OBAMA E DILMA: CARAS E BOCAS! CONVENCIMENTO PELA IMAGEM!
1. Quem viu a expressão de Obama anunciando, sábado (31), bombardeios cirúrgicos à Síria, foi muito mais atraído pelo semblante de tranquilidade no exercício do dever, que pelo conteúdo do que disse. É o “convencimento pela imagem” do qual foram mestres Reagan, Clinton, e Blair em seu auge.
2. Dilma deveria assistir mil vezes os pronunciamentos desses líderes em momentos de grave crise. Seus publicitários, em vez de ficarem treinando-a no teleprompter no dia da gravação, deveriam fazer uma seleção desses vídeos e pedir que ela os assistisse sempre e os deixasse no laptop de suas mesas de trabalho ou ao lado da poltrona de leitura.
3. Cada vez que Dilma vai a TV –e vamos vê-la outra vez dia 7 de setembro- ela oscila entre uma cara e voz –autoritárias- como se quisesse mostrar que “quem manda sou eu”, ou sorrisos forçados como se isso expressasse tranquilidade. Tanto a expressão autoritária quanto os sorrisos forçados expressam insegurança. E o balanço do corpo, que sempre faz na frente da câmera, reforça essa percepção de insegurança.
4. Com isso, Dilma atropela o conteúdo e leva a quem a vê na TV ter certeza de que não está falando a verdade.
5. Veja Obama anunciando o ataque à Síria. 2 minutos.
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O GLOBO FALA DE SEUS EQUÍVOCOS!
1. (Globo, 01) Apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro. A consciência não é de hoje, vem de discussões internas de anos, em que as Organizações Globo concluíram que, à luz da História, o apoio se constituiu um equívoco.
2. (Ex-Blog) Este Ex-Blog acredita que, nas circunstâncias, talvez não tenha sido o maior equívoco. O maior erro de todos foi a campanha em série, de capa, com editoriais assinados, contra a candidatura de Juscelino Kubistchek, tentando desestabilizá-la antes da Convenção do PSD. Os editoriais em série de capa, assinados, apresentavam JK como continuidade do ciclo Getúlio Vargas e, por isso, deveria ser derrotado na Convenção do PSD.
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O CASO EXEMPLAR DO DIPLOMATA EDUARDO SABOIA!
(Embaixador Rubens Ricupero – Folha de SP, 02) São raríssimos no Itamaraty e no Brasil casos como o de Eduardo Saboia, de funcionários que arriscam tudo por motivos de consciência. Só me lembro de dois em minha carreira: o do embaixador Jaime de Azevedo Rodrigues, que protestou contra o golpe de 64, e o de Miguel Darcy, que organizou rede para denunciar no exterior as torturas do regime militar. É por isso que exemplos de coragem em defesa de princípios merecem medalha, não punições. Seria erro gravíssimo equiparar o ato de Saboia à insubordinação. Ele não agiu contra ordens do governo. Na verdade, não havia ordens e foi preciso agir no vazio calculado de instruções em que deixaram a embaixada.
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POLÍCIA FEDERAL DO MÉXICO PASSA A UTILIZAR DRONES PARA VIGIAR AS MARCHAS E PROTESTOS!
(El Universal, 01) “Assim são os drones que vigiam as marchas e manifestações de protestos. Com estes aparatos a polícia federal mexicana vai seguindo passo a passo as marchas, tanto da Coordenadora Nacional dos Trabalhadores da Educação –CNTE-, como a dos Caminhoneiros, como a dos Anarquistas, contra o plano energético.”
Fotos: 1. O Drone no ar / 2. O tamanho do Drone em proporção aos policiais / 3. Detalhes do Drone com os equipamentos de navegação e vídeo que carrega. / 4. (Excelsior, 01) Confronto entre polícia e grupos com máscaras no Centro da Capital.
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DESMEMBRAR O GOOGLE, DESPADRONIZAR AS CIDADES, EVITAR OS GRANDES EVENTOS!
(Richard Sennet – Um dos mais famosos sociólogos do mundo, professor da London School of Economics e da Universidade de Nova York. Entrevista ao UOL, 01) 1. Se Theodore Roosevelt fosse presidente agora, acabaria com os monopólios de Google, Apple, Microsoft, Facebook e Amazon. São grandes demais para permitir concorrência, esmagam os menores e isso é ruim para o capitalismo. Em Berlim, até conservadores me apoiaram, dizendo que o Google precisa ser desmembrado.
2. Os empresários da tecnologia são libertários por natureza, longe do governo, querem menos impostos e mais liberdades. Mas têm tendências monopolizantes e falta governo que breque esses anseios de controlar tudo. Porém eles são muito melhores que o Goldman Sachs, por exemplo, que gosta de usar o Estado para servir aos arranjos financeiros.
3. A qualidade de vida nas cidades é algo muito concreto. As manifestações são por problemas concretos que as pessoas acham que podem ser resolvidos. As cidades emergentes estão copiando os shopping centers, os subúrbios e o gosto pelo carro das cidades americanas de 50 anos atrás, justamente quando esse modelo está em crise aqui. Por razões econômicas, as cidades emergentes estão sendo padronizadas. Até “características locais” estão sendo padronizadas e produzidas em série. Ainda vivemos sob a influência do planejamento mecânico de Le Corbusier, ele também um progressista que achava que a produção em massa democratizaria a habitação.
4. As cidades americanas estão se latino-americanizando. Os ricos estão deixando os subúrbios e voltando para as áreas centrais e a periferia vai pertencer aos pobres. Como já acontece no Brasil. No mundo, a [urbanista] Jane Jacobs, que defendia cidades mais compactas e de usos mistos pode ter perdido para o Le Corbusier, mas nos EUA ela está sendo redescoberta. Eu amo a Jane.
5. A palavra mágica da Olimpíada de Londres foi a pouca corrupção. Olimpíadas e Copas são um convite à corrupção, pelos prazos curtos, negócios gigantescos e regras não muito claras. Acho que conseguimos fazer em Londres um evento muito transparente. Como a maior parte do orçamento foi municipal, a prefeitura tinha que prestar contas diretamente e explicar como regenerar cada investimento, como vender ou revender cada construção. De Atenas a Atlanta, isso não aconteceu.
6. Quais serão os benefícios reais da Olimpíada para os moradores do Rio? Se você não consegue me responder facilmente, é um problema. Mas já está tarde demais para o Rio. Em democracias talvez tenha virado um mau negócio abrigar esses eventos. Prefiro projetos economicamente sustentáveis e sempre o menor ao maior. Eletricidade e saneamento precisam ser enormes, mas sempre prefiro cinco escolas pequenas do que uma gigante. Vinte clínicas em vez de um gigante hospital. O oposto de políticos e de muitos urbanistas. E oposto do gigantismo desses eventos.