HOMICÍDIOS NO RJ, EM 2013, CRESCEM 12,6%! HOMICÍDIOS + HOMICÍDIOS OCULTOS: 45% A MAIS QUE HOMICÍDIOS OFICIAIS REGISTRADOS!
1. Os homicídios dolosos projetados pelas estatísticas oficiais do ISP-SSP-RJ, a partir dos dados já divulgados para o Estado do Rio até julho, serão 4.549. Isso mostra um claro processo de reversão da tendência que vinha desde 2009, quando foram 4.767 homicídios dolosos (HD). Em 2010 foram 4.286 HD. Em 2011 foram 4.279 HD. Em 2012 foram 4.041 HD. E projetados para 2013 serão pelo menos 4.549. Provavelmente mais pela tendência dos últimos meses.
2. Mas a esses números devem ser agregados os homicídios ocultos, ou seja, não registrados por não terem identificação de origem, que nos últimos 14 anos somaram 29.075 homicídios, ou uma média anual de 2,076 homicídios ocultos, ou 45% dos HD dos últimos 7 anos, de 5.088 HD. Isso elevaria a taxa de homicídios por 100 mil habitantes no Estado do Rio, em 2013, de 28,1 oficiais para 40,7 reais.
3. (Extra/Globo Online, 19) 3.1. Quem se debruça sobre as estatísticas de assassinatos, que têm caído nos últimos anos, mal sabe que, por trás daqueles números, estão milhares de nomes e histórias que não aparecem nos registros oficiais. O economista Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluiu em julho um estudo apontando que o Rio teve, entre 1996 e 2010, 29.075 homicídios ocultos, ou seja, mortes que são tabuladas como de causa indeterminada, mas que são, na verdade, assassinatos.
3.2. A pesquisa se baseou nos números do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, único banco de dados que permite a comparação nacional de mortes violentas entre os estados. Cerqueira analisou características socioeconômicas de quase 1,9 milhão dessas mortes, ocorridas em todo o Brasil entre 1996 e 2010. A constatação foi de que o país não foi capaz de identificar, no período, a causa do óbito em 9,2% dos casos, número que corresponde a 174 mil vítimas. A estimativa é que 74% dessas mortes não identificadas se tratavam de homicídios.
3.3. No Rio, estado com maior número de mortes com causas desconhecidas em 2010, Cerqueira identificou dois problemas: a falta de qualidade na produção de dados e a má articulação entre as organizações, como a Polícia Civil, o Instituto Médico-Legal e a Secretaria de Saúde. — No Rio, a primeira coisa que a polícia faz é descaracterizar a cena, seja por falta de treinamento, por falta de conhecimento ou porque ela mesma está envolvida com a morte — afirma ele. Isso ocorreu, por exemplo, na Favela do Rola, em Santa Cruz, na operação de 16 de agosto de 2012, quando houve cinco mortos. Vídeos revelados em maio passado pelo EXTRA mostraram os policiais alterando a cena das mortes, afetando a investigação posterior.
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“DE LÚCIO COSTA PARA DILMA”!
(Elio Gaspari – Folha de SP, 23) 1. Eu não entendo dessas coisas, mas vejo que o seu governo, bem como administrações estaduais e municipais, estão deslizando para um clima em que substitui-se o debate por eventos. As controvérsias foram transformadas em confrontos, e a manifestação mais ostensiva do poder público está na mão da polícia. Isso não faz bem. Começamos a nos confrontar por causa de um aumento de tarifas de transportes impostas por prefeitos onipotentes que recuaram depois que a rua protestou. Agora temos confrontos por causa de cachorros. Será que perdemos a capacidade de conversar, admitindo a possibilidade de dar razão ao outro?
2. Quero pedir um favor à senhora e ao prefeito do Rio: Quando houver a possibilidade de pancadaria na Avenida Lúcio Costa, por favor, troquem seu nome. Durante o charivari ela passará a se chamar “Avenida Ato Institucional nº 5”. Feita a paz, se quiserem, recoloquem minhas placas.
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EMB. RUBENS RICUPERO: DILMA TEM UMA VISÃO ESTREITA DA DIPLOMACIA!
(Trechos da longa e excelente matéria no Valor, 21) 1. Ao demitir, há pouco mais de dois meses, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, Dilma decidiu que havia chegado a hora de mudar. Mas não apenas o titular da pasta. A presidente, segundo interlocutores, quer arejar o estilo e as práticas de uma das mais antigas instituições brasileiras. Na última formatura, Dilma perguntou a um assessor: “Quantos são engenheiros?” Nenhum era. Engenheiros, acredita a presidente, teriam uma visão mais objetiva e direta para solucionar os problemas e desafios apresentados por um mundo tão complexo como o do século XXI.
2. As provas são rigorosas, exigem conhecimentos sólidos de história, relações internacionais, inglês avançado, francês e espanhol razoável. Mas agora, se depender da vontade da presidente, exames e curso terão mais exigências. Ela acha que os futuros representantes do país no exterior devem aprender e saber expressar-se em árabe, mandarim e russo, além dos imprescindíveis inglês, francês e espanhol. A presidente defende também que os jovens estudantes intensifiquem o conhecimento de relações comerciais e negócios e que reforcem o domínio do uso das redes sociais.
3. Dilma mandou cortar os orçamentos das representações no exterior destinados a almoços, jantares, coquetéis, aluguéis de carros. Ela, dizem seus assessores, acha que esses eventos são desperdício de tempo. Os diplomatas discordam e afirmam que os eventos constroem relações que resultam em negócios e oportunidades. Se o temperamento de Dilma não se casa com os costumes da diplomacia, servidores reclamam de sua impaciência e cobranças ríspidas.
4. Diz o Embaixador Rubens Ricupero: “A presidente Dilma tem uma visão estreita do dia a dia da diplomacia. Ela não entende que é impossível separar diplomacia e política externa”. Diz o ex-Ministro de FHC Celso Lafer: “Isso é um assunto de Estado. A política externa é de Estado. O presidente da República conduz a política externa e dará ênfase aos assuntos que considerar mais importantes. Mas essa política não pode ser resumida aos objetivos de um partido”.
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BRASIL O QUARTO DO MUNDO EM NATIVOS-DIGITAIS (15-24 ANOS)!
(Folha de SP, 22) O Brasil é o quarto país do mundo em nativos digitais –jovens de 15 a 24 anos que estão conectados à internet há pelo menos cinco anos. Segundo a ITU, agência da ONU especializada em tecnologias da comunicação, o número de nativos digitais já representa 30% da população jovem mundial ou 5,2% da população mundial de 7 bilhões de habitantes. São 363 milhões de jovens com acesso à internet há pelo menos cinco anos, dos quais 20,1 milhões no Brasil.