1. Um dos destaques dos analistas nas pesquisas eleitorais é correlacionar o potencial dos candidatos com o conhecimento de seus nomes e com a resposta “não votaria de jeito nenhum”. A correlação pode existir, mas de jeito algum é uma simples regra de três ou projeção por extrapolação.
2. Comecemos pelo conhecimento do nome. A proporção dos que não conhecem um candidato é uma média nacional de coisas muito diferentes. Para entender, vejamos um exemplo limite, extremo. Campos é conhecido de 100% dos eleitores de Pernambuco e Aécio de 100% dos eleitores de Minas Gerais.
3. Dessa forma, haveria que fazer dois ajustes para projetar o potencial de voto. Um deles é o regional. É provável que o potencial de crescimento de Aécio no nordeste, ao ser conhecido, seja bem menor que no sudeste e no sul. O outro é o social. Exemplo: uma taxa de desconhecimento nos segmentos de baixa renda (onde Dilma lidera), quando for sendo reduzida pela exposição na campanha, terá impacto menor para Campos e Aécio do que uma simples projeção sobre a média.
4. O outro ponto é a taxa de rejeição. Em primeiro lugar, os que não conhecem um candidato tendem a dizer que não votariam nele de jeito nenhum. Em segundo lugar há os que marcam em todos o –não votaria de jeito nenhum- o que deve ser eliminado por não ter foco pessoal.
5. Finalmente há a rejeição comparada. O eleitor que rejeita, por exemplo, 2 candidatos (ou 3…), se os dois estiverem disputando o seu voto, tende a fazer o chamado voto útil, escolhendo um deles, o que menos rejeita. Outro fator a ser corrigido nas pesquisas.
6. Por isso, a rejeição nas pesquisas deve ser medida não um a um, mas colocando a lista dos candidatos, exatamente como nas intenções de voto e pedindo que escolham aquele que mais rejeita. Com isso, se tem a rejeição líquida, que é a mais importante numa campanha eleitoral.
7. Portanto, cabem as assessorias dos candidatos mergulhar nas múltiplas possibilidades de cruzamentos para analisar o potencial efetivo de voto hoje e ajudar a orientar as campanhas, de forma a antecipar –priorizando- os melhores vetores de potencial de crescimento, focalizando sua comunicação aí.