. Permanece a constatação de que a indústria está estagnada, com o mesmo nível de produção observado em 2008. Quanto aos números deste ano, o quadro tampouco é animador. Houve alta de apenas 0,4% na atividade no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado ainda deve piorar nos próximos meses, a julgar pelo comportamento de uma série de indicadores.
2. Entre eles estão a deterioração da confiança empresarial e do consumidor (que retorna aos níveis da crise de 2008), os juros em alta, o crédito mais escasso e, sobretudo, o recorde de estoques nos segmentos mais dinâmicos da indústria –bens duráveis e de capital. O ambiente internacional de retomada nos países desenvolvidos, por sua vez, ainda não conta a favor. De fato, as perspectivas são preocupantes. No caso dos bens duráveis, o setor automotivo tem o maior nível de estoques desde 2008, e as vendas decrescem. Parece inevitável que as fábricas pisem no freio no restante do ano.
3. O mais provável, infelizmente, é que continuem a cair as projeções de crescimento da indústria e do PIB para este ano.