28 de janeiro de 2013

O ESTRANHO DESAPARECIMENTO DO SECRETÁRIO DE URBANISMO DA PREFEITURA DO RIO!

1. Sergio Dias, um arquiteto projetista de nome, tanto no setor público (Rio-Orla, Eco-Orla…), como no privado, assumiu a secretaria municipal de urbanismo em 1 de janeiro de 2009, quatro anos atrás. A imprensa –nesse período-  deu grande espaço, com croquis a cores, para vários projetos de intervenção urbana, citando –em geral- só prefeitura.

2. Várias leis foram aprovadas –todas polêmicas-, desde o PEU de Vargens; passando pela flexibilidade para construção de hotéis; muitos projetos de lei adjetivados como “olímpicos”, que sempre incorporavam favorecimentos e ganhos para o setor imobiliário; passividade municipal em relação a anunciadas decisões estaduais que passam pela autorização da prefeitura do Rio, como venda de delegacias e quartéis, demolição de uma escola municipal para ampliar ganhos na privatização do Maracanã; e fechando no final de 2012, com mais um projetaço na Barra da Tijuca, avançando contra área de preservação ambiental, o que foi justificado com um campo de golfe…, olímpico. Tudo sempre abrindo gabaritos.

3. Em seu lugar, assumiu uma arquiteta da prefeitura de grande autoridade técnica e reconhecido saber jurídico-urbano. Por sua tradição e histórico, imagina-se que o período dos abusos das leis de iniciativa do prefeito, associadas à especulação imobiliária, tenha se esgotado. Teriam ido longe demais. A ver!

4. Não se sabe se o secretário anterior, como projetista, foi consultado para os pacotes de legislação pró-especulação imobiliária. Fica a dúvida.

5. O estranho é que depois de 4 anos como secretário de urbanismo, em torno de uma avalanche de propostas de intervenção urbana –várias falsas, outras verdadeiras- (que podem ser ou não de sua lavra) e sempre com grande repercussão pela imprensa, o secretário de urbanismo saia do cargo “à francesa”, mudo e calado, discretamente.

6. E não se sabe por que a imprensa não realizou uma entrevista de página inteira com ele para falar de sua experiência nesses quatro anos e de suas avaliações sobre o que vem ocorrendo no Rio. O IAB-RJ poderia promover um encontro aberto com ele e com a presença da imprensa, para que se soubesse as opiniões dele, arquiteto consagrado que é.

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LIDERANÇAS POLÍTICAS QUE COMBINEM QUALIDADE INTELECTUAL COM HABILIDADE COMUNICACIONAL!

(Liliana de Riz, Politóloga, U. Buenos Aires – Clarín, 24) 1. Os partidos atualmente não convencem nem atraem, mas não são as anacrônicas localizações no espectro ideológico que convertem progressistas em conservadores e vice versa, que irão lhes devolver a confiança da sociedade.  Eles precisam de mensagens claras sobre as reformas que devem ser feitas para evitar a recorrência das crises. Há uma infinidade de propostas técnicas para lidar com problemas não resolvidos e negados pelo Governo.

2. Os líderes políticos têm que convencer os cidadãos das reformas que o país necessita para despertar a esperança em um futuro melhor. Os técnicos não podem ocupar seu lugar, são os políticos que têm de alcançar o entusiasmo por um programa de transformações e a confiança de que serão capazes de realizá-lo. Lideranças que combinem a qualidade intelectual com a habilidade comunicacional de convencer vão construir o futuro e alimentar um debate político ideológico multiplicado nas mídias sociais.

3. Sem essas lideranças, sustentadas em organizações partidárias, não se pode romper o impasse que atravessa o arco opositor. Também não parece ser possível desmontar o teatro de ilusão orquestrado pelo governo. Neste ciclo eleitoral é urgente o debate político que enfrente a esquizofrenia governamental, e que siga apontando outra direção, mais justa e livre para todos.

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A MORTE DA “TERCEIRA VIA”!

(Clovis Rossi – Folha de SP, 27) 1. Davos. Sexta-feira de manhã, Tony Blair, ex-premiê britânico, sai do Centro de Congressos, o QG dos encontros anuais do Fórum Econômico Mundial, um dos maiores convescotes do planeta.  Está absolutamente sozinho, sem guarda-costas, sem aspones, sem jornalistas a aporrinhá-lo. A solidão de Blair talvez seja uma metáfora para o espírito de Davos-2013: os modelos ou sumiram ou perderam o brilho.  Blair foi o executor de uma Terceira Via, apontada como modelo intermediário entre o liberalismo puro e duro e as tendências estatizantes da social-democracia convencional.  De encontros da Terceira Via participaram Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

2. Hoje, tanto como Blair, a Terceira Via é uma via morta. Nem há uma segunda nem uma quarta. Mesmo a primeira e única via -o capitalismo, hegemônico no planeta há 20 anos- já não exibe o triunfalismo dos anos pré-crise de 2008.

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MENSALÃO ITALIANO? PODE MUDAR O CURSO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL! 

(Clarín, 26) 1. Em plena campanha eleitoral, a capital dos sempre vivos escândalos italianos, se mudou no último dia 25 para a rica cidade de Siena, na Toscana, que tem como capital Florença, no centro da península. Desta vez, o escândalo financeiro que tem sido estimado em um buraco  de pelo menos 720 milhões de euros, tem como protagonista o mais  antigo banco em atividade do mundo, o Monte dei Paschi di Siena, fundado em 1472.

2. Em Siena, o domínio da Esquerda é tradicional há décadas. Primeiro o Partido Comunista e, após o fim da Guerra Fria, nos anos 90, seus sucessores e agora o Partido Democrático (PD). O terceiro maior banco da Itália é propriedade de uma fundação, que por sua vez é de propriedade do município e da província de Siena, onde o controle do partido de Bersani é absoluto.

3. Descobriram em outubro passado, em um cofre, documentos de três operações com os chamados “títulos derivativos”, de alto risco financeiro, um dos quais com participação do gigantesco banco japonês Nomura. O líder do PD, Pierluigi Bersani, reagiu aos inevitáveis ataques de seus adversários afirmando que “nós não temos nada que ver. Fazemos política, não temos bancos”. Mas o Partido Democrático está na corda bamba do escândalo que pode prejudicá-lo nas eleições.

4. Enquanto isso, Roberto Maroni, o candidato a governador da Lombardia pela Liga do Norte e aliado de Berlusconi, disse que o instituto de Siena tem recebido empréstimos no valor de 4 bilhões de euros nas chamadas “Obrigações Monti”, generosamente distribuídos entre os bancos pelo Tesouro. Maroni disse que essa soma equivale, em parte, a um imposto sobre a propriedade odiado pela população. Mas o escândalo cresce e cresce. Então, se fala sobre a nacionalização do terceiro maior banco da Itália e a centro esquerda se sente como se estivesse em um pântano.

5. Foto do Banco.

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GUERRA EM MALI:  EL PAÍS: AS TROPAS FRANCESAS E MALIENSES TOMAM O AEROPORTO DE TOMBUCTU!

(Ex-Blog) 1. No final do século 14, Tombuctu era a cidade mais rica do mundo. Tinha a maior Biblioteca do mundo. Tinha a principal Universidade do mundo. E tinha a maior produção de Ouro do mundo, que trocava por sal com marroquinos que levavam à Veneza. Este ouro explica a ascensão de Veneza,  dos bancos venezianos e do mecenato que impulsionou a primeira fase do Renascimento.

2. Na Universidade de Sankoré, 50.000 sábios muçulmanos ajudaram a espalhar o Islã através da África Ocidental e Norte. Era descentralizada em faculdades a cargo de um diretor/professor. Além do Alcorão, ensinava lógica, astronomia e história. Seu famoso centro Ahmed Baba, com a sua coleção de 20.000 manuscritos árabes antigos, retratam mais de um milênio de conhecimento científico islâmico e vários madraçais. A venda e compra de livros chegou a ser mais lucrativa do que o comércio de ouro e escravos.

3. Foto.