08 de julho de 2013

O QUE NOS DIZEM AS PESQUISAS? O QUE FAZEM OS POLÍTICOS?

1. As pesquisas divulgadas, do Datafolha e do Ibope, pós início das manifestações nos dizem que o quadro eleitoral para 2014 -presidente e governadores- está aberto. Não há favoritos neste momento. Mesmo aqueles candidatos a governador que lideram as pesquisas com alguma folga sabem disso. Em geral, seus adversários não são conhecidos. Apenas isso.

2. As pesquisas dizem também que todos os governantes -sem exceção- entraram no liquidificador do desgaste. Uns mais e outros menos. Com eleições em 2014, um ano apenas antes das convenções partidárias, passaram a decidir de forma reativa, impulsiva, intuitiva, improvisada, açodada.

3. Sequer esperaram alguma sedimentação que os pudesse orientar. Em geral, não aprofundaram suas análises para que as novas pesquisas fossem além do óbvio: intenção de voto, avaliação dos governos e principais problemas. Os resultados de pesquisas assim só fazem deprimi-los mais. E saíram chutando para qualquer lado.

4. Reduziram tarifas de ônibus, passaram a xingar a “máfia dos ônibus” com quem conviviam tão bem antes, aproveitaram os projetos de lei em condição de votação e saíram aprovando aqueles que sinalizavam preocupação ética e institucional.

5. A mais aflita é a presidente Dilma. Já que o desgaste dos políticos é enorme, passou a soprar nesta direção. Mas será que reforma política -sistema eleitoral- é percebida pelo eleitor como a presidente imagina? Ela acha que plebiscito, dando a palavra ao povo, ela ficaria fora do jogo.

6. Mas e a frustração quando o eleitor descobrir que essa reforma nada tem a ver com o que ele imaginava? Façam uma pesquisa e, ao lado das perguntas sobre sistema eleitoral, coloquem o processo de recall dos eleitos (extinção de mandatos por decisão popular), a redução do número de deputados, a redução da remuneração dos parlamentares, da presidente e dos ministros, corte de mordomias, término de ajudinha a tantas empresas, por aí vai, e descobrirão que são essas alternativas que estão na cabeça do eleitor.

7. Mais de um mês depois do início das manifestações, nenhum partido mergulhou no que há de novo nelas, o que significam, qual a sua dinâmica, de que forma interagir com elas, etc. Nada. O que fizeram foi parlamentarizá-las. Em nada se avançou. Nada entenderam. Especialmente a presidente Dilma, que está aflita, improvisando, nervosa, plastificando o sorriso e a indignação.

8. Desse jeito, a crise não terá prazo para ser superada e tudo irá ficando pior.

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O VERDADEIRO INCHAÇO DA MAQUINA PÚBLICA SÃO AS TERCEIRIZAÇÕES!

1. (Globo, 07) O inchaço da máquina pública, evidenciado no governo federal pelo aumento no número de servidores e pelo excesso de ministérios, é prática recorrente também nas administrações estaduais. Levantamento feito pelo GLOBO mostra que alguns governos de estado também mantêm elevado número de secretarias, muitas com funções quase idênticas, para abrigar aliados. Além disso, dados de 22 unidades da Federação revelam que as despesas com pessoal avançam em ritmo mais acelerado do que a arrecadação, reduzindo a cada ano o fôlego para investimentos.

2. (Ex-Blog) Para se medir o número e o gasto com servidores, devem-se incluir os contratados por terceirização. É assim na contabilidade pública nos EUA e União Europeia. Aqui, a LRF -lei de responsabilidade fiscal- fez essa previsão, mas até hoje esse dispositivo não foi regulamentado e ainda está sem uso. Os governos, se aproveitando disso e para não ultrapassar o limite de gasto com pessoal, terceirizam à vontade. Com isso, enganam a imprensa, a contabilidade e os desatentos, mas desmontam o serviço público profissional via servidores concursados.

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“AS PESSOAS SENTEM QUE PODEM MUDAR O MUNDO”!

(Paolo Gerbaudo, sociólogo e jornalista, estuda novas manifestações – trechos da entrevista à Folha de SP, 08)

1. A ascensão das redes sociais permite que a sociedade se organize de forma mais difusa, especialmente as classes médias emergentes e a juventude das cidades. Isso desorientou os políticos e os velhos partidos, que estavam acostumados a buscar consensos através dos meios de comunicação de massa.

2. Os partidos têm pouco a fazer diante das novas formas de comunicação mediadas pelas redes sociais. A não ser que mudem completamente as suas práticas, baseadas no velho sistema de quadros e caciques locais, e se abram para novas formas de participação popular. Há um problema fundamental na democracia representativa como ela existe hoje. Ou os partidos encontram um caminho para reconquistar legitimidade, ou vão ser superados por novos partidos sintonizados com as demandas da sociedade pós-industrial de hoje.

3. A crítica à partidocracia é legítima. Por outro lado, às vezes parece haver nos movimentos uma crença quase religiosa de que é preciso eliminar todas as mediações. Eles parecem ter a ilusão de que a solução é eliminar os partidos, os sindicatos. A política é uma obra coletiva, não um agregado de indivíduos. São blocos diferentes que interagem. Para isso, você precisa dos partidos. Eles sempre existiram e sempre vão existir.

4. Mas, assim como aconteceu lá, é de se apostar que o outono brasileiro’ vai ressurgir em novas ondas e novas formas. Estamos vivendo tempos revolucionários, em que as pessoas voltaram a sentir que podem mudar o mundo. Veja o que está acontecendo agora no Egito.

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CRESCE A DESAPROVAÇÃO À CRISTINA KIRCHNER! 29,8% x 43,9%! 

(Clarín, 07) Un 60 por ciento de los consultados por Management & Fit dijo estar disconforme con la política que lleva adelante la Presidenta. La imagen personal de Cristina también desciende. 29,8%  dicen tener de ella una “muy buena” y  “buena” imagen Pero 43,9% tiene una imagen “mala” y un 16,8% “regular”.

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CHILE: 73% DAS GRANDES EMPRESAS NÃO TÊM POLÍTICAS PARA USO DAS REDES SOCIAIS!

(El Mercúrio, 07) 1. Estudo elaborado pela firma “head hunting humanitas” e a consultoria tomat em governos corporativos mostra que as grandes empresas usam de forma ampla as redes sociais, as entendem, mas não têm diretrizes ou políticas estabelecidas para seu uso pelos altos executivos. Foram entrevistados presidentes, diretores e gerentes gerais das grandes empresas chilenas.

2. 63% declaram que sim, usam as redes sociais para fins pessoais ou profissionais e 74% afirmam entender bem o impacto que podem ter para suas atividades. Porém 73% reconhecem que em suas empresas não existem diretrizes ou políticas direcionadas a seus dirigentes.

3. Se bem existe entendimento do impacto das redes sociais para a gestão das empresas, isso ainda não se traduz no desenvolvimento de estratégias para geri-las. Esse conhecimento não logra ainda, gerar ações concretas por parte das empresas e não estão na agenda das diretorias ou conselhos.

4. 22% usam mais frequentemente Twitter. 22% LinkedIn e 15% Facebook. / 31% acessam as redes desde seu “PC”, 20% desde seu smartphone e 16% desde seu tablet.