17 de março de 2014

ABSTENÇÃO, BRANCOS E NULOS EM ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO BRASIL!

1. A abstenção e votos brancos e nulos variam por diversas razões. Entre elas a não atualização do cadastro de eleitores, a mudança do voto em papel (que favorecia anular o voto) para máquinas, a reação dos eleitores à conjuntura, o desaparecimento do receio de não votar desde que se justifique numa agência dos Correios, o erro inintencional ao votar, viagens, mudança de endereço, doença, mobilidade dos mais idosos, decisão dos que têm mais de 70 anos ou 16/17 anos, temporais no dia da votação…

2. Sendo assim, se poderia dividir a abstenção, brancos e nulos –chamemos de “não-voto”- em “não-voto” técnico e “não-voto” político que, nesse caso, é a decisão de “não-voto” como protesto, como “voto” de condenação e rejeição aos políticos. O crescimento do “não-voto” observado numa série, pode sugerir que cresceu o “não-voto” político.

3. Nesse sentido, cada eleição tem a sua história, especialmente se abrirmos o “não-voto” regionalmente. Uma discussão séria sobre voto voluntário deveria levar em conta uma análise do “não-voto” para avaliar razões. Pesquisas imediatamente após as eleições, como se faz nos EUA, poderiam ajudar.

4. O próprio TSE poderia autorizar um levantamento pós-eleitoral, numa série de anos, para que se possa distribuir o “não-voto” por gênero, por idade e por focalização da votação. Claro, com garantia de reserva, em função da escolha de um departamento de faculdade de total credibilidade para não identificar o eleitor. Isso se pode fazer com digitalização pulverizada com acesso regional cruzado.

5. Olhando os números das eleições presidenciais em primeiro turno e separando em abstenção (a) e brancos+nulos (bn) e no final agregando o “não-voto” (NV), temos: 1989: a- 11,74%, bn- 5,7%, NV- 17,44% // 1994: a- 17,7%, bn- 15,4%, NV- 33,1% //
1998: a- 21,49%, bn- 18,7%, NV- 40,19% // 2002: a- 18%, bn- 10,36%, NV- 28,36% // 2006: a- 16,75%, bn- 8,42% , NV- 25,17% // 2010: a- 18,12%, bn- 8,64%, NV- 26,76%.

6. O NV foi maior em 1998: um ponto fora da curva. Nesse ano a taxa de inflação era de 1,6%, portanto muito baixa, a taxa de desemprego de 7,6%, havia crescido e atingiu o topo –desde 1991-, e o crescimento do PIB foi de 0,13%. FHC foi reeleito num quadro de crise internacional aguda, usando flexibilização fiscal e cambial que trouxeram suas consequenciais em 1999 e depois. E com um PIB ínfimo. A comunicação básica da campanha foi sobre os riscos de Lula vencer.

7. Esse quadro agudo de crise, que se desdobrou no segundo governo FHC e nas eleições de 2002, não impediu a reeleição de FHC, mas aumentou muito o “não-voto”, que cresceu para 40%. Supõe-se que esse “não-voto” foi maior no eleitorado popular, já que era aí a base maior de Lula. Se isso é verdade, um hipotético crescimento do “não-voto” em 2014, poderá seguir o mesmo caminho, o que afetaria principalmente Dilma. Agregue-se agora –com as redes sociais- a possibilidade de crescimento do “não-voto- induzido como campanha antipolítica. Nesse caso afetaria os extremos.

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SUBSÍDIOS DE DILMA À ENERGIA, DE R$ 63 BILHÕES, DARIAM PARA DOBRAR INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA!

(Folha de SP, 16). 1. Os gastos para evitar reajustes na conta de luz, na gasolina e no diesel às vésperas das eleições presidenciais podem chegar a R$ 63 bilhões neste ano, conforme cálculo feito pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) a pedido da Folha.

2. O valor disparou em proporção do PIB (Produto Interno Bruto) no governo da presidente Dilma Rousseff, saindo de 0,29% em 2011 para 1,19% neste ano.

3. “O rombo no setor de energia seria suficiente para dobrar os investimentos públicos, uma das grandes frustrações do país”, diz Mansueto de Almeida, especialista em finanças públicas. No ano passado, o governo investiu R$ 63,2 bilhões, incluindo o Minha Casa, Minha Vida.

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E OS PRÓXIMOS GOVERNOS QUE PAGUEM A CONTA DE R$ 96 BILHÕES!

(Folha de SP, 16) 1. Em um movimento que colabora para ampliar o endividamento de Estados e municípios, o governo federal tem aumentado intensamente a sua atuação como fiador. Por meio de garantias em dinheiro, a União permite que os outros entes federativos tomem empréstimos dentro e fora do país. Apenas entre 2010 e 2013, essas garantias cresceram de R$ 20 bilhões para R$ 96 bilhões, um aumento de 380%.

2. Os números constam em um novo estudo do Ibre/FGV, dos economistas Vilma da Conceição Pinto, Gabriel Leal de Barros e José Roberto Afonso, com dados da Secretaria do Tesouro Nacional e da Controladoria Geral da União.