07 de agosto de 2013

TAUTOLÓGICA, CONTRADITÓRIA E FALHA A PESQUISA OAB/IBOPE!

1. A OAB, buscando apoio para suas ideias, contratou o Ibope, que fez pesquIsa nacional com 1.500 pessoas entre 27 e 30 de julho.

2. Primeiro Problema: a pesquisa foi telefônica.

3. 85% querem reforma política. Mas 92% querem que seja por Iniciativa Popular. Bem, para se divulgar uma proposta consensual e obter as assinaturas necessárias, não se levaria menos de 3 meses. Em seguida, teria que ser votada no Congresso. Mas a OAB pergunta se seria aplicada em 2014 e 84% dizem que sim. Absolutamente inviável dia 3 de outubro estar tudo pronto. Quem sabe se não ano que vem.

4. A pergunta sobre financiamento de campanha é capciosa. 17% aprovam doações privadas e 78% não. Mas não se inclui a hipótese do financiamento público, o que distorce as respostas. Provavelmente a maioria não ia querer pagar campanha com dinheiro que deveria ser aplicado em saúde, educação, segurança…

5. Perguntar algo cuja resposta é óbvia, é outro defeito. Por exemplo: limite de gasto em campanhas (a favor 80%) e maior rigor na punição ao caixa 2 (a favor 90%).

6. A pergunta sobre sistema eleitoral é irrespondível. A hipótese OAB, que tem apoio de 56%, trata de um sistema de lista com propostas. Único no mundo. Uma jabuticaba política. Ou seja, um partido deveria votar em convenção as propostas. Certamente seriam aprovados aumentos de salários, fim da crise na saúde, emprego decente para todos, triplicar a bolsa família e duplicar o piso de aposentadoria… Afinal, os partidos querem ter votos. Ninguém iria propor coisas como ajuste fiscal ou meta de inflação…

7. Assim mesmo, do outro lado, manter o sistema atual tem 38% de respostas positivas. Então por que 85% querem reforma política se 38% (quase a metade) querem manter o sistema eleitoral atual? Ou para os entrevistados, reforma política nada tem a ver com sistema eleitoral?????

8. Nos temas destacados, só 14% escolhem o combate à corrupção. Claro, pois se coloca numa mesma lista funções sociais de governo (Saúde, Educação…) e questão comportamental que não fazem parte do mesmo gênero.

9. São 84% os que apoiam as manifestações. Mas as razões indicadas ficam circunscritas às sensações: Revolta 37%, Descaso 32%, Esperança 13%, Frustração 9%. Essas sensações são alternativas ou fazem parte de um mesmo grupo geral?

10. Primeiro foi Dilma querendo constranger o Congresso com plebiscito. Agora é a OAB com uma pesquisa de perguntas falhas, contraditórias, insuficientes e tautológicas que a imprensa destaca. Nem Dilma nem a OAB ajudam assim o fortalecimento das instituições.

11. Claro, o IBOPE não tem culpa, pois aplicou o questionário que recebeu.

* * *

BRASIL SÓ VOLTARÁ A CRESCER 4% EM 2016! EM 2013 É SÉTIMO ENTRE OS EMERGENTES!

(Folha de SP, 06) 1. Estudo da EY –antiga Ernst Young. O Brasil terá um crescimento, na melhor das hipóteses, de 2,4% em 2013 –a previsão média do mercado é de expansão de 2,24%. Entre os 25 emergentes pesquisados pela EY, o Brasil terá o 7º pior desempenho –só superior ao de República Tcheca (-1%), Ucrânia (0,3%) e Polônia (0,9%), que afundam na esteira da União Europeia, além de Egito (1,7%), África do Sul (2,0%) e Coreia do Sul (2,1%) neste ano.

2. A expansão média dos emergentes, será de 4,6% em 2013 –o pior no período analisado (de 2011 até o previsto para 2016).  A previsão é que o Brasil só volte a crescer acima de 4%, como deseja o governo federal, após 2016. “O Brasil crescerá pela inércia. Não estamos contando com nenhuma melhora significativa nas políticas públicas. Mas também não estamos trabalhando com uma piora no cenário externo”, disse André Ferreira, sócio responsável por mercados estratégicos da EY. A consultoria revisa a cada três meses suas previsões para o mundo emergente.

3. Segunda maior economia do mundo, a China deve crescer 7,3% em 2013; 7,8% em 2014; 7,7% em 2015; e 7,5% em 2016. O relatório prevê ainda que só em 2016 o Brasil voltará a ter inflação no centro da meta de 4,5%. Até lá, a inflação deve variar de 6,3% (previsão para 2013) para 5,8% (2014) e 5,1% (2015).

* * *

PESQUISA DE “AL JAZEERA” COM JOVENS DOS PAÍSES DA PRIMAVERA ÁRABE!

O Centro de Estudos da Al Jazeera divulgou resultados de pesquisa com 8 mil jovens (17 a 31 anos) dos países cujos regimes foram derrubados ao longo da Primavera Árabe.  90% dos entrevistados não se identificam com qualquer partido político. 70% rejeitam a participação militar na política interna. 44% dos egípcios e 38% dos iemenitas consideram que os resultados das revoluções não foram satisfatórios. 18% dos jovens tunisianos creem que o movimento em seu país cumpriu os objetivos. Religião, antes do que a nacionalidade, como fator essencial de identidade cultural (53% dos tunisianos, 59% dos iemenitas e 72% dos líbios), salvo no Egito (39%). Forte preferência pela vigência da Sharia no Iêmen (89%) e na Líbia (93%).