ELEIÇÃO DE LÍDER DO PMDB: EDUARDO CUNHA É O CANDIDATO DE LULA!
1. A imprensa vem analisando a candidatura do deputado Eduardo Cunha a líder do PMDB. Primeiro, as matérias de todos os meios de comunicação falavam da incomodidade da presidente Dilma com a candidatura de Eduardo Cunha.
2. Depois, veio a informação que o governador Cabral -do Rio, do PMDB- estava pedindo votos para Eduardo Cunha, com telefonemas a outros governadores. A dedução simplista foi que Eduardo Cunha havia coordenado o desmonte da CPI do Cachoeira, favorecendo Cavendish, amigo de Cabral. Bobagem: afinal, a conta do Cavendish já foi paga.
3. Mas essas avaliações são corretas? Este Ex-Blog acha que não. O noticiário do Globo, inclusive colunistas, mostra que a escolha de Eduardo Cunha cria uma -digamos- incomodidade. Cabral não faria isso sem uma razão forte. Ainda mais há as questões de união entre pessoas do mesmo sexo e da Igreja Católica, já que Eduardo Cunha é um Bispo Evangélico. Isso num ano em que o Papa estará aqui.
4. A quem Cabral atenderia independente de todos os atritos e desgastes que possam ocorrer? Elementar, meu caro Watson: a Lula. Lula estabeleceu com Cabral uma relação intimista, de parcerias latu sensu. Das duas uma: ou Lula tomou a iniciativa de pedir apoio para Eduardo Cunha ao Cabral, ou Cabral consultou Lula sobre a escolha do líder do PMDB e Lula indicou Eduardo Cunha.
5. Mas qual a razão? Claro que, uma vez vitorioso Eduardo Cunha, a interlocução básica com o Congresso deixará de ser no Palácio do Planalto e passará a ser em São Bernardo. Com isso, Lula reforça ainda mais seu poder e mostra que quem define as questões de fundo com o Congresso é ele e não Dilma. No Senado não é diferente.
6. Dilma sai debilitada e Lula super-fortalecido pela escolha do líder do PMDB. Os amigos próximos de Lula não cansam de repetir: Lula só pensa naquilo! Ou de forma mais clara: Lula só pensa em voltar àquilo!
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“NEM METADE DOS LULISTAS VOTARAM NO PT EM 2002, 2006 E 2010”!
(E-mail, 17/01/2013, de David Samuels, Distinguished McKnight University Professor – Department of Political Science – University of Minnesota) 1. Vi uma nova citação de uma pesquisa minha no seu Ex-Blog e agradeço. Eu acredito que ambos o petismo e o lulismo tenham mudado bastante desde 2002.
2. A eleição de 2006 mostra isso muito claramente, em minha opinião. Mas ao ponto: existem mais lulistas do que petistas. Nem a metade dos lulistas votaram no PT em 2002, 2006, ou em Dilma em 2010. Logo, ser lulista não implica ser petista, necessariamente. Sei que a correlação entre os dois conceitos é forte, mas as bases do petismo são diferentes das bases do lulismo. É o PT que lamenta que muitos lulistas não votam no PT!
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BNDES FAZ APLICAÇÕES ESPECULATIVAS E PERDE!
(Editorial Estado de SP, 19) 1. O BNDES continua perdendo dinheiro em projetos fracassados e – pior que isso – sem significado estratégico para a economia brasileira. Depois de maus negócios no setor de carnes, a direção do banco resolveu arriscar-se no ramo de laticínios. O maior e mais perigoso lance nessa área foi a aplicação de R$ 700 milhões, em janeiro de 2011, na formação da empresa LBR – Lácteos Brasil, resultante da fusão do laticínio gaúcho Bom Gosto e da LeitBom, controlada pela Monticiano Participações. Recém-criada, a gigante já deu prejuízo no primeiro ano de operação, continuou em dificuldades em 2012, suspendeu pelo menos 5 de 16 marcas de leite e fechou 11 de 31 fábricas.
2. Os planos do grupo incluem o fechamento de mais cinco fábricas. Parte do dinheiro aplicado pelo BNDES – R$ 250 milhões – foi destinada à compra de debêntures. Pelo contrato, a empresa deveria ter antecipado o resgate desses papéis, depois do resultado muito ruim de 2011, mas houve um pedido de waiver e o assunto ainda está em exame. O BNDES, por meio de sua subsidiária BNDESPar, tornou-se acionista da empresa Bom Gosto em 2007 e, ao apoiar a fusão, poucos anos depois, ficou com 30,28% do capital da LBR. Para quê?
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“ILHAS CAYMAN” VÃO DIVULGAR NOMES DE EMPRESAS E FUNDOS DE HEDGE!
(Financial Times/Estado de SP, 19) As Ilhas Cayman preparam-se para romper décadas de sigilo ao abrir milhares de empresas e fundos de hedge sediados localmente a um maior escrutínio, segundo reportagem do Financial Times. O jornal afirmou que a ilha, que é território britânico, quer acabar com sua reputação de local para atividades financeiras clandestinas.
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CDU DE MERKEL PERDE A ELEIÇÃO NA BAIXA SAXÔNIA, ONDE GOVERNAVA!
1. Surpresa na Baixa Saxônia. O CDU de Merkel, com 36%, e seu aliado, os liberais do FDP, com 9,9%, perderam a maioria e o poder no parlamento da Baixa Saxônia (8 milhões de habitantes). Em 2008 o CDU havia obtido 42,5% e o FDP 8,2%. Os socialdemocratas do SPD obtiveram 32,6%. Em 2008 haviam obtido 30,3%. A expressiva votação dos Verdes, com 13,7% contra 8% em 2008, garantiu a maioria para a coalizão SPD+Verdes.
2. SPD+Verdes 46,3%. CDU+FDP 45,9%. A maioria do SDP+Verdes fica garantida com apenas 1 deputado a mais. A Esquerda e os Piratas, com menos de 5%, ficaram foram do parlamento.
3. Veja a localização da Baixa Saxônia (capital Hannover), a noroeste da Alemanha.