16 de abril de 2013

NÚMEROS DA PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE: COM OSs, PREFEITURA DO RIO GASTA PROPORCIONALMENTE MAIS DE 10 VEZES QUE COM UNIDADES DE SAÚDE DE GESTÃO PÚBLICA!

1. Em 2012 em Atenção Básica + Assistência Hospitalar e Ambulatorial a Prefeitura do Rio gastou 3 bilhões 487 milhões segundo o Diário Oficial. Com as OSs –ongs/oscips- gastou 1 bilhão e 54 milhões de reais- incluídos neste total. Portanto com os hospitais, postos de saúde, policlínicas, maternidades, que a prefeitura do Rio administra diretamente gastou 2 bilhões 433 milhões de reais.

2. No jornal Valor,(10), o prefeito do Rio informou que as OSs administram 5 hospitais,( os menores), 15 UPAs e 70 clínicas da família,( mini-postos de saúde com 3 especialidades apenas,( pediatria, clinica Geral e obstetrícia), ( os postos de saúde tem essas e mais 9 especialidades).

3. O DataSus do Ministério da Saúde informa que a Prefeitura do Rio dispõe 308 unidades de saúde. São 12 Hospitais Gerais. São 17 Hospitais Especializados. São 135 Centros de Saúde/Unidades Básicas de Saúde/Postos de Saúde. São 24 Centros de Atenção Psicosocial. 12 unidades de Pronto Atendimento. 12 unidades diretamente operadas pela secretaria de saúde. São 11 Clínicas Especializadas/Ambulatório Especializados. 11 Prontos Socorro Geral. São 9 Policlínicas. São 3 Unidades de Vigilância em Saúde. São 2 Centrais de Regulação de Serviços de Saúde. Obs. Hospitais Gerais e Especializados incluem Grandes Maternidades.

4. Por aqueles 5 pequenos hospitais, 15 UPAS,(postos de saúde), e 70 mini-postos de saúde, as OSs receberão em 2012 1 bilhão e 54 milhões de reais.

5. Por 24 grandes e médio hospitais e 132 Postos de Saúde, etc….,que administra, a Prefeitura do Rio gastou 2 bilhões e 433 milhões de reais. Ou seja por unidades que equivalem a mais de 20 vezes,( sem incluir o fator complexidade, cirurgias, emergências), o volume das OSs a prefeitura do Rio gastou 2,3 vezes mais que gastou com as OSs.

6. São esses os absurdos números da Privatização da Saúde Pública do Rio.

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COMENTÁRIOS SOBRE A ELEIÇÃO NA VENEZUELA!

1. O resultado eleitoral com Maduro –candidato chavista- vencendo por uma diferença mínima de 1,5 ponto, surpreendeu. É verdade que nos últimos 15 dias havia uma tendência à convergência. Mas mesmo o Instituto confiável, ao realizar pesquisa quantitativa uns 8 dias antes, apontou vitória de Maduro por 7 pontos. Um Instituto próximo a Capriles, em pesquisa telefônica 10 dias antes dava empate mas com 24% sem querer responder por telefone. Essa pode ter sido uma indicação: o voto oculto, por temor a repressão.

2. Em meados de 2012 uma ampla pesquisa realizada sobre a eleição presidencial, (e que esse ex-blog postou na íntegra e mais recentemente de forma parcial), ao tempo que mostrava a diferença na época de 10 pontos, comentava numa reunião fechada em Caracas, ( a qual Cesar Maia esteve presente), que pelo sistema eleitoral venezuelano a oposição só obteria vitória com vantagem superior a 5 pontos pois essa diferença o sistema tirava. As dúvidas de Capriles sobre o resultado, devem estar apoiada nestes estudos.

3. Maduro naquela pesquisa de 2012, ficava bem abaixo na resposta sobre sucessores de Chávez. De longe vencia o vice-presidente, e hoje chanceler, Jaua. A apelação pseudo-religiosa de Maduro durante a campanha, era sinal que os números se aproximavam. Mas serviram para reforçar a comunicação de Capriles que Maduro não era Chávez. Portanto uma comunicação/apelação de pseudo-espiritismo, equivocada.

4. Não só a diferença Maduro-Capriles foi 9 pontos inferior a Chávez-Capriles, como a distribuição regional foi muito diferente com Capriles vencendo em vários Estados e grandes Cidades onde perdido seis meses atrás. Portanto foi um fenômeno generalizado no país.

5. Maduro assume totalmente dependente do esquema militar, seja pela provável manipulação dos resultados por aqueles, seja pela demonstração de ser uma liderança frágil que não conseguiu mostrar-se como sucessor de Chávez.

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“A CONFIANÇA ENTRE OS LÍDERES E O POVO ESTÁ QUEBRADA “!

(entrevista do ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan- El País-15)

1. -O poder reside no povo. E, de fato, os políticos e os líderes tem o poder pela confiança que o povo depositou neles, não é algo que pertença a eles. Esses governos têm uma responsabilidade: trabalhar para o bem-estar de seu povo. Os cidadãos votam e decidem quem os governará. Mas eu sei que hoje temos um problema: a confiança entre os líderes e o povo está quebrada. O contrato social que existia entre o governo e o povo está quebrado. A falta de confiança faz com que seja muito difícil levar a cabo reformas com pessoas em que não acreditamos de pronto. Eles precisam ser convencidos, precisam se sentir seguros, e isso faz com que governar atualmente seja mais difícil do que antes da crise.

2. -Não devemos culpar apenas os líderes. Os líderes provavelmente foram muito mais complacentes; em certos momentos sentiram que as forças do mercado e do setor privado poderiam resolver os problemas, e abriram espaço a eles. Mas as forças do mercado não asseguram bens públicos e os Governos deveriam ter sido mais ativos para garantir os bens que afetam o interesse de todos. Houve também certa tendência, em nível empresarial e político, de olhar o curto prazo. As empresas buscavam os seus lucros e os governos só olhavam para as próximas eleições. Além disso, nas democracias maduras, as pessoas se deixaram levar por uma apatia que mina a democracia, muitas pessoas deixaram de votar…

3. Há países onde as pessoas morrem por tentar conseguir o direito de votar. Em democracias maduras, muitas vezes os jovens não votam, eles pensam que o voto é negativo, e i sso é um erro. O indivíduo tem o poder e pode influenciar a agenda política levantando a voz, se organizando; dessa forma os políticos prestam atenção. Portanto, há muitas razões que explicam a situação atual. A mudança só pode acontecer se existir uma pressão sustentada sobre os políticos através do povo. Onde quer que os líderes não saibam liderar, as pessoas podem fazê-los cair.