25 de novembro de 2013

AO PSOL CABE UM VETOR DE ANTIPOLÍTICA NA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL!

1. As grandes manifestações nas ruas de Santiago do Chile, encabeçadas pela liderança estudantil, tiveram como desdobramento no mês passado a eleição para Presidente da Poderosa Federação de estudantes da Universidade do Chile –FECH. A FECH liderou as manifestações lastreadas e multiplicadas pelas redes sociais. Sua presidente, Camila Vallejo, é dirigente juvenil do Partido Comunista do Chile e foi eleita agora, com apoio de Bachelet, deputada federal na lista distrital de dupla maioria.

2. Mas quem foi eleita para presidente da FECH foi a estudante de medicina Melissa Sepúlveda, declaradamente anarquista, cuja bandeira é a desparlamentarização da política e a abstenção eleitoral. A chapa do Partido Comunista obteve na FECH apenas o terceiro lugar. Ou seja, o desdobramento das ruas foi a antipolítica.

3. Importante lembrar que um candidato a presidente com perfil light-antipolítica (Ominami) obteve 20% na eleição passada, quando a democracia cristã, com Frei, encabeçou a chapa. Agora com Bachelet liderando, obteve 10%, mostrando que este é um significativo patamar da antipolitica-ligh no Chile (Heloisa Helena e depois Marina aqui). Os 6 deputados comunistas no Chile representam menos de 5% da Câmara de Deputados e seriam menos de 3% sem apoio de Bachelet.

4. Essa é a primeira eleição presidencial no Chile com voto voluntário. A abstenção foi de 48% dos eleitores. Provavelmente outro desdobramento das manifestações nas ruas. Como será no Brasil em 2014?

5. Se o PSOL trouxer uma campanha antipolítica-light –políticos são corruptos, partidos são inconfiáveis, defesa da liberdade dos costumes (opção sexual, consumo de drogas, eliminação de tributos a certos bens de consumo…), etc.-, provavelmente estará flutuando no patamar dos 10%. Mas se fizer uma campanha orgânica de esquerda ficará abaixo dos 5%.

6. A pesquisa LatinoBarometro realizada em junho de 2013 (que este Ex-Blog já informou) mostrou que 40% dos eleitores responderam que em relação à democracia preferem um governo autoritário (19%), ou tanto faz (21%). Se no Chile 38% não se identificam ideologicamente (direita, esquerda, centro), no Brasil são 32%. E para 34% a democracia pode funcionar sem Partidos ou sem Congresso. Só 26% se dizem satisfeitos com a democracia e só 28% têm algum interesse na política.

7. Um campo aberto para a antipolítica no Brasil em 2014. Se o PSOL não ocupar este espaço, alguém ocupará?

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CRIVELLA DIZ QUE FOI ELE QUE TIROU CABRAL DA OPOSIÇÃO E O ENTREGOU A LULA!

(Entrevista do Senador/Ministro Marcello Crivella ao O DIA, 24) 1. O eleitor do Rio de Janeiro que acompanha a vida política mais de perto deve se lembrar que essa construção da aliança passou pelo Crivella. É bom lembrar o seguinte: o governador Sérgio Cabral, quando senador — e nós nos elegemos juntos — foi um senador de oposição. Ele votava radicalmente contra o (ex-presidente) Lula. Não era esporadicamente. Ele votava radicalmente contra o Lula. Votava tudo contra o Lula. O partido não era contra o Lula, mas ele era. Pessoalmente. Junto com o Mão Santa. Eram dois senadores do PMDB que votaram tudo contra o Lula, quatro anos de votação contra o Lula.

2. E veio disputar eleição aqui no Rio de Janeiro apoiado pelo (ex) governador Anthony Garotinho (PR), cuja esposa era governadora. O governador Cabral, se foi eleito governador do Rio de Janeiro, deve muito ao apoio na época do Garotinho. O Garotinho, vamos dizer assim, foi o maior eleitor do Cabral, junto com sua esposa, Rosinha. Agora, não foi uma vitória de primeiro turno. Foi uma vitória de segundo turno. A eleição no primeiro turno acabou com ele em primeiro; a Denise Frossard em segundo; e eu em terceiro.

3. E quando ele buscou meu apoio eu condicionei a uma aliança com o Lula porque ele queria apoiar o (Geraldo) Alckmin (PSDB), que tinha subido muito nas pesquisas e chegou ao segundo turno crescendo enquanto o Lula caía. Havia muitas pessoas que achavam que o presidente não ia se reeleger. Então, a primeira vez que o governador Cabral foi à casa do Lula, ao Palácio, quem levou fui eu, e foi exatamente por meu apoio que essa aliança se deu. Isso foi bom para o Rio, e eu sabia disso. E eu era candidato para que se fizessem essas alianças.

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ACORDO DA REUNIÃO COM O IRÃ NO FIM DE SEMANA!

1. Chegou-se a acordo em torno do programa nuclear iraniano, depois de árduas negociações que se prolongaram pela madrugada de domingo. Principais pontos do acordo: (a) detenção do enriquecimento de urânio a nível médio de pureza; / (b) redução das reservas já existentes de urânio enriquecido; / (c) proibição de que o reator Arak permaneça operacional; e (d) autorização para inspeções por parte do Organismo de Energia Atômica.

2. Em contrapartida, as potências ocidentais se comprometeram a suspender as sanções aplicadas ao Irã. Barack Obama confirmou que tal noticia representa “um importante passo” na direção de um pacto integral na busca de por fim a qualquer ameaça à paz mundial.

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GALEÃO: SETOR PRIVADO PAGARÁ R$ 10 BILHÕES EM 25 ANOS (R$ 400 MILHÕES POR ANO) E SÓ A PARTIR DE 2015! TESOURO PAGA OS OUTROS R$ 10 BILHÕES!

(Globo, 23) 1. O dinheiro arrecadado pelo governo com o leilão de Galeão e Confins, R$ 20,8 bilhões, pelas regras do leilão, será pago em parcelas fixas anuais, ao longo do prazo de concessão de cada aeroporto (com valores corrigidos pelo IPCA). Isso quer dizer que, nos próximos 25 anos, entrará no caixa do Fundo R$ 19 bilhões oriundos do consórcio vencedor de Galeão. Por Confins, será R$ 1,820 bilhão, divididos em 30 anos.

2. Mas quando os recursos entrarem nos cofres públicos, o que só acontecerá a partir de março de 2015, nada impede que pelo menos parte do dinheiro seja contingenciado pelo Tesouro Nacional. Como a Infraero terá 49% do desenho final do consórcio – os 51% restantes serão do consórcio privado vencedor – ela arcará com esse percentual do valor total da outorga, ou seja, R$ 10,2 bilhões no caso do Galeão. Também bancará os investimentos a serem feitos nos aeroportos, na mesma proporção. Os recursos que serão desembolsados pela estatal virão por meio de repasses do Tesouro.

3. (Ex-Blog) Ou seja: dos R$ 20 bilhões, metade será paga pelo próprio Tesouro Nacional ao…, Tesouro Nacional.

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HONDURAS: VENCE O CANDIDATO DO GOVERNO! ZELAYA E BOLIVARIANOS PERDEM!

1. Apesar do desgaste e da impopularidade do presidente Pepe Lobo, o candidato de seu ‘Partido Nacional’ –Juan Orlando Hernández- venceu a eleição presidencial desse domingo da esposa do ex-presidente Zelaya. As pesquisas no final da campanha apontavam sua vitória por pequena margem (28% x 27%). As urnas mostraram um voto útil a favor de Hernandéz por temor ao retorno de Zelaya, através de sua esposa. Uma derrota ao projeto bolivariano de Chávez. Um candidato outsider do PAC –partido anticorrupção- obteve uma votação expressiva.

2. Hernandéz 34%, Ximara Zelaya 29%, Vidella do Partido Liberal 21%, Nasralla do Partido AntiCorrupção 15%.